Eleições EUA: debate entre Biden e Trump será decisivo para restante da campanha

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O atual presidente dos EUA, Joe Biden, e o seu rival republicano, Donald Trump, participam nesta quinta, 27, do primeiro debate eleitoral deste ano, promovido pela CNN, em um encontro que oferece uma oportunidade para ambos remodelarem a narrativa política.

Biden, o atual democrata, pode garantir aos eleitores que, aos 81 anos, é capaz de guiar os EUA através de uma série de desafios. Enquanto isso, Trump, de 78 anos, quer aproveitar o momento para tentar superar sua condenação por crime em Nova York, e convencer uma audiência de dezenas de milhões de pessoas de que seu temperamento é adequado para retornar ao Salão Oval.

Biden e Trump entram na noite enfrentando fortes ventos contrários, incluindo um público cansado do tumulto da política partidária. Ambos os candidatos não são apreciados pela maioria dos americanos, de acordo com as pesquisas eleitorais, e oferecem visões antagônicas sobre praticamente todas as questões fundamentais. Trump prometeu planos abrangentes para refazer o governo dos EUA se regressar à Casa Branca, e Biden argumenta que o seu oponente representaria uma ameaça existencial à democracia do país.

"Os debates tendem a não alterar a percepção dos eleitores de uma forma que altere o seu voto: normalmente reforçam, não convencem", disse Kathleen Hall Jamieson, diretora do Centro de Políticas Públicas Annenberg da Universidade da Pensilvânia e especialista em comunicações presidenciais". Mas ela pontua que neste ano o debate pode ter influência maior frente à indecisão acima do comum no país.

Foco estará na Geórgia

Atlanta, a cidade anfitriã do debate, oferece um significado simbólico e prático para a campanha. Em 2020, Biden garantiu os 16 votos eleitorais da Geórgia com uma margem inferior a 12 mil votos, de um total de 5 milhões. Trump pressionou a liderança republicana do estado a anular a sua vitória com base em teorias de fraude eleitoral.

Ambas as campanhas realizaram uma série de eventos em Atlanta que levaram ao debate, incluindo eventos concorrentes em empresas locais de propriedade de negros. Trump convocou na sexta-feira, 21, uma reunião na Rockys Barbershop, na comunidade de Buckhead, para falar sobre seu confronto com Biden e questionar se os moderadores da CNN, Jake Tapper e Dana Bash, o tratariam com justiça.

Saindo do debate, tanto Biden quanto Trump viajarão para estados que esperam conquistar neste outono. Trump está a caminho da Virgínia, um antigo campo de batalha que se deslocou para os democratas nos últimos anos.

Biden deve embarcar para a Carolina do Norte, onde deverá realizar o maior comício de sua campanha em um estado que Trump venceu por pouco em 2020.

O debate marca uma série de novidades

Trump e Biden não estiveram no mesmo palco nem sequer se falaram desde o último debate, semanas antes da eleição presidencial de 2020. Trump faltou à posse de Biden depois de liderar um esforço sem precedentes e malsucedido para reverter sua derrota para Biden, que culminou na insurreição do Capitólio em 6 de janeiro por seus apoiadores.

A transmissão de quinta-feira pela CNN será o primeiro debate eleitoral geral da história. É o primeiro debate presidencial sobre eleições gerais televisionado nos EUA, organizado por um único meio de comunicação, depois que ambas as campanhas abandonaram a Comissão bipartidária de Debates Presidenciais, que organizou todos os confrontos desde 1988.

Com o objetivo de evitar uma repetição dos confrontos caóticos de 2020, Biden insistiu - e Trump concordou - em realizar o debate sem audiência no local e em permitir que a rede silenciasse os microfones dos candidatos quando não fosse a sua vez de falar. Haverá dois intervalos comerciais, outro afastamento da prática moderna. Os candidatos concordaram em não consultar funcionários ou outras pessoas enquanto as câmeras estiverem desligadas.

Ambos os lados reconhecem o que está em jogo

O confronto ocorre logo depois que a Casa Branca de Biden tomou medidas executivas para restringir os pedidos de asilo na fronteira entre os EUA e o México, em um esforço para reduzir o número de migrantes que entram no país. Trump fez da imigração ilegal uma peça central da sua campanha.

As guerras na Ucrânia e em Gaza pairam sobre a corrida, tal como as opiniões fortemente divergentes dos candidatos sobre o papel dos EUA no mundo e as suas alianças. As diferenças em matéria de inflação, política fiscal e investimento governamental para construir infraestruturas e combater as alterações climáticas proporcionarão ainda mais contrastes.

Também no contexto político: o Supremo Tribunal está prestes a anunciar a sua decisão sobre se Trump está legalmente imune ao seu alegado papel na insurreição de 6 de Janeiro. Isso aconteceu semanas depois de Trump ter sido condenado em Nova York por participar num esquema que os procuradores alegaram ter a intenção de influenciar ilegalmente as eleições de 2016.

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O ministro de Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte do Brasil, Márcio França (PSB), disse que não há espaço para mudança no nome do vice-presidente de Luiz Inácio Lula da Silva, caso o petista seja candidato à reeleição em 2026. A declaração foi dada em entrevista à CNN neste sábado, 6. De acordo com França, o desempenho de Geraldo Alckmin (PSB), tem sido bem avaliado pelos partidos, o que afastaria a possibilidade de mudança na aliança entre PT e PSB.

"Alckmin é um vice perfeito. Não tem espaço para mudança de vice nesse cenário. Lula é experiente. Todo mundo acha que é a sua vez, quando não tem movimento, isso tá consolidado", afirma o ministro.

Em relação à vaga de vice, França descartou a possibilidade de uma candidatura da sua sigla no próximo pleito e reforçou a aliança com os petistas. Questionado sobre uma possível indicação do MDB, o ministro disse que tem "dúvida" sobre qual será a posição do partido se Nunes vencer. "O MDB do Nordeste, com Renanzinho (Renan Filho), e do Norte, com os Barbalhos, trabalham pelo Lula", diz.

Apesar da ponderação, o ministro prevê que o MDB de São Paulo poderá ser o principal adversário de Lula. "Eventualmente reeleito o Ricardo Nunes, significa que esse polo de São Paulo vai produzir, junto com o governo do Estado, um ovo da serpente. É daqui que vai sair o principal adversário do Lula", afirma França.

Eleição de 2026

Ex-governador de São Paulo, França diz ter dificuldade em criar projeções sobre o desempenho de Tarcísio de Freitas (Republicanos) numa disputa pelo Palácio do Planalto, mas afirma que o atual governador paulista teria a vantagem de ser um "herdeiro" do apoio da direita brasileira.

"Tarcísio não é uma pessoa de idade, é jovem, teria tempo de fazer uma passagem e certamente sairia como um herdeiro político desse núcleo. Porque ele não é bem aquele bolsonarista típico, mas ele também pisca ali pro lado pra poder pegar esse eleitorado", diz.

Para ele, se Tarcísio insinuar interesse em concorrer à eleição, o "grupo que comanda hoje a prefeitura e o governo do Estado vão empurrar ele para a disputa, assim como fizeram com o João Dória".

Novo desenrola

O integrante da comissão executiva do PSB ainda destacou que o governo está discutindo a possibilidade de criar um Desenrola para quitar dívidas públicas. Segundo França, o programa poderia facilitar o acesso ao crédito para o novo empreendedor.

"O Brasil tem ao menos R$ 500 bilhões em dívidas protestadas e o cenário impede a criação de novas empresas no País", diz. Dessa forma, ele acredita que o novo Desenrola permitiria uma negociação direta dos cartórios de protesto para com o governo federal.

O programa, segundo França, teria o intuito de "desenrolar as pessoas" para terem acesso facilitado a crédito. "Se fizer o desconto de 10% à vista, vai ter um monte de gente que vai desenrolar. Se a gente desenrolar as pessoas com o governo, facilitamos o crédito novo", afirma.

O presidente da Argentina, Javier Milei, se reuniu a portas fechadas na manhã deste domingo, 7, com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Jorginho Mello (PL-SC) e o deputado Eduardo . O encontro ocorreu no hotel que eles estão hospedados em Balneário Camboriú (SC). Bolsonaro aproveitou para dar de presente ao argentino a medalha "3is: imorrível, imbrochável e incomível", um presente em tom de ironia que ele costuma dar a aliados políticos.

Antes do encontro reservado, Milei tomou café com políticos bolsonaristas. A irmã do presidente argentino, Karina Milei, e o ministro da Defesa da Argentina, Luis Petri, também participaram do encontro. Ao final do encontro, o governador de São Paulo não entrou em detalhes sobre o que foi tratado. "Foi ótimo", disse Tarcísio sobre o encontro com o Milei. "Discutimos futebol", brincou. Ele não respondeu se Lula foi tema da conversa.

O presidente argentino também se reuniu com empresário locais. Jorginho Mello disse que o objetivo do encontro com Milei e empresários foi discutir as relações comerciais entre Santa Catarina e a Argentina. "Foi um belo encontro para falar de democracia, economia e animar a direita".

Questionado se Lula foi citado, o governador catarinense passou a palavra para Eduardo Bolsonaro. "O Milei vai ter oportunidade de fazer isso no discurso dele, mas percebe-se que ele não está com muita amizade junto ao Lula", disse o filho de Bolsonaro.

Estavam presentes Mário Cezar Aguiar, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), Otto von Sothen, do Grupo Tigre, Dilvo Casagranda, da Aurora, Edilson Zanatta, da Farben, e um representante da XP Investimentos.

É a primeira visita do presidente da Argentina ao País desde que ele assumiu o cargo em dezembro do ano passado. Milei, contudo, não se encontrará com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em desrespeito ao protocolo diplomático. Os governantes dos dois países discutiram pela imprensa e redes sociais ao longo da semana.

Lula disse que Milei deveria pedir para desculpas pelas "bobagens" que falou sobre ele e o Brasil. O presidente argentino, contudo, voltou a repetir que o petista é "comunista" e "corrupto".

Lula disse que Milei deveria pedir para desculpas pelas "bobagens" que falou sobre ele e o Brasil. O presidente argentino, contudo, voltou a repetir que o petista é "comunista" e "corrupto".

O presidente argentino Javier Milei e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), assistiram juntos ao jogo em que o Brasil foi eliminado da Copa América pelo Uruguai na noite deste sábado, 7.

Em visita ao Brasil pela primeira vez desde a posse no final de 2023, Milei participa da versão brasileira da Conferência de Política e Ação Conservadora (CPAC Brasil) neste final de semana, em Balneário Camboriú (SC).

O argentino desembarcou no aeroporto de Navegantes, cidade vizinha, e fez o trajeto até Balneário de carro em um comboio com batedores, onde chegou ao hotel em que Bolsonaro está hospedado por volta das 23h25.

O argentino não parou para falar com a imprensa, e assim que chegou foi recepcionado pelo ex-presidente e pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Acompanhado também do governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), os políticos assistiram juntos à partida das quartas de finais do campeonato, em que a seleção brasileira foi derrotada nos pênaltis.

O discurso de Milei é aguardado como um dos principais do evento e deve fechar o ciclo de palestras. A fala do argentino está marcada para o final da tarde deste domingo, 7. Bolsonaro falou com o público no sábado, 6, em seu primeiro pronunciamento público desde que foi indiciado pela Polícia Federal (PF) na quinta-feira, 4, pelos supostos crimes de peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro no caso das joias sauditas.

O argentino não se encontrará com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o que é considerado uma quebra de protocolo diplomático. Na semana passada, o petista disse que o presidente da Argentina deveria pedir desculpas pelas "bobagens" que falou sobre ele e o Brasil. Milei, contudo, voltou a repetir que Lula é "comunista" e "corrupto".