Aquecimento global ampliou em até 30% força de chuvas do furacão Milton, dizem cientistas

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Mudanças climáticas provocadas por ações humanas deram um impulso significativo ao furacão Milton, que atingiu a Flórida nesta semana, intensificando a chuva da tempestade em 20% a 30% e fortalecendo seus ventos em cerca de 10%, divulgaram pesquisadores do World Weather Attribution nesta sexta-feira, 11.

De acordo com os cientistas, sem as mudanças climáticas, um furacão como Milton chegaria à costa da Flórida como categoria 2, em vez de uma categoria 3, como tocou o solo na quarta-feira, 9, com ventos de até 205 km/h, que fizeram dele um furacão de grande intensidade.

Antes de encostar no solo, Milton chegou a ser um furacão de categoria 5, o mais alto da escala Saffir-Simpson, que mede esse tipo de tempestades. Milton atingiu a Flórida nesta semana enquanto várias comunidades ainda estavam enfrentando os danos do devastador furacão Helene, de duas semanas atrás.

As mudanças climáticas também aumentaram o vento e a chuva do furacão Helene, segundo os pesquisadores. As duas tempestades trouxeram uma temporada de furacões no Atlântico que, segundo os cientistas, está longe de acabar.

A temporada de furacões termina oficialmente em 30 de novembro e atinge o pico de meados de agosto a meados de outubro devido às águas quentes do oceano. Mas o período muito ativo continuará até novembro devido aos ventos favoráveis de nível superior na atmosfera, bem como às temperaturas do oceano permanecendo em níveis recorde.

Após analisar o Helene, a equipe internacional de cientistas estimou que a tempestade despejou 10% mais chuva do que uma tempestade igualmente extrema teria feito em tempos mais frios. À medida que avançava, seus ventos eram cerca de aproximadamente 20 km/h mais intensos. E as águas oceânicas das quais a tempestade extraiu energia estavam cerca de 1,3ºC mais quentes.

Globalmente, a proporção de tempestades que se torna muito intensa deverá aumentar à medida que o planeta continua a aquecer, de acordo com a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA). As tempestades também devem se tornar mais propensas a ganhar força rapidamente à medida que atravessam águas oceânicas quentes.

A superfície do Golfo do México ajudou o furacão Helene a intensificar-se de categoria 1 para categoria 4 em menos de um dia. Na segunda-feira, o furacão Milton atingiu a categoria 5 ainda mais rapidamente.

Outra maneira pela qual o aquecimento global está afetando os furacões é que o ar mais quente pode absorver mais umidade do que o ar mais frio, permitindo que as tempestades despejem chuvas mais intensas. Helene efetivamente entregou dois grandes volumes de chuva ao sudeste dos Estados Unidos, disse Jay Cordeira, cientista atmosférico do Instituto de Oceanografia Scripps.

Enquanto o centro do furacão ainda estava sobre o Golfo do México, os ventos da tempestade enviaram uma grande quantidade de ar tropical úmido para o norte, explicou Cordeira. Esse aumento de umidade colidiu com as Montanhas Apalaches e uma depressão de ar mais frio sobre o Vale do Rio Ohio, causando fortes chuvas na Geórgia e nos Apalaches do Sul. Na sequência, o próprio furacão atingiu a costa, trazendo ainda mais chuva.

Até agora, cinco furacões chegaram à costa dos EUA - e o recorde é seis. Jeff Masters, meteorologista do Yale Climate Connections, disse que o recorde pode ser igualado, já que a atividade ciclônica tropical deve estar acima da média para o restante de outubro e novembro. A temporada termina oficialmente em 30 de novembro. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou nesta quinta-feira, 17, que prefere que sua esposa, Michelle Bolsonaro, não se envolva em campanhas políticas, embora ela considere a possibilidade de concorrer ao Senado.

De acordo com o ex-presidente, Michelle não tem discutido a ideia de lançar candidatura. "A não ser para mim, ela confessa que ela gostaria talvez se candidatar ao Senado pelo Distrito Federal", afirmou.

O ex-presidente foi questionado sobre a possibilidade de Michelle disputar a Presidência da República, caso ele não consiga reverter sua inelegibilidade. Além de negar essa hipótese, Bolsonaro ressaltou que não gostaria de vê-la participando de uma campanha eleitoral.

"Não quero ver minha esposa - se ela decidir, é outra história - envolvida em campanha", comentou.

Apesar de ter mencionado que Michelle não fala sobre uma candidatura futura, Bolsonaro destacou que ela tem consciência da responsabilidade do cargo Executivo, seja em nível federal ou municipal.

O ex-presidente fez essas declarações em João Pessoa (PB), onde participou de um evento da campanha de seu ex-ministro da Saúde, Marcelo Queiroga (PL), que disputa o segundo turno das eleições para prefeito da capital paraibana contra Cícero Lucena (PP).

Segundo pesquisa Quaest divulgada nesta quinta-feira, 17, Lucena lidera com 51% das intenções de voto, contra 31% de Queiroga. O número de eleitores indecisos é de 2%, enquanto 9% planejam votar em branco, nulo ou se abster. A margem de erro é de 3%.

A pesquisa ouviu 852 pessoas em João Pessoa entre os dias 14 e 16 de outubro, com um nível de confiança de 95%. O levantamento foi registrado na Justiça Eleitoral sob o código PB-07476/2024.

Nas eleições municipais deste ano, 775 municípios brasileiros não elegeram nenhuma mulher para a Câmara Municipal, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Isso significa que aproximadamente um em cada sete municípios não contará com representação feminina no Legislativo local. O número, apesar de ainda ser significativo, diminuiu com relação à última eleição, de 2020, quando 929 cidades ficaram sem nenhuma vereadora.

Neste ano, o Estado de Minas Gerais liderou a eleição de vereadoras, com 1,3 mil mulheres escolhidas nas urnas. Em seguida vem São Paulo, com 1,2 mil. Roraima teve o menor número de representantes, elegendo apenas 40 mulheres para os Legislativos municipais. O Amapá vem logo atrás, com 41 eleitas, segundo o TSE.

O porcentual de mulheres eleitas para as Câmaras Municipais no Brasil teve um avanço tímido nesta eleição. Em 2020, 83,87% das cadeiras foram ocupadas por homens e 16,13% por mulheres. Agora, os homens representam 81,76% dos vereadores, enquanto a participação feminina subiu para 18,24%.

Proporção

Nas capitais, o aumento foi um pouco mais expressivo. A proporção de vereadoras passou de 17% no último pleito para 21% neste ano. Cinco cidades atingiram ou superaram a marca de 30% de cadeiras ocupadas por mulheres: São Paulo (36%), Curitiba (32%), Porto Alegre (31%), Boa Vista (30%) e Cuiabá (30%).

O aumento mais expressivo no número de mulheres eleitas para o cargo de vereador ocorreu em Cuiabá, onde a representatividade feminina saltou de 8% para 30% das cadeiras. São Paulo, cidade com o maior colégio eleitoral do País, terá também a maior proporção de vereadoras entre as capitais, com 36% das vagas ocupadas por mulheres.

Entre os cinco nomes mais votados na capital paulista, dois são de mulheres: Ana Carolina Oliveira (Podemos), mãe de Isabella Nardoni - assassinada em 2008, aos 5 anos -, conquistou quase 130 mil votos e foi a segunda mais votada, enquanto Amanda Paschoal (PSOL), com 108 mil votos, ficou na quinta posição. A candidata do PSOL teve a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) como principal cabo eleitoral.

Potencial

Outras capitais também tiveram vereadoras liderando o ranking de votação para os respectivos Legislativo. O PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, se destacou com duas mulheres entre as mais votadas: Samantha Iris, em Cuiabá, e Priscila Costa, em Fortaleza. Em Belém, Silvane (MDB) também garantiu seu lugar na Câmara Municipal como a vereadora mais votada, assim como a petista Karla Coser, em Vitória.

"Considerando tanto o porcentual de mulheres no País, que é mais da metade da população, quanto o potencial em relação às candidaturas, percebemos que esse aumento ainda não é significativo", afirmou Tauá Pires, diretora de Incidência do Instituto Alziras, organização sem fins lucrativos que atua para ampliar e fortalecer a participação de mulheres na política brasileira.

"Para dar um exemplo, aqui no Estado de São Paulo, embora a gente tenha tido essa ampliação, ainda seguimos com 78 cidades sem nenhuma mulher vereadora", destacou a diretora do Alziras.

Prefeituras

A especialista também avaliou como pouco promissor o resultado da eleição deste ano para os Executivos municipais. Anteriormente, 12,07% das prefeituras eram comandadas por mulheres; após o primeiro turno de 2024, esse número subiu para 13,23%. Tauá ressaltou que o desfecho do segundo turno será importante para analisar o avanço na pauta da diversidade nestas eleições, já que há sete mulheres disputando prefeituras de capitais.

As cidades com candidatas no segundo turno são Curitiba, Porto Alegre, Aracaju, Natal, Campo Grande, Palmas e Porto Velho. Campo Grande se destaca por ser a única com duas mulheres concorrendo diretamente. No último pleito, apenas Cinthia Ribeiro, em Palmas (TO), e Adriana Lopes, em Campo Grande (MS), foram eleitas.

A pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira, 17, mostra que o prefeito Ricardo Nunes (MDB) perdeu 10 pontos na intenção de votos entre as mulheres, com uma diferença de oito pontos em relação ao deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) .

Há 10 dias do segundo turno das eleições municipais, o emedebista conta com 47% das intenções de voto das eleitoras. Na semana passada, o apoio feminino era de 53% . Boulos, por sua vez, registra 39% das escolhas das mulheres. Na pesquisa anterior, o psolista somava 35%.

Entre os homens, o prefeito conta com a pretensão de votos de 55%, no último levantamento os eleitores de Nunes correspondiam a 57%. Já o deputado soma agora 27% do eleitorado masculino, antes, somava de 30%.

Segundo o Datafolha, a margem de erro para os dados por gênero é de quatro pontos percentuais para mais ou para menos.

Preferência dos jovens e dos mais velhos

A pesquisa também traz dados sobre a popularidade dos candidatos entre diferentes faixas etárias. Entre os eleitores de 16 a 24 anos, Boulos aparece com 43% das intenções de voto, e Nunes com 41%. O prefeito perdeu uma vantagem de 15 pontos desde o último levantamento. A margem de erro para a categoria é de nove pontos para mais ou para menos.

O atual prefeito também perdeu 10 pontos entre os eleitores acima de 60 anos. Atualmente, Nunes registra 53% dos votos, e Boulos soma 32%. A margem de erro para o grupo é de seis pontos.

Entre os respondentes de 25 a 34 anos, Nunes retém 47% das pretensões e Boulos 35%. Neste segmento, a margem de erro é de sete pontos, ou seja, é considerado um empate técnico.

Na faixa etária de 35 a 44 anos, o prefeito sai na dianteira, com 51%, contra 32% do deputado. A margem de erro é de seis pontos.

O emedebista também está em vantagem entre eleitores de 45 a 59 anos, com 54% das intenções de voto contra 31% para o candidato do PSOL. A margem de erro considera também é de seis pontos.

Nos números gerais, o prefeito e candidato à reeleição Ricardo Nunes (MDB) registra 51% das intenções de voto, enquanto Boulos fica com 33%.

A pesquisa Datafolha foi realizada de forma presencial com 1.204 pessoas acima de 16 anos na cidade de São Paulo. O levantamento está registrado na Justiça Eleitoral com o protocolo SP-05561/2024.