STM frustrou dezenas de pedidos para anular decisões e prender Moraes após derrota de Bolsonaro

Política
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O Superior Tribunal Militar (STM) recebeu uma profusão de processos contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), nos últimos meses do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), quando ele já havia sido derrotado nas eleições de 2022. O STM é o órgão de cúpula da Justiça Militar. A Corte não tem competência para julgar ministros do STF, mas apoiadores de Bolsonaro vêm buscando - sem sucesso - "driblar" o impedimento.

Pelo menos uma das ações foi protocolada em nome do ex-presidente, sem o consentimento dele.

Entre processos, como habeas corpus e notícias-crime, e recursos, foram pelo menos 20 ofensivas contra o ministro.

Os processos vêm sendo sistematicamente rejeitados, sem análise de mérito, porque fogem ao escopo de atuação da Justiça Militar.

Os ministros reconhecem que a matéria é "estranha" à competência do STM.

As ações contestam decisões de Alexandre de Moraes e algumas chegaram a pedir a prisão do ministro alegando que ele abusou da autoridade, submeteu bolsonaristas a constrangimento ilegal e cometeu crimes contra a segurança nacional e a ordem política e social.

Os processos questionam a condução das eleições de 2022, organizadas por Alexandre de Moraes, que estava à frente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e decisões subsequentes do ministro envolvendo os acampamentos montados próximo a instalações das Forças Armadas.

As investigações do 8 de Janeiro demostraram que esses acampamentos funcionaram como palco da preparação dos atos golpistas na Praça dos Três Poderes e do atentado a bomba próximo ao aeroporto de Brasília, na véspera do Natal de 2022.

O promotor Wilson Issao Koressawa, aposentado do Ministério Público do Distrito Federal, patrocinou diversos processos, alguns registrados no próprio nome e outros como representante de terceiros. As ações foram repetidamente rejeitadas.

Um deles foi um habeas corpus para tentar soltar o pastor José Acácio Serere Xavante, que teve a prisão preventiva decretada por Alexandre de Moraes a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) por suspeita de "ameaça, perseguição e abolição violenta do Estado Democrático de Direito". A prisão deflagrou uma série de atos de vandalismo em Brasília no dia 12 de dezembro de 2022.

Os advogados Carlos Alexandre Klomfahs e Arthur Hermógenes Sampaio Júnior também tentaram reverter decisões de Alexandre de Moraes junto ao Superior Tribunal Militar e foram frustrados.

Carlos Klomfahs é autor de diversos pedidos a favor de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro perante o STF. Ao apresentar os processos, ele afirma que atua "em nome da sociedade brasileira".

As iniciativas do advogado também foram barradas no Supremo. A lista inclui pedidos de salvo-conduto para Bolsonaro, para o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e para o tenente-coronel Mauro Cid, além de habeas corpus para bolsonaristas presos em flagrante no 8 de Janeiro.

As investigações da Polícia Federal que levaram ao indiciamento de Bolsonaro e de 36 aliados do ex-presidente - 25 deles oficiais das Forças Armadas - por envolvimento em um plano golpista revelaram que o grupo esperava algum suporte ou "arcabouço jurídico" do STM.

O Superior Tribunal Militar nega veementemente envolvimento com as articulações golpistas. A Corte afirma que não há registros de visitas de nenhum dos envolvidos a gabinetes ou à presidência do tribunal.

Em nota, o STM disse ainda que "qualquer alegação ou iniciativa que desvie dos princípios constitucionais ou atribua à Corte funções alheias à sua competência legal incompatível com o papel desta instituição e não é do conhecimento desta Presidência".

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O presidente da Argentina, Javier Milei, expôs em uma entrevista na quinta-feira, 21, o rompimento com sua vice, Victoria Villaruel. Ao canal de TV online do diário La Nación, o presidente afirmou que a colega de chapa faz parte da "casta" (termo que ele usa para se referir a seus rivais políticos) e descartou qualquer participação dela no governo.

"Existe diálogo entre o presidente e seu vice-presidente? "O que é necessário institucionalmente para cumprirmos nossos papéis", respondeu Milei de forma concisa e, sem ser perguntado, sentiu-se forçado a explicar: "Ela, em sua visão, em muitas das coisas que fazemos, está mais próxima do círculo vermelho [a elite de líderes e empresários], do que ela chama de alta política, e do que chamamos de casta."

As tensões entre os dois vêm crescendo desde que o início do governo e agora parecem ter chegado a um ponto sem retorno.

Pessoas próximas a Victoria Villarruel expressaram surpresa com as palavras de Milei e estavam analisando uma possível resposta.

Em defesa da vice-presidente da Argentina, os senadores pró-governo se manifestaram.

"As críticas à vice-presidente são injustas e desnecessárias. Apesar de ser minoria no Senado, ela está fazendo um ótimo trabalho ao promover as ideias de liberdade que proclamamos durante a campanha. Presidente, não se deixe levar por cantos de sereia. As pessoas com as quais você está se cercando não são as mesmas de sempre, são as piores de antes", disse Francisco Paoltroni, que já teve conflitos com o círculo mais próximo de Milei, incluindo sua irmã, Karina Milei, secretária-geral da Presidência, e o assessor Santiago Caputo ao El País.

Tensões entre presidentes e vices são comuns na argentina, desde a restauração da democracia em 1983.

A vice-presidente das Filipinas, Sara Duterte, disse neste sábado, 23, que contratou um assassino para matar o presidente, sua esposa e o presidente da Câmara dos Representantes se ela própria for morta, em uma ameaça pública ousada que ela alertou que não era uma piada. "Eu dei minha ordem: 'Se eu morrer, não pare até matá-los.' E ele disse, 'sim'", disse a vice-presidente.

O secretário executivo Lucas Bersamin encaminhou a "ameaça ativa" contra o presidente Ferdinand Marcos Jr. para uma força de guardas presidenciais de elite "para ação adequada imediata".

Não ficou claro quais ações seriam tomadas contra a vice-presidente.

O Comando de Segurança Presidencial das Filipinas imediatamente reforçou a segurança de Marcos e disse que considerava a ameaça da vice-presidente, que foi "feita tão descaradamente em público", uma questão de segurança nacional.

A força de segurança disse que estava "coordenando com agências de segurança pública para detectar, dissuadir e defender contra toda e qualquer ameaça ao presidente e à primeira família".

Marcos concorreu com Duterte como sua companheira de chapa vice-presidencial nas eleições de maio de 2022 e ambos venceram com vitórias esmagadoras em um chamado de campanha de unidade nacional.

Os dois líderes e seus partidos, no entanto, rapidamente tiveram uma amarga desavença sobre diferenças importantes, incluindo suas abordagens às ações agressivas da China no disputado Mar da China Meridional. Duterte renunciou ao Gabinete Marcos em junho como secretária de Educação e chefe de um órgão anti-insurgência.

Assim como seu pai igualmente franco, o ex-presidente Rodrigo Duterte, a vice-presidente se tornou uma crítica vocal de Marcos, sua esposa Liza Araneta-Marcos e o presidente da Câmara Martin Romualdez, aliado e primo do presidente, acusando-os de corrupção, incompetência e perseguição política à família Duterte e seus apoiadores próximos.

Em meio às divisões políticas, o chefe militar, general Romeo Brawner, emitiu uma declaração com a garantia de que as Forças Armadas das Filipinas, com 160 mil membros, permaneceriam apartidárias "com o máximo respeito por nossas instituições democráticas e autoridade civil". Fonte: Associated Press

O governo da Venezuela anunciou na sexta-feira, 22, outra investigação contra a líder da oposição María Corina Machado, procurando responsabilizá-la pelas sanções econômicas que os Estados Unidos e outras nações impuseram ao país sul-americano.

Machado será investigada por manifestar apoio a um projeto de lei aprovado esta semana pela Câmara dos Deputados dos EUA que impediria o governo norte-americano de contratar qualquer empresa que faça negócios com o governo venezuelano. Em uma publicação no X, antigo Twitter, a líder da oposição afirmou que o projeto é um "passo crucial para a responsabilização do regime de Maduro".

Um comunicado do Ministério Público da Venezuela anunciando a última investigação diz que os comentários de Machado "constituem a prática de crimes de traição", conspiração com países estrangeiros e outros. O comunicado diz que a lei da Câmara dos Representantes dos EUA é uma tentativa de ampliar o catálogo de sanções contra a Venezuela.

O anúncio foi feito quatro dias depois de o governo dos Estados Unidos reconhecer o candidato da oposição Edmundo González como o "presidente eleito" da Venezuela. O Presidente Nicolás Maduro afirmou ter vencido as eleições de julho, mas ele e o seu governo recusaram-se a mostrar registros de votação que apoiassem a sua suposta vitória.

González deixou a Venezuela em setembro para se exilar na Espanha depois que um mandado de prisão foi emitido contra ele em conexão com uma investigação sobre a publicação dos relatórios de contagem de votos.

O próximo mandato presidencial da Venezuela começa em 10 de janeiro. Fonte: Associated Press