Por que Taiwan está tão exposta a terremotos e tão bem preparada para resistir a eles?

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Taiwan foi atingida nesta quarta-feira, 3, por seu terremoto mais forte em 25 anos. Pelo menos nove pessoas morreram e 900 ficaram feridas. Edifícios e rodovias foram danificados e o serviço de trens foi interrompido.

 

Mas para o tamanho do terremoto, 7.4 na escala Richter, que vai até 10, o número de vítimas é considerado baixo - ainda mais em uma ilha com 23 milhões de pessoas e uma altíssima concentração de prédios altos e com muitos moradores.

 

Terremotos não são uma novidade em Taiwan: a ilha é atingida por dezenas de tremores por ano. A maioria não passa de 5 graus na escala Richter, mas uma dezena deles chega a 6 ou 7.

 

Mas seu impacto sobre os 23 milhões de habitantes da ilha tem sido relativamente contido graças à sua excelente preparação para terremotos, segundo especialistas.

 

Por que tantos tremores?

 

Muitos terremotos letais atingiram Taiwan no século passado. A ilha está localizada em várias falhas ativas, que estão associadas à atividade sísmica. Taiwan fica ao longo do "Anel de Fogo" do Pacífico, a linha de falhas sísmicas que circunda o Oceano Pacífico, onde ocorre a maioria dos terremotos do mundo.

 

A área é particularmente vulnerável a tremores devido à tensão acumulada pelas interações de duas placas tectônicas, a placa do mar das Filipinas e a placa da Eurásia, que podem levar a liberações repentinas na forma de terremotos.

 

A paisagem montanhosa da região pode ampliar o tremor do solo, levando a deslizamentos de terra. Vários desses deslizamentos de terra ocorreram na costa leste de Taiwan, perto do epicentro do terremoto de quarta-feira, próximo ao leste do condado de Hualien, quando os detritos caídos atingiram túneis e rodovias, esmagando veículos e causando várias mortes.

 

Por que Taiwan é tão bem preparada para lidar com terremotos?

 

Taiwan melhorou seu nível de preparação ao longo de décadas sofrendo com terremotos destrutivos. Desde a década de 1980, o país aprimorou seu sistema de alerta precoce - para avisar a população sobre terremotos.

 

Mas depois de dois terremotos marcantes o país revisou suas leis de construção para evitar tragédias. Um terremoto de magnitude 7,6 na região central de Taiwan matou quase 2.500 pessoas em setembro de 1999. O terremoto, que atingiu cerca de 90 milhas ao sul-sudoeste de Taipei, foi o segundo mais letal da história da ilha. Mais de 10.000 pessoas ficaram feridas e mais de 100.000 casas foram destruídas ou danificadas.

 

O país fez então uma longa revisão de seus códigos de construção e de fiscalização, exigindo que os proprietários de estruturas vulneráveis instalassem reforços, e obrigando novas edificações a ter um rígido sistema de segurança contra tremores. Taiwan criou uma equipe urbana de busca e resgate e abriu vários centros de operações médicas de emergência.

 

Em 2016, um terremoto de magnitude 6,4 causou o desabamento de um complexo de apartamentos de 17 andares no sudoeste de Taiwan, matando pelo menos 114 pessoas. O governo então ordenou uma onda de inspeções de construções, que tem que ser realizadas a cada dois anos, para evitar tragédias.

 

O terremoto de quarta-feira foi de 7,2 graus, de acordo com a agência de monitoramento de terremotos de Taiwan, enquanto o U.S. Geological Survey (Serviço Geológico dos EUA) o avaliou em 7,4 graus. O terremoto danificou vários edifícios em Hualien, mas causou apenas pequenas perdas na capital Taipei, apesar de ter sido fortemente sentido lá.

 

O terremoto ocorreu no meio do horário de pico da manhã, mas atrapalhou apenas um pouco o deslocamento regular. Poucos minutos depois, os pais estavam novamente levando seus filhos para a escola e os trabalhadores dirigindo para os escritórios.

 

"A preparação de Taiwan para terremotos está entre as mais avançadas do mundo", disse à Associated Press Stephen Gao, sismólogo e professor da Universidade de Ciência e Tecnologia do Missouri. "A ilha implementou códigos de construção rigorosos, uma rede sismológica de classe mundial e campanhas de educação pública generalizada sobre segurança contra terremotos."

 

O governo revisa continuamente o nível de resistência a terremotos exigido de edifícios novos e existentes - o que pode aumentar os custos de construção - e oferece subsídios aos residentes dispostos a verificar a resistência a terremotos de seus edifícios.

 

Após um terremoto em 2016 em Tainan, na costa sudoeste da ilha, cinco pessoas envolvidas na construção de um prédio de apartamentos de 17 andares, que foi a única grande estrutura que desabou, matando dezenas de pessoas, foram consideradas culpadas de negligência e condenadas à prisão.

 

Taiwan também está promovendo simulações de terremotos em escolas e locais de trabalho, enquanto a mídia pública e os telefones celulares divulgam regularmente avisos sobre terremotos e segurança.

 

"Essas medidas aumentaram significativamente a resistência de Taiwan a terremotos, ajudando a mitigar o potencial de danos catastróficos e perda de vidas", disse Gao.

 

Convivendo com terremotos

 

Taiwan e as águas marítimas circundantes registraram cerca de 2.000 terremotos com magnitude de 4,0 ou mais desde 1980 e mais de 100 terremotos com magnitude acima de 5,5, de acordo com o USGS.

 

O pior terremoto da ilha nos últimos anos ocorreu em 21 de setembro de 1999, com magnitude de 7,7. Ele causou 2.400 mortes, feriu cerca de 100.000 pessoas e destruiu milhares de edifícios.

 

O último terremoto letal que atingiu o condado de Hualien ocorreu em 2018, derrubando um hotel histórico e outros edifícios.

 

"Infelizmente, esse alto nível de atividade sísmica continuará por milhões de anos", disse Gao. "Isso ressalta a importância da preparação e da resiliência diante dos riscos sísmicos contínuos." (Com agências internacionais).

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O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), anunciou e empossou os novos secretários executivos e presidentes das empresas públicas da cidade para o seu próximo mandato. O anúncio foi feito durante a primeira reunião com o seu novo secretariado no Palácio do Anhangabaú, nesta quinta-feira, 2.

A Secretaria Executiva de Entregas Prioritárias será comandada por Cibele Molina. Já a secretária executiva de Mananciais, Maria Teresa Fedeli, será mantida no cargo.

Na seara das agências, a Agência Reguladora dos Serviços Públicos (SP Regula), focada no plano municipal de desestatização, continuará com o diretor atual, o advogado e ex-secretário de Cultura de São Caetano, João Manoel da Costa Neto. O mesmo ocorre com a Agência de Desenvolvimento (ADE Sampa) que permanecerá sob comando do publicitário Renan Vieira.

Em relação às empresas públicas, a nova diretora-presidente da SP Negócios, órgão responsável por investimentos e exportações do município, é Alessandra Andrade. O novo presidente da Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação (Prodam) é Alexandre Modozeni, ex-secretário de Subprefeituras de São Paulo.

Já o novo presidente da Companhia Metropolitana de Habitação (Cohab) será Diogo Soares. O presidente da São Paulo Turismo (SPTuris) é Gustavo Pires. E o da SP Cine é Lyara Oliveira.

A São Paulo Obras (SP Obras), ligada à Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras, continuará sob a gestão de Marco Alessio Antunes. A São Paulo Parcerias (SP Parcerias), ligada à Secretaria de Governo, ficará sob o comando de Paulo Galli. E a SP Urbanismo, ligada à Secretaria de Urbanismo e Licenciatura, será comandada por Pedro Fernandes.

O atual adido da Polícia Federal na Embaixada do Brasil em Londres, William Murad, foi designado para assumir novo cargo, o de diretor-executivo da PF. O ato do Ministério da Justiça com a designação da função está publicado no Diário Oficial da União desta quinta-feira, 2.

Murad irá substituir o atual diretor-executivo Gustavo Paulo Leite de Souza, que está sendo dispensado da função, conforme despacho também publicado no DOU desta quinta.

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) se emocionou ao discursar no ato realizado no Theatro Municipal que marcou o início de seu segundo mandato à frente da Prefeitura de São Paulo. Após empossar 29 secretários e secretários-executivos, entre nomes novos e reconduzidos, Nunes relembrou como foi crescer na periferia da Zona Sul e pediu aos auxiliares que tenham humanidade no dia a dia para ajudar quem mais precisa. A cerimônia marcou a posse formal do próprio prefeito, dos vereadores e secretários e ocorreu após o evento da Câmara Municipal.

"O coração desse prefeito tem um endereço e esse endereço é a periferia de São Paulo. Quanto mais a gente faz pela periferia, mais a gente faz pela cidade inteira", disse Nunes, que cresceu no Parque Santo Antônio, no extremo-sul, mas atualmente mora em Interlagos. Ao falar sobre a importância do Executivo estar próximo da população, ele parafraseou Milton Nascimento: "A Prefeitura tem que estar onde o povo está", acrescentou o chefe do Executivo.

Em linha com o discurso do prefeito, que teve como um dos lemas na campanha ser "cria da periferia", a abertura da solenidade ficou por conta orquestra sinfônica Heliópolis, com repertório que trouxe canções de Chico Buarque e Adoniran Barbosa, como "Saudosa Maloca" e "Trem das Onze".

A cerimônia foi marcada pela ausência de padrinhos e caciques políticos que apoiaram o prefeito. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), de férias no exterior, enviou um vídeo em que reafirma a parceria com Nunes, enquanto Jair Bolsonaro (PL) ligou para o prefeito enquanto o mandatário se deslocava do Legislativo para o Theatro Municipal.

O ex-presidente Michel Temer (MDB) chegou a ter uma cadeira reservada pelo cerimonial, mas também não compareceu. Por outro lado, Nunes citou nominalmente os presidentes do PSD, Gilberto Kassab, e do Podemos, Renata Abreu.

Um vídeo exibido mencionou que Nunes chegou à Prefeitura como vice de Bruno Covas, ex-prefeito morto em 2021, e citou o passado do prefeito como militante do MDB e sua atuação pela abertura democrática nos anos 1980. O prefeito saudou Tomás Covas, filho de Bruno, a quem chamou de "meu querido filhinho, irmãozinho". "Tenho certeza que seu paizão está aqui junto com a gente", disse Nunes. Tomás segue como coordenador de Políticas para a Juventude.

Entre os secretários nomeados estão três ex-prefeitos: Orlando Morando, de São Bernardo do Campo, assumiu a pasta de Segurança Urbana; Rogério Lins (Podemos), de Osasco, é o novo secretário de Esporte; e Rodrigo Ashiuchi (PL), de Suzano, comandará a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente. Ao tomar posse, ele prestou continência para o vice-prefeito, Ricardo de Mello Araújo (PL).

A nomeação de ex-mandatários era uma prática comum de João Doria, que largou a Prefeitura para se candidatar a governador. Auxiliares de Nunes, porém, negam que ele tenha a pretensão de fazer o mesmo e dizem que os ex-prefeitos foram escolhidos por terem experiência administrativa. Conforme apurou o Estadão, outros ex-prefeitos devem ser escolhidos nas próximas semanas para comandar subprefeituras.

O bolsonarismo não teve peso na solenidade, que foi dominada pela militância emedebista. O secretário mais ovacionado foi Totó Parente (MDB), que chega para chefiar a Secretaria de Cultura e Economia Criativa após passagem pelo Ministério do Planejamento. Enrico Misasi (MDB), que assume a Casa Civil, também foi festejado.

Veja os secretários que formam equipe de Nunes no segundo mandato:

1.Edson Aparecido, secretário de Governo

2.Enrico Misasi, secretário de Casa Civil

3.Eunice Prudente, secretária da Justiça

4.Luis Felipe Vidal Arellano, secretário de Fazenda

5.Marcos Monteiro, secretário de Infraestrutura Urbana e Obras

6.Luiz Carlos Zamarco, secretário de Saúde

7.Eliana Gomes, secretária de Assistência e Desenvolvimento Social

8.Celso Caldeira, secretário de Transporte e Mobilidade Urbana

9.Rogério Lins, secretário de Esportes e Lazer

10.Fernando Padula, secretário de Educação

11.Totó Parente, secretário de Cultura

12.Sidney Cruz, secretário de Habitação

13.Rodrigo Ashiuchi, secretária do Verde e Meio Ambiente

14.Rodrigo Goulart, secretário de Desenvolvimento Econômico e Trabalho

15.Orlando Morando, secretário de Segurança Urbana

16.Fabrício Cobra, secretário de Subprefeituras

17.Silvia Greco, secretária da Pessoa com Deficiência

18.Regina Santana, secretária de Direitos Humanos

19.Bete França, secretária de Urbanismo e Licenciamento

20.Milton Vieira, secretário de Inovação e Tecnologia

21.Ângela Gandra, secretária de Relações Internacionais

22.Marcela Arruda, secretária de Gestão

23.Rui Alves, secretário de Turismo

24.Fábio Portela, secretário especial de Comunicação

25.Luciana Nardi, procuradora-Geral do Município

26.Daniel Falcão, controlador-geral do Município

27.José Renato Nalini, secretário-executivo de Mudanças Climáticas

28.Clodoaldo Pelissioni, secretário-executivo de Planejamento e Eficiência

29.Gilmar Pereira, secretário-executivo de Mobilidade e Trânsito