Seul diz que Coreia do Norte enviou tropas para apoiar Rússia contra a Ucrânia

Internacional
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A agência de espionagem da Coreia do Sul afirmou na sexta-feira, 18, que a Coreia do Norte enviou tropas para apoiar a guerra da Rússia contra a Ucrânia. Se confirmada, a medida traria um terceiro país para a guerra e intensificaria o impasse entre a Coreia do Norte e o Ocidente.

O anúncio sul-coreano ocorreu um dia depois de o presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, ter dito que o seu governo tem informações de que 10 mil soldados da Coreia do Norte estão se preparando para se juntarem às forças russas que lutam contra o seu país.

O Serviço Nacional de Inteligência da Coreia do Sul disse em um comunicado que navios da marinha russa transferiram 1.500 forças de operações especiais norte-coreanas para a cidade portuária de Vladivostok, no dia 8 de outubro.

Otan: "não podemos confirmar"

Os soldados norte-coreanos na Rússia receberam uniformes militares russos, armas e documentos de identificação falsos, segundo Seul. Eles estão recebendo treinamento e irão para o campo de batalha após completarem os treinos.

A mídia sul-coreana, citando o Serviço Nacional de Inteligência, informou que a Coreia do Norte decidiu enviar um total de 12 mil soldados formados em quatro brigadas para a Rússia.

Se confirmada, a medida seria a primeira grande participação da Coreia do Norte em uma guerra externa. A Coreia do Norte tem mais de 1 milhão de soldados, um dos maiores Exércitos permanentes do mundo, mas não lutou em conflitos de grande escala após a Guerra da Coreia de 1950-53.

Questionado sobre a descoberta da Coreia do Sul, o Secretário-Geral da Otan, Mark Rutte, disse: "Neste momento, a nossa posição oficial é de que não podemos confirmar relatos de que os norte-coreanos estão agora ativamente participando como soldados envolvidos no esforço de guerra, mas isso pode mudar".

Na semana passada, Rússia negou

A Rússia negou anteriormente o uso de tropas norte-coreanas na guerra. O porta-voz presidencial Dmitry Peskov descreveu as alegações como "falsas" durante uma entrevista coletiva na semana passada. A mídia estatal da Coreia do Norte não comentou o assunto.

Coreia do Norte e Rússia reforçaram a cooperação nos últimos dois anos. Os EUA e a Coreia do Sul acusam a Coreia do Norte de fornecer granadas de artilharia, mísseis e outras armas convencionais à Rússia em troca de assistência económica e militar.

Em junho, o líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, assinaram um pacto que estipula assistência militar mútua caso qualquer um dos países seja atacado.

"Eles estão preparando 10 mil soldados"

Na quinta-feira, 17, Zelenski afirmou em uma entrevista coletiva que se uma terceira nação se envolvesse nas hostilidades entre Kiev e Moscou o conflito poderia se transformar em uma "guerra mundial".

"Da nossa inteligência obtivemos informações de que a Coreia do Norte enviou soldados para a Ucrânia", disse Zelenski. "Eles estão preparando 10 mil soldados em suas terras, mas ainda não os transferiram para a Ucrânia ou para a Rússia."

A mídia ucraniana informou no início deste mês que seis norte-coreanos estavam entre os mortos após um ataque com mísseis ucranianos na região oriental parcialmente ocupada de Donetsk, no dia 3 de outubro./com AP

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O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou neste sábado, 19, que as agências reguladoras não cumprem seu papel de fiscalizar, ao falar sobre o apagão elétrico que ocorreu em São Paulo no último dia 11. "Há pessoas em agências reguladoras que foram indicadas pelo governo passado, inclusive no Banco Central", disse.

Ele participa de live com o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), candidato à prefeitura na capital paulista apoiado pelo presidente.

Lula disse que sua preocupação é cuidar do povo, "depois fazer minhas brigas políticas com quem quer que seja". Em fala com apelo social, defendeu que o dinheiro tem que circular para melhorar a economia. "Muito dinheiro na mão de poucos significa pobreza."

As caminhadas da campanha de Boulos que teriam a presença de Lula neste sábado foram canceladas por causa do mau tempo. "Boulos poderia estar no bem bom da classe média, mas se juntou ao povo periférico", afirmou.

Sobre a falta de experiência do atual deputado como gestor, disse que os cargos de gerência podem ser delegados - e pediu expressamente voto ao psolista. Disse ainda que o Palácio do Planalto está aberto a Boulos caso ele seja eleito.

O presidente citou a vice da chapa de Boulos, Marta Suplicy, indicada pelo Partido dos Trabalhadores (PT). "Boulos tem como vice a mulher que foi a melhor prefeita da cidade de São Paulo."

A uma semana do segundo turno e atrás nas pesquisas de intenção de voto para a Prefeitura em São Paulo, o candidato Guilherme Boulos (PSOL) fez uma transmissão ao vivo ao lado do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, neste sábado, 19, em que explorou a linha de crédito recém lançada pelo governo federal para apoiar os moradores de SP afetados pela falta de luz.

Na live, Boulos ainda aproveitou a presença de Lula para comparar sua trajetória à do chefe do Executivo e defendeu que a eleição "se decide nos últimos dias", ao pontuar os questionamentos sobre seu desempenho nas pesquisas eleitorais.

O candidato do PSOL voltou a criticar a gestão do atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), que tenta a reeleição, com declarações recheadas também de indiretas à gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e do governo Bolsonaro.

Apesar de reforçar o discurso de que não procurava culpados pela crise envolvendo a concessionária de energia, Lula endossou as avaliações do apadrinhado, repetindo que a gestão federal também vai atender à população que perdeu seus bens em razão do apagão, além da linha para empresários já formalizada.

Enquanto a live era transmitida, o Planalto divulgou que havia publicado em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) a Medida Provisória que disponibiliza R$ 150 milhões do Fundo Garantidor de Operações (FGO), para ser usado como garantia no crédito a micro e pequenas empresas afetadas pelo apagão em SP.

Lula disse que queria ter falado do assunto durante as caminhadas que estavam programadas para acontecer na capital paulista ao lado de Boulos, mas foram canceladas devido às chuvas. Com os eventos de campanha impossibilitados, o presidente e o candidato optaram pela Live.

O vídeo com Boulos foi transmitido ao vivo nas redes sociais do presidente, em título que chamava atenção para o número do candidato do PSOL na disputa eleitoral. "Atenção: em São Paulo nosso candidato é 50!", dizia a descrição da mídia. O número de Boulos foi repetido várias vezes por Lula durante a transmissão.

Após o primeiro turno, reportagem do jornal O Globo mostrou que cerca de 48,1 mil eleitores paulistanos anularam seu voto no dia 6 de outubro em São Paulo por votar no número do PT, de Lula, o 13.

Desafiado na campanha pela imagem de "radical" atribuída a ele por adversários, Boulos também aproveitou o bate-papo para relembrar uma conversa em que o presidente disse a ele que havia passado pela mesma situação nas eleições presidenciais de 1989. "O senhor falou: eu vivi isso, em 89 (...) A história às vezes se repete. O que pode de algum modo deixar as pessoas receosas da mudança é o medo", disse Boulos. "Eu vivi todo tipo de preconceito", respondeu o petista.

O candidato do PSOL ainda minimizou os resultados das pesquisas de intenção de voto e disse ter "muita confiança" no pleito, confiando numa "virada". "A melhor vitória é que você está perdendo aos 40 do segundo tempo, faz gol de empate aos 45 e vira aos 49. Eleição se decide nos últimos dias. Vou estar na rua sem parar."

Lula reforçou o apelo, pedindo para que as pessoas que apoiam o psolista conversem com quem ainda tem dúvidas e "acham que o Boulos vai invadir" suas casas.

"É importante que a militância compreenda que temos uma semana, é importante que na vila que a gente mora, no local que trabalha, a gente converse com quem tem dúvida, com aquelas pessoas que acham que o Boulos vai invadir a casa deles, para a gente convencer as pessoas", disse o presidente, que garantiu apoio do governo federal a uma eventual gestão Boulos. "Certamente projetos que Boulos levar a Brasília serão analisados", afirmou Lula.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, realizou uma transmissão ao vivo nas redes sociais direto de sua casa em São Paulo para pedir votos para o deputado federal e candidato à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL-SP), no segundo turno das eleições municipais.

Lula convocou seus eleitores a darem uma chance a Boulos, a quem chamou de "grande novidade política dessa eleição". Disse ainda que, se eleito prefeito, o psolista terá seus projetos analisados sempre em Brasília.

Ambos fariam caminhadas na zona sul e leste da capital neste sábado, 19, mas os eventos foram cancelados por causa da chuva.

"Temos uma semana para trabalhar. É importante conversar com quem tem dúvida, quem acha que Boulos vai invadir a casa deles. É importante ouvir a verdade sobre Boulos; ele é da maior seriedade", afirmou Lula.

O deputado federal disse que seu adversário, o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), está cometendo o erro de achar que já ganhou o pleito. "Eleição se decide nos últimos dias, e eu vou estar na rua sem parar. Tenho muita confiança que vamos conseguir."