O aumento do consumo de alimentos ultraprocessados no Brasil tem acendido um sinal de alerta entre profissionais de saúde e nutrição. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), esses produtos — como salgadinhos, refrigerantes, biscoitos recheados, embutidos e comidas prontas congeladas — já representam cerca de 20% da dieta calórica do brasileiro, com maior incidência entre jovens e crianças.
O problema vai além das calorias vazias. Estudos recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS) associam o consumo frequente desses alimentos a um maior risco de desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis, como obesidade, hipertensão, diabetes tipo 2 e até alguns tipos de câncer. “Os ultraprocessados contêm altas quantidades de sódio, açúcares adicionados, gorduras trans e aditivos químicos, que sobrecarregam o organismo e desregulam o metabolismo”, explica a nutricionista clínica Carla Fonseca.
Nas escolas e entre famílias de baixa renda, a presença desses produtos é ainda mais forte, por conta do baixo custo, longa validade e facilidade de preparo. Isso tem impulsionado o aumento de casos de sobrepeso infantil e precocidade no diagnóstico de doenças metabólicas, que antes eram comuns apenas na fase adulta. Em resposta, o Ministério da Saúde e entidades como a Associação Brasileira de Nutrição (Asbran) vêm promovendo campanhas de conscientização sobre rotulagem alimentar, educação nutricional e incentivo ao consumo de comida de verdade.
Especialistas recomendam uma alimentação baseada em alimentos in natura ou minimamente processados, como frutas, verduras, legumes, grãos integrais e proteínas de origem natural. A orientação é priorizar refeições caseiras, reduzir o consumo de industrializados e criar rotinas alimentares mais equilibradas desde a infância. A longo prazo, essas práticas não apenas previnem doenças, como também reduzem gastos com saúde pública e melhoram a qualidade de vida da população.
Consumo excessivo de ultraprocessados preocupa especialistas e impacta saúde dos brasileiros
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