Caso Bruno e Dom: PF indicia 'Colômbia' como mandante de assassinatos

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
A Polícia Federal finalizou o inquérito sobre o assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, indiciando Rubens Villar Coelho, conhecido como Colômbia, como mandante das execuções. Segundo os investigadores, Colômbia "forneceu cartuchos para a execução do crime, patrocinou financeiramente as atividades da organização criminosa e interveio para coordenar a ocultação dos cadáveres das vítimas".

Apontado como um dos financiadores da pesca ilegal em terras indígenas no Vale Javari, onde Bruno e Dom foram assassinados, Colômbia foi preso em flagrante ao apresentar documento falso aos policiais quando compareceu, em julho de 2022, à delegacia da PF para 'negar envolvimento' com o assassinato de Bruno e Dom.

Ao longo da investigação da PF, concluída na sexta, 1, após dois anos de diligências, outros oito investigados foram indiciados por crimes relacionados à execução dos homicídios e na ocultação dos cadáveres. Os principais nomes são os de Amarildo da Costa Oliveira, 'Pelado', Jefferson da Silva Lima, 'Pelado da Dinha', e Oseney da Costa de Oliveira, 'Dos Santos', os supostos executores.

Amarildo e Jefferson irão a júri popular em razão os dos homicídios. Com relação a 'Dos Santos', a Justiça de primeiro grau negou a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal, que recorreu ao Superior Tribunal de Justiça - que ainda vai decidir sobre o caso. Além deles, a PF indiciou mais cinco pessoas por crime relacionado à ocultação dos corpos.

O relatório final do inquérito ressalta como motivação paras as mortes de Bruno e Dom a atividade fiscalizatória do indigenista na região do Vale do Javari e a forte atuação em defesa da preservação ambiental e na garantia dos direitos indígenas.

A PF ressalta ainda como a investigação sobre os assassinatos revelou a "atuação da criminalidade organizada na região de Atalaia do Norte, ligada à pesca e caça predatórias". Os investigadores mapearam os impactos socioambientais da atuação da quadrilha, assim como ameaças aos servidores de proteção ambiental e as populações indígenas.

Na denúncia oferecida contra os supostos assassinos de Bruno e Dom, o MPF narrou que os tiros disparados pelos acusados destinavam-se ao ex-servidor da Funai e que a morte do britânico se deu para 'assegurar a impunidade de tal crime'. O caso ganhou novos contornos após Amarildo confessar o crime, inclusive indicando onde estavam os corpos do indigenista e do jornalista. À PF, ele chegou a citar o que teria falado para Jefferson, seu cúmplice, no dia das execuções: "'Lá vai o cara, bora matar ele?'.

A Procuradoria indicou que a decisão de matar Bruno 'decorreu do fato de a vítima ter tirado fotografia de Amarildo e de sua embarcação, afirmando que aquela era a 'embarcação do invasor' - informações que constam da confissão do pescador. "Motivo fútil, portanto", indica a denúncia em referência a primeira qualificadora dos crimes de homicídio imputados ao trio acusado.

Em outra categoria

Um rabino israelense que mora nos Emirados Árabes Unidos está desaparecido desde quinta-feira, 21, e autoridades israelenses suspeitam que ele pode ter sido sequestrado, em meio a fortes tensões no Oriente Médio por conta da guerra em Israel, Faixa de Gaza e no Líbano.

Segundo a mídia israelense, o rabino Zvi Kogan pode ter sido sequestrado por agentes do Irã. O gabinete do primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, reconheceu o desaparecimento dele neste sábado, 23.

Autoridades dos Emirados não responderam imediatamente a esclarecimentos, segundo a Associated Press. A mídia estatal nos Emirados Árabes Unidos também não reportou imediatamente o incidente.

"Desde o desaparecimento (de Kogan) uma investigação extensiva foi aberta no país", disse o gabinete do primeiro-ministro. "Agências de inteligência e segurança israelenses estão trabalhando continuamente por preocupação com o bem-estar e a segurança de Zvi Kogan."

Irã

Embora o comunicado israelense não tenha mencionado o Irã, os serviços de inteligência iranianos realizaram sequestros no passado nos Emirados Árabes Unidos.

Autoridades ocidentais acreditam que o Irã realiza operações de inteligência nos Emirados Árabes Unidos. Milhares de iranianos moram no país.

Os Emirados Árabes Unidos reconheceram Israel diplomaticamente em 2020. Desde então, os israelenses vêm aos Emirados Árabes Unidos para reuniões de negócios e turismo. As companhias aéreas dos Emirados têm sido um elo fundamental de Israel com o resto do mundo, já que outras companhias aéreas pararam de voar para o Aeroporto Internacional Ben Gurion em Tel-Aviv em meio às guerras.

O TikTok está buscando insights de Elon Musk, que é dono de uma plataforma de mídia social rival e um dos confidentes mais próximos do presidente eleito Donald Trump.

CEO do popular aplicativo de vídeo, Shou Chew iniciou mensagens com o bilionário nas últimas semanas, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto. Chew e executivos da empresa controladora do TikTok, a gigante tecnológica chinesa ByteDance, veem Musk como um canal potencialmente útil para a nova administração em um momento em que o TikTok enfrenta a perspectiva de uma proibição iminente nos EUA devido a preocupações com a segurança nacional.

Chew, que conhece Musk há vários anos, perguntou ao CEO da Tesla, que também é dono da plataforma de mídia social X, suas opiniões sobre tópicos que vão desde a nova administração até a potencial política tecnológica, disseram algumas das pessoas.

A dupla não discutiu opções explícitas sobre maneiras de manter o TikTok operando nos EUA, disseram eles. Chew manteve os executivos seniores da ByteDance informados sobre as interações, e os executivos da ByteDance se sentiram cautelosamente otimistas de que poderia haver um caminho a seguir, disseram as pessoas.

O acesso sem precedentes de Musk ao presidente eleito fez com que muitos líderes empresariais buscassem o conselho do bilionário. Musk está hospedado em Mar-a-Lago, o clube privado de Trump em Palm Beach, desde a eleição, e tem sido central nas conversas sobre a transição do governo, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto. Em reuniões, Musk avaliou as posições do gabinete e também se juntou a Trump em ligações com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e o CEO da Alphabet, Sundar Pichai.

O presidente da Argentina, Javier Milei, expôs em uma entrevista na quinta-feira, 21, o rompimento com sua vice, Victoria Villaruel. Ao canal de TV online do diário La Nación, o presidente afirmou que a colega de chapa faz parte da "casta" (termo que ele usa para se referir a seus rivais políticos) e descartou qualquer participação dela no governo.

"Existe diálogo entre o presidente e seu vice-presidente? "O que é necessário institucionalmente para cumprirmos nossos papéis", respondeu Milei de forma concisa e, sem ser perguntado, sentiu-se forçado a explicar: "Ela, em sua visão, em muitas das coisas que fazemos, está mais próxima do círculo vermelho [a elite de líderes e empresários], do que ela chama de alta política, e do que chamamos de casta."

As tensões entre os dois vêm crescendo desde que o início do governo e agora parecem ter chegado a um ponto sem retorno.

Pessoas próximas a Victoria Villarruel expressaram surpresa com as palavras de Milei e estavam analisando uma possível resposta.

Em defesa da vice-presidente da Argentina, os senadores pró-governo se manifestaram.

"As críticas à vice-presidente são injustas e desnecessárias. Apesar de ser minoria no Senado, ela está fazendo um ótimo trabalho ao promover as ideias de liberdade que proclamamos durante a campanha. Presidente, não se deixe levar por cantos de sereia. As pessoas com as quais você está se cercando não são as mesmas de sempre, são as piores de antes", disse Francisco Paoltroni, que já teve conflitos com o círculo mais próximo de Milei, incluindo sua irmã, Karina Milei, secretária-geral da Presidência, e o assessor Santiago Caputo ao El País.

Tensões entre presidentes e vices são comuns na argentina, desde a restauração da democracia em 1983.