Frente fria avança pelo Brasil e acende alerta sobre impactos no meio ambiente

A chegada de uma intensa massa de ar polar nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, especialmente em estados como São Paulo, Minas Gerais e Paraná, não apenas derruba as temperaturas, mas também provoca alterações significativas no meio ambiente. Com mínimas abaixo de 5°C em algumas áreas urbanas e rurais, os efeitos do frio intenso vão além do desconforto térmico da população.

Especialistas em climatologia alertam que essas ondas de frio influenciam diretamente ciclos naturais da fauna e da flora. Algumas espécies de aves migratórias, por exemplo, alteram rotas ou antecipam deslocamentos. Animais silvestres também tendem a reduzir atividades metabólicas para preservar energia, e há risco aumentado para espécies mais sensíveis, especialmente em áreas urbanizadas onde o abrigo natural é escasso.

Na vegetação, o frio intenso pode retardar ciclos de crescimento e prejudicar plantações mais vulneráveis, como hortaliças, frutas tropicais e café. Em contrapartida, em determinadas regiões agrícolas, o frio é benéfico para culturas como maçã e uva, que dependem de um número mínimo de horas de frio para se desenvolverem adequadamente.

Do ponto de vista atmosférico, o ar seco e frio também favorece a dispersão de poluentes, melhorando momentaneamente a qualidade do ar em grandes centros urbanos como São Paulo e Belo Horizonte. No entanto, essa mesma condição pode aumentar o risco de queimadas em regiões do Cerrado, onde a vegetação seca combinada com ventos frios cria um ambiente propício para focos de incêndio.

As autoridades ambientais recomendam atenção redobrada com o descarte irregular de resíduos e o uso do fogo em áreas rurais durante este período. Organizações de proteção animal também reforçam a importância de abrigo e alimentação para animais domésticos e silvestres.

A onda de frio, prevista para se estender por mais alguns dias, reforça a necessidade de adaptação e vigilância ambiental diante das mudanças climáticas, que têm tornado eventos extremos — como estiagens, chuvas intensas e quedas bruscas de temperatura — cada vez mais frequentes e imprevisíveis no Brasil.