Cientistas descobrem como medir o envelhecimento em pacientes com HIV

Saúde
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Uma equipe de pesquisadores liderada pela área de Doenças Infecciosas do CIBER (CIBERINFEC), pelo Hospital Universitário La Paz e pelo IdiPaz conseguiu identificar "relógios epigenéticos" que servem para prever tanto o envelhecimento quanto o risco de sofrer doenças em pacientes com o vírus da imunodeficiência humana (HIV), e que mantêm a infecção sob controle.

O estudo, publicado na revista Clinical Infectious Diseases, mostrou que o envelhecimento biológico acelerado, especialmente conforme medido pelos relógios GrimAge e PC-GrimAge, está associado a um risco maior de desenvolver doenças não relacionadas à AIDS, como cânceres, bem como a um aumento de quatro vezes na mortalidade por todas as causas.

"Nossos resultados apoiam o uso de biomarcadores epigenéticos como indicadores de envelhecimento biológico e risco de doenças em pessoas com HIV que mantêm uma boa resposta ao tratamento antirretroviral", disse o coordenador do estudo e pesquisador do CIBERINFEC e do Hospital Universitário La Paz/IdiPaz, José Ramón Arribas.

Durante o estudo, foi realizado um acompanhamento de dez anos de uma coorte longitudinal de 216 participantes com HIV em tratamento antirretroviral e com supressão virológica sustentada do estudo DUAL-GESIDA e da Coorte de Envelhecimento de La Paz.

A análise do valor prognóstico desses "relógios epigenéticos" sugere que eles poderiam se tornar uma ferramenta útil para prever a saúde a longo prazo em pessoas com infecção pelo HIV, permitindo a identificação daqueles com envelhecimento biológico mais acelerado e maior vulnerabilidade a doenças crônicas.

A pesquisa foi realizada em colaboração com pesquisadores de vários grupos do CIBERINFEC, hospitais e GESIDA, e representa um passo importante em direção a uma medicina mais personalizada no gerenciamento do envelhecimento associado à infecção pelo HIV.