A exposição Fala Falar Falares ficará em cartaz no Museu da Língua Portuguesa até 14 de setembro. Com curadoria da cineasta e cenógrafa Daniela Thomas e do escritor e linguista Caetano W. Galindo, a mostra temporária celebra a capacidade do ser humano de falar e a diversidade de sotaques brasileiros.
Localizado na Estação da Luz, o Museu da Língua Portuguesa é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo de São Paulo. A mostra Fala Falar Falares conta com patrocínio máster da Petrobras e da Motiva; patrocínio da Vale; apoio do Instituto Ultra e do Itaú Unibanco – todos por meio da Lei Rouanet.
A exposição tem o objetivo de fazer o público pensar no quanto é especial a capacidade de falar – e, com a fala, criar música, cultura e se expressar de maneiras tão diferentes dentro da mesma língua. A primeira parte é dedicada a mostrar como o fenômeno da fala acontece dentro do corpo a partir de coisas essenciais para a vida: o ar e a respiração. Em uma das instalações, os visitantes são convidados a usar um microfone que foi calibrado para captar apenas sons de pessoas respirando – e que está ligado a uma projeção de luz que pulsa conforme este som.
Outra experiência mostra imagens captadas por uma máquina de ressonância magnética, onde é possível observar como se movimenta o interior de um corpo humano quando fala algumas frases conhecidas de canções brasileiras. Uma curiosidade é que essas imagens foram gravadas na Alemanha: a equipe da exposição descobriu a existência de um aparelho disponível e de um engenheiro brasileiro que topou se gravar enquanto entoava as frases escolhidas.
Depois disso, os visitantes podem acionar com seus próprios movimentos a imagem de um corpo todo composto de informações a respeito da origem e da formação das palavras que dão nome aos nossos órgãos e membros.
Num outro momento, quem estiver na exposição vai se ver diante de um mapa-múndi que, com o Brasil cravado no centro da imagem, permite demonstrar os caminhos que certas palavras, escolhidas em uma mesa, tiveram de traçar até chegar ao nosso vocabulário cotidiano.
Em um quiz, os visitantes vão testar se conhecem mesmo os diferentes sotaques falados pelo Brasil afora. O jogo funciona a partir de vídeos gravados com dezenas de pessoas de todo o país. O desafio é ouvi-las e tentar adivinhar de onde são. Os curadores garantem: é muito mais difícil do que parece, demonstrando que os estereótipos sobre os sotaques brasileiros muitas vezes mascaram uma diversidade ainda maior.
Em outro ponto da exposição, o público pode ficar no centro de uma conversa entre doze pessoas de diferentes origens que falam de sua relação com língua, linguagem e sotaque. Em uma instalação circular, com telas de TV que retratam, cada uma, um interlocutor, os visitantes vão se surpreender com histórias de orgulho, pertencimento, estranhamento, humor e também de preconceito com determinados jeitos de falar.
A diversidade da língua portuguesa do Brasil se expressa também nos nomes dos 5.571 municípios brasileiros. Alguns deles podem ser ouvidos nos elevadores de acesso à sala de exposições temporárias e estão nas paredes da exposição, formando um poema com cerca de 500 nomes selecionados por Caetano W. Galindo entre os mais curiosos e encantadores.
Fala Falar Falares tem sua origem em uma experiência da exposição principal do Museu da Língua Portuguesa: Falares, no terceiro andar, é uma coleção de depoimentos de pessoas de todo o Brasil, de diferentes idades, origens, religiões, etnias e profissões, que falam de sua relação com a língua portuguesa. Criada para a nova exposição principal, inaugurada em 2021, Falares é um rico retrato da diversidade brasileira que atravessa e é atravessada pela expressão oral.
Últimas semanas da exposição Fala Falar Falares no Museu da Língua Portuguesa
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