Gilberto Kassab diz que PSD foi beneficiado porque os eleitores fugiram do radicalismo

Política
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O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, disse que seu partido foi um dos beneficiados na eleição municipal deste ano, porque os eleitores "fugiram do radicalismo". A declaração ocorreu em entrevista ao programa Canal Livre, da Band, que irá ao ar na íntegra neste domingo, 3, às 20h.

 

Na entrevista, Kassab afirmou que houve "ânimos acirrados" na eleição de 2022, quando Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro se enfrentaram. Com aquele "clima de ódio", pessoas disseram que o centro havia acabado, relembrou Kassab.

 

"Naquela eleição só tinha Lula e Bolsonaro, o eleitor tinha que fazer uma opção. Como eram duas propostas que representavam extremos, quem não gostava de um só tinha o outro. Parecia que o País estava dividido entre metade Lula e metade Bolsonaro, mas quase 70% não eram nem um, nem outro. Foi a escolha da rejeição, sem tirar o mérito da liderança dos dois, que são grandes líderes políticos do País", disse Kassab, segundo trecho publicado site da emissora.

 

Kassab continuou: "Agora, nas eleições municipais, a maior parte das cidades não era esquerda x direita. Sempre tem aquele candidato moderado, preocupado com os problemas locais. Prevaleceram essas vitórias. O PSD, como outros partidos de centro, teve vantagem com esse clima de procura do entendimento, moderação", afirmou.

 

O presidente do PSD prosseguiu: "As pessoas fugiram do radicalismo e fomos beneficiados. Mas também precisa ter bons candidatos, bons candidatos novos ou prefeitos que faziam boa gestão e mereciam a reeleição".

 

Na ocasião, o dirigente partidário citou como sucessos Rafael Greca (Curitiba), Fuad Noman (Belo Horizonte), Eduardo Braide (São Luís do Maranhão) e Eduardo Paes (Rio de Janeiro). Ele afirmou ainda que, embora Paes queira cumprir seu mandato até 2028, o prefeito do Rio "não vai resistir" e "vai ser convocado" para ser candidato a governador.

 

Kassab também defendeu a redução de partidos políticos, para não dar espaço a "aventureiros" na política. "Pode dar certo? Pode, mas a chance de dar errado é muito grande. E depois demora quatro anos para consertar. Partido grande não dá espaço a pessoas como essas, por isso precisa reduzir o número de partidos."

 

O presidente do PSD disse ainda que as bandeiras do centro são "fáceis" de resumir: "Somos liberais na economia, mas lutamos por investimentos massivos na saúde, na educação, na segurança. Estamos ao lado do governo, qualquer que seja, quando ele defende a redução de gastos. A reforma administrativa, a mais importante desse País, que não é discutida, é nossa bandeira fundamental".

 

O ex-prefeito de São Paulo também defendeu "com ênfase" o voto distrital: "O voto distrital é mais importante do que nunca com a aproximação dos influencers na política. Ela é perigosa, não por serem pessoas 'do mal', mas por não terem experiência na vida pública".

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Em coletiva, a alta representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Kaja Kallas, afirmou que, se a Rússia realmente estivesse interessada em acabar com o conflito com a Ucrânia, o país teria aceitado o cessar-fogo incondicional que já estava em andamento.

Kallas avaliou os ataques russos de quarta-feira, 19, que mataram 26 civis ucranianos, como brutal. Na sua visão, a Rússia nunca se comprometeu de verdade com a paz e por isso, a pressão dos demais países devem ser focadas no agressor, e não na vítima.

Diante desse cenário, ela destaca que as sanções contra a Rússia são importantes. Um exemplo desse efeito está no comércio entre as nações, uma vez que a exportação do petróleo russo foi a mais baixa dos últimos meses.

As sanções são também, segundo Kallas, uma forma de responder ao terrorismo de estado praticado pela Rússia. Além disso, essa é uma forma de mostrar ao país que "o tempo não está ao seu lado" e que "apoiar a Ucrânia é uma barganha comparado ao custo da vitória russa".

Kallas chamou a atenção também para o conflito em Gaza e disse que a paz depende de parceiros internacionais. Segundo ela, ministros discutem opções de expansão de monitoramento nas fronteiras e o treinamento da polícia palestina.

O vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, minimizou os efeitos econômicos do recente shutdown parcial recorde do governo, embora admita algum impacto. Segundo ele, a paralisação não ajudou e "pôs um pouco o pé no freio em todas as ótimas notícias econômicas", mas vai causar um pouco de risco que, "no fim, será algo muito, muito pequeno".

Em evento organizado pelo Breitbart em Washington nesta quinta-feira, Vance comemorou o relatório de empregos (payroll) divulgado nesta manhã, que, segundo ele, "mostra que as políticas econômicas de Trump estão funcionando", com criação de 119 mil vagas em setembro, acima do esperado por analistas. A taxa de desemprego, no entanto, subiu para 4,4% no comparativo mensal.

Vance afirmou que os salários continuam a crescer "muito acima da inflação" e disse que, sob o ex-presidente Joe Biden, o trabalhador médio "perdeu cerca de US$ 3 mil" em renda, enquanto o novo governo já teria elevado o ganho anual em US$ 1,2 mil.

O vice-presidente destacou ainda que a geração de vagas tem beneficiado "cidadãos americanos natos", ao contrário do que atribuiu ao governo anterior, quando, segundo ele, quase todo o crescimento líquido do emprego foi para estrangeiros, inclusive imigrantes em situação irregular.

O aliado de Donald Trump pediu "um pouco de paciência" aos eleitores que ainda sentem o custo de vida alto e argumentou que levará tempo para reverter o que chamou de "danos" provocados pela gestão Biden, citando excesso de regulação, impostos e dependência de trabalhadores e cadeias produtivas no exterior.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, foi questionado sobre qual seria a mensagem que ele gostaria de deixar ao presidente dos Estados Unidos, país sem delegação na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30). Ele apenas respondeu: "Estamos esperando por você".

Guterres também disse não ser o momento de falar sobre eventual derrota na COP30, ao ser questionado sobre travas no avanço das negociações. Outra mensagem dele, em coletiva de imprensa, foi reforçar ser essencial a apresentação das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) pelos países que ainda não anunciaram suas novas metas.

Até a última atualização eram 118 NDCs entregues. Atualmente, 198 países participam da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) , o que faz dela um dos maiores órgãos multilaterais do sistema das Nações Unidas (ONU).

Em outro tema, o secretário-geral das Nações Unidas reforçou há pouco que o afastamento dos combustíveis fósseis é uma "necessidade", repetindo a linguagem multilateralmente estabelecida sobre o processo de transição energética. Ele expressou também apoio a definição de como se dará esse processo:

"Saúdo os pedidos por um mecanismo de transição justa e a crescente coligação pedindo clareza sobre a transição para longe dos combustíveis fósseis. E exorto os países a garantirem que o resultado de Belém operacionalize uma transição justa que esteja alinhada com um mundo com aquecimento limitado a 1,5 graus", declarou.

A fala está alinhada ao posicionamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na Cúpula dos Líderes, que antecedeu a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), Lula defendeu a superação da dependência dos combustíveis fósseis e, desde então, foi especulado nos corredores um possível "plano de Lula" para tal objetivo.

Na COP28, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, foi fechado acordo que propôs pela primeira vez a "transição em direção ao fim dos combustíveis fósseis". O "como fazer" ou a definição do "mapa do caminho" é o que ainda está pendente. O tema divide as delegações e, se houver avanço, será considerado uma das vitórias da Conferência em Belém (PA).

Assim como para um caminho concreto para transição para longe dos fósseis, Guterres destacou que é necessário um "caminho crível para realizar a meta financeira de Baku". Ele se refere à necessidade de investimento de US$ 1,3 trilhão em soluções para as mudanças climáticas, definida na COP29 na capital do Azerbaijão.

"Todos países desenvolvidos mobilizando pelo menos US$ 300 bilhões por ano até 2035 e traçando uma rota para alcançarmos o US$ 1,3 trilhão por ano até 2035", afirmou Guterres.