Festival Cecília Viva reúne grandes nomes da música alternativa no Cine Joia

Cultura
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O Festival Cecília Viva acontece neste final de semana, dia 23 de fevereiro, no Cine Joia. Em sua terceira edição evento é um marco de resistência, pois, através dele, a Associação Cultural Cecília pretende arrecadar fundos para iniciar um novo ciclo. Nomes como Boogarins, Rakta, Kiko Dinucci, DJ Nuts, Crizin da Z.O. e a banda Test vão se reunir em uma grande celebração da arte independente e da solidariedade.
 

"O Festival Cecília Viva é um espaço de encontro, celebração e resistência da arte. Este ano, o evento vai nos ajudar neste novo momento da Cecília Cultural seguindo nosso maior propósito: impulsionar a música alternativa", diz Renato Joseph, fundador da Associação Cultural Cecília.

 

Em mais um momento histórico para a Associação Cultural Cecília, corresponsável por trazer a banda Bikini Kill pela primeira vez para o Brasil, o Festival Cecília Viva terá como headliner a banda Rakta. O grupo se reúne pela primeira vez e para uma apresentação única após ter interrompido suas atividades há cinco anos. O trio, formado por Carla Boregas (voz e baixo), Paula Rebellato (voz e teclado) e Maurício Takara (bateria), é um dos maiores nomes da cena underground de São Paulo, e deixou muitos fãs saudosos de seu som visceral, que mescla post-punk, krautrock, noise e psychedelia.
 

Consolidada na cena independente e de resistência cultural, a banda Test, reconhecida como uma das maiores forças do grindcore brasileiro, também faz parte da programação do festival. Com um som que mistura o extremo do deathgrind a uma visão crítica da indústria musical, a dupla formada por João Kombi (guitarra/vocal) e Barata (bateria) celebra 13 anos de estrada, 16 álbuns lançados e turnês nos Estados Unidos, no México e vários países europeus. Seu último trabalho, Disco Normal (2023), foi gravado ao ar livre, ocupando espaços públicos e utilizando equipamentos experimentais.

 

O cantor e produtor Kiko Dinucci traz samba e experimentalismo para o palco do Festival Cecília Viva. Membro do trio Metá Metá, criado em 2008 por Kiko, Juçara Marçal e Thiago França e que se tornou referência em inovação musical no Brasil, explorando a mistura de jazzrock e música tradicional, ele explora novos caminhos em sua carreira solo e tem se destacado na cena independente, com seus álbuns – Cortes Curtos e Rastilho, entre outros —, além de colaborações com artistas relevantes como Elza Soares.
 

Formado por Cristiano Onofre (FORADECOMPASSO), Danilo Pacheco (AkaDindo) e Marcelo Fiedler, o trio Crizin da Z.O. explora nuances do funk carioca, refletindo temas sociais e culturais do Brasil em suas músicas. Em 2024, o coletivo lançou Acelero, álbum que o consolida na posição de inovadores dentro do gênero, tendo recebido elogios pela criatividade e irreverência musical, além de marcar presença em várias listas de melhores álbuns do ano.
 

Reconhecido pela mistura de hip hop e música brasileira, DJ Nuts também faz parte do lineup do festival. O artista é um dos nomes mais notáveis no cenário das brasilidades e já colaborou com Planet Hemp, Chico Science, Seu Jorge e Milton Nascimento, que considera Nuts o seu DJ favorito. Seu conhecimento de música brasileira rara já o levou a projetos como o documentário Brasilintime (Brian Cross) e ao concerto do pianista brasileiro Arthur Verocai, em Los Angeles. Atualmente, Nuts trabalha no lançamento de um álbum em parceria com Hélcio Milito, do Tamba Trio.

 

A banda de rock psicodélico Boogarins completa a programação do festival que celebra a música independente. O grupo goiano se destaca pela sonoridade experimental, misturando elementos de rock dos anos 60 e 70 com texturas modernas, letras introspectivas e influências da música brasileira. Formada por Dinho Almeida (vocais e guitarra), Benke Ferraz (guitarra), Raphael Vaz (baixo), Ynaiã Benthroldo (bateria), a Boogarins é celebrada por sua energia ao vivo e pela capacidade de transitar entre a introspecção e a intensidade. O grupo lançou no ano passado seu sétimo disco de estúdio, Bacuri.
 

Em sua terceira edição, o Festival Cecília Viva se consolida como símbolo da resistência cultural. A colaboração com o Cine Joia viabilizou a edição neste ano, e a arrecadação da bilheteria será destinada ao início de um novo ciclo para a associação, que investirá o montante obtido no espetáculo na compra de equipamentos para impulsionar seu recomeço em um outro espaço.

O público poderá escolher como participar da campanha, adquirindo acesso ao festival a preços que vão de R$ 75 a R$ 450 (taxas inclusas), e fazendo jus a benefícios como carteirinhas sócioculturais, ecobags, camisetas e um disco de vinil duplo exclusivo com faixas de diversos artistas da cena. Há, também, possibilidade de doação via PIX.
 

Doações disponíveis:

  • R$ 75 - acesso ao festival
  • A partir de R$ 150 e até R$ 450 - benefícios como carteirinha sócio cultural, ecobag, poster, camiseta e vinil exclusivo com gravações ao vivo de grandes artistas que marcaram a história da Cecília.

Para quem deseja contribuir além do acesso ao show, a Cecília Cultural está aceitando doações via PIX (CNPJ: 10.717.826/0001-20).
 

Festival Cecília Viva 2025 é mais que um evento: é um chamado para que todos, artistas e público, se unam em prol da cultura. O dia 23 de fevereiro será o marco de um novo capítulo na história da Associação Cultural Cecília.

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Em meio a um cenário de otimismo cauteloso, o turismo brasileiro vive um novo momento em 2025. Impulsionado pela valorização do turismo sustentável, pelas viagens de experiência e pela alta do dólar, que favorece o turismo doméstico, o setor registra uma recuperação robusta e cheia de oportunidades.

Segundo levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o faturamento do setor cresceu 8,5% no primeiro trimestre de 2025, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Entre os destaques estão o Nordeste e o Centro-Oeste, que têm atraído visitantes em busca de ecoturismo, cultura regional e gastronomia típica.

A força do turismo interno

Com o dólar oscilando acima dos R$ 5,50, muitos brasileiros estão optando por conhecer melhor o próprio país. Destinos como Jalapão (TO), Chapada Diamantina (BA) e Alter do Chão (PA) estão no topo das buscas, segundo dados recentes da plataforma de viagens Booking.com.

“Estamos percebendo um novo perfil de turista, mais consciente e interessado em experiências autênticas, longe das multidões e com maior contato com a natureza”, afirma Paula Rezende, diretora de marketing de uma agência de viagens especializada em roteiros personalizados.

Turismo sustentável em alta

Outro destaque de 2025 é o crescimento do turismo sustentável. Projetos de hospedagem ecológica, trilhas com guias locais capacitados e parcerias com comunidades tradicionais estão se tornando diferenciais importantes na hora de escolher um destino.

A cidade de Bonito (MS), por exemplo, implementou um sistema de controle de visitantes em suas principais atrações naturais, equilibrando preservação ambiental e geração de renda para a população local.

Tecnologia e inteligência artificial como aliadas

A tecnologia também tem papel de protagonista na retomada do setor. Aplicativos de roteiros personalizados, guias virtuais com inteligência artificial e o uso de realidade aumentada em museus e atrações têm melhorado a experiência dos turistas e ajudado a descentralizar o fluxo de visitantes.

“A integração de ferramentas tecnológicas permite que o turista tenha mais autonomia, segurança e acesso a informações atualizadas em tempo real”, destaca Rafael Oliveira, pesquisador em turismo digital da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Perspectivas para o futuro

O cenário para o turismo em 2025 é promissor, mas requer atenção à qualificação da mão de obra, infraestrutura de acesso e políticas públicas de incentivo ao turismo sustentável.

Com a chegada do segundo semestre, o setor se prepara para a alta temporada e aposta na diversificação de roteiros e no fortalecimento do turismo de base comunitária como pilares de um crescimento duradouro.

O ano de 2025 está sendo generoso para quem busca por uma brecha no calendário para viajar. Isso porque há quatro feriados prolongados e oito pontos facultativos nacionais, que é quando as empresas podem ou não liberar os funcionários. O primeiro prolongado aconteceu em abril, mas durante todo o ano há oportunidades para viajar, e os roteiros de turismo sustentável vem ganhando espaço na agenda do brasileiro. Além de serem opções responsáveis e que se preocupam com o meio ambiente, quem os realiza também ganha ao se conectar com a natureza.

O ecoturismo cresce cerca de 20% todos os anos no Brasil, de acordo com o Brasilturis. Um dos motivos pela escolha da modalidade são os benefícios, principalmente ao bem estar mental e na conexão com si mesmo. É comprovado que a exposição à natureza diminui o estresse, regulando os níveis de cortisol no corpo e baixando a pressão arterial. A rotina do dia a dia faz com que seja difícil parar para contemplar um fim de tarde, o cair da chuva, o cantar dos pássaros ou pisar na grama e, assim, esquecemos o quão bom esse contato pode fazer. 

“Viagens em meio a natureza são como uma terapia em meio a um mundo digital, cheio de telas e obrigações profissionais. O ecoturismo vem se tornando um estilo de vida para aqueles que priorizam qualidade de vida, na qual saúde física e mental são inegociáveis”, ressalta Cecília Fortunatti, cofundadora da VaiViver - Ecoturismo e Aventura. 

Para quem busca uma pausa da rotina agitada das cidades, a VaiViver — iniciativa voltada para viagens com propósito — criou roteiros com saídas exclusivas durante os feriados prolongados. Em maio, no Dia do Trabalho (01), acontecem as primeiras expedições para explorar mais de 150 cachoeiras escondidas no coração da Serra da Canastra, em Delfinópolis (MG). Já em junho, durante o feriado de Corpus Christi, o destino é Nobres (MT), no coração do cerrado mato-grossense. 

Foco na experiência

Buscando mais do que apenas um destino, e sim vivências transformadoras em meio à natureza, Sandra de Araujo Rodrigues, de 53 anos, decidiu romper barreiras pessoais e encontrou na VaiViver a segurança e o acolhimento necessários para viajar sozinha pela primeira vez. Após o divórcio e em busca de um novo ciclo de vida, ela escolheu a Chapada dos Guimarães como ponto de partida para essa jornada. Lá, além de se reconectar consigo mesma, fez amizades e viveu momentos que marcaram sua trajetória. Foi nessa viagem que surgiu o convite para comemorar seu aniversário, em 2022, na Chapada das Mesas — uma experiência que, segundo ela, mudou sua vida. “Você tem noção do que foi iniciar um novo ciclo na Chapada das Mesas? Foi simplesmente emocionante”, conta.

A experiência com a VaiViver foi um ponto central na jornada de transformação de Sandra. Desde o início, ela se sentiu segura e amparada para explorar atividades que jamais imaginou realizar — como tirolesa e passeios por cachoeiras, mesmo sem saber nadar. “Pode ter certeza que o meu ciclo, que se iniciou naquele período, foi um dos mais lindos que eu tive”, relembra. Segundo ela, o cuidado e o suporte da equipe fizeram toda a diferença: “É uma das empresas que dá mais segurança, principalmente para a mulher que viaja sozinha. Quando ela fala assim: ‘quero que você só se preocupe em fazer a mala’, é exatamente isso”, complementa.  

Opções para o Dia do Trabalho

A VaiViver oferece um roteiro de quatro dias para a cidade, que é ideal para quem busca uma imersão profunda no ecoturismo. Iniciando na quinta-feira (01), o grupo se reúne em São Paulo (SP), na estação Vergueiro com a equipe e segue direto para a pousada. A aventura começa na sexta-feira, após um típico café mineiro, com pão de queijo e café quentinho. 

Para os amantes de queijo, o roteiro contempla uma parada em diversas queijarias premiadas para provar o queijo canastra e conhecer um pouco mais da região. Os viajantes ainda adentram o Parque Nacional da Serra da Canastra, recebendo as boas energias da água sagrada e conhecendo a biodiversidade local. O destino é uma opção repleta de belezas naturais e trilhas, indicadas para iniciantes no esporte e com nível de preparação baixo. Ao total, são aproximadamente 12 km de trilhas divididos durante o roteiro, mas sem grandes desníveis. 

Quem escolhe Delfinópolis como destino conhece ainda o Condomínio de Pedra, Vale da Gurita, Complexo do Ouro e do Claro e lindas cachoeiras, como a Cachoeira do Tombo, da Gruta e Tenebroso. Está incluído no roteiro todos os passeios e tickets de entrada, transfer ida e volta da sua cidade de origem em ônibus semi leito, transfer em 4x4 para os passeios na Serra, ônibus rural, hospedagem em pousada em Delfinópolis - próxima ao centrinho e barzinhos -, e as principais refeições com típicos cafés e almoços mineiros. 

 

Com uma rica herança africana presente na cultura, na história e na gastronomia, o Rio de Janeiro foi eleito o Melhor Destino Nacional de Afroturismo durante a 3ª edição do Prêmio Afroturismo, realizada nesta segunda-feira (14.04), em São Paulo. O anúncio foi feito na World Travel Market Latin America (WTM-LA) - um dos mais relevantes eventos globais do setor turístico. A premiação é promovida pela plataforma Guia Negro, que tem a valorização das raízes afro-brasileiras como um de seus pilares estratégicos.

A escolha do Rio reforça o papel da cidade na valorização da cultura afro e no fortalecimento de experiências turísticas ligadas à ancestralidade. Entre os roteiros destacados pelo júri estão a Pequena África, na região portuária, e o bairro de Madureira – trajetos que resgatam e celebram a contribuição da população negra na formação da identidade carioca.

Outro reconhecimento importante foi para o Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira (Muhcab), localizado na Gamboa. Inaugurado em 2021, o espaço foi premiado como a Melhor Atração Turística do segmento, sendo descrito pelos jurados como um “local de resistência”, dedicado à preservação, promoção e celebração da cultura afro-brasileira, por meio de exposições, rodas de conversa e atividades culturais.

A premiação também reconheceu outros esforços que impulsionam o afroturismo no Brasil. São Luís (MA) foi destaque pelos investimentos no setor, recebendo o título de Destaque Guia Negro. A turismóloga Thaís Rosa Pinheiro, fundadora da agência Conectando Territórios e consultora do Ministério do Turismo, foi eleita a melhor profissional do segmento. 

ROTAS NEGRAS - O fortalecimento do Afroturismo também se reflete nas políticas públicas voltadas para a promoção internacional do Brasil. Como parte desse esforço, o Ministério do Turismo, em parceria com o Ministério da Igualdade Racial e outros órgãos do Governo Federal, lançou o Programa Rotas Negras.

A iniciativa tem como objetivo fomentar experiências turísticas que valorizem a ancestralidade africana em diferentes territórios – urbanos e rurais –, impulsionando oportunidades de inclusão e protagonismo para as populações negras. Com foco na economia criativa, circular e sustentável, o programa também visa fortalecer os destinos turísticos de matriz afro-brasileira presentes no Mapa do Turismo.

Além disso, o Rotas Negras prevê ações voltadas à educação e sensibilização dos turistas sobre a história e a cultura afro-brasileira, à capacitação de comunidades locais na gestão dos seus produtos turísticos e ao enfrentamento de estereótipos, contribuindo para a autoestima das populações envolvidas.