Governador de Sergipe é criticado por ir à final da Libertadores após se afastar por pneumonia

Política
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O governador de Sergipe, Fábio Mitidieri (PSD), enfrentou críticas nas redes sociais após ser flagrado neste sábado, 30, assistindo à final da Copa Libertadores, em Buenos Aires, poucos dias depois de anunciar nas redes sociais que se licenciaria do cargo para cuidar da saúde após enfrentar uma pneumonia.

Em nota, o governo de Sergipe disse que o governador Fábio Mitidieri encontra-se licenciado desde o dia 26 de novembro, em agenda pessoal, em família, na Argentina, e que o afastamento foi comunicado à Assembleia Legislativa do Estado.

"O Estado certifica que a viagem foi custeada com recursos próprios, sem qualquer utilização de verbas públicas. Em respeito à população e ao compromisso com a transparência que norteia a gestão, o Estado informa que a decisão reflete a responsabilidade de separar compromissos oficiais de atividades de caráter pessoal, assegurando a máxima ética no uso do dinheiro público", diz a nota, acrescentando que o governador também cumpriu recomendação médica de afastamento de atividades após uma semana de tratamento por uma pneumonia.

Ele foi internado no dia 15 de novembro, quando recebeu o diagnóstico, permanecendo em tratamento hospitalar até o dia 17. Após a alta, passou a cumprir a agenda administrativa remotamente, em sua residência.

No último dia 26, Mitidieri comunicou pelas redes sociais que se afastaria por alguns dias para se recuperar de uma pneumonia. "Fala, meu povo! Tirei uns dias para garantir que minha saúde esteja 100% após pneumonia. O governo segue sob a orientação do nosso vice Zezinho Sobral. Agradeço a compreensão e reafirmo meu compromisso de estar sempre pronto para servir nosso Estado e os sergipanos", escreveu ele.

O Estadão tentou consultar o Diário Oficial do Estado para verificar o motivo do afastamento, mas o site estava fora do ar na manhã deste domingo, 1.º. O governador, porém, enviou à reportagem um documento, que foi encaminhado à Assembleia Legislativa no último dia 25, no qual comunica sua ausência do País para tratar de "assuntos particulares" e informa viagem para a Argentina entre os dias 26 de novembro e 2 de dezembro.

Uma imagem do governador assistindo ao jogo ao lado da esposa começou a circular no X (antigo Twitter) na noite de sábado, após a vitória inédita do Botafogo, time do qual Mitidieri é torcedor declarado. Usuários da rede social acusaram o chefe do Executivo estadual de utilizar o "atestado" como justificativa para viajar à capital argentina.

Mitidieri não publicou nas redes sociais fotos no Monumental, estádio do River Plate em Buenos Aires onde a final do campeonato aconteceu. Limitou-se a compartilhar uma foto com integrantes do time, acompanhada de uma legenda comemorando o título: "Depois de 89 minutos jogando a final da Libertadores com um a menos, conquistamos o tão sonhado título continental, a Libertadores da América".

Já a primeira-dama, Érica Mitidieri, que também ocupa o cargo de secretária estadual de Assistência Social, Inclusão e Cidadania, compartilhou nos stories do Instagram uma foto ao lado do marido vestindo a camisa do time.

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Ataques de Israel na Faixa de Gaza mataram pelo menos seis pessoas, incluindo duas crianças pequenas. Elas estavam abrigadas com a família em um acampamento para deslocados pelo conflito, segundo autoridades médicas do enclave palestino. O Exército israelense, por outro lado, disse não ter conhecimento sobre os bombardeios.

O ataque na área de Muwasi - vasto acampamento que abriga centenas de milhares de deslocados - feriu a mãe e um dos irmãos, além de matar as duas crianças pequenas, informou o Hospital Nasser, nas proximidades. Um repórter da Associated Press no local viu os corpos.

Outro ataque na cidade de Rafah, na fronteira com o Egito, matou quatro homens, de acordo com registros hospitalares.

O exército israelense disse não ter conhecimento sobre os ataques. O país afirma que a ofensiva tem como alvo os terroristas do Hamas e que adota medidas para evitar danos aos civis. Ainda assim, os bombardeios matam mulheres e crianças com frequência.

Ex-ministro da Defesa acusa Israel de crimes de guerra

O ex-general e ministro da Defesa de Israel Moshe Yaalon acusou o governo de promover uma limpeza étnica no norte de Gaza. Em ofensiva que se arrasta há semanas, o Exército isolou as cidades de Beit Hanoun e Beit Lahiya, além do campo de refugiados de Jabaliya, que estão praticamente sem acesso à ajuda humanitária. A ONU estima que 75 mil pessoas permanecem na região.

Yaalon serviu como ministro da Defesa de Binyamin Netanyahu até renunciar em 2016 e despontou como crítico feroz do primeiro-ministro. Ele afirmou que o seu governo de extrema-direita está determinado a "ocupar, anexar, e realizar uma limpeza étnica" em entrevista à imprensa local no sábado. "(Eles estão), na verdade, limpando o território de árabes." E insistiu neste domingo: "Crimes de guerra estão sendo cometidos."

O Likud, partido de Netanyahu, criticou declarações anteriores de Yaalon, que acusou de promover "afirmações falsas" que são "um prêmio para o Tribunal Penal Internacional e o campo dos inimigos de Israel."

O TPI emitiu mandados de prisão contra Netanyahu, o ex-ministro da defesa Yoav Gallant, além do ex-comandante do Hamas Mohammed Deif, o mentor do ataque terrorista de 7 de outubro, que o Exército israelense afirma ter matado. Eles foram acusados de crimes contra a humanidade. Em paralelo, a Corte Internacional de Justiça investiga denúncia de genocídio contra Israel. O país rejeita as acusações.

A guerra, desencadeada pelo ataque do Hamas, matou 44 mil palestinos, sendo mais da metade mulheres e crianças, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, que não faz a distinção entre civis e combatentes. Israel, do outro lado, afirma ter matado 17 mil terroristas, sem apresentar evidências.

Rebeldes concluíram neste sábado, 30, a conquista de Alepo, tomando o aeroporto civil e controlando a maior parte da segunda maior cidade da Síria. O Exército síria admitiu que os insurgentes avançaram, obrigando seus soldados a se retirarem sem muita resistência. A ofensiva dos últimos dias foi devastadora, deixou mais de 300 mortos e reacendeu a guerra civil.

"Dezenas de homens de nossas Forças Armadas foram mortos e outros ficaram feridos", admitiu o Exército. "Organizações terroristas conseguiram penetrar em grande parte dos bairros da cidade de Alepo", afirmaram os militares, detalhando que os combates se estendiam por mais de 100 quilômetros.

Controle

Os rebeldes sírios, fortemente armados e vestidos com uniformes camuflados, patrulhavam ontem as ruas de Alepo, ainda decoradas com cartazes de Assad. Eles tiraram selfies na velha cidadela e derrubaram símbolos da ditadura de Assad.

Imagens de TV mostraram os rebeldes destruindo uma estátua de Bassel Assad, irmão do ditador. O comando dos insurgentes, no entanto, afirmou que, embora controlasse quase toda a cidade, ainda não havia consolidado completamente sua posição.

As forças lideradas pelo grupo armado Hayat Tahrir al-Sham (HTS) também tomaram uma importante base militar e assumiram o controle de Saraqib, um local estratégico na rodovia para a capital Damasco.

O HTS e suas facções comandaram as operações, que pegaram não só o governo de surpresa, mas também Rússia e Irã, que dão suporte a Assad. O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), ONG que monitora o conflito, afirma que os rebeldes controlam a maior parte da cidade, incluindo prédios do governo e prisões. Eles também avançaram em Hama e Idlib, capturando pontos estratégicos sem encontrar resistência do Exército.

Mudança

"Ninguém esperava que Alepo fosse tomada tão rapidamente, o que significa que não havia linhas defensivas reais dentro da cidade. Quando eles chegaram lá, parece que tudo estava escancarado", disse Jerome Drevon, analista do International Crisis Group.

Aliada do regime sírio, a Rússia lançou ataques em Alepo com aviões de guerra pela primeira vez desde 2016, quando Assad restabeleceu sua autoridade sobre a cidade. Pelo menos 16 civis foram mortos nos bombardeios russos, segundo o OSDH.

A escalada é a mais intensa em anos de uma guerra civil que estava em grande parte adormecida e representa o desafio mais sério enfrentado pelo regime. A escolha do momento do ataque sugere que os rebeldes podem estar explorando fraquezas da aliança que une Irã, Hezbollah e Síria.

Para Dareen Khalifa, também especialista do International Crisis Group, a operação vinha sendo preparada há meses. "O HTS e seus aliados perceberam a mudança regional e geoestratégica. Eles acreditam que agora os iranianos estão enfraquecidos e o regime sírio está encurralado", acrescentou.

Alianças

Em meio à ofensiva, o Irã denunciou que seu consulado em Alepo foi atacado por terroristas armados. O Ministério das Relações Exteriores do Irã condenou o ataque e afirmou que todos os integrantes da missão diplomática estão a salvo.

Foi graças ao apoio militar de Rússia, Irã e Hezbollah que o regime conseguiu recuperar o controle de grande parte da Síria, a partir de 2015. No ano seguinte, Assad retomou Alepo, uma das cidades mais afetadas pela guerra civil.

Os rebeldes da aliança jihadista HTS, contudo, mantiveram o domínio sobre as Províncias de Hama e Latakia, nos arredores de Alepo, e partes de Idlib. Ontem, eles avançaram profundamente no território controlado por Assad, passando por Hama e Kafr Nabl, que era um símbolo da oposição ao regime.

O avanço rápido sobre Alepo ocorre após a ofensiva que reviveu os temores em um país devastado por uma guerra civil que se arrasta desde 2011. "Pela primeira vez em cerca de cinco anos, ouvimos foguetes e artilharia o tempo todo e, às vezes, aviões", disse Sarmad, de 51 anos, morador de Alepo. "Estamos com medo de que o cenário de guerra se repita e sejamos obrigados a fugir."

Guerra civil

O conflito começou em 2011 como uma revolta popular que pedia a derrubada de Assad. Muito rapidamente, se transformou em uma guerra civil sangrenta, com a batalha pelo controle de Alepo no centro dos combates.

As forças do regime sírio assumiram o controle da cidade em 2016, com a ajuda do poder aéreo russo e das forças terrestres iranianas. Enquanto lutava pelo controle do país, Assad também libertou combatentes jihadistas das prisões, conseguindo dar uma reviravolta na guerra.

Os opositores do governo de Assad em outros lugares da Síria e no exílio agora voltarão suas atenções para o exemplo de Alepo, com a possibilidade de que a insurgência possa alimentar revoltas semelhantes em outros lugares da Síria. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Irã começará a enriquecer urânio com milhares de centrífugas avançadas em suas duas principais instalações nucleares em Fordo e Natanz, informou a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), aumentando ainda mais as tensões sobre o programa de Teerã.

Em comunicado, a AIEA menciona que o Irã estava enriquecendo urânio com novas centrifugadoras até atingir uma pureza de 5%, muito menos do que os 60% que produz atualmente, provavelmente sinalizando que ainda quer negociar com o Ocidente e o presidente eleito dos EUA, Donald Trump. No entanto, ainda não está claro como Trump irá abordar o Irã quando tomar posse, especialmente porque continua ameaçando atacar Israel no meio da guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza e logo após o início de uma campanha por cessar-fogo no seu território no Líbano.

Trump retirou os Estados Unidos do acordo em 2018, desencadeando uma série de ataques e incidentes em todo o Médio Oriente.

A missão do Irã nas Nações Unidas não respondeu a um pedido de comentários sobre o relatório da AIEA. Teerã ameaçou avançar rapidamente no seu programa depois de o Conselho de Governadores da AIEA ter condenado o Irã numa reunião este mês por não cooperar plenamente com a agência.