Um ambiente laboral pode, muitas vezes, se tornar tóxico e é indispensável saber lidar com isso para não agredir a saúde mental.
Problemas envolvendo a saúde mental são comuns no ambiente de trabalho e têm sido cada vez mais discutidos nos últimos anos, tornando-se uma pauta em alta. Dessa maneira, corporações ao redor do mundo tem voltado seu olhar para o estado psicológico dos seus contratados, cientes de como danos nessa esfera afetam negativamente o trabalhador e também o seu desempenho profissional.
Locais tóxicos necessitam de mudanças internas
Segundo estudo divulgado pela Atticus, ansiedade e depressão representam 52% de todos os casos de lesões ou doenças nesse meio. Por isso, há a necessidade urgente de novas iniciativas e projetos com o poder de gerar avanços dentro das organizações. "Primeiramente, a liderança precisa demonstrar vontade em promover um clima saudável. Sendo um valor da empresa enraizado em sua cultura. Isso por si só já ajuda a prevenir ambientes tóxicos", comenta Hugo Domenech, analista de treinamento do Nube.
Assim, fica claro como ações vindas de cima, em uma escala de posição de poder interna, fazem toda a diferença para um local harmônico. "Algumas outras ações como pesquisas de clima organizacional, canais de comunicação onde se sintam à vontade para se expressar e o hábito de feedback aberto, livre de julgamentos, darão maior sustentação para um espaço sadio . É essencial essas ações serem realizadas de forma acolhedora e com a verdadeira intenção de promover mudanças", esclarece o especialista.
Consciência interna aperfeiçoa o estabelecimento
O primeiro passo para se ver livre um ambiente tóxico é conhecer como ele se apresenta. "É caracterizado quando afeta negativamente seus colaboradores emocional, mental e/ou fisicamente. Seja por um único fator, como uma política da marca, a falta de sensibilidade de um superior, ou uma combinação de elementos. Muitas vezes, o funcionário não tem total consciência do mal feito e acaba suportando a situação por um longo período. As consequências, com o tempo, incluem desmotivação e falta de produtividade, chegando até a adoecimento", explica Domenech.
Pensando em um contexto onde o Brasil é segundo lugar em número de casos de Burnout no mundo, atrás apenas do Japão, e 30% dos trabalhadores sofrem com a síndrome, é interessante estar ciente de algumas tendências positivas para essa realidade. Desse jeito, três tópicos se caracterizam como essenciais:
- Utilização de tecnologias a favor do cuidado mental: com o protagonismo da digitalização, há um enorme ganho para a eficiência e agilidade de processos, assim como o diagnóstico, rastreamento e prevenção. Como um todo, essa relação inclui monitorar a saúde do colaborador até a mudança de procedimentos. Para isso, existem ferramentas específicas disponíveis virtualmente, trazendo um monitoramento aprofundado, conscientização, incentivo a terapia, meditação, entre outros.
- Programas voltados para o bem estar empresarial: essa já é uma atitude em ascensão e visa oferecer assistência psicológica e conscientizar a respeito do estado emocional e físico. Iniciativas assim podem refletir positivamente na vida pessoal e profissional.
- Desenvolvimento de uma gestão positiva: de acordo com uma pesquisa da Great Place to Work (GPTW), a maior tendência, em termos de prioridades para o RHs, é o aperfeiçoamento e capacitação dos gestores. De fato, esse tipo de rumo estimula a construção de lugares seguros para as vulnerabilidades de cada um e propiciando superar os desafios.
Um contexto assustador para iniciantes
Pensando pelo ponto de vista de quem está dando os primeiros passos na carreira, essa possível realidade de mal estar tende a ser desesperadora e dificultar o começo. "Um contrato envolve normalmente duas partes interessadas. A empresa não está fazendo um favor ao contratar um funcionário; este está fornecendo seu tempo de vida, experiências, capacidade cognitiva, força de trabalho, conhecimento teórico e prático em troca de remuneração. Idealizar a companhia como insubstituível e única oportunidade é o início para não reconhecer e se sujeitar a danos físicos e/ou mentais. Não hesite em recusar uma vaga se perceber, o mercado oferece outras. Hoje, instituições priorizando o bem-estar prosperarão, enquanto as outras ficarão para trás", pontua o analista.
Logo, o ideal é refletir sobre possíveis melhorias e usufruir de certos mecanismos, como testes psicológicos para avaliação e manutenção da qualidade de vida. Esse conjunto também é indispensável para uma comunicação assertiva entre as partes. "Embora seja importante reconhecermos nossa responsabilidade na entidade, ao nos depararmos com situações danosas, é fundamental nos preservar. Levar a situação para o departamento de recursos humanos ou outras áreas competentes também pode ser uma opção", finaliza.
O trabalho afeta o bem estar pessoal dos colaboradores
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