Índia: tumulto em cerimônia religiosa resulta em pessoas pisoteadas e dezenas de mortos

Internacional
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Mais de 90 pessoas morreram esmagadas e dezenas ficaram feridas num tumulto durante uma celebração religiosa hindu no Estado de Uttar Pradesh, no norte da Índia, nesta terça-feira, 2. Segundo a agência de notícias AFP, autoridades locais confirmaram 97 mortes.

 

O tumulto aconteceu no final do encontro religioso organizado por um guru conhecido localmente como Bhole Baba, que celebra as reuniões há mais de duas décadas. De acordo com o policial Rajesh Singh, a superlotação pode ter ocasionado o tumulto causado no vilarejo, situado a cerca de 350 quilômetros a sudoeste da capital do Estado, Lucknow. Os relatórios iniciais sugerem que mais de 15.000 pessoas se reuniram para o evento, que tinha permissão para receber apenas cinco mil pessoas.

 

Vídeos não verificados nas redes sociais mostraram um grande número de cadáveres, a maioria mulheres, em um pátio não identificado. "As pessoas começaram a cair umas sobre as outras. Aqueles que foram esmagados morreram", disse Shakuntala Devi, que presenciou a cena, à agência de notícias Press Trust of Índia.

 

Pelo menos 60 pessoas chegaram aos necrotérios do distrito nas primeiras horas e mais de 150 pessoas foram internadas em hospitais, disse o médico Umesh Tripathi. Em uma postagem na plataforma de mídia social X, o ministro-chefe de Uttar Pradesh, Yogi Adityanath, chamou o incidente de "extremamente triste e comovente" e informou que as autoridades estão investigando a causa.

 

Histórico

 

Na Índia, tumultos durante peregrinações religiosas são comuns devido à má aplicação das medidas de segurança pública. Nos últimos anos, as autoridades aumentaram a vigilância de grandes reuniões religiosas, disponibilizando mais agentes policiais e utilizando drones para monitoramento.

 

Em 2013, peregrinos que visitavam um templo para um festival hindu popular no estado central de Madhya Pradesh foram pisoteados uns pelos outros, temendo que uma ponte desabasse. Na ocasião, cerca de 115 morreram esmagados e afogadas após caírem no rio.

 

Em 2011, outra fatalidade deixou 100 devotos hindus mortos após serem esmagados em festival religioso no Estado de Kerala, no sul do país. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

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Tabata Amaral (PSB), pré-candidata a prefeita de São Paulo, criticou o também pré-candidato Pablo Marçal (PRTB) por ele ter insinuado que o pai dela se matou em decorrência dela ter ido estudar em Harvard, nos EUA. É a segunda vez que o empresário ataca a deputada. No final do mês passado, ele disse que Tabata não poderia ser prefeita porque não é casada e nem tem filhos.

De acordo com a própria pré-candidata, seu pai era bipolar, não foi diagnosticado e nem tratado, se tornou alcoólatra e também usou crack. Porém, a declaração de Marçal não tem lastro temporal: o suicídio ocorreu quando Tabata ainda estava no Brasil, embora já aprovada no vestibular para estudar no exterior.

"É uma falta de caráter absurda, é perverso, é nojento mesmo", disse Tabata em vídeo publicado nas redes sociais. Ela afirma ter chegado a desistir de ir estudar em nos EUA, mas foi incentivada pela família e professores. "Com 18 anos, eu estava num país estranho e estudava o dia inteiro e trabalhava à noite com um babá pra mandar dinheiro pra minha mãe. Pablo Marçal, com essa mesma idade, fazia parte de uma quadrilha de roubo de banco", declarou Tabata.

Segundo o portal Metrópoles, Marçal foi condenado em 2010 por integrar uma quadrilha que desviava dinheiro de contas bancárias após infectar e-mails dos correntistas. A pena de prisão foi extinta em 2018, após a Justiça considerar que o crime estava prescrito. O pré-candidato do PRTB foi procurado para comentar o caso, mas ainda não se manifestou.

"Se quer ser prefeita, que ela cresça. Uma pessoa que passou por mais problemas é mais tarimbada para governar, e eu passei por mais problemas que ela. Eu também vim da periferia. Eu também tive um pai que foi alcoólatra, mas a família ajudou e ele deixou o alcoolismo. Já sobre o pai dela, ela foi pra Harvard, e o pai dela acabou morrendo. Governar e ser vítima na mesma pessoa não tem como", disse Pablo Marçal em entrevista a Isto É publicada nesta quinta-feira, 4.

A disputa eleitoral pela Prefeitura de São Paulo está empatada, conforme pesquisa Genial/Quaest publicada no dia 27 de junho. O atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), tem 22% das intenções de voto, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), 21%, e o apresentador José Luiz Datena (PSDB), aparece com 17%. Os três estão tecnicamente empatados na margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos. Marçal, com 10%, e Tabata, com 6%, também estão em empate técnico.

O Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou nesta quinta-feira, 4, que pretende transformar a data de 2 de Julho em um segundo dia oficial da Independência do Brasil.

A declaração foi dada durante o lançamento da pedra fundamental Orion em Campinas (SP). O petista discursava sobre a necessidade de valorizar o País e a história nacional. Ele afirma que a verdadeira independência ocorreu após a data que hoje é comemorada, o 7 de setembro de 1822.

"Tem a independência que foi o grito do imperador, que a gente nem sabe se deu o grito mesmo [...] Mas nós tivemos a verdadeira independência do Brasil, que foi o resultado final da expulsão dos últimos portugueses em 2 de julho em Salvador, na Bahia. Ali houve luta e houve mulheres heroínas. Muitas mulheres que lutaram para garantir a independência", disse o petista.

A data em questão é celebrada anualmente na Bahia como símbolo histórico de quando os portugueses foram expulsos do País.

Desde 1822, os baianos reivindicavam a soberania nacional e um governo composto por brasileiros. A coroa portuguesa não aprovava a revolução, pois não queria perder o controle da colônia. A partir disso, batalhas foram travadas até chegar em Salvador, em 2 de julho de 1823, quando os últimos portugueses perderam a disputa definitivamente e tiveram que abandonar o País.

Nesta semana, pela terceira vez, Lula participou ativamente da comemoração em Salvador. Com fanfarras, a presença de políticos e grupos populares, o presidente atravessou as ruas da cidade acompanhando o desfile na última terça-feira, 2. O governador do Estado, Jerônimo Rodrigues (PT), relatou que Lula quer adicionar aos livros didáticos das escolas brasileiras a história hoje celebrada na Bahia.

A Polícia Federal (PF) indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 11 pessoas nesta quinta-feira, 4, pelos supostos crimes de peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro no caso que envolvendo a venda das joias sauditas, revelado pelo Estadão em março de 2023.

Além de Bolsonaro, outros aliados dele de primeiro escalão foram indiciados, como o advogado pessoal do ex-mandatário, Fabio Wajngarten, e o tenente-coronel e ex-ajudante de ordens da Presidência (e delator) Mauro Cid.

O relatório final da Polícia Federal (PF) sobre o caso está sendo entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF). O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, deve encaminhar o documento para o Ministério Público Federal.

Cabe à Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestar, em até 15 dias, sobre um eventual oferecimento de denúncia contra os investigados.

O MPF é quem vai decidir se apresenta acusação formal à Justiça, que pode determinar a abertura de uma ação penal. O MPF pode também pedir mais apurações, ou ainda arquivar o caso.

Ou seja, o indiciamento não significa que o ex-presidente já tenha sido considerado culpado pela apropriação e tentativa de venda das joias. Se a Justiça acatar a denúncia, aí, sim, Bolsonaro vira réu no processo que vai apurar os crimes.

Até a publicação deste texto, o Estadão buscou contato com as defesas dos indiciados para pronunciamentos, mas sem sucesso. O espaço segue aberto.