Mapas Culturais é instalado em mais quatro estados e capacita gestores para fortalecer setor cultural

Cultura
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O Mapas Culturais, ferramenta digital voltada para a gestão de políticas públicas de fomento à cultura, acaba de ser instalada nos estados do Acre, Maranhão, Tocantins e Roraima. A partir de agora, gestores culturais dessas regiões contam com um sistema integrado para mapeamento, cadastramento e gestão de editais culturais, incluindo políticas de fomento como a Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB).

A plataforma já é utilizada em diversos estados e municípios, como São Paulo, João Pessoa, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Recife, vem se consolidando como um dos principais sistemas para a modernização e democratização do acesso às políticas culturais no país, além de desempenhar um papel fundamental na promoção da cultura e no acesso à informação cultural.

A coordenadora-geral de Projetos Estratégicos da Secretaria de Gestão Estratégica (SGE), Sofia Leonor Von Mettenheim, destaca que a implementação da plataforma representa um avanço significativo para a gestão cultural no Brasil.

“O Ministério da Cultura desenvolveu uma série de funcionalidades para aprimorar a capacidade do Mapas Culturais na gestão da PNAB. Agora, ele permite acompanhar todo o processo de forma integrada, desde a inscrição até o monitoramento e a prestação de contas. Disponibilizar essa solução para os entes federados que demonstraram interesse fortalece a capacidade de gestão dessas políticas estruturantes para o campo cultural”, afirmou.

Juliana Almeida, coordenadora de Acompanhamento de Projetos da SGE, por sua vez, reforça que a expansão da ferramenta aprimora os processos de gestão cultural nos estados e celebra a inclusão dos demais estados.

“O software facilita o cadastramento, mapeamento, lançamento de editais, inscrições, seleções e divulgação de eventos. Além disso, amplia a visibilidade de agentes culturais, espaços e projetos. Com esse investimento, o MinC aposta na qualificação das políticas públicas de cultura em diversas unidades da federação, promovendo maior transparência e eficiência na administração dos recursos”, explicou.

Capacitação para Gestores Culturais

Além da implementação do sistema, o MinC e a UFPR promoveram a oficina online, Explorando o Mapas Culturais: oportunidades e operação do software, realizada na última sexta-feira (21). O treinamento teve o objetivo de capacitar gestores culturais dos quatros estados que aderiram, para o uso eficiente da plataforma e foi conduzido pela equipe da UFPR responsável pelo desenvolvimento do projeto.

A coordenadora do Projeto de Qualificação do Ecossistema de Soluções Digitais para a Cultura na UFPR, Deborah Rabello Lima, destacou a importância da capacitação para fortalecer a governança digital da cultura no Brasil. 

“Compreender e operar essa plataforma de maneira eficiente significa fortalecer redes culturais e aprimorar a implementação de políticas públicas como a PNAB”, disse.

Segundo ela, o treinamento foi essencial para garantir que gestoras e gestores possam utilizar plenamente as funcionalidades do software.

“Ao capacitar gestores, estamos não apenas potencializando o uso dessa ferramenta, mas também fortalecendo a governança digital da cultura no Brasil. Essa foi uma ação estratégica para a democratização do acesso às políticas culturais. Muito nos orgulha podermos caminhar para o encerramento do projeto com esta atividade”, acrescentou.

Durante a capacitação, os participantes tiveram acesso a uma introdução detalhada à plataforma, incluindo sua infraestrutura, funcionalidades e processos de atualização. Foram apresentados os fluxos de cadastramento de agentes e espaços culturais, além de um panorama sobre a criação e participação em editais. Os módulos de oportunidades foram explorados com exercícios práticos.

Para Victor Ferreira, responsável por ministrar a oficina e analista do Projeto de Qualificação do Ecossistema de Soluções Digitais para Mapeamento e Gestão Cultural, o Mapas Culturais é um sistema altamente versátil, que pode ser adaptado conforme a necessidade de cada gestor público.

“Trata-se de um sistema muito versátil, o que proporciona ao gestor muitas possibilidades de adaptação às suas necessidades. Ele pode executar desde chamadas públicas simples, como consultas públicas, até editais complexos, com diversas faixas e linhas. Essas configurações também podem ser utilizadas para facilitar o processamento de reserva de vagas na realização dos editais”, explicou.

Gestores destacam avanços para a cultura

O secretário de Cultura do Maranhão, Yuri Arruda, participou da formação e destacou a importância da formação para a implementação eficiente da plataforma.

“A formação dos colaboradores para o uso da plataforma foi uma etapa essencial desse processo. Com a capacitação das equipes, garantimos a operacionalização eficiente do sistema, assegurando que todos os envolvidos, sejam gestores, artistas ou produtores culturais,possam utilizar plenamente os recursos oferecidos pela ferramenta”, afirmou.

Ele também ressaltou o compromisso e a importância de ter instalado a plataforma, “estamos trazendo inovação e organização para o setor, com uma plataforma que centraliza dados, amplia o acesso a políticas públicas e fortalece a conexão entre fazedores de cultura, gestores e a sociedade. Com ela, garantimos mais transparência, participação e valorização da nossa identidade cultural. É uma ferramenta estratégica para pensar o presente e planejar o futuro da cultura maranhense”, concluiu.

Mais sobre o Mapas Culturais

O Mapas Culturais é usado por órgãos e instituições para uma variedade de propósitos, incluindo mapeamento de diferentes perspectivas culturais, espaços culturais, bibliotecas e pontos de memória, divulgação de eventos e projetos, e gestão de editais de fomento à cultura. Isso destaca a flexibilidade e adaptabilidade da plataforma às necessidades específicas de diferentes contextos culturais.

O projeto Mapas Culturais foi viabilizado pelo Ministério da Cultura (MinC), por meio da Secretaria de Gestão Estratégica (SGE), em parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR), dentro do projeto Soluções Digitais para Mapeamento e Gestão Cultural. A iniciativa busca modernizar e otimizar a gestão cultural nos estados e municípios, promovendo mais eficiência e acessibilidade nos processos de financiamento da cultura.

Com essa expansão, o Mapas Culturais segue se consolidando como um dos principais sistemas de gestão cultural do país, garantindo mais transparência, eficiência e democratização no acesso às políticas públicas voltadas à cultura.

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Em meio a um cenário de otimismo cauteloso, o turismo brasileiro vive um novo momento em 2025. Impulsionado pela valorização do turismo sustentável, pelas viagens de experiência e pela alta do dólar, que favorece o turismo doméstico, o setor registra uma recuperação robusta e cheia de oportunidades.

Segundo levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o faturamento do setor cresceu 8,5% no primeiro trimestre de 2025, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Entre os destaques estão o Nordeste e o Centro-Oeste, que têm atraído visitantes em busca de ecoturismo, cultura regional e gastronomia típica.

A força do turismo interno

Com o dólar oscilando acima dos R$ 5,50, muitos brasileiros estão optando por conhecer melhor o próprio país. Destinos como Jalapão (TO), Chapada Diamantina (BA) e Alter do Chão (PA) estão no topo das buscas, segundo dados recentes da plataforma de viagens Booking.com.

“Estamos percebendo um novo perfil de turista, mais consciente e interessado em experiências autênticas, longe das multidões e com maior contato com a natureza”, afirma Paula Rezende, diretora de marketing de uma agência de viagens especializada em roteiros personalizados.

Turismo sustentável em alta

Outro destaque de 2025 é o crescimento do turismo sustentável. Projetos de hospedagem ecológica, trilhas com guias locais capacitados e parcerias com comunidades tradicionais estão se tornando diferenciais importantes na hora de escolher um destino.

A cidade de Bonito (MS), por exemplo, implementou um sistema de controle de visitantes em suas principais atrações naturais, equilibrando preservação ambiental e geração de renda para a população local.

Tecnologia e inteligência artificial como aliadas

A tecnologia também tem papel de protagonista na retomada do setor. Aplicativos de roteiros personalizados, guias virtuais com inteligência artificial e o uso de realidade aumentada em museus e atrações têm melhorado a experiência dos turistas e ajudado a descentralizar o fluxo de visitantes.

“A integração de ferramentas tecnológicas permite que o turista tenha mais autonomia, segurança e acesso a informações atualizadas em tempo real”, destaca Rafael Oliveira, pesquisador em turismo digital da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Perspectivas para o futuro

O cenário para o turismo em 2025 é promissor, mas requer atenção à qualificação da mão de obra, infraestrutura de acesso e políticas públicas de incentivo ao turismo sustentável.

Com a chegada do segundo semestre, o setor se prepara para a alta temporada e aposta na diversificação de roteiros e no fortalecimento do turismo de base comunitária como pilares de um crescimento duradouro.

O ano de 2025 está sendo generoso para quem busca por uma brecha no calendário para viajar. Isso porque há quatro feriados prolongados e oito pontos facultativos nacionais, que é quando as empresas podem ou não liberar os funcionários. O primeiro prolongado aconteceu em abril, mas durante todo o ano há oportunidades para viajar, e os roteiros de turismo sustentável vem ganhando espaço na agenda do brasileiro. Além de serem opções responsáveis e que se preocupam com o meio ambiente, quem os realiza também ganha ao se conectar com a natureza.

O ecoturismo cresce cerca de 20% todos os anos no Brasil, de acordo com o Brasilturis. Um dos motivos pela escolha da modalidade são os benefícios, principalmente ao bem estar mental e na conexão com si mesmo. É comprovado que a exposição à natureza diminui o estresse, regulando os níveis de cortisol no corpo e baixando a pressão arterial. A rotina do dia a dia faz com que seja difícil parar para contemplar um fim de tarde, o cair da chuva, o cantar dos pássaros ou pisar na grama e, assim, esquecemos o quão bom esse contato pode fazer. 

“Viagens em meio a natureza são como uma terapia em meio a um mundo digital, cheio de telas e obrigações profissionais. O ecoturismo vem se tornando um estilo de vida para aqueles que priorizam qualidade de vida, na qual saúde física e mental são inegociáveis”, ressalta Cecília Fortunatti, cofundadora da VaiViver - Ecoturismo e Aventura. 

Para quem busca uma pausa da rotina agitada das cidades, a VaiViver — iniciativa voltada para viagens com propósito — criou roteiros com saídas exclusivas durante os feriados prolongados. Em maio, no Dia do Trabalho (01), acontecem as primeiras expedições para explorar mais de 150 cachoeiras escondidas no coração da Serra da Canastra, em Delfinópolis (MG). Já em junho, durante o feriado de Corpus Christi, o destino é Nobres (MT), no coração do cerrado mato-grossense. 

Foco na experiência

Buscando mais do que apenas um destino, e sim vivências transformadoras em meio à natureza, Sandra de Araujo Rodrigues, de 53 anos, decidiu romper barreiras pessoais e encontrou na VaiViver a segurança e o acolhimento necessários para viajar sozinha pela primeira vez. Após o divórcio e em busca de um novo ciclo de vida, ela escolheu a Chapada dos Guimarães como ponto de partida para essa jornada. Lá, além de se reconectar consigo mesma, fez amizades e viveu momentos que marcaram sua trajetória. Foi nessa viagem que surgiu o convite para comemorar seu aniversário, em 2022, na Chapada das Mesas — uma experiência que, segundo ela, mudou sua vida. “Você tem noção do que foi iniciar um novo ciclo na Chapada das Mesas? Foi simplesmente emocionante”, conta.

A experiência com a VaiViver foi um ponto central na jornada de transformação de Sandra. Desde o início, ela se sentiu segura e amparada para explorar atividades que jamais imaginou realizar — como tirolesa e passeios por cachoeiras, mesmo sem saber nadar. “Pode ter certeza que o meu ciclo, que se iniciou naquele período, foi um dos mais lindos que eu tive”, relembra. Segundo ela, o cuidado e o suporte da equipe fizeram toda a diferença: “É uma das empresas que dá mais segurança, principalmente para a mulher que viaja sozinha. Quando ela fala assim: ‘quero que você só se preocupe em fazer a mala’, é exatamente isso”, complementa.  

Opções para o Dia do Trabalho

A VaiViver oferece um roteiro de quatro dias para a cidade, que é ideal para quem busca uma imersão profunda no ecoturismo. Iniciando na quinta-feira (01), o grupo se reúne em São Paulo (SP), na estação Vergueiro com a equipe e segue direto para a pousada. A aventura começa na sexta-feira, após um típico café mineiro, com pão de queijo e café quentinho. 

Para os amantes de queijo, o roteiro contempla uma parada em diversas queijarias premiadas para provar o queijo canastra e conhecer um pouco mais da região. Os viajantes ainda adentram o Parque Nacional da Serra da Canastra, recebendo as boas energias da água sagrada e conhecendo a biodiversidade local. O destino é uma opção repleta de belezas naturais e trilhas, indicadas para iniciantes no esporte e com nível de preparação baixo. Ao total, são aproximadamente 12 km de trilhas divididos durante o roteiro, mas sem grandes desníveis. 

Quem escolhe Delfinópolis como destino conhece ainda o Condomínio de Pedra, Vale da Gurita, Complexo do Ouro e do Claro e lindas cachoeiras, como a Cachoeira do Tombo, da Gruta e Tenebroso. Está incluído no roteiro todos os passeios e tickets de entrada, transfer ida e volta da sua cidade de origem em ônibus semi leito, transfer em 4x4 para os passeios na Serra, ônibus rural, hospedagem em pousada em Delfinópolis - próxima ao centrinho e barzinhos -, e as principais refeições com típicos cafés e almoços mineiros. 

 

Com uma rica herança africana presente na cultura, na história e na gastronomia, o Rio de Janeiro foi eleito o Melhor Destino Nacional de Afroturismo durante a 3ª edição do Prêmio Afroturismo, realizada nesta segunda-feira (14.04), em São Paulo. O anúncio foi feito na World Travel Market Latin America (WTM-LA) - um dos mais relevantes eventos globais do setor turístico. A premiação é promovida pela plataforma Guia Negro, que tem a valorização das raízes afro-brasileiras como um de seus pilares estratégicos.

A escolha do Rio reforça o papel da cidade na valorização da cultura afro e no fortalecimento de experiências turísticas ligadas à ancestralidade. Entre os roteiros destacados pelo júri estão a Pequena África, na região portuária, e o bairro de Madureira – trajetos que resgatam e celebram a contribuição da população negra na formação da identidade carioca.

Outro reconhecimento importante foi para o Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira (Muhcab), localizado na Gamboa. Inaugurado em 2021, o espaço foi premiado como a Melhor Atração Turística do segmento, sendo descrito pelos jurados como um “local de resistência”, dedicado à preservação, promoção e celebração da cultura afro-brasileira, por meio de exposições, rodas de conversa e atividades culturais.

A premiação também reconheceu outros esforços que impulsionam o afroturismo no Brasil. São Luís (MA) foi destaque pelos investimentos no setor, recebendo o título de Destaque Guia Negro. A turismóloga Thaís Rosa Pinheiro, fundadora da agência Conectando Territórios e consultora do Ministério do Turismo, foi eleita a melhor profissional do segmento. 

ROTAS NEGRAS - O fortalecimento do Afroturismo também se reflete nas políticas públicas voltadas para a promoção internacional do Brasil. Como parte desse esforço, o Ministério do Turismo, em parceria com o Ministério da Igualdade Racial e outros órgãos do Governo Federal, lançou o Programa Rotas Negras.

A iniciativa tem como objetivo fomentar experiências turísticas que valorizem a ancestralidade africana em diferentes territórios – urbanos e rurais –, impulsionando oportunidades de inclusão e protagonismo para as populações negras. Com foco na economia criativa, circular e sustentável, o programa também visa fortalecer os destinos turísticos de matriz afro-brasileira presentes no Mapa do Turismo.

Além disso, o Rotas Negras prevê ações voltadas à educação e sensibilização dos turistas sobre a história e a cultura afro-brasileira, à capacitação de comunidades locais na gestão dos seus produtos turísticos e ao enfrentamento de estereótipos, contribuindo para a autoestima das populações envolvidas.