Hamas indica não ter 40 reféns para trocar com Israel em negociação por cessar-fogo

Internacional
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Um integrante do alto escalão do Hamas disse nesta quarta-feira, 10, que o grupo terrorista não tem 40 reféns vivos que atendam aos critérios do acordo por cessar-fogo que está em negociação. Pela proposta, mulheres, idosos e pessoas doentes seriam entregues a Israel em troca por até 900 prisioneiros palestinos durante uma pausa nos combates de seis semanas.

 

O Hamas, contudo, disse aos negociadores que não teria 40 reféns com essas características, segundo o integrante do grupo terrorista. Israel foi informado, confirmou uma autoridade de Tel-Aviv. Ambos falaram sob condição de anonimato.

 

A alegação do Hamas eleva os temores de que o número de reféns mortos seja maior do que se sabia. Cerca de 240 pessoas foram sequestradas no ataque terrorista de 7 de outubro; mais de 100 foram trocadas por prisioneiros palestinos durante um cessar-fogo, em novembro; dos cerca de 130 que permanecem em Gaza, a inteligência de Israel concluiu que pelo menos 32 morreram em cativeiro.

 

Ainda não está claro se Israel agora vai demandar que homens jovens e soldados sejam incluídos no primeiro grupo de 40 reféns. Pela proposta inicial, eles teriam que esperar.

 

O acordo mediado por Catar, Egito e Estados Unidos é dividido em três etapas. O plano prevê ainda o retorno dos civis deslocados ao Norte da Faixa de Gaza e a entrada de 400 a 500 caminhões de ajuda humanitária por dia, disse uma fonte à AFP.

 

A notícia de que o Hamas não teria os 40 reféns para cumprir com a primeira parte da negociação foi divulgada no momento em que as conversas travaram por discordâncias envolvendo a permanência do cessar-fogo e o retorno dos palestinos deslocados, entre outras questões.

 

Na terça-feira, o Hamas disse que "aprecia" o esforço dos negociadores, mas alegou que Israel não teria respondido aos seus pedidos na negociação, sem dar mais detalhes. O assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, considerou as declarações "pouco animadoras", mas disse que o Catar, um mediador-chave, não recebeu uma resposta definitiva do grupo.

 

O primeiro-ministro de Israel Binyamin Netanyahu, por outro lado, culpa o grupo terrorista pelo impasse. "O Hamas espera que a pressão externa faça com que Israel se submeta a exigências extremas. Isto não acontecerá. Israel está pronto para um acordo. Israel não está pronto para a rendição", declarou no fim de semana. (Com agências internacionais)

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Em uma visita aos barracões das escolas de samba no Rio de Janeiro na sexta-feira, 21, a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, acabou revelando detalhes das alegorias da Portela, a maior vencedora do carnaval carioca, e provocou revolta entre os apoiadores da águia azul e branca. Após a repercussão negativa entre os portelenses, a agremiação saiu em defesa de Janja: "Erros acontecem".

Janja visitou os barracões da Portela e da Beija-Flor de Nilópolis, na zona portuária do Rio, durante viagem à capital no fim da semana passada. A primeira-dama e o secretário executivo do Ministério da Cultura, Márcio Santos foram recebidos pelo presidente da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa), Gabriel David.

"Hoje, junto com o secretário executivo do Ministério da Cultura, @marciotsantos, visitei os barracões da Portela e da Beija-Flor na Cidade do Samba. Só no local são mais de 10 mil pessoas que trabalham diariamente na produção das fantasias e alegorias de diversas escolas que brilham na Sapucaí. São pessoas que alimentam suas famílias o ano inteiro e tem suas vidas transformadas por meio da economia criativa e do amor ao carnaval, essa manifestação cultural tão amada em nosso País", escreveu Janja no Instagram.

Nos stories do Instagram, Janja compartilhou uma visita ao barracão da Portela, revelando detalhes das alegorias da escola de samba. Após a repercussão, as imagens foram apagadas.

Em nota, a Portela disse que o que aconteceu "foi um erro, mas não vai estragar nenhuma surpresa para o Carnaval da Portela".

"Isso foi superalinhado entre a equipe da primeira-dama com a diretoria da Portela em relação à águia, pois as pessoas esperam muito da águia, é o nosso símbolo maior (...) Por ser uma escola muito tradicional, a maior campeã do Carnaval, cria-se todo um efeito e expectativas das pessoas com a água, isso não é nem 1/3 do que a gente vai apresentar no dia do desfile. Foi mais um descuido. De repente, erros acontecem. Foi um erro o que aconteceu, mas que não vai estragar nenhuma surpresa para o Carnaval da Portela. Foi só um pedacinho de uma coisa enorme e linda que todo sambista e todo portelense merece", diz a escola em nota.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), quer construir um acordo com o Supremo Tribunal Federal (STF) para alterar o número de deputados federais de 513 para 527. A ideia é que as bancadas que representam os Estados se ajustem às estimativas populacionais do Censo de 2022, mas sem que alguns percam vagas.

Uma proposta para essa finalidade pode ser colocada em tramitação depois do Carnaval. Se ocorrer, a mudança no número de deputados será a primeira desde 1993.

A Corte determinou em agosto de 2023 que a Casa defina a proporcionalidade de representação estadual, ou seja, o número de deputados para cada Estado, de acordo com a população apontada pelo Censo de 2022. A decisão analisava uma ação movida pelo Estado do Pará.

As mudanças populacionais apontadas pelo Censo de 2022 indicam alguns Estados estão sub-representados, enquanto outros têm deputados a mais. Bancadas como as de Rio de Janeiro, Bahia, Paraíba e Piauí seriam as que mais perderiam vagas com o ajuste. Já a bancada do Pará ganharia quatro novas cadeiras.

Em entrevista à Rádio Arapuan, em João Pessoa (PB), no início do mês, Hugo Motta declarou que quer encontrar uma alternativa em que ninguém saia perdendo.

"Perder essa representatividade é perder orçamento, tira vozes importantes e o critério também não é justo. Quem cresceu tem o direito. Penso que a solução seria um acordo, combinado com o Supremo, para que se aumente a quantidade de deputados federais e ninguém perca", disse Motta.

Ele também demonstrou preocupação com os impactos da mudança aos olhos da opinião pública, já que o aumento de deputados significaria o aumento dos custos da Câmara para o contribuinte. "Temos que fazer o dever de casa para que isso não represente aumento do custo da Casa", disse Motta na ocasião.

O prazo dado pelo STF para que a mudança ocorra é até o dia 30 de junho. Se a partir dessa data o Legislativo não tiver aprovado uma lei complementar sobre o tema, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é quem vai determinar, até outubro (um ano antes do pleito), o número de cadeiras que cada unidade da Federação terá nas eleições de 2026.

De acordo com o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), 14 Estados teriam mudança nas bancadas para que elas refletissem as estimativas populacionais do Censo de 2022. O Rio de Janeiro perderia quatro vagas, enquanto Rio Grande do Sul, Piauí, Paraíba e Bahia perderiam duas. Pernambuco e Alagoas teriam uma vaga a menos.

Já outros sete Estados ganhariam com a mudança. Santa Catarina e Pará teriam quatro novas vagas e o Amazonas, duas. Ceará, Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso ganhariam um parlamentar.

Já há um projeto de lei em tramitação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara que visa fazer a adequação de acordo com a decisão do STF. O projeto estava para ser votado no final do ano passado, mas a pressão de deputados da bancada do Rio, em especial, adiou a análise.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, na manhã deste sábado, 22, que o Partido dos Trabalhadores precisa "mudar", "avançar sem perder a essência" e "voltar a dialogar com a classe trabalhadora e a periferia". Em declaração no ato de aniversário de 45 anos do PT no Rio de Janeiro, o presidente disse ainda que os correligionários precisam se voltar ao manifesto de fundação do partido e retomar práticas que levaram a sigla a vencer cinco eleições presidenciais.

"O PT é uma ideia que se transformou em uma causa. E quem tem uma causa, seja um ser humano ou um partido político, não envelhece nunca e nunca perde a razão de sua existência. Nesses 45 anos de história, enfrentamos enormes desafios, mas nenhum desafio é maior do que nossa capacidade de luta", afirmou o presidente.

Segundo Lula, o partido precisa voltar a se preocupar com o "dia-a-dia" do trabalhador. "Para que continue a mudar o Brasil, o PT precisa mudar, precisa avançar sem perder de vista a sua essência. Tenho recomendado aos companheiros e às companheiros a leitura do manifesto de criação do PT".

"A verdade é que precisamos voltar a discutir política dentro das fábricas, nos locais de trabalho, onde a classe trabalhadora está, na cidade e no campo. É preciso que a gente volte a dialogar com a periferia", acrescentou.

De acordo com o presidente, o partido precisa retomar práticas, como organização em núcleos setoriais e comunitários, e o orçamento participativo que o levaram a se tornar um dos maiores partidos do País.

"O PT era organizado por núcleos. Eram núcleos por bairros, núcleos por local de trabalho, núcleos por locais de estudo, e eu lembro que chegamos a ter 1.600 núcleos do partido organizados por várias categorias. Lamentavelmente, isso deixou de ser uma prática. Outra coisa que o PT fez história foi o orçamento participativo, que em muitos lugares também deixou de existir", disse.

Lula diz que nem seu próprio ministério conhece as ações do governo

Na mesma solenidade, presidente demonstrou insatisfação com seus ministros. Lula disse que nem mesmo o primeiro escalão do Executivo conhece as ações de seu governo. Essa falta de informação, segundo ele, reduz a capacidade dos militantes petistas de defender sua gestão.

"Cabe ao governo fazer as coisas corretas e dar as informações para vocês. Porque o governo que não dá informações, às vezes não tem como militante defender. E eu sei que nós não demos informações. Eu fiz uma reunião ministerial faz mais ou menos 20 dias. Eu descobri na reunião que o ministério do meu governo não sabe o que nós estamos fazendo. Se o ministério não sabe, o povo muito menos", declarou o presidente da República.

O petista afirmou que a oposição usa a mentira como arma, e que o País tem uma extrema-direita radicalizada que precisa ser enfrentada. Também disse que é preciso enaltecer a democracia sem bravatas. Lula afirmou que defenderá esse regime "em qualquer lugar do planeta Terra". Segundo ele, 2026 será o ano para "derrotar a mentira" no Brasil e no mundo.

Críticas a Trump e donos de redes sociais

O presidente criticou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Segundo Lula, Trump "não foi eleito para ser xerife do mundo".

"Esse cidadão não foi eleito para ser xerife do mundo. Quem vai governar o Brasil somos nós. Ninguém, nem esses produtores das plataformas (redes sociais) que pensam que mandam no mundo, vai fazer com que a gente mude de rumo nesse País. Não adianta ameaçar pela Justiça, não adianta perseguir o Alexandre de Moraes. Temos que dar os parabéns ao Alexandre de Moraes e ao procurador-geral da República pelas denúncias contra os golpista", disse.

A fala do presidente fez referência à ação na justiça dos Estados Unidos que mira Moraes, alegando que o ministro do STF violou a soberania americana ao ordenar suspensão dos perfis do bolsonarista Allan dos Santos, que vive no país.

Ele também menciona a denúncia do procurador-geral da República, Paulo Gonet, que aponta o ex-presidente Jair Bolsonaro como 'líder' de plano golpista após a derrota nas eleições de 2022.

Elogios a Gleisi Hoffmann

A expectativa dentro do partido é que o presidente fizesse um aceno à presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann, sobre a reforma ministerial prevista para o próximo mês. Lula elogiou a trajetória de Gleisi, mas não comentou sobre a possível entrada dela no primeiro escalão do governo.

"Eu lembro que quando a Gleisi foi disputar a eleição no PT, muita gente não queria votar nela porque ela era muito estreita, ela só fala com a bolha, inventaram até o Lindbergh para disputar com ela. Eu disse: `gente, nós estamos precisando de alguém que fale para o PT'", afirmou Lula

A ida prevista da deputada para o primeiro escalão, como adiantou o Estadão, no lugar de Márcio Macêdo, exigiu um arranjo no próprio PT. A indicação de Gleisi para a Esplanada dos Ministérios deve ocorrer na reforma ministerial prevista para ocorrer no início do próximo mês.

Às vésperas de uma reforma ministerial, 11 dos 38 ministros estiveram ao lado de Lula no palco montado no Armazém 3 do Píer Mauá: Anielle Franco (Igualdade Racial), Camilo Santana (Educação), Ester Dweck (Gestão e Inovação em Serviços Públicos), Fernando Haddad (Fazenda), Márcio Macedo (Secretaria-Geral da Presidência), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar), Rui Costa (Casa Civil), Cida Gonçalves (Mulheres), Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais), Luiz Marinho (Trabalho) e Nísia Trindade (Saúde). Como mostrado pelo Estadão, a saída de Nísia é dada como certa e seu substituto deve ser o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha.

A presidente do PT, por sua vez, criticou o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e afirmou que o aumento no preço dos alimentos, citado como uma das preocupações do presidente Lula, é "resultado da especulação do dólar, do aumento das exportações e da crise do clima".

"As alternativas ao PT que os poderosos promoveram resultaram em governos desastrosos e em terríveis ameaças à democracia. Esse ser (Bolsonaro) agora está denunciado. E nos 45 anos de PT, é um presente para a democracia essa denuncia contra Bolsonaro. Com provas e um farto material produzido pelos seus asseclas, Bolsonaro sentará no banco dos réus. Será julgado no devido processo legal, coisa que não aconteceria se ele vencesse a eleição. É sem anistia para Bolsonaro e para os que praticaram o 8 de Janeiro", afirmou Gleisi.

Ontem, Lula mencionou, na cerimônia de concessão de um terminal do porto de Itaguaí (RJ), que, de vez em quando, erra na escolha de ministros. A declaração vem no momento em que o governo discute uma reforma ministerial aguardada para os próximos dias.