Lula critica Israel e acusa países ricos de covardia com palestinos

Internacional
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Em seu primeiro dia de compromissos oficiais no Egito, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou Israel nesta quinta-feira, 15, e acusou os países ricos, entre eles os EUA, de "desumanidade" e "covardia" por terem cortado o financiamento da agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA, na sigla em inglês). Segundo o governo israelense, o órgão estaria colaborando com o Hamas.

 

"No momento em que o povo palestino mais precisa de apoio, os países ricos decidem cortar a ajuda humanitária à agência da ONU para os refugiados palestinos. É preciso pôr fim a essa desumanidade e covardia. Basta de punição coletiva", afirmou o brasileiro.

 

Lula prometeu que o Brasil fará um "novo aporte" para a agência da ONU. "Exortamos todos os países a manterem e reforçarem suas contribuições", disse o brasileiro, após sessão do Conselho da Liga Árabe.

 

Ele lembrou que o Brasil condenou os ataques do Hamas a Israel - na época, Lula só chamou o Hamas de "terrorista" após pressão interna, 13 dias depois do atentado. "Condenamos e chamamos o ato de terrorista. Mas não tem nenhuma explicação o comportamento de Israel, a pretexto de derrotar o Hamas, estar matando mulheres e crianças", afirmou Lula, que também defendeu o cessar-fogo e a libertação dos reféns - entre eles o brasileiro Michel Nisenbaum, cujo paradeiro é desconhecido.

 

Guerra

 

O presidente brasileiro afirmou também que a iminente incursão terrestre de Israel em Rafah, cidade ao sul da Faixa de Gaza, para onde fugiram 1,4 milhão de palestinos, prenuncia uma "calamidade" e contraria ordem da Corte Internacional de Justiça (CIJ) para que o país evite atos de genocídio nos combates.

 

A guerra entre Israel e Hamas começou após os ataques terroristas do dia 7 de outubro, quando terroristas palestinos mataram 1,2 mil civis em território israelense e sequestraram cerca de 240 pessoas. O governo de Israel acusou 12 funcionários da UNRWA de participação nos ataques. A ONU demitiu os envolvidos e abriu uma investigação sobre o caso.

 

O conflito incendiou o Oriente Médio, com troca de disparos entre Israel e o Hezbollah, na fronteira do Líbano, disparos de foguetes da milícia houthi, do Iêmen, em solidariedade aos palestinos, contra navios no Mar Vermelho, e ataques de facções pró-Irã contra tropas americanas no Iraque e na Jordânia.

 

Ontem, o Hezbollah prometeu retaliar os ataques israelenses no sul do Líbano, na quarta-feira, que mataram 3 combatentes e 10 civis, incluindo 4 crianças. Ali Mohamed al-Debes, um dos líderes da milícia, estaria entre os mortos. Israel diz ter bombardeado a cidade de Nabatiyeh depois que o Hezbollah disparou foguetes contra a base de Safed, matando uma soldado israelense.

 

Palestina

 

Ontem, ao lado de Lula, o presidente do Egito, Abdel Fatah al-Sisi, defendeu mais uma vez a criação de um Estado palestino que tenha Jerusalém como capital. O egípcio ressaltou que ele e Lula concordam em diversos temas quando se trata da guerra.

 

"Concordamos sobre a importância de um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza, da libertação dos reféns e do acesso humanitário com o maior número de recursos possível para salvar os civis e chegar à fase do pós-guerra, tendo Jerusalém como capital de um Estado palestino" afirmou o presidente egípcio.

 

Desde o fim do ano, Sisi tem defendido que a solução para o conflito passa pela criação de um Estado palestino, com as fronteiras de 1967 e Jerusalém como capital. "Estamos prontos para que este Estado seja desmilitarizado e para que haja garantias da presença de forças militares, seja da Otan, da ONU, árabes ou americanas, para que possamos alcançar a segurança de Israel e da Palestina." (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), lidera o ranking de aprovação entre os chefes de Ministérios do governo Lula, de acordo com uma pesquisa da AtlasIntel. O levantamento aponta que Tebet é a mais bem avaliada pelos brasileiros, enquanto o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, registra a maior rejeição.

Com 62% de aprovação, Tebet se destaca como a ministra mais bem avaliada, seguida por Mauro Vieira, das Relações Exteriores, e Macaé Evaristo, dos Direitos Humanos e Cidadania, ambos com 54%. Wellington Dias, responsável pela Assistência Social, aparece com 51%, enquanto Ricardo Lewandowski, da Justiça, soma 47% de aprovação.

Na outra ponta, Juscelino Filho lidera a rejeição, sendo avaliado negativamente por 70% dos entrevistados. Anielle Franco, da Igualdade Racial, aparece em seguida, com 59% de reprovação. Já Fernando Haddad, da Fazenda, Carlos Lupi, da Previdência Social, e André Fufuca, dos Esportes, registram um índice de desaprovação de 55% cada.

A pesquisa ouviu 2.595 pessoas entre os dias 24 e 27 de fevereiro. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%.

O levantamento também questionou os entrevistados sobre a necessidade de uma reforma ministerial no governo Lula. A maioria, 58%, afirmou que o presidente deve promover mudanças na equipe, enquanto 30% defenderam a manutenção dos atuais ministros e 12% não souberam opinar.

Quando perguntados sobre o impacto dessas possíveis alterações, 51% acreditam que trocas na equipe podem melhorar o governo, ao passo que 29% consideram que não haveria diferença significativa, e 20% não souberam responder.

Entre as prioridades para uma eventual reforma, a melhoria na articulação política foi apontada como a mais urgente, mencionada por 34% dos entrevistados. Em seguida, aparecem a busca por maior eficiência na gestão pública (28%) e a substituição de ministros com altos índices de rejeição (22%).

O presidente Lula deu início a sua reforma ministerial na última semana. Nísia Trindade deixou o comando do Ministério da Saúde, sendo substituída por Alexandre Padilha, que, por sua vez, abriu espaço para Gleisi Hoffmann assumir a Secretaria de Relações Institucionais.

O Brasil caiu seis posições no ranking global de democracia (Democracy Index) de 2024, elaborado pela empresa de inteligência da The Economist, ficando agora no 57º lugar.

No capítulo dedicado ao Brasil, intitulado 'democracia brasileira em risco', o estudo afirma que a polarização política aumentou na última década e gerenciar o impacto das plataformas de mídia social na democracia brasileira tem sido problemático, o que levou a Suprema Corte a "passar do limite".

O documento diz que a questão chegou ao auge em agosto de 2024, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) ordenou o bloqueio à empresa de mídia social X porque representava uma "ameaça direta à integridade do processo democrático" antes das eleições locais nacionais de outubro de 2024.

"Restringir o acesso a uma grande plataforma de mídia social dessa forma por várias semanas não tem paralelo entre países democráticos. A censura de um grupo de usuários ultrapassou os limites do que pode ser considerado restrições razoáveis à liberdade de expressão, especialmente no meio de uma campanha eleitoral", argumenta o texto. E acrescenta: "Tornar certos discursos ilegais, com base em definições vagas, é um exemplo de politização do judiciário".

Na sequência, a The Economist cita um levantamento do Latinobarómetro de 2023 sobre liberdade de expressão que apontou que 64% dos brasileiros afirmaram que ela "é mal garantida ou não é garantida", porcentual que estaria acima da média regional de 45%.

Além disso, 62% dos brasileiros dizem que não expressam suas opiniões sobre os problemas que o País enfrenta, ficando atrás apenas de El Salvador e bem acima da média regional de 44%.

A pontuação do Brasil, segundo a pesquisa, também foi afetada negativamente por novos detalhes da "suposta tentativa de golpe" em 2022 contra o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e membros do STF, que teria sido organizado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e membros do alto escalão das Forças Armadas, que negam irregularidades.

"O plano de golpe também sugere que há uma tolerância perturbadora à violência política no Brasil que está ausente em democracias mais consolidadas", afirma a pesquisa.

O ranking de democracia da The Economist é liderado pela Noruega, seguido pela Nova Zelândia e Suécia. Coreia do Norte, Mianmar e Afeganistão ocupam as três ultimas posições, de uma lista de 167 países.

O procurador Carlos Alberto de Souza Almeida, que atua junto ao Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM), foi condenado a devolver R$ 4,5 milhões que recebeu em salários retroativos e indenização.

O Estadão busca contato com o procurador.

O valor engloba vencimentos referentes ao período em que aguardou ser convocado no concurso público (1999-2005) e uma indenização por dano moral pela "nomeação tardia".

O montante a ser restituído aos cofres públicos pode chegar a R$ 7 milhões considerando juros e correção monetária. Como a decisão foi tomada na primeira instância, ele pode recorrer.

Carlos Aberto só foi classificado depois de conseguir anular judicialmente questões da prova, o que ocorreu em dezembro de 2005, seis anos após o concurso. Em um dos ofícios no processo, ele chegou a renunciar "a quaisquer efeitos pecuniários que lhe possam atribuir a sentença".

Em 2018, quando já estava no cargo, o procurador deu entrada em um processo administrativo para receber "vencimentos e outras parcelas remuneratórias conexas, não percebidas no período de 17/06/1999 a 30/12/2005", além da indenização por dano material.

O pedido foi aprovado pelo Tribunal de Contas do Amazonas e as parcelas foram depositadas entre outubro de 2018 e outubro de 2019.

A juíza Etelvina Lobo Braga, da Vara da Fazenda Pública de Manaus, afirma na sentença que o procurador "agiu de forma temerária e com prática duvidosa, quando postulou direitos aos quais ele mesmo já havia expressamente renunciado".

A decisão afirma ainda que a ordem de pagamento do Tribunal de Contas é "flagrantemente indevida".

"A nomeação e posse decorrente de ordem judicial, bem como ulterior exercício no cargo de Procurador de Contas, do requerido Carlos Alberto de Souza Almeida, não se deram de forma tardia, mas sim por ordem judicial, que não deveria gerar direito à indenização, razão pela qual houve equívoco e ilegalidade da Corte de Contas, que não atentou, também, à renúncia expressa firmada nos autos pelo candidato", diz a sentença.