O Brasil segue enfrentando sérios desafios ambientais neste primeiro semestre de 2025. Apesar de avanços em políticas públicas, o aumento das temperaturas, os focos de incêndio e o desmatamento na Amazônia e no Cerrado continuam a preocupar autoridades, ambientalistas e cientistas.
Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o país registrou um aumento de 22% no desmatamento acumulado entre janeiro e maio deste ano em comparação ao mesmo período de 2024. A região mais afetada foi o sul do Amazonas, seguido pelo norte de Mato Grosso e partes do Pará.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que o governo intensificou as ações de fiscalização com o apoio da Polícia Federal e do Ibama, mas alertou para a sofisticação das quadrilhas envolvidas no desmatamento ilegal. “Estamos enfrentando um sistema organizado, que combina grilagem de terras, extração ilegal de madeira e lavagem de dinheiro. Combater isso exige integração e firmeza”, declarou.
Além do desmatamento, o país lida com efeitos extremos da crise climática. Enchentes no Sul e estiagens prolongadas no Nordeste evidenciam o desequilíbrio climático em curso. A cidade de Porto Alegre (RS), por exemplo, registrou em maio o maior nível do rio Guaíba desde 1941, obrigando milhares de pessoas a deixarem suas casas.
No campo internacional, o Brasil se prepara para a COP30, que será realizada em Belém, em novembro de 2025. O evento deve reunir líderes mundiais para debater a aceleração da transição energética, a preservação de biomas tropicais e a compensação por perdas e danos climáticos. O país espera apresentar resultados concretos na redução do desmatamento como parte de sua credibilidade ambiental.
ONGs e pesquisadores alertam, no entanto, que os esforços precisam ir além da fiscalização. "Sem desenvolvimento sustentável real e incentivo à economia verde nas regiões mais vulneráveis, o desmatamento vai continuar", diz a bióloga e climatologista Helena Duarte, da Universidade Federal do Acre.
Enquanto isso, iniciativas locais ganham destaque. Projetos de reflorestamento em áreas degradadas, como o programa “Plantando Futuro” no cerrado goiano, já replantaram mais de 500 mil mudas nativas em 2025. Além disso, startups de bioeconomia têm atraído investimentos para transformar resíduos florestais em produtos de alto valor agregado.
Apesar dos desafios, o Brasil segue como peça-chave na agenda climática global — e as decisões tomadas agora serão determinantes para o futuro das próximas gerações.
Crise Climática e Desmatamento: Brasil enfrenta desafios ambientais urgentes em 2025
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