Polícia investiga nova suspeita de ataque a Trump

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Um homem de Nevada com uma escopeta, uma pistola carregada, munição e vários passaportes falsos em seu carro foi detido em um posto de controle de segurança do lado de fora do comício de Donald Trump no sábado à noite no deserto no sul da Califórnia, disseram as autoridades ontem. Ele foi liberado no mesmo dia sob fiança de US$ 5 mil.

O suspeito, um residente de 49 anos de Las Vegas, estava dirigindo um SUV preto não registrado e foi parado por agentes de segurança designados para o comício em Coachella, a leste de Los Angeles, disse o xerife do Condado de Riverside, Chad Bianco. Trump ainda não havia chegado ao local. O suspeito deverá comparecer a um tribunal em 2 de janeiro.

A segurança é muito rigorosa nos comícios de Trump, após duas tentativas de assassinato recentes.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira, 17, que a repercussão da declaração do deputado bolsonarista Otoni de Paula (MDB-RJ) a seu favor "teve uma repercussão muito boa" para o governo "e muito ruim" para o parlamentar.

Otoni participou de um evento no Palácio do Planalto de sanção do Dia Nacional da Música Gospel nesta semana e elogiou o presidente. Disse que foi "um dos maiores defensores" do governo Bolsonaro e "crítico político" do PT, mas que os evangélicos estão "entre os brasileiros mais contemplados pelos programas sociais de seu governo, já que os mais pobres e necessitados, os quais Jesus sempre dedicou a maior parte do seu tempo, formam a maioria esmagadora de nossos irmãos".

Em entrevista à Rádio Metrópole, da Bahia, Lula relatou o encontro e disse que gostaria de ter perguntado ao deputado porque, então, ele apoiou o ex-presidente Jair Bolsonaro. Confundiu-se ao chamá-lo de deputado da bancada ruralista (na verdade, ele é da bancada evangélica) e do Pará (ele é do Rio de Janeiro).

"O deputado da bancada ruralista, acho que do Pará, fez uma declaração dizendo que não votou em mim, que muitos evangélicos não votaram em mim. Mas que reconhecia os benefícios aos evangélicos que foram feitos por mim. O Dia do Evangélico, a lei do silêncio que não deixei passar, o Dia do Pastor. Tudo fui eu que criei e ele reconheceu isso. Fiquei com vontade de perguntar: Se você sabe disso, porque votou no Bolsonaro? Bom, mas ele falou e decidi não polemizar", afirmou.

"Teve uma repercussão muito boa para mim e muito ruim para ele, porque os bolsonaristas estão triturando ele", completou o presidente.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva repetiu nesta quinta-feira, 17, uma reclamação sobre críticas que recebe em relação a gastos e investimentos do governo federal. Disse ficar "muito irritado" quando é cobrado por aplicar recursos em saúde, educação e, principalmente, em benefícios para a população mais pobre.

Segundo ele, quando empresários realizam aportes em seus negócios, como melhorias em infraestrutura, classificam isso como "investimento", e não como um "gasto".

"Tem gente que fala que o Lula está gastando dinheiro à toa, está gastando com pobre. É outra coisa que fico muito irritado. Tudo que o governo faz é gasto. Se um banqueiro disser que está fazendo um banheiro, é investimento. Se disser que está arrumando a calçada, é investimento. O empresário que vai pagar o salário dos funcionários é investimento, mas quando é o governo é gasto. Quero dizer em alto e bom som, para mim, educação não é gasto, saúde não é gasto", afirmou.

A declaração foi dada em entrevista à Rádio Metrópole, da Bahia. Lula participa, nesta quinta-feira à noite, de um comício do candidato do PT à prefeitura de Camaçari, Luiz Caetano, que disputa o segundo turno contra Flávio Matos (União Brasil).

Lula disse que esse assunto é uma "bobagem" e ainda relatou uma conversa que teve com jornalistas.

"É preciso parar com essa bobagem. Esses dias perguntei para um grupo de jornalistas: 'vocês acham que quando o patrão dá aumento para vocês é gasto ou investimento?'. (Responderam) É investimento. Ora, então também é investimento o que eu ponho na educação. Gasto vai ser o dia em que eu estiver gastando o dinheiro para fazer cadeia porque os jovens não estudaram", declarou.

O Tribunal de Contas da União (TCU) deu 180 dias para que a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) passe a estabelecer critérios de controle de gastos e definição de metas em contratos de propaganda do governo. Uma auditoria constatou falta de parâmetros objetivos para orçar peças publicitárias e medir sua eficiência nas gestões de Luiz Inácio Lula da Silva, Jair Bolsonaro e Michel Temer. Procurado, o Planalto não se manifestou até a publicação da reportagem.

Entre as determinações, está a inclusão de parâmetros padronizados para a definição de como se chegou ao valor estimado para o custo inicial da campanha e a incorporação de métricas para mensuração de resultados. A Secom deverá ainda publicar documentos com informações detalhadas sobre acordos com agências de publicidade.

No total, foram analisadas 15 campanhas realizadas entre 2018 e 2023 nas quais foram gastos R$ 542,8 milhões. Em todos os governos deste período, foram encontradas inconsistências que, segundo o TCU, podem levar à ineficiência no uso do dinheiro público. As despesas com publicidade cresceram desde o início da coleta dos dados e atingiram o pico no ano passado, quando foram destinados R$ 379 milhões às ações de marketing do governo.

Os gastos da Secom com publicidade crescem desde 2021. De lá para cá, as despesas cresceram 200%.

O tribunal constatou que nenhuma das campanhas analisadas continha documentos com indicadores para mensurar os resultados em todos os canais de veiculação. Quando havia alguma menção a metas, isso era feito em termos genéricos, como "afirmar o compromisso de unir e reconstruir o País na defesa da democracia e em favor do crescimento, inclusão e justiça social" ou "evidenciar os primeiros resultados concretos decorrentes das decisões do governo e seu impacto na vida do cidadão", utilizados na campanha "Posicionamento de Governo 100 dias", de 2023.

Para o relator do processo, ministro Benjamin Zymler, a falta de controle cria um incentivo para que as agências de publicidade aumentem o preço do serviço para maximizar os lucros às custas dos cofres da União. "Não há como saber se o orçamento destinado a uma ação publicitária foi insuficiente, ideal ou excessivo", disse em seu voto.

Ele também criticou a autonomia do governo para autorizar despesas com base em justificativas genéricas e o excesso de discricionariedade dos gestores. "Por exemplo, não há como saber se uma campanha orçada em R$ 10 milhões poderia atingir os objetivos de comunicação do governo com R$ 8 milhões, gerando economia de 20%".

Os relatórios dos resultados das campanhas também são criticados pela falta de padronização entre eles, para uma comparação do desempenho de cada um, e em alguns casos não há detalhes sobre metas obtidas em cada um dos meios veiculados.

Remuneração das agências

O modelo de negócio das agências de publicidade prevê o pagamento de comissão por intermediar a veiculação de propagandas junto a canais de comunicação. Este valor é definido com base em um porcentual do investimento nas mídias anunciantes. De acordo com o TCU, esse mecanismo, chamado de "desconto padrão", agrava a ineficiência causada pela falta de controle da Secom, pois cria um incentivo para que os fornecedores inflem gastos com o plano de mídia, e consequentemente, aumentem seus lucros.

Essa tendência, segundo os auditores, ocasiona o esgotamento do orçamento da Secom previsto para cada peça. "Em 100% dos casos analisados em que foram encontradas propostas de agências, as empresas previram gastar na campanha todo o valor referencial estimado pela Secom. Isso demonstra que não há estímulo às agências (nem cobrança) para que busquem atingir os objetivos de comunicação do governo ao menor custo possível."

O tribunal identificou casos em que a Secom fez análise deficiente dos planos de mídia ou, em alguns casos, sequer o fez. Não foram encontrados pedidos de ajustes detalhados nas propostas. "O máximo que se encontra são textos genéricos, como: 'seriam necessárias adequações das mesmas de maneira que demonstrassem melhor otimização de investimentos e a possibilidade de alcance de demais públicos de interesse'".

De acordo com auditores da Corte, para cada R$ 1 milhão que custe a mais uma campanha publicitária, o fornecedor responsável aumenta seus ganhos em R$ 137,6 mil.

Falta de transparência ativa

Outra exigência feita à Secom é para que publique em seu site informações adicionais a respeito de contratos com agências de publicidade, como íntegra dos planos de mídia, notas técnicas, análises do órgão e resultados das campanhas. A medida, na visão do TCU, atende a uma demanda de controle social.

"A inexistência dessas informações em sítio oficial aberto inviabiliza o acompanhamento deforma satisfatória, por parte do cidadão, das ações de publicidade realizadas pelo Governo Federal."