México: candidatos trocam ataques no 1º debate presidencial antes da eleição

Internacional
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

No primeiro debate presidencial do México, no domingo, 7, antes das eleições de 2 de junho, a ex-prefeita da Cidade do México e favorita, Claudia Sheinbaum, parecia confortável com a sua liderança nas pesquisas, permanecendo calma em meio aos ataques pessoais da ex-senadora Xóchitl Gálvez.

 

Jorge Álvarez Máynez, um candidato do partido Movimento Cidadão que está com um dígito nas pesquisas, buscou se apresentar como uma alternativa às outras candidatas, que, segundo ele, representavam a "velha política".

 

As pesquisas mostram que Sheinbaum, do partido Morena, do presidente do atual presidente, Andrés Manuel López Obrador, lidera por mais de 20 pontos sobre Gálvez, que representa uma coalizão de partidos de oposição. Se Sheinbaum ou Gálvez vencerem, vão se tornar a primeira mulher presidente no México, um país com uma reputação de violência baseada no gênero e uma cultura "machista" dominada pelos homens.

 

Sheinbaum enfatizou a sua ligação com o altamente popular López Obrador e prometeu que daria continuidade às suas políticas.

 

"Vamos continuar transformando o México", disse Sheinbaum.

 

Enquanto isso, Gálvez lançou ataques pessoais contra seus concorrentes, inclusive Sheinbaum. "Claudia, mesmo que você negue, você ainda é fria e sem coração. Eu chamaria você de senhora do gelo", disse Gálvez.

 

"Claudia, você não é AMLO. Você não tem o carisma dele", disse ela, usando o apelido do presidente. Sheinbaum não respondeu a vários dos ataques mais contundentes de Gálvez.

 

As menções a López Obrador foram surpreendentemente poucas no debate, embora o líder populista, que não é elegível para a reeleição, tenha grande importância nas próximas eleições.

 

Os candidatos também discutiram o aumento dos níveis de migração para os Estados Unidos, concordando que os migrantes devem ser protegidos e respeitados no seu caminho através do México. Isso contrastou com a abordagem focada na segurança promovida pelo governo dos EUA.

 

Os candidatos falaram pouco sobre os crescentes níveis de violência no México e sobre os assassinatos de candidatos locais, mas espera-se que um debate subsequente se concentre em temas de segurança.

 

Sheinbaum mencionou brevemente a recente invasão da Embaixada do México pela polícia equatoriana na sexta-feira, interrompendo o debate no início para agradecer ao pessoal da embaixada pela sua bravura.

Em outra categoria

A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) foi hospitalizada na última sexta-feira, 21, em Xangai, na China, após passar mal e apresentar um quadro de pressão alta. Ela está sob cuidados médicos no Shanghai East International Medical Center. A informação foi confirmada ao Estadão pelo hospital.

Dilma cancelou sua viagem a Cape Town, na África do Sul, onde participaria de uma reunião com representantes do Brics - grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Desde 2023, a ex-presidente comanda o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB). A nomeação dela ocorreu dentro do sistema de rodízio entre os países membros. Inicialmente, o Brasil ocuparia a presidência da instituição até julho de 2025, mas o governo brasileiro articulou a prorrogação do mandato por mais cinco anos. Atualmente, Dilma reside na China.

O ministro Gilmar Mendes, decano do Supremo Tribunal Federal (STF), avalia que a queda de popularidade do governo Lula pode ser passageira. Para o magistrado, a situação pode ser superada pelo governo.

"Eu acredito que esse quadro de impopularidade é mais uma fotografia do que um filme. É mais a revelação de um dado momento que exige do governo ações", disse o ministro em entrevista à revista Veja, publicada na sexta-feira, 21.

A aprovação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atingiu em fevereiro o pior índice de seus três mandatos, com uma queda de 35% para 24%, segundo o Datafolha.

Entre os motivos, foram apontadas a "crise do Pix" e a alta no preço dos alimentos. Para Gilmar Mendes, além da inflação e da taxa de juros alta, a dificuldade de cortar gastos também tem desagradado a população.

Ele ressaltou, no entanto, que o governo tem mostrado números positivos, como a taxa de crescimento de 3% no ano passado e a queda do desemprego.

O ministro também falou sobre a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 33 pessoas por tentativa de golpe de Estado, frisando que, após a denúncia, a defesa pode se pronunciar sobre as acusações.

Em entrevista ao Estadão neste domingo, Gilmar Mendes descartou a viabilidade de um projeto de anistia para os envolvidos nos atos de 8 de Janeiro, que poderia beneficiar Bolsonaro. Ele afirmou que alguns crimes são "muito próximos do terrorismo" e, por isso, não deveriam ser contemplados por perdões.

"Não vejo condições para que esse debate prossiga na vida jurídica, mas entendo a perspectiva política, a ideia de falar-se em exagero judicial, de tentar minimizar os fatos do 8 de Janeiro. Nós não podemos nunca esquecer esses fatos e seus contextos", disse o decano do Supremo Tribunal Federal.

O advogado Celso Vilardi, que defende o ex-presidente Jair Bolsonaro, disse nesta segunda-feira, 24, que ainda está "tentando"estender o prazo para responder à denuncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Bolsonaro e outras 33 pessoas por tentativa de golpe de Estado. O pedido foi negado pelo relator, Alexandre de Moraes, e o prazo de 15 dias dado na última quarta-feira, 19, permanece válido.

Vilardi falou com jornalistas após se reunir com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso. O encontro foi no gabinete do ministro e durou cerca de 20 minutos. Ao entrar, Barroso disse que "atende as pessoas no geral". "Na medida do possível eu atendo, afirmou.

O advogado também disse que vai pedir a anulação da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-chefe de ordens de Bolsonaro. O depoimento dele é uma das provas que reforçam a denuncia da PGR.

O STF informou que o advogado Celso Vilardi apresentou as razões de petições que ingressará, e Barroso disse que analisará os pedidos.