Ataque de drones do Hezbollah mata quatro militares e fere 61 pessoas em Israel

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O Exército de Israel informou que um ataque de drones da milícia xiita radical libanesa Hezbollah a uma de suas bases militares próxima a cidade Binyamina matou quatro soldados e feriu outros sete neste no domingo, 13, no ataque mais mortal dos libaneses desde que as forças israelenses lançou sua invasão terrestre no Líbano, há quase duas semanas.

O Hezbollah chamou o ataque de retaliação pelos ataques israelenses a Beirute na quinta-feira, 10, que vitimaram 22 pessoas. A milícia afirmou ter mirado a Brigada Golani, lançando dezenas de mísseis para ocupar o sistema de defesa antiaérea de Israel durante o ataque dos "esquadrões" de drones.

De acordo com o serviço nacional de resgate de Israel, ao todo 61 pessoas ficaram feridas na ofensiva do grupo. Com os sistemas avançados de defesa aérea de Israel, é raro que tantas pessoas sejam feridas por drones ou mísseis. O Hezbollah e Israel têm trocado tiros quase diariamente desde que a guerra em Gaza começou, e os combates têm se intensificado.

Israel lançou sua operação terrestre no Líbano no início deste mês com o objetivo de enfraquecer o Hezbollah e afastar o grupo militante da fronteira, permitindo que milhares de israelenses deslocados voltem para suas casas.

Dentro de Gaza, um ataque aéreo israelense matou pelo menos 20 pessoas, incluindo crianças, em uma escola na noite de domingo, segundo dois hospitais locais. A escola em Nuseirat abrigava alguns dos muitos palestinos deslocados pela guerra.

O ataque mortal do Hezbollah em Israel ocorreu no mesmo dia em que os Estados Unidos anunciaram que enviariam um novo sistema de defesa aérea para Israel, a fim de ajudar a fortalecer a proteção contra mísseis, junto com tropas necessárias para operá-lo. Um porta-voz do exército israelense se recusou a fornecer um cronograma.

Israel está agora em guerra com o Hamas em Gaza e o Hezbollah no Líbano - ambos grupos militantes apoiados pelo Irã - e espera-se que ataque o Irã em retaliação por um ataque com mísseis no início deste mês. O Irã afirmou que responderá a qualquer ataque israelense.

Força de paz da ONU

A força de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no Líbano, conhecida como Unifil, disse que tanques israelenses entraram à força pelos portões de uma de suas posições na manhã de domingo e destruíram o portão principal. Posteriormente, dispararam bombas de fumaça perto dos capacetes azuis - como são conhecidos os militares à serviço das Nações Unidas -, causando irritação na pele. A Unifil chamou o incidente de "mais uma flagrante violação do direito internacional".

As críticas internacionais estão crescendo após as forças israelenses terem repetidamente atacado soldados da paz da ONU desde o início da operação terrestre no Líbano. Cinco militares foram feridos em ataques que atingiram suas posições, sendo a maioria atribuída às forças israelenses.

Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres, classificou o incidente de domingo como "profundamente preocupante" e disse que ataques contra soldados da paz podem constituir crimes de guerra. O Exército de Israel diz que o Hezbollah opera nas proximidades dos militares a serviço da ONU, sem fornecer provas.

Autoridades militares disseram que um tanque tentando retirar soldados feridos recuou para um posto das Nações Unidas enquanto estava sob fogo. Uma cortina de fumaça foi usada para fornecer cobertura.

O porta-voz da Força Terrestre, tenente-coronel Nadav Shoshani, afirmou que Israel tem tentado manter contato constante com a Unifil, e qualquer caso de forças da ONU sendo feridas será investigado "no mais alto nível".

O primeiro-ministro Binyamin Netanyahu pediu às forças da ONU que atendesse aos avisos de Israel para se retirar, acusando-os de "fornecer um escudo humano" ao Hezbollah.

"Lamentamos o ferimento dos soldados da Unifil, e estamos fazendo tudo ao nosso alcance para evitar esses ferimentos. Mas a maneira simples e óbvia de garantir isso é simplesmente tirá-los da zona de perigo", disse ele em um vídeo dirigido ao secretário-geral da ONU, que está proibido de entrar em Israel.

Israel há muito tempo acusa as Nações Unidas de serem tendenciosas contra o país, e as relações pioraram ainda mais desde o início da guerra em Gaza.

Ataque israelense no Líbano destrói mercado da Era Otomana

O Hezbollah começou a disparar foguetes contra Israel um dia após o ataque surpresa do Hamas a Israel, em 7 de outubro de 2023, provocando ataques aéreos retaliatórios. O conflito escalou em setembro com ataques israelenses que mataram o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, e a maioria de seus principais comandantes.

Israel lançou uma operação terrestre no início deste mês. Mais de 1.400 pessoas foram mortas no Líbano desde setembro, segundo o Ministério da Saúde do país, que não especifica quantos eram combatentes do Hezbollah. Pelo menos 58 pessoas foram mortas em ataques com foguetes a Israel, quase metade delas soldados.

Ataques aéreos israelenses durante a noite destruíram um mercado da era otomana na cidade de Nabatieh, no sul do Líbano, matando pelo menos uma pessoa e ferindo quatro.

"Nossos meios de subsistência foram todos destruídos", disse Ahmad Fakih, cuja loja foi destruída. Socorristas vasculharam os prédios destruídos enquanto drones israelenses zumbiam no céu.

O Exército israelense disse que atacou alvos do Hezbollah, sem dar mais detalhes, e afirmou que continuou a atacar os militantes no domingo.

Por outro lado, a Cruz Vermelha Libanesa disse que paramédicos estavam procurando vítimas em uma casa destruída por um ataque aéreo israelense no sul do Líbano, quando um segundo ataque deixou quatro paramédicos com concussão e danificou duas ambulâncias. A Cruz Vermelha disse que a operação foi coordenada com soldados da paz da ONU, que informaram o lado israelense.

Gaza

Israel continua a atacar o que diz serem alvos militantes em Gaza quase diariamente. O Exército diz que tenta evitar ferir civis e culpa suas mortes no Hamas e outros grupos armados, pois eles operam em áreas densamente povoadas.

No norte de Gaza, forças aéreas e terrestres israelenses estão atacando Jabaliya, onde o exército afirma que militantes se reagruparam. No último ano, as forças israelenses retornaram repetidamente ao acampamento de refugiados construído, que remonta à guerra de 1948 que cercou a criação de Israel, e outras áreas.

Israel ordenou a evacuação total do norte de Gaza, incluindo a cidade de Gaza. Estima-se que 400.000 pessoas permanecem no norte após uma evacuação em massa ordenada nas primeiras semanas da guerra. Os palestinos temem que Israel pretenda despopulá-la permanentemente para estabelecer bases militares ou assentamentos judeus lá.

As Nações Unidas dizem que nenhum alimento entrou no norte de Gaza desde 1º de outubro.

O exército confirmou que os hospitais estavam incluídos nas ordens de evacuação, mas disse que não estabeleceu um cronograma e estava trabalhando com as autoridades locais para facilitar as transferências de pacientes.

Fares Abu Hamza, um oficial do serviço de emergência do Ministério da Saúde de Gaza, disse que os corpos de um "grande número de mártires" permanecem não recolhidos nas ruas e sob os escombros.

"Não conseguimos alcançá-los", disse ele, afirmando que cães estão comendo alguns dos restos mortais.

A guerra começou quando militantes liderados pelo Hamas atacaram há um ano, matando cerca de 1.200 pessoas, na maioria civis, e sequestrando cerca de 250. Cerca de 100 reféns ainda estão sendo mantidos em Gaza, um terço dos quais se acredita estar morto.

Os bombardeios de Israel e sua invasão terrestre de Gaza mataram mais de 42.000 palestinos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, e deixaram grande parte do território em ruínas. O ministério não faz distinção entre militantes ou civis, mas afirma que mulheres e crianças representam mais da metade das mortes.

Israel afirma ter matado mais de 17.000 combatentes, sem fornecer provas.

*Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado pela equipe editorial do Estadão. Saiba mais em nossa Política de IA.

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou nesta quarta-feira, 5, o arquivamento de inquérito que investigava o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), por suposta omissão no 8 de Janeiro, quando centenas de pessoas invadiram os prédios públicos da Praça dos Três Poderes.

Moraes acolheu manifestação do procurador-Geral da República (PGR), Paulo Gonet, que, ao apurar o caso, concluiu que "esgotadas as diligências viáveis e sem outra linha investigatória idônea, a partir dos elementos de informação produzidos até o momento, os fatos relatados não revelam justa causa hábil a autorizar o prosseguimento da persecução penal contra Ibaneis Rocha Barros Júnior".

As investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF) incluíram o afastamento dos sigilos telefônico e telemático e a apreensão de equipamentos eletrônicos. Após análise, não foram constatados atos de Ibaneis Rocha para "mudar planejamento, desfazer ordens de autoridades das forças de segurança, omitir informações a autoridades superiores do governo federal ou mesmo impedir a repressão do avanço dos manifestantes durante os atos de vandalismo e invasão".

A PF também não encontrou indícios de que dados tenham sido apagados dos aparelhos celulares do governador, informou o STF na noite desta quarta-feira.

Ibaneis Rocha chegou a ser afastado temporariamente do cargo durante a investigação. O governador entregou voluntariamente dois celulares para a Polícia Federal periciar. Nos aparelhos foram encontradas cópias de documentos repudiando os ataques e pedindo apoio da Força Nacional para a proteção da Praça dos Três Poderes.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, enviou nesta quarta-feira, 5, ao Supremo Tribunal Federal (STF) um parecer contrário ao pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para estender o prazo de apresentação de defesa sobre a denúncia de tentativa de golpe de Estado. O prazo para que Bolsonaro e os demais denunciados no inquérito apresentem suas defesas prévias termina nesta quinta-feira, 6.

No parecer, Gonet argumentou que a legislação não prevê a possibilidade de ampliação desse prazo. "Inexiste previsão legal para prorrogação de prazo que vise a apresentação de resposta preliminar (artigos 4º da Lei n. 8.038/1990 e 233 do RISTF). O pretendido prazo idêntico ao período em que os autos permaneceram sob análise do parquet igualmente não encontra respaldo legal", afirmou o procurador-geral. 6. As informações são da Agência Brasil.

A decisão sobre o pedido ficará agora a cargo do ministro do STF Alexandre de Moraes, que deverá analisar o parecer da PGR.

A defesa de Bolsonaro havia recorrido da decisão de Moraes para que o prazo fosse estendido para 83 dias, sob o argumento de que esse período seria equivalente ao tempo em que o processo permaneceu na Procuradoria-Geral da República para a formulação da denúncia. Como alternativa, os advogados pediram que fosse concedido um prazo dobrado de 30 dias para a apresentação das manifestações.

Moraes já havia rejeitado o pedido da defesa de Jair Bolsonaro para estender o prazo de resposta. Os advogados alegaram não ter acesso a todas as provas do processo. O magistrado argumentou que uma consulta simples ao andamento processual comprovava que os advogados do ex-presidente tiveram amplo acesso aos autos.

O ministro também destacou que a solicitação de ampliação ou duplicação do prazo não possuía respaldo legal, já que a legislação vigente estabelece um limite de 15 dias para a apresentação de respostas preliminares.

Termina nesta quinta-feira, 6, o prazo para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e os demais denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no inquérito do golpe enviarem suas defesas prévias ao Supremo Tribunal Federal (STF).

A defesa prévia é o conjunto de argumentos apresentado pelos acusados antes da instauração formal do processo. Serve justamente para tentar convencer os ministros a rejeitar a denúncia e, com isso, encerrar o caso sem a deflagração de uma ação penal.

O prazo de 15 dias começou a contar a partir da notificação dos advogados, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes no dia 19 de fevereiro.

A Primeira Turma do STF vai analisar as manifestações das defesas para decidir se há elementos suficientes para receber a denúncia da PGR. Pelas regras internas do Supremo, as duas turmas da Corte são responsáveis pelos julgamentos de casos criminais.

As defesas montaram forças-tarefas para analisar os autos e preparar sua argumentação. O Estadão apurou que os criminalistas Paulo Amador da Cunha Bueno e Celso Vilardi, que representam o ex-presidente Jair Bolsonaro, vão apresentar questões preliminares de ordem processual e entregar o rol de testemunhas para serem ouvidas se a denúncia for recebida.

Em entrevista ao Estadão, logo após a denúncia do procurador-geral Paulo Gonet chegar ao STF, os advogados afirmaram que a tese da acusação "não faz qualquer sentido". Segundo a denúncia, o plano golpista fracassou porque a cúpula do Exército não aderiu. Um dos argumentos da defesa do ex-presidente é o de que, se quisesse dar um golpe, Bolsonaro poderia ter trocado os comandantes das Forças Armadas para obter apoio dos militares.

Prazo

As defesas pediram a suspensão da contagem do prazo alegando que não tiveram acesso a todas as provas da investigação. Os advogados exigem, por exemplo, o espelhamento de todas as mensagens extraídas dos celulares apreendidos no inquérito.

Os criminalistas Paulo Amador da Cunha Bueno e Celso Vilardi também defenderam que o prazo deveria ser prorrogado para que as defesas tivessem direito a, no mínimo, o mesmo tempo usado pela PGR para formular a denúncia (83 dias).

Todos os pedidos foram rejeitados por Alexandre de Moraes. O ministro alegou que "o amplo e integral acesso aos elementos de prova já documentados nos autos está plenamente garantido à defesa dos denunciados". Também apontou que os advogados "sempre tiveram total acesso aos autos, inclusive retirando cópias e com ciência dos despachos proferidos".

Alexandre de Moraes levantou o sigilo dos autos depois de receber a denúncia. São 18 volumes de documentos que somam mais de 3 mil páginas.

A delação do tenente-coronel Mauro Cid também foi tornada pública. O STF deu publicidade aos anexos do termo de colaboração premiada, tanto em vídeo como por escrito.

Moraes ainda compartilhou com todos os 34 denunciados provas de investigações sigilosas que têm relação com a denúncia. São investigações que envolvem o aparelhamento da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), o uso da Polícia Rodoviária Federal para influenciar as eleições de 2022 e os atos do 8 de Janeiro.

Veja quais crimes são atribuídos a Bolsonaro e a seus aliados:

- tentativa de abolição violenta do estado democrático de direito (pena de 4 a 8 anos);

- golpe de estado (pena de 4 a 12 anos);

- organização criminosa armada (pena de 3 a 8 anos que pode ser aumentada para 17 anos com agravantes citados na denúncia);

- dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima (pena de 6 meses a 3 anos);

- deterioração de patrimônio tombado (pena de 1 a 3 anos).

Veja a lista completa de denunciados:

1.Ailton Gonçalves Moraes Barros

2.Alexandre Ramagem

3.Almir Garnier Santos

4.Anderson Torres

5.Angelo Martins Denicoli

6.Augusto Heleno

7.Bernardo Romão Correa Netto

8.Carlos Cesar Moretzsohn Rocha

9.Cleverson Ney Magalhães

10.Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira

11.Fabrício Moreira de Bastos

12.Fernando de Sousa Oliveira

13.Filipe Garcia Martins

14.Giancarlo Gomes Rodrigues

15.Guilherme Marques de Almeida

16.Hélio Ferreira Lima

17.Jair Bolsonaro

18.Marcelo Bormevet

19.Márcio Nunes de Rezende Júnior

20.Marcelo Costa Câmara

21.Mario Fernandes

22.Marília Ferreira de Alencar

23.Mauro Cid

24.Nilton Diniz Rodrigues

25.Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho

26.Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira

27.Rafael Martins de Oliveira

28.Reginaldo de Oliveira Abreu

29.Rodrigo Bezerra de Azevedo

30.Ronald Ferreira de Araujo Júnior

31.Silvinei Vasques

32.Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros

33.Walter Souza Braga Netto

34.Wladimir Matos Soares