Hezbollah lança 100 foguetes contra norte de Israel; ajuda humanitária por mar é enviada a Gaza

Internacional
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A ala armada do grupo radical xiita Hezbollah lançou mais de 100 foguetes contra o norte de Israel nesta terça-feira, 12. Segundo o Exército israelense, o ataque foi um dos maiores dos últimos meses contra a região da Alta Galileia, na fronteira com o Líbano. Não ficou imediatamente claro quantos dos foguetes caíram ou foram interceptados pelas defesas aéreas israelenses, nem se houve vítimas.

 

Em comunicado, o Hezbollah disse que o ataque de nesta terça era uma resposta aos ataques militares israelenses na segunda-feira no Vale de Bekaa, no Líbano, e uma demonstração de apoio aos palestinos na Faixa de Gaza . Caças israelenses retaliaram com bombardeios a vários locais ligados ao Hezbollah no Líbano. Dois ataques aéreos israelenses nos arredores da cidade de Baalbeck destruíram um armazém e mataram pelo menos uma pessoa e feriram oito.

 

Em paralelo, um navio de ajuda humanitária, carregado com mais de 200 toneladas de comida, começou a navegar em direção a Gaza nesta terça-feira, em um programa piloto para abertura de um corredor marítimo para o território. A embarcação partiu do Chipre e deverá chegar ao enclave entre dois a três dias.

 

Tensão crescente

 

Desde 7 de outubro, o Hezbollah tem disparado foguetes contra o norte de Israel quase que diariamente. O exército israelense responde regularmente com ataques contra alvos ligados ao Hezbollah dentro do Líbano.

 

Tanto o Hezbollah quanto o Hamas são apoiados pelo Irã, e os confrontos ao longo da fronteira de Israel com o Líbano levantaram preocupações de que a guerra em Gaza poderia se transformar em um conflito regional mais amplo.

 

A violência deslocou cerca de 80 mil israelenses de áreas próximas à fronteira com o Líbano; um número semelhante de libaneses fugiu de suas casas do outro lado.

 

Os líderes israelenses afirmaram que há apenas duas opções para restaurar a calma no conflito com o Hezbollah: um acordo diplomático que afaste as forças do grupo militante da fronteira ou, caso contrário, uma grande ofensiva militar com o mesmo objetivo.

 

O Hezbollah é um dos principais aliados do Hamas, cujos ataques a Israel em 7 de outubro levaram à guerra em Gaza. Ainda nesta terça-feira, o grupo xiita disse que seu líder, Hassan Nasrallah, se reuniu com autoridades do Hamas para discutir as negociações em andamento para alcançar um cessar-fogo em Gaza.

 

Os Estados Unidos, o Egito e o Qatar estavam se esforçando para intermediar uma trégua entre Israel e o Hamas antes do início do Ramadã, o mês sagrado muçulmano, na segunda-feira, mas as negociações foram interrompidas.

 

Ajuda humanitária

 

A comida foi arrecadada pelo World Central Kitchen, uma instituição de caridade criada pelo chef José Andrés, que informou, na semana passada, que sua organização estava construindo um cais em Gaza, em um local não revelado, para receber o navio. O grupo tem 60 cozinhas no enclave para distribuir ajuda, segundo Andrés. O transporte, por sua vez, está sendo feito pela ONG da Espanha Open Arms.

 

A rota marítima planejada tem o apoio da União Europeia, dos Estados Unidos, dos Emirados Árabes Unidos e outros países. Os Estados Unidos também lançaram entregas aéreas de ajuda humanitária nos outros dias, mas tais esforços têm sido caros e improváveis de atender a demanda necessária.

 

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, considerou a saída do primeiro navio um "sinal de esperança". "Vamos trabalhar duro para garantir que muitos outros navios sigam o exemplo", afirmou na rede social X.

 

Em paralelo, os Estados Unidos anunciaram planos para construir um porto marítima perto de Gaza, mas deverá levar diversas semanas até que o projeto se torne operacional. Um navio militar americano partiu no sábado, 9, carregado de equipamentos para a construção do cais.

 

Grupos de ajuda humanitária têm descrito ser quase impossível entregar ajuda humanitária em Gaza devido às restrições de Israel, à hostilidade em curso e à falta de ordem da lei depois que a polícia do Hamas desapareceu das ruas. O país de Binyamin Netanyahu disse que não limitou a entrada de ajuda humanitária, mas as organizações relatam que nem sempre conseguem distribuir o que chega por questões de segurança e de logística.

 

Assim que se aproximar de Gaza, dois navios menores rebocarão o navio até o cais que está sendo construído. Israel disse que apoia os esforços de entrega de ajuda pelo mar e que irá inspecionar toda a carga antes de entrar no enclave. (Com agências internacionais).

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O advogado da plataforma de vídeos Rumble e da Trump Media Group, Martin de Luca, classificou a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes como "censura" e afirmou que a empresa não tomou nenhuma ação sobre as decisões do magistrado.

"É particularmente agravante quando sabemos que a ordem judicial é para censurar contas dentro dos Estados Unidos, de um residente americano, um residente político brasileiro, que mantém contas bancárias dentro dos Estados Unidos. E a ordem também pede para parar o fluxo de fundo e monetização das contas para esse residente político", afirmou Luca em entrevista à CNN.

"O mandado do ministro Alexandre de Moraes está solicitando que uma empresa americana bloqueie fundos dentro dos Estados Unidos, para um residente dos Estados Unidos e bloqueie as contas globalmente de um residente americano", disse. O advogado afirmou que não sabe se a empresa irá recorrer da decisão do bloqueio.

O ministro determinou na última sexta-feira, 21, a suspensão do funcionamento da rede social Rumble no Brasil por descumprir a determinação judicial que exigia da empresa a indicação de um representante legal no Brasil, o que não ocorreu. O bloqueio é por tempo indeterminado, até o cumprimento da ordem judicial e o pagamento de multas.

Luca afirmou ainda que a empresa ainda não tomou nenhuma ação a respeito da medida e negou que a Rumble devesse indicar um representante no Brasil por não ter operações no País, sob o argumento de que não é um modelo viável para a atuação das empresas na era digital.

"Não é um mecanismo no qual, na era digital, as empresas podem operar, você não pode contratar um representante legal em 193 países do mundo simplesmente porque seu conteúdo se espalha pelo mundo", afirmou Luca.

Sem a atuação de advogados no caso, o ministro Alexandre de Moraes determinou que a empresa indicasse representantes no Brasil dentro de 48 horas. "O ordenamento jurídico brasileiro prevê a necessidade de que as empresas que administram serviços de internet no Brasil tenham sede no território nacional, bem como atendam às decisões judiciais que determinam a retirada de conteúdo ilícito gerado por terceiros", destacou Moraes em despacho.

CEO da Rumble desafiou Moraes nas redes sociais

O CEO da plataforma de vídeos Rumble, Chris Pavlovski, desafiou Moraes através do X (antigo Twitter). Pavlovski mencionou o ministro em uma publicação na última quarta-feira, 19, dizendo que não cumpriria as ordens legais de Moraes.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou a responder a postagem na rede social dizendo que "o mundo precisa ser livre". Pavlovski voltou a provocar o ministro do STF no dia seguinte, afirmando que recebeu "mais uma ordem ilegal e sigilosa" de Moraes e que ele não tem autoridade sobre a Rumble nos Estados Unidos. "Repito - nos vemos no tribunal", escreveu o CEO.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou o início dos pagamentos do programa Pé-de-Meia e confirmou a gratuidade dos 41 medicamentos do Farmácia Popular, durante pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão, nesta segunda-feira, 24. As falas ocorrem em meio à queda na popularidade do petista, que atingiu o pior índice dos seus três mandatos na Presidência. A aprovação do governo Lula chegou a 24%, segundo o último levantamento do Datafolha.

Lula destacou que os pagamentos do programa Pé-de-Meia começam a ser feitos nesta terça-feira, 25. O benefício, no valor de R$ 1.000, será pago a estudantes que concluíram o ensino médio e atenderam aos critérios do programa. O presidente afirmou que mais de 90% dos jovens participantes passaram de ano e que a iniciativa já atende mais de 4 milhões de alunos em todo o País.

O programa prevê o pagamento mensal de R$ 200 aos estudantes que frequentam as aulas regularmente, podendo chegar a um total de R$ 9.200 para aqueles que concluírem o ciclo escolar e realizarem o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Além disso, Lula anunciou a criação do Pé-de-Meia Licenciatura, um incentivo para estudantes que tiveram bom desempenho no Enem e desejam seguir a carreira de professor.

Outro ponto abordado no pronunciamento foi a ampliação da gratuidade do Farmácia Popular. A partir de agora, todos os 41 medicamentos oferecidos pelo programa serão distribuídos gratuitamente. O presidente destacou que a medida beneficiará especialmente pacientes com doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e asma. Além dos medicamentos, o programa também passa a ofertar fraldas geriátricas de forma gratuita.

"Depois de dois anos de reconstrução de um país que estava destruído, estamos trabalhando muito para trazer prosperidade para todo o Brasil, principalmente para quem mais precisa", afirmou o presidente.

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta segunda-feira, 24, que não tem motivos para ser impedido de participar do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no inquérito do golpe.

A defesa do ex-presidente informou que vai pedir o impedimento dele. O requerimento terá como base uma queixa-crime movida por Dino contra Bolsonaro em 2021.

"Em relação a mim, não há nenhum desconforto, nenhum incômodo, nada desse tipo", disse o ministro a jornalistas antes de uma palestra na PUC de São Paulo.

"O Supremo é composto por 11 ministros. Todos chegaram lá do mesmo modo. Todos os ministros foram escolhidos por presidentes da República e aprovados no Senado. Existem ministros indicados por cinco presidentes da República diferentes", acrescentou.

Flávio Dino afirmou ainda que o julgamento "vai se dar de acordo com as regras do jogo previstas na lei e no regimento interno, com isenção e com respeito à ampla defesa".

A expectativa é que a votação sobre o recebimento da denúncia ocorra na Primeira Turma do STF, o que também contraria a defesa de Bolsonaro. O ex-presidente quer ser julgado no plenário. Hoje, pelas regras internas do Supremo, as duas turmas da Corte são responsáveis pelos julgamentos de casos criminais.

"Todos os outros casos criminais estão sendo julgados nas turmas. Isso já vem de alguns anos. Então, para haver uma mudança nisso, seria preciso rever o regimento interno", declarou. "Pode mudar de novo? Pode. Mas isso depende da presidência. E os advogados podem fazer os pedidos que entenderem necessários."

Relator dos processos sobre a distribuição de emendas, que pressionam o Congresso para dar mais transparência aos repasses, Flávio Dino disse que espera avançar em um consenso na reunião prevista nesta semana.

"O que é importante é compreender que existe um sentido de cumprimento da Constituição. E a minha expectativa é positiva, no sentido de que novos passos serão dados, o que não significa que os processos vão ser finalizados."

Mais cedo, o ministro esteve na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). Durante a palestra aos calouros do Largo do São Francisco, rebateu as críticas por decisões "ativistas". "Nenhum ministro do Supremo foi visto de toga ou sem ela, de capa ou sem ela, correndo na Praça dos Três Poderes atrás de processos", disparou Dino.

O ministro defendeu que o volume de direitos previstos na Constituição de 1988 e de políticas públicas constitucionalizadas, somado ao rol de atores legitimados a acionar o STF, abre caminho para a intervenção do tribunal em diferentes assuntos sociais, políticos e econômicos.

"Os tempos são outros, e obrigaram a que o STF, esse terceiro poder, outrora desconhecido, se tornasse de algum modo partícipe da vida das pessoas, e isto não é derivado de uma deformação moral, ou de uma opção individual dos atuais jogadores do Supremo", disse aos calouros.

O ministro afirmou também que, quando é acionado, o STF não poder se omitir, caso contrário se tornará uma instituição "acovardada, omissa, prevaricadora".

Dino adereçou, por exemplo, a decisão em que ele determinou que o município de São Paulo retomasse a cobrança de serviços cemiteriais e funerários em valores anteriores à concessão dessas atividades à iniciativa privada.

"Eu só posso falar nos autos ou em palestra, então me perdoem o desabafo. O que é mais fundamental do que o direito de uma família conseguir sepultar com dignidade o seu ente querido, sem ser submetido a uma situação de vexame? O que pode ser mais fundamental do que isto?"