Múcio diz que fronteira com Venezuela é a mais difícil por questões políticas do país vizinho

Internacional
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
O ministro da Defesa, José Múcio, afirmou que a fronteira do Brasil com a Venezuela é a "mais difícil no momento" por conta das questões políticas do país vizinho. De acordo com o ministro, porém, a fronteira está "bastante preparada" para qualquer evento que ocorra.

"Nós temos fronteiras com 10 países, a mais difícil no momento, por questões políticas deles, é a Venezuela. Nós estamos preparados para defender a integridade do território nacional. Nós não precisamos de uma defesa preparada e competente para atacar ninguém. Nós precisamos de uma defesa para dizer não, aqui não entra, aqui não passa, aqui é território do povo brasileiro", afirmou o ministro a jornalistas, após participar da cerimônia de comemoração dos 25 anos do Ministério da Defesa nesta quarta-feira, 28. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve no evento.

"Nossa fronteira com a Venezuela está bastante preparada para qualquer evento, temos lá blindados, reforçamos pessoal do Exército, da Marinha. Estamos todos lá torcendo para que nada aconteça. Não vai acontecer, mas temos que estar preparados", acrescentou.

A fala do ministro ocorre um mês depois das eleições presidenciais que ocorreram na Venezuela. O ditador Nicolás Maduro ainda não apresentou as atas de votação que comprovariam a sua contestada vitória certificada pelo Conselho Nacional Eleitoral, que é controlado pelo chavismo. A oposição, porém, continua indo às ruas para defender a vitória de Edmundo González Urrutia, atestada em 80% das atas obtidas por seus partidários diretamente nos colégios eleitorais e divulgadas online.

Em outra categoria

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), fez críticas a seu antecessor, Fernando Pimentel, do PT, durante cerimônia da Stellantis, na qual divide o palco com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Sem mencionar o nome de Pimentel, o governador atual disse que assumiu, em 2019, um Estado que estava "literalmente desmoronando", referindo-se à tragédia, na mesma época, do rompimento da barragem de Brumadinho. Ele frisou que o governo estadual não fazia repasses de ICMS e de IPVA para os municípios mineiros. Também citou os atrasos nos pagamentos de servidores das gestões anteriores.

Ao lembrar, em seu discurso, do primeiro mandato, Zema disse que prometeu fazer um governo "da economia" e que daria exemplo como governador quando foi procurado por executivos da Fiat, do grupo Stellantis, para a discussão de novos investimentos no Estado.

*O repórter viajou a convite da Stellantis

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), divide nesta terça-feira, 11, os holofotes de dois grandes eventos da indústria em Minas Gerais com o governador do Estado, Romeu Zema (Novo), contra quem o atual chefe do Executivo pode disputar as eleições presidenciais do ano que vem.

A primeira agenda é a inauguração, na fábrica da Stellantis em Betim, de um centro dedicado ao desenvolvimento de carros híbridos.

Também está previsto o anúncio de contratação de engenheiros pela montadora que produz automóveis das marcas Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën.

Depois, a 110 quilômetros de Betim, são aguardadas as presenças de Lula e Zema na cerimônia que marca a expansão da fábrica da Gerdau em Ouro Branco.

Após visita às linhas de produção da Stellantis e uma conversa com o chaiman da montadora e herdeiro da família fundadora da Fiat, John Elkann, Lula participa agora da cerimônia de inauguração do centro de desenvolvimento no complexo industrial em Betim. Zema também participa da solenidade.

A Stellantis tem plano de investimento de R$ 30 bilhões no Brasil entre 2025 e 2030. Os recursos incluem a produção nas fábricas brasileiras de carros híbridos, que combinam um motor elétrico com outro convencional movido a gasolina ou etanol.

Lula está acompanhado em Minas Gerais da primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja, e do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, além dos ministros da Casa Civil, Rui Costa; da Fazenda, Fernando Haddad; do Trabalho, Luiz Marinho; e de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

*Os repórteres viajaram a convite da Stellantis e da Gerdau

Com o avanço do processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros 33 denunciados por tentativa de golpe de Estado, o Supremo Tribunal Federal (STF) aguarda a manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre as defesas prévias apresentadas pelos acusados.

O ministro Alexandre de Moraes determinou que a PGR, comandada por Paulo Gonet, se manifeste até a próxima sexta-feira, 14. Após a manifestação da PGR, Moraes, relator do caso, avaliará se há elementos suficientes para que a denúncia seja levada a julgamento.

Caso considere que o processo está pronto, ele encaminhará o caso à Primeira Turma do STF, composta por cinco ministros - Luiz Fux, Cármen Lúcia, Flávio Dino e Cristiano Zanin. Nessa etapa, os magistrados decidirão se aceitam ou rejeitam a denúncia. Os ministros analisam se ela atende aos requisitos exigidos pela lei, que sustentam as acusações. Se a denúncia for rejeitada, o caso será arquivado.

Se a Primeira Turma aceitar a acusação, os denunciados se tornarão réus e o processo seguirá para a fase de instrução. Nesse momento, serão coletadas provas, realizadas oitivas de testemunhas e analisados documentos que possam reforçar ou enfraquecer a acusação.

Finalizada a instrução processual, o caso será julgado pelo STF, que determinará se os réus são culpados ou inocentes. Se houver condenação, os envolvidos ainda poderão apresentar recursos dentro do próprio tribunal, buscando esclarecer ou modificar pontos da decisão.

Acusados do golpe questionam julgamento no STF e imparcialidade de Moraes

As defesas prévias enviadas nesta semana foram a primeira oportunidade que os denunciados tiveram de se manifestar formalmente sobre as acusações da PGR. Os denunciados por tentativa de golpe de Estado enviaram suas defesas prévias na última semana. As manifestações contestam tanto a condução do inquérito quanto o julgamento no STF.

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro pediu que a análise do recebimento da denúncia seja feita pelo plenário do STF, e não apenas pelos cinco ministros que compõem a Primeira Turma.

Além de negar os crimes apontados pela PGR, os advogados de Bolsonaro acusam Moraes, de cometer abusos na condução do processo e alegam que a denúncia é "inepta" e "desorganizada", argumentando que o órgão se preocupou mais em "contar uma boa história" do que em sustentar juridicamente as acusações.

Outros denunciados também questionaram a competência do STF para julgar o caso, levantaram dúvidas sobre a imparcialidade de Moraes e cobram acesso integral aos autos e às provas reunidas pela Polícia Federal ao longo da investigação.