Regime chavista pede e Justiça manda prender candidato opositor

Internacional
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

A Justiça da Venezuela atendeu ao pedido o Ministério Público e emitiu nesta segunda-feira, 2, uma ordem de prisão contra Edmundo González Urrutia, candidato da oposição nas eleições de 28 julho nas quais o ditador Nicolás Maduro foi declarado vencedor.

 

A ordem de prisão é mais um sinal de recrudescimento da ditadura e foi apresentado horas depois de os EUA anunciarem que apreenderam o avião de Maduro, que estava na República Dominicana, alegando que sua aquisição foi ilegal e violou sanções americanas.

 

Segundo o MP, Urrutia passou a ser investigado pelos crimes de usurpação de funções, falsificação de documentos públicos, incitação à desobediência, conspiração e sabotagem de sistemas por denunciar fraude na última eleição. A investigação tem como foco o site que a oposição criou para divulgar as cópias das atas, que comprovariam sua vitória. O opositor, de 75 anos, passou a viver na clandestinidade.

 

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), controlado pelos chavistas, declarou a vitória de Maduro, ratificada pelo Tribunal Supremo de Justiça, também dominado pelo regime. As atas de votação, no entanto, nunca foram apresentadas, apesar dos apelos da comunidade internacional. A oposição divulgou as cópias de mais de 80% das urnas, que comprovariam sua vitória incontestável.

 

Apreensão

 

Antes de anunciar o pedido de prisão do opositor, os EUA tinham comunicado a apreensão do avião de Maduro, uma medida classificada por Caracas como "pirataria". A aeronave, um Dassault Falcon 900EX, utilizado pelo chavista em viagens oficiais, foi levada para a Flórida, marcando uma escalada nas tensões entre os dois países.

 

"O Departamento de Justiça apreendeu uma aeronave que foi adquirida ilegalmente por US$ 13 milhões (R$ 73 milhões) por meio de uma empresa de fachada e foi contrabandeada para fora dos EUA para ser usada por Nicolás Maduro e seus comparsas", disse o secretário de Justiça americano, Merrick Garland, em comunicado.

 

O avião foi vendido dos EUA para a Venezuela, via Caribe, em abril de 2023, em uma transação destinada a contornar uma ordem executiva que proíbe pessoas em território americano de realizar transações comerciais com a ditadura venezuelana. O avião, registrado em San Marino, foi usado várias vezes por Maduro para viagens ao exterior.

 

Em março, o Dassault Falcon 900EX voou para a República Dominicana, junto com um avião registrado na Venezuela, para o que se acreditava ser uma manutenção de rotina. Segundo a rede CNN, que reportou a apreensão, as autoridades americanas vinham trabalhando com as dominicanas, que notificaram a Venezuela.

 

O governo dominicano afirmou ontem, porém, que nem ele, nem o Ministério Público participaram do processo de investigação dos EUA e que apenas foi solicitada ao país uma "cooperação jurídica internacional".

 

Os EUA impuseram sanções a 55 aviões registrados na Venezuela pertencentes à petrolífera estatal PDVSA. Também ofereceram uma recompensa de US$ 15 milhões pela prisão de Maduro, acusado de corrupção e tráfico de drogas. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em outra categoria

O ministro Mauro Campbell, corregedor do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), afastou mais um magistrado por suspeita de envolvimento em supostas fraudes na liberação de alvarás de quase R$ 150 milhões em desfavor da Eletrobras. Trata-se do juiz Roger Luiz Paz de Almeida, da Vara de Execuções de Medidas e Penas Alternativas de Manaus. O servidor Gean Carlos Bezerra Alves, que atuou na equipe do magistrado, também foi afastado.

O Estadão busca contato com a defesa do juiz e pediu manifestação dele por meio da assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça.

Em sua decisão, Mauro Campbell afirmou que o juiz agiu de forma "parcial, enviesada e possivelmente concertada" em uma ação "manifestamente fraudulenta, que quase resultou em prejuízos de centenas de milhões de reais" à Eletrobras.

O desembargador Elci Simões, do Tribunal de Justiça do Amazonas, e o juiz Jean Carlos Pimentel dos Santos, da Vara Única da Comarca de Presidente Figueiredo, na região metropolitana de Manaus, já haviam sido afastados dos cargos na semana passada por participação no mesmo processo.

O juiz Roger Luiz Paz de Almeida modificou o grau de publicidade do processo e decretou "sigilo intenso" da ação. Ao determinar seu afastamento, o ministro Marco Campbell afirmou que a decisão foi tomada por iniciativa própria, sem um pedido das partes, e sem justificativa, o que levantou suspeitas.

Outro detalhe chamou a atenção do corregedor: a Eletrobras foi citada no processo pelo e-mail da ouvidoria da empresa - canal de sugestões e reclamações - e por uma advogada que não estava habilitada para receber intimações em nome da companhia.

Mauro Campbell classificou os atos como "absolutamente questionáveis" e disse que o juiz agiu "para que a atuação processual da empresa Eletrobras S.A. fosse restringida, viabilizando, em seguida, o levantamento fraudulento" do dinheiro.

Além do afastamento, o ministro proibiu expressamente o acesso dos magistrados aos sistemas de processos e da corregedoria.

Uma equipe da corregedoria do CNJ esteve nesta semana no Tribunal de Justiça do Amazonas, acompanhada da Polícia Federal, para buscar provas. Por determinação de Mauro Campbell, o gabinete do desembargador ficou lacrado até a chegada da equipe. Computadores e telefones funcionais foram periciados.

O dinheiro da Eletrobras foi penhorado para pagar pessoas físicas e jurídicas por títulos de crédito emitidos em 1966. O prazo para cobrança já prescreveu. Mesmo assim o valor foi liberado pelos magistrados e chegou a cair nas contas do grupo.

A Eletrobras conseguiu recuperar a maior parte do dinheiro. A empresa recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e obteve uma decisão favorável do ministro Benedito Gonçalves para determinar aos bancos que estornassem os valores. O ministro apontou "indícios de fraude" na ação e classificou como "duvidosa" a execução judicial.

Um homem morreu após tentar assaltar um veículo da Casa Militar do governo de São Paulo na noite da sexta-feira, 28, em Sa~o Paulo, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP).

O Estadão apurou que o carro, com quatro ocupantes, fazia a escolta do vice-governador do estado, Felício Ramuth (PSD). A autoridade não estava presente durante a ocorrência. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o vice-governador não se pronunciaram. "Nenhuma autoridade estadual estava no veículo no momento da ocorre^ncia", afirmou a SSP.

A tentativa de assalto ocorreu na esquina da Rua Bra´s Cardoso com a Rua Domingos Leme, na Vila Nova Conceição, na zona sul.

Imagens de câmera de monitoramento registraram o momento em que o criminoso chegou em uma moto e parou ao lado da porta do motorista com uma arma na mão. Dois armados - um pela porta da traseira e outro que estava no banco do carona - atiraram no suspeito.

O criminoso tentou fugir de moto, mas foi atingido. Segundo a SSP, o suspeito foi levado para a UPA Santo Amaro, mas na~o resistiu. A arma do criminoso e a moto, que tinha placa adulterada, foram apreendidas. A identidade do assaltante não foi revelada.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usou suas redes sociais para publicar uma piada sobre o início do carnaval no País. "Já dá para decretar o carnaval em todo território nacional, né?", escreveu o petista no X (antigo Twitter), em tom de brincadeira.

Na publicação, ele também recomendou o uso de protetor solar e o consumo de água durante a folia. "Divirtam-se com responsabilidade e respeito", diz o texto.

Na noite desta sexta-feira, 28, Lula foi a Montevidéu, no Uruguai, para a posse do novo presidente uruguaio, Yamandú Orsi. Ele deve retornar a Brasília na tarde deste sábado, 1.º. No país sul-americano, Lula se reuniu com chefes de Estado do Mercosul e também teve um encontro com presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier.

A Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência ainda não divulgou a agenda de Lula durante o carnaval. No ano passado, ele permaneceu em Brasília durante o feriado.

Outros políticos decidiram sair na folia e já publicaram as festividades nas redes sociais. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), aproveitará o feriado em Macapá, sua base eleitoral. No Instagram, ele publicou um vídeo no sambódromo da cidade, desfilando com a escola de samba Império da Zona Norte.

Já o prefeito de Recife, João Campos (PSB), e a deputada Tabata Amaral (PSB-SP), já marcaram presença na folia. O casal aproveitou o início do carnaval no tradicional bloco Galo da Madrugada, na capital pernambucana.

Enquanto que o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), entregou, nesta sexta-feira, "as chaves da cidade" ao Rei Momo Kaio Mackenzie, marcando oficialmente a abertura do carnaval carioca.