O que já se sabe sobre o atentado a Donald Trump na Pensilvânia e o que falta ser esclarecido

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O ex-presidente norte-americano Donald Trump, candidato republicano à Casa Branca nas eleições de novembro deste ano, sofreu um atentado a tiros durante um comício em Butler, na Pensilvânia. Ele foi atingido de raspão na orelha e retirado do palco sangrando.

O atirador, identificado pelo FBI como Thomas Matthew Crooks, de 20 anos, foi morto pelo Serviço Secreto. Um espectador também morreu e dois ficaram feridos.

Líderes mundiais condenaram o atentado, assim como o adversário dele, o presidente democrata Joe Biden. No Brasil, tanto o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também se solidarizaram com Trump.

Veja o que já se sabe sobre o atentado a Donald Trump:

- O atentado ocorreu em Butler, no Oeste da Pensilvânia, onde Trump realizava um comício de campanha. No momento dos tiros, ele discursava sobre travessias de imigrantes na fronteira. Na hora dos disparos, ele colocou a mão na orelha e se jogou no chão, enquanto apoiadores gritavam e se abaixavam. Seguranças então cercaram o ex-presidente e o escoltaram para fora do local com a orelha sangrando. Veja a cronologia do caso.

- Além de Trump, atingido de raspão na orelha, três pessoas que participavam do comício foram baleadas. Um morreu e outros dois ficaram feridos. As vítimas eram todos homens, de acordo com o tenente-coronel George Bivens, da Polícia da Pensilvânia. Nas redes sociais, o líder republicano se solidarizou com os apoiadores atingidos.

- O atirador fez os disparos às 18h13, no horário local, 19h13 no horário brasileiro. O porta-voz do Serviço Secreto, Anthony Guglielm, disse que o autor do atentado realizou "múltiplos disparos em direção ao palco, de uma posição elevada do lado de fora do local onde ocorria o comício" e utilizou um fuzil AR-15. Análises gráficas da imprensa americana indicam que ele estava em um telhado a cerca de 130 metros do palco.

- O atirador foi morto pelo Serviço Secreto. Ele foi identificado como Thomas Matthew Crooks, de 20 anos. Era registrado como eleitor republicano na Pensilvânia, mas em janeiro de 2021 doou US$ 15 ao comitê democrata Projeto de Comparecimento Progressista. A motivação para o atentado ainda não está clara.

- Thomas Matthew Crooks vivia em um bairro de classe média em Bethel Park, a cerca de 80 quilômetros de Butler, palco do atentado. Policiais encontraram dois explosivos no carro dele e um terceiro pode ter sido encontrado em sua casa, disseram pessoas informadas sobre as investigações ao The New York Times.

- Donald Trump disse ter sido atingido por uma bala que teria perfurado a parte superior da orelha direita. "Percebi imediatamente que algo estava errado, pois ouvi um zumbido, tiros e imediatamente senti a bala rasgando a pele. Houve muito sangramento, então percebi o que estava acontecendo", afirmou. O porta-voz do presidente, Steven Cheung, limitou-se a afirmar que o candidato republicano havia sido levado para um centro médico, mas que está bem.

- O FBI abriu uma investigação sobre o caso e confirmou que trabalhará em conjunto com o Serviço Secreto dos Estados Unidos ao longo das apurações.

- Segundo a Casa Branca, o presidente Joe Biden, além de se manifestar por nota e pronunciamento, falou diretamente com Donald Trump para prestar solidariedade.

O que ainda falta ser esclarecido sobre o atentado a Trump:

- Não se sabe como o atirador acessou o local armado sem ser percebido pela segurança de Donald Trump. Ainda não há informações sobre qual seria a motivação do crime. Autoridades afirmam não ver indícios de que os suspeito fizesse parte de uma conspiração maior, mas ponderam que as investigações são muito fluidas.

- Não há informações sobre interrupção de atividades por parte do ex-presidente nos próximos dias em função da saúde. Sua campanha diz, apenas, que ele estará na convenção republicana prevista para a próxima semana. Na madrugada deste domingo, um vídeo do ex-presidente desembarcando em Nova Jersey foi divulgado nas redes sociais. Nas imagens, Trump aparece descendo as escadas do avião particular, sem apresentar dificuldades de mobilidade, ao lado de agentes do Serviço Secreto dos Estados Unidos.

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Entrando na quarta semana de internação, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu neste sábado, 3, a primeira previsão de alta hospitalar desde a cirurgia realizada no intestino. Segundo o novo boletim médico, o ex-presidente deve deixar o Hospital DF Star, em Brasília, nos "próximos dias".

A equipe médica também informa que ele segue se alimentando via oral e teve "progressão" na dieta, com alimentação pastosa e já sem auxílio de nutrição complementar pela veia. Bolsonaro, assim como nos últimos dias, está estável clinicamente, sem dor ou febre e com pressão arterial controlada.

Bolsonaro recebeu alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na última quarta-feira, 30. No total, o ex-presidente passou 18 dias nos cuidados intensivos, e só voltou a se alimentar pela via oral um dia antes, na terça, 29. No mesmo dia, à tarde, ele retirou a sonda nasogástrica e postou um vídeo do instrumento sendo puxado de seu nariz pelo médico.

Bolsonaro está no hospital desde o dia 13 do mês passado, quando foi submetido a uma cirurgia que durou 12 horas para retirar aderências no intestino e reconstruir a parede abdominal. O procedimento foi realizado após ele passar mal, no dia 11, em uma agenda no interior do Rio Grande do Norte.

Por chamada de vídeo nesta quinta-feira, 1.º, o ex-mandatário, réu por golpe de Estado, disse a apoiadores que pode ir à manifestação pró-anistia dos condenados pelo 8 de Janeiro marcada para o dia 7 de maio em Brasília. Ele recomendou aos apoiadores que a manifestação seja pacífica e que o objetivo é fazer um ato "sem pegar pesado em cima de ninguém".

Já em solo russo, conforme a previsão de sua agenda, a primeira-dama do Brasil, Janja Lula da Silva, tinha o compromisso de visitar o Kremlin, em Moscou às 11h10 deste sábado - o fuso horário da cidade está seis horas à frente do Brasil.

Janja chega ao país antes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que deve desembarcar em Moscou no próximo dia 8 de maio para participar, no dia seguinte, da Cerimônia de celebração dos 80 anos do Dia da Vitória na Segunda Guerra Mundial.

Em março, a primeira-dama viajou para o Japão também uma semana antes de Lula, quando foi fortemente criticada por não divulgar seus compromissos oficiais. Desde 25 de abril, no entanto, o Palácio do Planalto passou a divulgar a agenda de Janja. Até a chegada do presidente à Rússia, ela cumprirá uma série de agendas entre os dias 3 e 8 de maio, segundo informou hoje o Palácio do Planalto.

"Tendo em vista a relação entre Rússia e Brasil, com importantes acordos de cooperação na área de educação e cultura, Janja focará as agendas nesses temas, além da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, iniciativa que a primeira-dama tem promovido desde quando a Aliança foi proposta pelo presidente Lula durante a presidência brasileira do G20 (grupo das 20 maiores economias do mundo)", traz a agenda da primeira-dama.

Ainda antes da chegada do presidente, Janja terá agendas com a comunidade brasileira na Rússia, em Moscou, incluindo encontro com professores de língua portuguesa e alunos na Biblioteca de Literatura Estrangeira. A primeira-dama também irá participar de evento na Universidade HSE sobre a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, e o seu fator de potencializar a cooperação entre os países.

A convite do governo russo, Janja irá visitar diversos locais de importância histórica e cultural para o país, como o Teatro Bolshoi. A assessoria do Planalto lembra que o Brasil é o único país fora da Rússia que possui uma filial do Teatro Bolshoi e da Escola do Teatro Bolshoi. Além do Kremlin, ela também visitará o Museu Hermitage, a Catedral do Sangue Derramado e a Fábrica de Porcelana Imperial, uma das mais antigas da Europa, fundada em 1744 e primeira e única empresa na Rússia produzindo produtos de porcelana artísticos.

A agenda prevê ainda que, também a convite do governo russo, a primeira-dama fará breve visita à cidade de São Petersburgo, capital cultural da Rússia, onde irá se encontrar com professores russos e estudantes dos cursos de Português e Relações Internacionais da Universidade Estatal de São Petersburgo, além de visitar o Teatro Mariinsky, uma das principais companhias de balé da Rússia, onde irá assistir o balé "Lago dos Cisnes".

A partir do dia 8 de maio, com a chegada do presidente Lula a Moscou, a primeira-dama o acompanha em todos os eventos oficiais.

O governo federal anunciou nesta sexta-feira, 2, a escolha de Wolney Queiroz para o comando do Ministério da Previdência Social. A nomeação foi oficializada em edição extra do Diário Oficial da União. Em um longo histórico político, Wolney tem alinhamento com pautas caras ao PT, mas teve desgaste recente quando se aproximou do PL nas eleições municipais de seu reduto eleitoral.

Wolney ocupava o cargo de secretário-executivo da Previdência desde o início do atual governo, posição considerada o segundo posto mais importante dentro de um ministério. A mudança ocorre após a saída de Carlos Lupi, que pediu demissão em meio à crise gerada por investigações da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU) sobre descontos irregulares em benefícios pagos pelo INSS em montante que pode chegar a R$ 8 bilhões.

Segundo informações da GloboNews, Wolney Queiroz estava presente quando o então ministro Carlos Lupi foi informado sobre o aumento de denúncias de descontos não autorizados em aposentadorias e pensões. Apesar da gravidade do problema, Lupi não tomou providências imediatas, conforme as atas das reuniões. A informação foi revelada pelo "Jornal Nacional" e confirmada pelo Estadão.

Trajetória

Com informações do site da Câmara dos Deputados, é possível recuperar um longo histórico da vida pública de Wolney. Nascido em 1972 em Caruaru (PE), ele é filiado ao PDT desde 1992. Iniciou a carreira política como vereador em sua cidade natal, onde presidiu a Câmara Municipal. Em 1995, assumiu o primeiro de seis mandatos consecutivos como deputado federal por Pernambuco.

Durante sua atuação no Congresso Nacional, foi vice-líder do PDT em diferentes períodos entre 1995 e 2013, liderou a bancada do partido entre 2020 e 2022 e chefiou o bloco de oposição ao governo Jair Bolsonaro em 2022. Também presidiu a Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público, além de participar de comissões como Constituição e Justiça, Defesa do Consumidor e Desenvolvimento Urbano.

Em votações de grande repercussão, votou contra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Foi contrário à PEC do Teto de Gastos e à Reforma Trabalhista no governo Michel Temer, e apoiou a abertura de investigação contra o então presidente Temer em 2017.

Ainda entre as posições sobre projetos, Queiroz votou contra a reforma da Previdência em 2019, posicionando-se de forma crítica à proposta. Mas também esteve envolvido em episódios que geraram críticas. Em 2021, foi criticado por parte do PDT por votar a favor da PEC dos Precatórios no primeiro turno de votação. Mas votou contra a medida no segundo turno. A PEC permitiu ao governo adiar o pagamento de dívidas judiciais para abrir espaço no orçamento público para a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Filho do ex-prefeito José Queiroz (PDT), mantém influência na política local de Caruaru. Em 2023, confirmou que o partido lançaria seu pai como candidato à prefeitura de Caruaru. Por outro lado, a aproximação com o PL, em articulações políticas em Jaboatão dos Guararapes, provocou desconforto em setores do governo e dentro do próprio PDT, colocando em debate sua permanência em cargos na administração federal.