Suécia e Canadá anunciam retomada de financiamento para agência humanitária da ONU em Gaza

Internacional
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O Canadá e a Suécia anunciaram, respectivamente, na sexta-feira, 8, e no sábado, 9, que retomaram o financiamento à UNRWA, a Agência da ONU de Assistência e Obras para os Refugiados da Palestina. A decisão foi descrita como um "grave erro" pelo governo de Israel, que acusa a agência de empregar terroristas do Hamas na Faixa de Gaza.

 

Os dois países estavam entre uma dezena de nações que suspenderam os pagamentos à organização humanitária após Israel ter acusado, em janeiro, de que 12 funcionários dos 13 mil que trabalham para a agência em Gaza se envolveram nos ataques de 7 de outubro, liderados pelo grupo terrorista Hamas contra Israel.

 

Em comunicado, o governo da Suécia anunciou que iria desembolsar um primeiro pagamento condicional de cerca de US$ 20 milhões e afirmou que a UNRWA concordou em permitir auditorias independentes e em reforçar a supervisão interna. "Nesta situação urgente, quando a necessidade é tão grande entre a população civil, é antes de tudo importante salvar vidas", disse a nota.

 

Já as autoridades canadenses disseram que receberam um relatório provisório do escritório interno da ONU que investiga as acusações e que a agência tomou medidas imediatas para melhorar a responsabilização. Também afirmaram que a UNRWA desempenha um "papel vital" na prestação de assistência humanitária aos 2,2 milhões de civis de Gaza e que outras organizações dependem da experiência e da infraestrutura de longa data da agência.

 

Tensões acirradas

 

O Ministério de Relações Exteriores de Israel afirmou em comunicado que foi "um grave erro" os dois países retomarem o financiamento da agência da ONU. "Constitui consentimento tácito e incentivo por parte dos governos do Canadá e da Suécia para continuarem a ignorar o envolvimento de funcionários da UNRWA em atividades terroristas", afirmou o comunicado.

 

Ambos os países "seguem ignorando o envolvimento de empregados da UNRWA em atividades terroristas", afirmou Lior Haiat, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores israelense, na rede social X. "A retomada do financiamento da UNRWA não mudará o fato de que essa organização é parte do problema e não será parte da solução na Faixa de Gaza", acrescentou.

 

As tensões entre Israel e a UNRWA pioraram ainda mais na última semana, quando o Exército israelense acusou a agência de empregar "mais de 450 terroristas" em Gaza. A agência afirmou, por sua vez, que alguns de seus funcionários denunciaram que foram "obrigados a fazer confissões sob tortura" quando foram "interrogados sobre as relações entre a UNRWA e o Hamas e sobre seu envolvimento no ataque de 7 de outubro contra Israel".

 

A UNRWA argumentou que Israel a atacou com uma "campanha deliberada e orquestrada" para minar as suas operações quando os seus serviços são mais necessários. Os avisos de fome generalizada tornaram-se mais urgentes e os sinais de desespero estão aumentando à medida que as pessoas recorrem ao consumo de ração animal ou ao ataque a caminhões de ajuda humanitária.

 

A União Europeia, um dos maiores doadores da UNRWA, anunciou na semana passada que estava aumentando substancialmente os fundos para a agência, dizendo que os palestinos enfrentavam condições terríveis e não deveriam ser obrigados a pagar pelos crimes do grupo terrorista Hamas. A primeira parcela de 50 milhões de euros estava programada para ser desembolsada esta semana.

 

Os Estados Unidos disseram que esperariam pelos resultados das investigações da ONU antes de decidir se retomariam as doações. O país é o maior doador individual da agência, tendo prometido US$ 344 milhões em 2022.

 

O diretor da agência, Philippe Lazzarini, afirmou no sábado em uma entrevista à rede suíça RTS que está "prudentemente otimista" sobre a possibilidade de que um "certo número de doadores" volte a financiar a organização nas próximas semanas. (Com agências internacionais).

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu cinco dias para a Procuradoria-Geral da República (PGR) dizer se concorda ou não com o pedido do ex-presidente Fernando Collor de Mello para cumprir pena em prisão domiciliar.

Moraes vai aguardar o parecer do procurador-geral da República, Paulo Gonet, antes de tomar uma decisão.

A defesa do ex-presidente pediu prisão domiciliar humanitária alegando que ele enfrenta problemas de saúde graves.

Os advogados Marcelo Bessa e Thiago Fleury afirmam que, aos 75 anos, Collor tem "comorbidades graves" e faz uso de medicamentos contínuos. Ao ser ouvido na audiência de custódia, no entanto, o ex-presidente negou ter problemas de saúde ou tomar remédios.

Moraes exigiu histórico médico, prontuários, laudos e exames que comprovem as comorbidades. Os documentos foram entregues pela defesa.

O ex-presidente foi preso para cumprir a condenação de 8 anos e 6 meses em um processo da Operação Lava Jato. Ele está detido no Presídio Baldomero Cavalcanti de Oliveira, em Maceió.

Moraes também pediu que a direção do presídio informe se tem condições de oferecer o atendimento médico necessário ao ex-presidente.

"Mulher branca, bonita e rica." É assim que se autodescreve a vereadora de São Paulo Cris Monteiro (Novo), de 63 anos, reeleita para mais um mandato no ano passado. Cris se envolveu em uma discussão nesta terça-feira, 29, ao proferir a frase citada anteriormente e dizer que uma pessoa com tais características "incomoda".

A declaração, dirigida a sindicalistas que acompanhavam a votação do reajuste dos servidores municipais, provocou forte reação da plateia e de parlamentares, e resultou em uma representação movida pela vereadora Luana Alves (PSOL) à Corregedoria da Casa.

Entre as três características atribuídas por Cris Monteiro a si mesma, uma pode ser comprovada por números: segundo declarou à Justiça Eleitoral ano passado, a vereadora possui mais de R$ 16 milhões em patrimônio, valor que segue mais ou menos inalterado desde a primeira eleição em que concorreu, em 2018. Candidata a deputada estadual por São Paulo, ela obteve 23.394 votos e ficou como suplente.

Nas eleições municipais de 2020, foi eleita para seu primeiro mandato na Câmara, com 18.085 votos, e no ano passado reeleita com quase o triplo da votação, 56.904.

Atualmente, a líder do partido Novo na Câmara possui entre seus bens uma casa em São Sebastião, litoral de São Paulo, de mais de R$ 1,5 milhão, um apartamento na capital paulista, fundos de investimento, ações no exterior, entre outros.

Segundo a autobiografia da vereadora, natural do Rio de Janeiro, ela nasceu em um bairro pobre e é filha de um taxista e de uma empregada doméstica, mas que ascendeu socialmente graças à educação. Formada em ciências contábeis, Cris conta que começou a trabalhar como recepcionista e depois conseguiu um emprego como bancária, quando também começou os estudos no nível superior.

Antes de entrar na política, a vereadora fez carreira no mercado financeiro, ocupando cargos de diretora de auditoria e compliance em bancos estrangeiros como JPMorgan, Goldman Sachs e Bank of America.

Ainda quando criança, Cris desenvolveu alopecia areata, condição que a fez perder o cabelo e hoje a vereadora usa peruca. Segundo ela, a doença autoimune fez com que sofresse bullying por não ter cabelo, o que a fez se afastar de outras crianças e se dedicar mais aos estudos, por influência do pai.

Entenda o caso

O caso ocorreu nesta terça-feira, 29, quando, na tribuna da Câmara, Cris Monteiro dirigiu-se a sindicalistas que acompanhavam a votação do reajuste dos servidores municipais e provocou forte reação da plateia e de parlamentares.

Durante o discurso, Cris repreendeu a vereadora Luana Alves (PSOL) que tentava confrontá-la, e disse: "Por favor, Luana, calada. Pode me devolver o tempo. Eu escutei todos vocês calada. (...) Agora, quando vem uma mulher branca aqui, falar a verdade para vocês, vocês ficam todos nervosos. Porque uma mulher branca, bonita e rica incomoda muito vocês". Em coro, servidores que acompanhavam a sessão das galerias gritaram "racista" após a declaração da vereadora do Novo.

Luana acionou nesta quarta-feira, 30, a Corregedoria da Câmara Municipal de São Paulo contra Cris, alegando que a conduta da colega configurou um ato de racismo e quebra de decoro parlamentar.

Em nota, Cris afirmou que "em nenhum momento teve a intenção de ofender qualquer pessoa" e que "sempre pautou sua atuação pelo respeito aos colegas parlamentares e à população de São Paulo".

Em 2021, a vereadora se envolveu em outra polêmica, em um episódio de agressão com a então vereadora Janaína Lima, à época também filiada ao Novo. A briga ocorreu no banheiro ao lado do plenário, durante a votação da reforma da Previdência.

Na ocasião, ambas pediram a cassação do mandato das outras na Corregedoria da Câmara Municipal - visto como desproporcional pelo relator - e registraram um boletim de ocorrência. Um relatório recomendando a suspensão das funções legislativas de ambas - Janaína e Cris - foi publicado pela Corregedoria em dezembro de 2022, mas a ação disciplinar não avançou.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), posicionou-se contrário à camisa de cor vermelha como uniforme da seleção brasileira, diante da possível mudança que causou reações entre políticos. Em rede social, Motta publicou nesta terça-feira, 29, uma foto vestindo o uniforme de número 2, azul, reforçando sua preferência pela cor.

A polêmica envolvendo a cor da camisa da seleção começou quando o site inglês Footy Headlines, especializado em camisas de clubes de futebol, publicou que o segundo uniforme da seleção brasileira na Copa de 2026 seria da cor vermelha.

A mudança foi criticada por parlamentares ligados à oposição, pela associação da cor vermelha ao PT, partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e à esquerda.

O deputado Zé Trovão (PL-SC) apresentou um projeto de lei (PL) na terça-feira para impedir a seleção brasileira de utilizar um uniforme vermelho. O parlamentar está entre os políticos que se manifestaram publicamente contra a possibilidade. A cor está associada a partidos e correntes de esquerda. O PL visa tornar obrigatório a utilização das cores oficiais da Bandeira Nacional (verde, amarelo, azul e branco).

Caso levou a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) a se manifestar na noite da terça-feira, para afirmar que a cor do uniforme de número 2 ainda não foi definida.