Tom combativo dá respiro à campanha de Boulos, mas ala do PSOL relata 'pessimismo'

Política
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Parte do PSOL, partido do candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos, já demonstra menos confiança em uma virada sobre seu adversário, Ricardo Nunes (MDB), antes do segundo turno, marcado para 27 de outubro, próximo domingo. Integrantes da legenda relataram ao Estadão um certo "pessimismo" diante da vantagem do emedebista no último levantamento Quaest, que o coloca 9 pontos porcentuais à frente. No entanto, o tom mais combativo adotado por Boulos nesta reta final pode trazer um "último fôlego" à sua campanha, apesar de restarem apenas três dias para a votação.

Uma ala mais pessimista do partido defende agora uma estratégia de "redução de danos" nas vésperas do pleito. Para esse grupo, a possibilidade de vencer a disputa pelo Executivo municipal já não está mais no horizonte, e o foco passou a ser diminuir a rejeição do paulistano a Boulos e reduzir a distância em relação a Nunes.

Embora apoiem o novo tom da campanha, esses integrantes avaliam que o tempo até o domingo da eleição é curto demais para reverter o cenário. "Não dá para ganhar uma corrida dessa em um fim de semana. É uma virada praticamente incerta", afirmam. Por outro lado, setores do partido que ainda acreditam em uma reviravolta rechaçam a visão de que a eleição já está decidida. "A virada vai acontecer nas urnas. Tem que ter paciência", disseram ao Estadão.

Para estes, a mudança de estratégia de Boulos veio no momento certo. Eles acreditam que esta é a ocasião ideal para intensificar as denúncias contra Nunes de maneira mais incisiva, na reta final da campanha. Assim, esperam que a rejeição ao candidato do PSOL caia o suficiente para garantir um resultado positivo nas urnas.

Nos últimos dias, Guilherme Boulos tem adotado uma estratégia mais agressiva para conquistar votos na capital paulista, com foco especial nos eleitores que votaram em Pablo Marçal (PRTB) no primeiro turno. O candidato do PSOL já anunciou a incorporação de propostas defendidas pelo ex-coach, como a criação de escolas olímpicas e o incentivo a pequenos empreendedores da periferia, em seu plano de governo. Além disso, Boulos busca se posicionar como o candidato da "mudança", aproximando-se do discurso "antissistema" que Marçal usou repetidamente durante a primeira fase da campanha.

Boulos afirmou em entrevista à Globonews nesta semana que o discurso da extrema direita teve mais apelo junto ao eleitorado periférico do que a mensagem tradicionalmente adotada pela esquerda. "A maneira como esse segmento aderiu à candidatura do Marçal acendeu um alerta. A extrema direita soube passar uma mensagem mais sedutora, mas hipócrita, porque não está preocupada de verdade com essas pessoas."

Nesta quarta-feira, 23, Boulos divulgou um vídeo em suas redes sociais no qual eleitores que votaram no empresário no primeiro turno agora declaram apoio ao psolista. Ao final da peça, esses ex-apoiadores de Marçal aparecem usando bonés azuis com a letra 'B' bordada - em alusão ao chapéu com a letra 'M', símbolo da campanha de Marçal. A jogada publicitária levou usuários do X, antigo Twitter, a apelidarem a aliança informal de "união Bouçal".

No mesmo dia, Marçal propôs realizar uma sabatina com os dois candidatos, especificamente para ajudar seus eleitores a decidirem quem deveria governar a cidade de São Paulo pelos próximos quatro anos. "Aqui no meu canal, sem gracinha, sem diferenciação", declarou o influenciador em seu anúncio.

Pouco depois, Boulos respondeu aceitando o desafio: "Eu topo, nunca fugi de dialogar com ninguém. Será que o prefeito Ricardo Nunes topa ou vai fugir?", provocou o psolista. A equipe de Nunes afirmou que o emedebista não deve participar. A sabatina, que será transmitida nos perfis das redes sociais de Marçal, está prevista para sexta-feira, 25, ao meio-dia - mesmo dia em que acontecerá o último debate entre os dois candidatos, promovido pela TV Globo, à noite.

O segundo turno acontece no último domingo do mês, dia 27. No último levantamento divulgado pelo instituto de pesquisa Quaest, Ricardo Nunes aparece com 44% das intenções de voto do eleitor paulistano ante 35% de Guilherme Boulos. Segundo a pesquisa, 19% dos entrevistados afirmaram que votariam em branco ou anulariam o voto caso o pleito fosse hoje. Nesse número também estão incluídos eleitores que afirmaram que não vão votar. Outros 2% estão indecisos.

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O presidente da França, Emmanuel Macron, destacou a necessidade de aumentar os investimentos em defesa na Europa, em meio às ameaças russas e ao conflito na Ucrânia. Em pronunciamento, Macron afirmou que a segurança europeia está diretamente ameaçada pela guerra na Ucrânia, que se transformou em um "conflito global".

"A Rússia segue aumentando seu orçamento de armamento para a guerra, e a Europa precisa conseguir se defender sozinha, sem ajuda dos EUA", declarou. Ele ressaltou que a paz no continente só será possível com o fortalecimento da capacidade militar europeia. "Precisamos tomar decisões agora para a segurança da Ucrânia e da UE", afirmou.

Macron mencionou que a França dobrou seus gastos militares nos últimos dez anos e que está trabalhando para aumentar os investimentos em defesa na Europa. "Faremos uma reunião com chefes de defesa europeus em Paris na semana que vem", anunciou, reforçando a importância de uma estratégia conjunta. O líder francês também abordou a "dissuasão nuclear", afirmando que as armas nucleares são um pilar de proteção para a França. Ele ainda sugeriu um debate sobre a extensão do "guarda-chuva nuclear" francês a outros parceiros europeus. No entanto, ele deixou claro que a decisão final sobre o assunto caberá exclusivamente ao presidente da França.

Ele destacou que a guerra na Ucrânia não será decidida pela Rússia ou pelos EUA, mas sim por um esforço coletivo. "Precisamos de um acordo que garanta paz duradoura na Ucrânia", disse, acrescentando que "a paz não pode ser conquistada se abandonarmos a Ucrânia".

O francês ainda criticou as tarifas impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, alertando para os impactos negativos que elas podem ter não apenas na Europa, mas em todo o mundo. "As tarifas de Trump vão impactar a economia americana e a economia europeia", disse, acrescentando que é preciso convencer o republicano de que essas medidas não são positivas.

A Suprema Corte dos Estados Unidos, de maioria conservadora, manteve nesta quarta-feira, 5, o bloqueio à ordem do presidente Donald Trump que congelava US$ 2 bilhões (R$ 11,6 bilhões) em pagamentos a organizações de ajuda internacional.

Dividida, a Suprema Corte formou a estreita maioria de 5-4 para manter a decisão da instância inferior, exigindo que o governo faça os pagamentos devidos. O resultado é uma derrota para o governo, que buscava repreender o juiz distrital Amir Ali por suspender o corte de gastos de Donald Trump.

Apesar da maioria conservadora na Corte, essa foi a segunda vez que o governo tentou, sem sucesso, persuadir o Supremo a intervir imediatamente contra um juiz de instância inferior em disputas legais envolvendo ações de Trump na Casa Branca.

A maioria dos juízes observou que o governo não contestou a ordem inicial de Ali, apenas o prazo imposto - que, de qualquer forma, já havia expirado na semana passada.

A votação dividiu a ala conservadora da Corte, composta por seis do total de nove juízes. O presidente do Supremo, John Roberts, e a juíza Amy Coney Barrett, indicada pelo próprio Donald Trump, votaram com os três progressistas para manter a ajuda internacional.

Na divergência, Samuel Alito questionou a autoridade de Amir Ali para ordenar a liberação dos recursos da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e do Departamento de Estado.

"Um único juiz de distrito, que provavelmente não tem jurisdição, tem o poder de forçar o governo dos Estados Unidos a pagar (e provavelmente perder para sempre) US$ 2 bilhões dos contribuintes?", questionou.

"A resposta a essa pergunta deveria ser um sonoro 'Não', mas a maioria deste tribunal aparentemente pensa o contrário. Estou pasmo", disse Alito. Ele foi acompanhado na dissidência pelos conservadores Clarence Thomas, Neil Gorsuch e Brett Kavanaugh.

O governo argumentou que a situação mudou porque substituiu o congelamento total decretado por Donald Trump por ordens individuais, resultando no cancelamento de 5,8 mil contratos da USAID e 4,1 mil concessões do Departamento de Estado, que totalizavam quase US$ 60 bilhões.

Na decisão, contudo, a Suprema Corte manteve a suspensão temporária de Amir Ali e instruiu o juiz a detalhar quais as obrigações devem ser cumpridas pelo governo. Na quinta-feira, Ali realizará uma audiência para decidir se mantém de forma mais duradoura o bloqueio ao decreto de Trump.

Entenda o caso

Logo após voltar à Casa Branca, Donald Trump ordenou o congelamento das contribuições da USAID e do Departamento de Estado a organizações de ajuda internacional. O decreto classificava os programas como desperdício de dinheiro e alegava que estariam desalinhados com os objetivos da política externa.

A ordem foi questionado na Justiça em ação que alertava contra a suspensão do financiamento de programas emergenciais em outros países.

O juiz Amir Ali, nomeado por Joe Biden, determinou no mês passado que o financiamento fosse restabelecido temporariamente. Passadas duas semanas, ele concluiu que o governo não demonstrava intenção de cumprir a ordem e estabeleceu o prazo para a liberação de pagamentos devidos.

O governo recorreu, classificando a ordem de Ali como "extremamente intrusiva e profundamente equivocada", além de protestar contra o prazo imposto para a liberação dos recursos.

O controvertido decreto é parte dos esforços de Donald Trump para cortar gastos do governo federal, em operação liderada pelo homem mais rico do mundo, o bilionário Elon Musk, chefe do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE).

Um dos seus objetivos é cortar a ajuda da USAID, que tem programas de saúde e emergência em cerca de 120 países. Trump disse que a agência é "administrada por lunáticos radicais", enquanto seu novo braço direito a descreveu como uma "organização criminosa". (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

Em declaração conjunta publicada nesta quarta-feira, 5, os ministros das Relações Exteriores da França, Alemanha e Reino Unido pediram que o cessar-fogo entre Israel e o Hamas seja mantido, que todos os reféns sejam libertados e que o fluxo contínuo de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza seja garantido.

"Solicitamos a todas as partes que se envolvam de forma construtiva na negociação das fases subsequentes do acordo para ajudar a garantir sua implementação total e o fim permanente das hostilidades. Saudamos os esforços do Egito, do Catar e dos EUA na mediação e na busca de um acordo para a extensão do cessar-fogo".

Os ministros ainda afirmaram que o Hamas deve pôr fim "a seu tratamento degradante e humilhante" e reiteraram a solidariedade com o povo israelense diante dos ataques terroristas cometidos pelo Hamas em 7 de outubro de 2023.