Rússia bombardeia infraestrutura energética da Ucrânia após Otan liberar armas

Internacional
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A Rússia atacou a infraestrutura energética da Ucrânia com uma grande quantidade de drones e mísseis neste sábado, 1, ferindo pelo menos 19 pessoas, segundo autoridades locais. O Exército ucraniano afirmou ter conseguido abater 35 dos 53 mísseis lançados contra alvos em todo o país durante a noite, bem como 46 dos 47 drones de ataque.

Pessoas ficaram feridas em toda a Ucrânia, incluindo a região de Lviv, que fica próxima da fronteira com a Polônia, e na região central de Dnipropetrovsk. Doze pessoas, incluindo oito crianças, foram hospitalizadas após um ataque perto de duas casas na região de Kharkiv, segundo o governador Oleh Syniehubov.

Os ataques fizeram parte de uma série de ataques contínuos da Rússia contra a rede elétrica da Ucrânia, que estão em curso desde março. A maior empresa privada de energia da Ucrânia, DTEK, disse que duas das suas centrais elétricas foram seriamente danificadas no que considerou ser o sexto ataque às centrais da empresa em dois meses e meio.

O ministro de Energia da Ucrânia, Herman Halushchenko, afirmou nas redes sociais que a infraestrutura energética de regiões como Zaporizhzhia, Dnipropetrovsk, Donetsk, Kirovohrad e Ivano-Frankivsk também foram atacadas pelas forças de Moscou.

Apagões

Os danos causados à infraestrutura energética da Ucrânia nas últimas semanas forçaram os líderes do país devastado pela guerra a instituir apagões contínuos em todo o território. Sem defesas aéreas adequadas para combater os ataques e permitir reparações, a escassez ainda poderá piorar à medida que a necessidade aumenta no final do verão e no inverno extremamente frio.

Em resposta aos ataques, o presidente ucraniano Volodmir Zelenski reiterou que Kiev precisa de sistemas de defesa aérea adicionais dos seus aliados ocidentais. "Nossos parceiros sabem exatamente o que é necessário. Sistemas Patriot adicionais e outros sistemas modernos de defesa aérea para a Ucrânia. Acelerar e expandir a entrega de F-16 à Ucrânia, fornecendo aos nossos soldados todas as capacidades necessárias."

A Ucrânia também bombardeou alvos russos. Segundo dados de Moscou, cinco civis morreram em meio a bombardeios ucranianos na região de Donetsk ocupada pela Rússia. O Ministério da Defesa russo também afirmou que abateu dois drones ucranianos na manhã deste sábado sobre a região russa de Belgorod. Nenhuma vítima foi relatada.

Armas americanas

O bombardeio em toda a Ucrânia ocorre após o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, permitir na quinta-feira, 30, que a Ucrânia ataque dentro da Rússia com armas fabricadas nos EUA. A Alemanha e a Otan também permitiram o uso do armamento.

A decisão ocorreu após semanas de discussão com os ucranianos, depois que a Rússia começou uma grande ofensiva contra Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia. Como Kharkiv está próxima da Rússia, no nordeste da Ucrânia, o exército russo tem atingido a área ao redor da cidade com artilharia e mísseis disparados de dentro do território russo, e os ucranianos pediram aos americanos que lhes dessem maior liberdade para defender Kharkiv.

A permissão do presidente Biden destina-se exclusivamente para a Ucrânia atacar locais militares na Rússia que estão sendo usados para atingir a área de Kharkiv, disseram autoridades dos EUA.

Ofensiva russa

Os russos se aproveitaram do aparente cansaço ocidental em enviar ajuda econômica e militar para a Ucrânia para atacar áreas de infraestrutura civil na Ucrânia. Usando diferentes tipos de bombas e mísseis, Moscou quer testar o sistema de defesa de Kiev em uma cartada para levar os ucranianos à rendição.

No dia 10 de maio, Moscou lançou uma ofensiva surpresa na região de Kharkiv. As tropas de Moscou avançaram mais de 10 km na região, um dos avanços mais rápidos desde o início da guerra.

Depois de muita disputa entre republicanos e democratas, o Congresso dos Estados Unidos conseguiu aprovar um pacote para a Ucrânia de US$ 61 bilhões em abril. O pacote inclui capacidades de defesa aérea, munições de artilharia, veículos blindados e outras armas para reforçar as forças ucranianas. Mas os armamentos estão chegando no país do Leste Europeu a conta-gotas, possibilitando que os russos tivessem margem de manobra para atacar.

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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), participou neste domingo, 23, do Olinda Beer, um dos principais eventos pré-carnavalescos de Olinda, Pernambuco. Motta esteve acompanhado pelo prefeito do Recife, João Campos (PSB), e pelo ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos-PE), que é cotado para assumir a Secretaria de Relações Institucionais (SRI) no governo federal.

A presença de Motta no evento ocorre em meio a discussões sobre a reforma ministerial do presidente Lula. Fontes indicam que Lula pretende transferir Alexandre Padilha do comando da SRI para o Ministério da Saúde, substituindo Nísia Trindade. Com isso, a liderança da SRI ficaria vaga, e Silvio Costa Filho é um dos principais candidatos ao cargo, especialmente por pertencer ao mesmo partido de Motta.

Como mostrou o Estadão, interlocutores do Palácio do Planalto aguardam indicações dos novos presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), para definir onde o Centrão será acomodado na Esplanada.

Apesar de Lula ainda não ter recebido sugestões do presidente da Câmara, Silvio Costa Filho tem preferência já que pertence ao mesmo partido de Motta. Na última semana, o petista teceu elogios ao ministro. "Ele tem, sinceramente, dado um show no trabalho dele. É um menino que não tem preconceito, é um menino que não persegue absolutamente ninguém, é um menino que não tem discórdia com ninguém, e é um companheiro que só trabalha para fazer as coisas acontecerem", disse.

João Campos compartilhou a visita de Hugo Motta nas redes sociais. "Recebendo o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, que veio conferir um pouco da animação pernambucana nas prévias de Carnaval", escreveu o prefeito. O deputado respondeu nos comentários agradecendo pela recepção. "Muito obrigado pela recepção, meu amigo, festa linda demais, energia incrível!", respondeu Motta nos comentários. O ministro também publicou fotos ao lado do presidente da Câmara.

Os deputados federais Gabriel Porto (Republicanos-PE), Felipe Carraras (PSB-PE) e o Defensor Stélio Dener (Republicanos-RR) e Tabata Amaral (PSB-SP) também estavam presentes no evento, além do deputado estadual Álvaro Porto (PSDB-PE) e do secretário de educação da cidade do Rio, Renan Ferreirinha (PSD-RJ).

O senador Humberto Costa (PT-PE) disse que a base do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Senado vai "trabalhar fortemente" para impedir a aprovação de projetos de anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro. A afirmação foi feita ao veículo Poder 360 nesta segunda-feira, 24.

Ele é o relator do projeto de lei 1.068/2024 na Comissão de Defesa da Democracia (CDD) da Casa. A proposta, de autoria do senador Márcio Bittar (União-AC), prevê o perdão para "todos os crimes e contravenções penais" de "todos os envolvidos nos atos, manifestações e protestos ocorridos em Brasília" em 8 de janeiro de 2023.

"Nós vamos trabalhar fortemente para impedir que esse projeto seja colocado em pauta e, se for colocado em pauta, vamos trabalhar fortemente para que seja rejeitado", disse.

No início do mês, o senador também se manifestou contra a aprovação da anistia em sessão do Senado. "A maioria esmagadora da população deseja a apuração rigorosa dos fatos e condenação, após processo criminal com direito à defesa, daqueles que foram responsáveis pela realização daquele ataque à democracia", defendeu o relator.

Segundo Costa, a eleição dos presidentes do Senado e da Câmara mostrou que o tema não está no radar da agenda legislativa de 2025. Ele ressaltou que pesquisas apontam que a maioria da população é contrária ao perdão, e que muitos dos processos dos envolvidos nos atos ainda não foram concluídos. "Como pedir a anistia para alguém que não foi definitivamente julgado?", indagou.

O projeto do senador Márcio Bittar não é o único que trata do tema. A proposta de emenda à constituição (PEC) 70/2023 propõe anistiar os envolvidos nos atos de 8 de Janeiro e restaurar os direitos políticos de cidadãos declarados inelegíveis por atos relacionados às Eleições de 2022. Ela aguarda a designação de relator na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

O projeto de lei 5.064/2023, do senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), e os projetos 2.987/2024 e 2.706/2024 versam sobre a mesma matéria. Segundo a Agência Senado, a tendência é que eles tramitem de forma conjunta na Comissão de Defesa da Democracia.

O ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida disse que Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, "se perdeu no personagem" ao denunciá-lo por assédio sexual. A ministra reagiu, chamando a declaração de Silvio de "desprezível" e "inaceitável". Investigado pela Polícia Federal, Silvio negou as acusações em entrevista ao UOL, publicada nesta segunda-feira, 24.

"A ministra Anielle Franco caiu numa armadilha pela falta de compreensão de como funciona a política […] Eu acho que ela se perdeu no personagem. Quando você se torna ministro de Estado, a intriga se torna uma arma política", afirmou Silvio.

O ex-ministro classificou a denúncia de Anielle como um "espalhamento de fofocas e intrigas". Esta é a primeira vez que Silvio Almeida fala sobre as acusações após a demissão.

"O objetivo talvez fosse minar minha credibilidade, tirar meu espaço em certos círculos da elite carioca, da academia, com pessoas ligadas ao sistema de justiça", disse o ex-ministro.

A Polícia Federal intimou Silvio Almeida para depor na próxima terça-feira, 25. Anielle criticou as falas de Silvio, publicadas um dia antes do depoimento.

"Na véspera de prestar depoimento à Polícia Federal como investigado, o acusado escolheu utilizar um espaço público para atacar e desqualificar as denúncias, adotando uma postura que perpetua o ciclo de violência e intimida outras vítimas", escreveu a ministra.

Anielle afirmou que as falas de Silvio são uma tentativa de "descredibilizar vítimas de assédio sexual, minimizar suas dores e transformar relatos graves em 'fofocas' e 'brigas políticas'".

"O direito à defesa é assegurado, mas não pode ser usado como instrumento de desinformação e revitimização. Insinuar retaliações descabidas contra quem denuncia é uma estratégia repulsiva que reforça estruturas de silenciamento e impunidade", afirmou.

Durante a entrevista, o ex-ministro dos Direitos Humanos negou as acusações de Anielle. Questionado se teria tocado a ministra durante uma reunião em Brasília, Silvio descreveu o espaço e afirmou: "Eu passaria a mão nas pernas de uma ministra numa reunião na frente do diretor geral da PF? Isso é um descalabro".

Silvio também falou sobre as acusações de outras vítimas, como a professora Isabel Rodrigues, que publicou um vídeo em seu Instagram no qual ela afirma ter sido vítima de assédio sexual pelo ex-ministro. O episódio teria ocorrido em agosto de 2019, segundo ela, anos antes de ele assumir o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania.

"Fiquei surpreso, porque fomos amigos durante anos [...] Achei esquisito. E incongruente em relação às atitudes que teve comigo há pouquíssimo tempo", disse.

O ex-ministro foi demitido do governo Lula em setembro do último ano, após as denúncias de assédio sexual serem reveladas pelo portal Metrópoles e confirmadas pela ONG Me Too.