Plano de atentado contra Moraes incluía sequestro, prisão e execução; entenda

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

Ao investigar a atuação de um grupo de militares que planejava um golpe de Estado em 2022, a Polícia Federal (PF) revelou um plano para sequestrar, prender e até executar o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. O magistrado seria o primeiro alvo da organização criminosa, que também incluía o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice Geraldo Alckmin (PSB).

 

De acordo com o relatório da Polícia Federal, foi encontrado nos arquivos apreendidos no celular do general reformado Mário Fernandes, então secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência, um arquivo denominado plano "Punhal Verde e Amarelo". Os investigados indicam que o documento previa "a elaboração de um detalhado planejamento que seria voltado ao sequestro ou homicídio do ministro Alexandre de Moraes e, ainda, dos candidatos eleitos Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo José Rodrigues Alckmin Filho, ambos componentes da chapa vencedora das eleições".

 

O advogado Raul Livino, responsável pela defesa do general Mário Fernandes, afirmou ao Estadão que ainda não teve acesso ao inquérito, mas que considera a prisão cautelar dele despropositada. A defesa pediu a transferência do militar do Rio de Janeiro para Brasília.

 

Segundo a PF, o planejamento contra Moraes previa o mapeamento dos locais que o ministro frequenta em Brasília, como residência, trabalho e academia, além do itinerário, dos horários e da agenda dele.

 

Em outro trecho do plano "Punhal Verde e Amarelo", Mário Fernandes cita o número de agentes envolvidos na segurança do ministro, armas e veículos utilizados pelos quatro policiais federais e dois motoristas na comitiva de Moraes.

 

O plano revela uma lista de itens necessários para a execução da operação, entre eles coletes balísticos, armas de grosso calibre e até lança-granadas.

 

"Considerando todo o contexto da investigação, o documento descreve um planejamento de sequestro ou homicídio do ministro Alexandre de Moraes. Essa afirmação se baseia, além de todas as referências ofensivas ao ministro nos áudios e diálogos mantidos por Mário Fernandes, em alguns detalhes do documento", diz a PF.

 

Em outro ponto, o militar descreve que seriam necessários seis telefones celulares "habilitados em nomes de terceiros e, associados a codinomes de países para anonimização da ação criminosa". Os telefones seriam utilizados pelos militares envolvidos no plano de prisão/execução de Moraes.

 

"Foram consideradas diversas condições de execução do ministro Alexandre de Moraes, inclusive com o uso de artefato explosivo e por envenenamento em evento oficial público. Há uma citação aos riscos da ação, dizendo que os danos colaterais seriam muito altos, que a chance de "captura" seria alta e que a chance de baixa (termo relacionado a morte no contexto militar) seria alto."

Em outra categoria

Mais de 50 mil pessoas receberam avisos ou ordens de saída de suas casas depois que um novo incêndio florestal começou na região de Los Angeles na quarta-feira, 22. Em menos de um dia, quase 41 quilômetros quadrados foram queimados, e bombeiros lutavam para conter as chamas sob o aviso de novos ventos fortes nesta quinta-feira, 23.

Desta vez, o fogo avança em colinas próximas do Lago Castaic, uma área de recreação popular a cerca de 64 quilômetros dos devastadores incêndios de Eaton e Palisades, que estão queimando pela terceira semana. As chamas são avivadas pelos ventos fortes e secos que costumam atingir a Califórnia nesta época do ano.

Bombeiros do condado de Los Angeles e do departamento florestal combatiam as chamas em terra, enquanto outras equipes atacavam pelo ar, com helicópteros e outras aeronaves.

Gotas de água durante a noite ajudaram a impedir a propagação do incêndio. Não houve crescimento durante a noite e as equipes estavam acionando os sinalizadores para manter as chamas dentro das linhas de contenção, disse o porta-voz dos bombeiros, Jeremy Ruiz, na manhã de quinta-feira.

"Tivemos helicópteros jogando água até por volta das 3 da manhã. Isso manteve tudo sob controle", disse.

Enquanto isso, a cerca de 80 quilômetros ao sudoeste no condado de Ventura, um novo incêndio surgiu nesta quinta-feira e fez com que uma universidade estadual fosse esvaziada. Helicópteros de lançamento de água foram encaminhados para região do campus.

Dana Dierkes, da Floresta Nacional de Angeles, disse ao canal de TV KTLA que as condições meteorológicas têm um papel crucial na propagação do novo incêndio no sul da Califórnia, que atravessa um começo da temporada de chuvas muito seco. "É um incêndio fortemente propagado pelo vento. Avança muito rapidamente", ressaltou.

Os alertas de bandeira vermelha para condições climáticas críticas de incêndio foram estendidos até a manhã de sexta-feira nos condados de Los Angeles e Ventura.

A baixa umidade, a vegetação seca e os ventos fortes vieram enquanto os bombeiros continuavam lutando contra os incêndios de Palisades e Eaton. As autoridades continuaram preocupadas que esses incêndios pudessem romper suas linhas de contenção enquanto os bombeiros continuavam observando os pontos quentes. A contenção do incêndio de Palisades atingiu 70%, e o incêndio de Eaton estava em 95%.

Os incêndios de Palisades e Eaton mataram pelo menos 28 pessoas e destruíram mais de 14.000 estruturas desde que começaram em 7 de janeiro. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva conversou por telefone nesta quinta-feira, 23, com a presidente do México, Claudia Sheinbaum, com quem tem afinidade política. De acordo com a nota divulgada pela assessoria de imprensa do Palácio do Planalto, ambos falaram sobre a relação com o novo governo dos Estados Unidos, agora sobre Donald Trump.

"Ambos reafirmaram o propósito de cultivar relações produtivas com todos os países das Américas, incluindo a nova administração dos Estados Unidos, a fim de manter a paz, fortalecer a democracia e promover o desenvolvimento da região", diz a nota.

"Lula e Sheinbaum ressaltaram a importância do fortalecimento de foros como a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) e acordaram manter canais de contato regulares para ampliar a coordenação entre Brasil e México", afirma o comunicado.

Lula convidou a presidente mexicana para realizar uma visita de Estado ao Brasil.

Claudia Sheinbaum é a sucessora de Andrés Manuel López Obrador, ex-presidente do México e um dos líderes internacionais mais próximos do petista.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ironizou o ex-presidente Joe Biden pelos perdões concedidos antes de deixar o governo a membros de sua família e pessoas envolvidas na comissão que investigou a invasão do Capitólio de 6 de janeiro de 2021. Em entrevista exclusiva à emissora Fox News nesta quarta-feira, 22, ele afirmou que Biden esqueceu de conceder o perdão a si mesmo.

"Esse cara (Biden) andou por aí dando perdões a todo mundo, e, você sabe, o engraçado - talvez o triste - é que ele não deu um perdão a si mesmo. E, se você olhar, tudo tinha a ver com ele", declarou Trump.

Os perdões presidenciais a que Trump se refere estão previstos na Constituição dos EUA e são utilizados para prevenir ou anular qualquer pena consequente de uma condenação. É comum que os presidentes americanos faça uso dos perdões no fim do mandato contra condenados - há quatro anos, Trump também o utilizou antes de terminar seu primeiro governo -, mas os últimos perdões de Biden foram concedidos a pessoas que sequer eram investigadas.

O democrata justificou os perdões como forma preventiva de evitar uma perseguição política de Trump contra pessoas que o investigaram nos últimos quatro anos ou pessoas próximas a ele. "A emissão dos perdões não deve ser confundida com um reconhecimento de que qualquer indivíduo se envolveu em qualquer delito, nem a aceitação deve ser mal interpretada como uma admissão de culpa por qualquer delito", disse em uma declaração. "Nossa nação tem com esses servidores públicos uma dívida de gratidão por seu compromisso incansável com nosso país."

À Fox News, Trump relembrou os processos judiciais nos quais enfrentou nos últimos quatro anos, que envolvem uma condenação por falsificação de registros de negócios para encobrir um pagamento secreto para comprar o silêncio em 2016 da atriz pornô Stormy Daniels. Durante esse período, ele e seus apoiadores chamou esses processos de perseguição política.

"Bem, eu passei por quatro anos de inferno por essa escória com a qual tivemos que lidar. Eu passei por quatro anos de inferno. Gastei milhões de dólares em honorários advocatícios e ganhei, mas fiz isso da maneira mais difícil. E é muito difícil dizer que eles não deveriam ter que passar por tudo isso. Então é muito difícil dizer isso", declarou.

O presidente também foi questionado se gostaria que o Congresso americano investigasse Joe Biden, como o fez contra ele no caso da comissão do 6 de janeiro. "Acho que deixaremos o Congresso decidir", afirmou. Ele tem a maioria na Casa legislativa, assim como no Senado.