Para FMI, mundo está desconfiado e fragmentado; preocupação com segurança nacional lidera

Internacional
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, avaliou que o mundo está desconfiado e fragmentado. Por sua vez, a segurança nacional subiu ao topo da lista de preocupações de muitos países, com gastos de defesas comprometendo ainda mais o espaço fiscal para investimentos necessários como a transição energética.

"Não tomemos as tensões globais como dadas, mas sim resolvamos trabalhar para diminuir a temperatura geopolítica e atender às tarefas que só podem ser enfrentadas em conjunto", defendeu Georgieva, em discurso que antecede as reuniões anuais do FMI, na próxima semana.

Segundo ela, há um desafio existencial na questão climática, com os países que menos contribuíram para as emissões globais agora sendo os primeiros a sofrer. É preciso criar espaço fiscal para a transição verde, eliminar subsídios a combustíveis fósseis e levar capital para onde é mais necessário, listou.

Em outra categoria

O candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) afirmou que o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) não comparecerá também ao debate promovido pelo SBT em parceria com Terra e Rádio NovaBrasil, que ocorreria nesta sexta-feira, 18. "Quero chamar todo mundo que possa ir às 10h, que seria o horário do debate, para estar comigo na Praça Ramos, na escadaria do Theatro Municipal", afirmou o psolista em live transmitida em seu Instagram na manhã desta quinta-feira, 17. A praça localiza-se no bairro da República, no centro da cidade.

A manifestação do deputado federal do PSOL aconteceu após o emedebista cancelar presença no debate desta quinta promovido pelos veículos RedeTV, Folha de S.Paulo e UOL por conta de reunião extraordinária agendada por seu padrinho político e governador do Estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Boulos explicou que haverá dois púlpitos no ato e quem quiser pode debater com ele.

A campanha de Nunes confirmou ao Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, que o candidato não comparecerá ao debate do SBT de sexta.

"Nunes se escondeu debaixo da saia do Tarcísio. Ele é o 'tio Paulo' do Tarcísio", provocou Boulos após afirmar que o atual prefeito que busca a reeleição é uma "marionete".

O caso "tio Paulo" mencionado refere-se a um vídeo viral em que uma sobrinha comparecia a uma agência bancária para retirar um empréstimo em nome do tio falecido que era levado por ela numa cadeira de rodas.

Em alerta com a previsão de um novo temporal nesta sexta-feira, 18, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) suspendeu suas agendas de campanha e endureceu o discurso contra a Enel, levando as críticas à empresa para o horário eleitoral e para as redes sociais. O prefeito, que teme um desgaste eleitoral em função das chuvas, também reforçou a estratégia de responsabilizar o governo federal pela crise envolvendo a concessionária privada de energia.

Na madrugada desta quarta-feira, 17, o prefeito cancelou a participação em um debate com seu concorrente, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), alegando que terá que participar de uma reunião extraordinária no Palácio dos Bandeirantes, com concessionárias de energia.

Desde segunda-feira, 14, a campanha do emedebista impulsionou nove anúncios no Facebook e no Instagram sobre o tema. São cortes do debate da Band onde Nunes se coloca contra a Enel, cobra o governo federal, se solidariza com os afetados pelo apagão e diz que Guilherme Boulos (PSOL), como deputado federal, poderia ter proposto mudanças na legislação para dar poder à Prefeitura de fiscalizar e multar a empresa.

"Guilherme Boulos, você precisa explicar por que você sequer, como deputado federal, fez alguma sugestão de alteração da lei federal. A lei federal diz que as concessões de energia elétrica cabem ao governo federal, que não fez nada. Se tivesse tirado a Enel a gente não teria tido esse problema pela terceira vez", diz Nunes no vídeo veiculado em um dos anúncios. Somados, os impulsionamentos alcançaram 1,3 milhões de contas.

Nos últimos dias, no horário eleitoral, a campanha de Nunes acusou Boulos de se "promover" com a tragédia, enquanto o atual prefeito "trabalha". As inserções mostram Nunes na central de monitoramento onde foi instituído um comitê de crise.

"Sabe o que é triste? Com tanta luta, com tanto sofrimento do nosso povo, a gente vê, infelizmente, um candidato lacrar na internet. Querer usar a dor do povo para ficar fazendo videozinho. E eu aqui, trabalhando com a minha equipe, na rua, virando a madrugada", afirma Nunes em um dos vídeos, destacando que entrou com ação judicial contra a Enel. Em outra inserção, a campanha do prefeito reforça que a Enel é responsabilidade da União.

Em vídeos publicados nas suas redes sociais, o prefeito acusa o governo Lula (PT) de "passar pano" para a Enel e diz que o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), queria renovar com a empresa. Silveira rebateu dizendo que o prefeito lançou uma fake news. Em outra publicação, o prefeito questiona: "Cadê o interventor na Enel, Lula?".

Boulos tem apostado suas fichas no desgaste do prefeito com o apagão. A sua propaganda no horário eleitoral desta quarta-feira diz que São Paulo não pode ficar mais quatro anos "nas mãos de um prefeito tão apagado", usando um trocadilho. "Se o Ricardo não dá conta nem de podar as árvores da cidade, tá na hora de podar o Ricardo", diz o locutor.

Levantamento realizado pela consultoria Fatto Inteligência Política aponta que Nunes ganhou no primeiro turno em quatro dos bairros mais impactados pelo apagão, enquanto outros três locais deram a vitória a Boulos. "Os bairros mais atingidos pelo blackout estão concentrados no centro-sul da capital paulista. Desses, Ricardo Nunes venceu no Jabaquara, Pedreira, Santo Amaro e Socorro, enquanto Boulos venceu no Campo Limpo, Jardim São Luís e em Pinheiros", diz relatório enviado aos clientes.

A consultoria aponta ainda que os bairros onde Pablo Marçal (PRTB) foi mais votado, que em tese seriam os locais mais visados no segundo turno pelos candidatos do MDB e do PSOL, foram menos impactados pela falta de energia elétrica.

Como mostrou o Estadão, a campanha de Nunes avalia que o apagão do último final de semana terá efeitos eleitorais limitados porque entende que o prefeito conseguiu transmitir a mensagem que parte do problema é responsabilidade federal, já que cabe à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) recomendar a caducidade do contrato e ao Ministério de Minas e Energia prosseguir com o eventual rompimento.

Há temor, no entanto, que um novo apagão possa mudar o cenário e prejudicar Nunes. O prefeito afirmou nesta quarta-feira, 16, que a previsão é de chuva na sexta-feira, 18, e no sábado, 19, mas ponderou que ainda não se sabe qual será a intensidade da precipitação.

"Não temos, neste momento, confirmação pelo CGE (Centro de Gerenciamento de Emergência da Prefeitura) de que terá, como foi colocado por algumas pessoas, a quantidade de chuva e de ventos (do registrado anteriormente) para sexta e sábado", disse o prefeito.

Pesquisa

Pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira coloca Nunes com 12 pontos de vantagem sobre Boulos. Segundo o levantamento, o prefeito tem 45% das intenções de voto contra 33% do psolista. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. As entrevistas foram realizadas entre os dias 13 e 15 de outubro, o que significa que elas ocorreram enquanto parte da população ainda sofria as consequências do apagão.

Após cancelar sua participação no debate promovido por Folha de S.Paulo, UOL e RedeTV, o candidato à reeleição à Prefeitura de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), foi criticado por seu adversário no segundo turno, Guilherme Boulos (PSOL), que o acusou de ter "fugido" do confronto.

Ele falou da atuação do prefeito durante o apagão na capital e em todo seu mandato. "Mais uma vez, o Ricardo Nunes fugiu. Ele já havia, durante três anos e meio, fugido das responsabilidades de prefeito, só vindo trabalhar no tempo de eleição. Agora, nesta semana, fugiu das responsabilidades dele em relação ao apagão, jogando sempre para os outros, nunca assumindo seus erros".

"E hoje, ele foge do debate, porque tem medo de debater ideias", disse Boulos.

O candidato do PSOL também afirmou que o governador do Estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), quer usar essas eleições para ter uma "base" na capital paulista e tentar a Presidência da República em 2026.

Boulos acusa Ricardo Nunes de se esconder atrás de Tarcísio. "É lamentável, inclusive, ele se esconder embaixo da saia do Tarcísio. O que mostra que meu adversário nessa campanha não é Ricardo Nunes, porque ele é um fantoche, que representa interesses políticos de um projeto do governador que quer ter sua base aqui na capital para usar de trampolim, deixar o governo e tentar a Presidência".