Trump tenta anular condenação no caso Stormy Daniels após decisão da Suprema Corte

Internacional
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O ex-presidente dos EUA Donald Trump iniciou um esforço na segunda-feira, 1º, para anular sua recente condenação criminal em Manhattan sobre o caso Stormy Daniels e adiar sua futura sentença, citando uma nova decisão da Suprema Corte que lhe concedeu imunidade contra processos por ações oficiais que tomou como presidente.

Em uma carta ao juiz responsável pelo caso, os advogados de Trump pediram permissão para apresentar uma moção para anular o veredicto, fazendo isso apenas algumas horas após a Suprema Corte emitir sua decisão histórica envolvendo outro caso criminal de Trump. A carta não será pública até os promotores responderem.

A ação dos advogados de Trump veio 10 dias antes de o juiz sentenciar o ex-presidente por seus crimes em Manhattan, onde um júri o condenou por 34 crimes graves relacionados ao encobrimento de um escândalo sexual às vésperas das eleições de 2016. Os advogados pediram ao juiz Juan M. Merchan que adie a sentença de 11 de julho enquanto o juiz avalia se a decisão da Suprema Corte afeta a condenação.

A tentativa de anular a condenação pode ser um tiro no escuro. O caso de Manhattan se concentra em atos que Trump realizou como candidato, não como presidente.

No entanto, é provável que seus advogados argumentem que os promotores construíram seu caso em parte com base em evidências de seu tempo na Casa Branca, incluindo postagens de Trump nas redes sociais sobre seu então advogado Michael Cohen.

Segundo a nova decisão da Suprema Corte, os promotores não apenas podem não processar um presidente por qualquer ato oficial, mas também não podem citar evidências envolvendo atos oficiais para fortalecer outras acusações.

Não está claro como o escritório do promotor de distrito de Manhattan, que apresentou o caso, responderá ou se o juiz atrasará a primeira sentença de um presidente americano. Mas o esforço de Trump parece ter causado pelo menos uma breve interrupção: o escritório do promotor distrital não fez na segunda-feira uma recomendação de sentença ao juiz sobre se deve prender Trump, como era esperado.

Uma porta-voz do escritório do promotor distrital se recusou a comentar.

Pode ser tarde demais para o juiz Merchan revisar a condenação. O prazo para apresentar moções pós-julgamento foi no mês passado, e não está claro se o juiz levará a sério a moção, mesmo à luz da decisão do tribunal superior. Em vez disso, ele pode instruir os advogados de Trump a levantar a questão quando apelarem da condenação após ele ser sentenciado.

A sentença provavelmente será a única condenação que o ex-presidente, indiciado quatro vezes, enfrentará antes do dia da eleição, quando espera reconquistar a Casa Branca. Trump pode enfrentar até quatro anos de prisão, mas pode receber liberdade condicional pelas condenações por falsificação de registros comerciais - entre os crimes de menor nível.

Seus outros casos criminais estão atolados em atrasos, e a decisão da Suprema Corte na segunda-feira quase certamente adiará seu julgamento em Washington, onde é acusado de tramar para subverter a eleição de 2020.

No caso de Manhattan, o promotor distrital, Alvin Bragg, eventualmente apresentará sua recomendação ao juiz Merchan, mas não está claro se esses documentos legais serão públicos.

Ao contrário do tribunal federal, documentos de sentença nos tribunais estaduais de Nova York são geralmente confidenciais, a menos que o juiz autorize sua liberação. Isso significa que o mundo pode não ficar sabendo da recomendação de Bragg até o juiz Merchan sentenciar Trump, como esperado para fazer poucos dias antes de ele ser formalmente indicado para presidente na Convenção Nacional Republicana.

O juiz enfrenta um dilema sem precedentes com ramificações legais e políticas igualmente sem precedentes.

Prender Trump poderia exacerbar as divisões políticas do país. No entanto, se o juiz o poupar, poderia dar a impressão de que o ex-presidente recebeu tratamento especial. O status de Trump como favorito na campanha presidencial de 2024 complica ainda mais o dilema do juiz, levantando a perspectiva de que sua decisão possa moldar a corrida e seu resultado.

O juiz, um ex-promotor que ocasionalmente entrou em conflito com Trump e seus advogados, tem várias opções à sua disposição. Trump pode enfrentar alguns meses de prisão ou vários anos. Mas é muito provável que ele nunca veja o interior de uma cela: não há exigência de que o juiz imponha tempo atrás das grades, e o juiz Merchan pode condená-lo ao confinamento domiciliar ou liberdade condicional. Ele também pode adiar qualquer sentença até depois da eleição, ou, depois que Trump cumprir seu segundo mandato, caso seja reeleito. Um presidente em exercício não pode ser obrigado a cumprir pena. (Com agências internacionais).

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A menos de um mês do início das campanhas políticas para o pleito municipal, o ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal, liberou federações partidárias a participarem de eleições ainda que tenham, em sua composição, um partido suspenso por não ter prestado suas contas anuais.

O ministro suspendeu uma resolução do Tribunal Superior Eleitoral, datada de dezembro de 2021. O texto estabelece que, se um órgão partidário de legenda que integra uma federação for suspenso, todo o grupo fica impedido de participar das eleições naquele local. Mendonça apontou 'aparente inconstitucionalidade' da norma.

Em despacho assinado nesta quarta, 3, o ministro argumentou que sua decisão não gera reflexos no calendário eleitoral deste ano. Segundo Mendonça, as federações devem escolher seus candidatos aos cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador - até o prazo final estabelecido para realização das convenções partidárias -, dentre aqueles já filiados aos partidos habilitados a participar do pleito.

Mendonça ainda determinou que sua decisão seja incluída em pauta para que o plenário virtual da Corte máxima analise o teor do despacho, podendo referendá-lo ou revogá-lo.

A decisão liminar - medida excepcional, dada em casos urgentes -, foi assinada a pedido de sete partidos: PV, PSDB, Cidadania, PCdoB, PT, PSOL e Rede.

A Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro no caso das joias sauditas - revelado pelo Estadão em fevereiro de 2023. A corporação imputa ao ex-chefe do Executivo supostos crimes de peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

Além de Bolsonaro foram indiciados:

- Bento Costa Lima Leite de Albuquerque Júnior, ex-ministro de Minas e Energia - indiciado por peculato e associação criminosa;

- José Roberto Bueno Junior, ex-chefe de gabinete de Bento Costa - indiciado por peculato, lavagem de dinheiro e associação criminosa;

- Julio Cesar Vieira Gomes, ex-chefe da Receita Federal - indiciado por peculato, lavagem de dinheiro, crime funcional de advocacia administrativa perante a administração fazendária;

- Marcelo da Silva Vieira, capitão de corveta da reserva ex-chefe do setor de documentação histórica da presidência Rio - peculato e associação criminosa;

- Mauro Cesar Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência e delator - peculato, lavagem de dinheiro e associação criminosa;

- Frederick Wassef, advogado - lavagem de dinheiro e associação criminosa;

- Fabio Wajngarten, advogado - lavagem de dinheiro e associação criminosa;

- Marcos André dos Santos Soeiro, ex-assessor do ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque - peculato e associação criminosa;

- Osmar Crivelatti, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro - lavagem de dinheiro e associação criminosa;

- Mauro César Lourena Cid, general pai de Mauro Cid - lavagem de dinheiro e associação criminosa;

- Marcelo Costa Câmara, coronel ex-ajudante de ordens de Bolsonaro - lavagem de dinheiro;

O indiciamento se na esteira da Operação Lucas 12:2, que apontou indícios de que Bolsonaro, seu ex-ajudante de ordens e outros dois assessores do ex-chefe do Executivo 'atuaram para desviar presentes de alto valor recebidos em razão do cargo pelo ex-Presidente para posteriormente serem vendidos no exterior'.

Segundo a corporação, os dados analisados no bojo do inquérito indicam a possibilidade de o Gabinete Adjunto de Documentação Histórica do Gabinete Pessoal da Presidência - responsável pela análise e definição do destino (acervo público ou privado) de presentes oferecidos por autoridade estrangeira ao Presidente - 'ter sido utilizado para desviar, para o acervo privado, presentes de alto valor, mediante determinação' de Bolsonaro.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou, na tarde desta quinta-feira, 4, do lançamento da pedra fundamental do projeto Orion, em Campinas, e anunciou investimentos no acelerador de partículas Sirius.

No evento, o presidente dedicou sua fala a destacar a importância do investimento na Educação do País. Reclamando que o Brasil poderia "ser muito mais poderoso se não tivéssemos complexo de vira-lata", Lula afirmou que a educação "foi tratada de forma premeditada para que o povo pobre não estudasse".

Para diminuir esse vácuo, o presidente defendeu o investimento na área, um tema, que pontuou, é sua "obsessão". Segundo Lula, "magoado" por não ter tido o próprio acesso ao ensino superior garantido, esse é um tema que tem como muito importante.

O presidente esteve nesta tarde no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), onde participou do lançamento da pedra fundamental do Projeto Orion, complexo laboratorial para pesquisas avançadas em patógenos, e anunciou a continuidade do Projeto Sirius, um acelerador de partículas de 68 mil metros quadrados.

Durante o evento, Lula destacou a participação do ministro do Empreendedorismo, Márcio França, e do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, convidando ambos para falar na cerimônia. Destacando o papel de Mercadante, Lula pontuou que "quando vocês precisarem de dinheiro, vocês vão precisar do BNDES".

A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, que acompanhou a comitiva presidencial, destacou o trabalho feito pelo governo federal, e pontuou que as obras entregas feitas nesta tarde são "um grande passo para a ciência, para a saúde e para a cidadania".

Campinas

A agenda do presidente em Campinas faz parte de um movimento para fortalecer a pré-campanha do candidato do PT à prefeitura da cidade. O médico do Sistema Único de Saúde (SUS) e ex-vereador Pedro Tourinho, é o nome da sigla, e tenta a Prefeitura pela 2ª vez. Dário Saadi (Republicanos), atual prefeito de Campinas, vai tentar a reeleição.

Como mostrou o Estadão, a eleição em Campinas também será um teste da influência de Lula e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).