MP junto ao TCU pede suspensão de campanhas sobre pacote fiscal, se confirmado 'desperdício'

Política
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O subprocurador-geral do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Lucas Rocha Furtado, solicitou nesta segunda-feira, 2, que a Corte fiscalize as despesas do governo federal com campanhas publicitárias destinadas à divulgação do pacote de corte de gastos e da proposta de ampliar a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para salários de até R$ 5 mil.

Se for confirmado "desperdícios e custos desnecessários" com campanhas publicitárias, o subprocurador-geral pede a suspensão das peças, "sem prejuízo de apurar a responsabilidade dos agentes responsáveis", afirmou na representação.

"As campanhas publicitárias do governo federal devem ter como objetivo informar a população sobre políticas públicas, programas governamentais, direitos e deveres dos cidadãos ... Se o objetivo primordial do Governo é cortar gastos, faz sentido aumentar gastos divulgando pacote de medidas que visam reduzir gastos? Me parece um tanto contraditório", avaliou Furtado.

O governo divulgou campanha publicitária para anunciar o pacote de corte de gastos com o slogan "Brasil mais forte, governo eficiente, país justo". A representação do subprocurador-geral do MP junto ao TCU também citou indícios de "descumprimento ao princípio da eficiência que rege à Administração Pública".

As medidas do governo foram anunciadas na noite de quarta-feira pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante um pronunciamento em rede nacional. A equipe econômica espera uma economia de aproximadamente R$ 70 bilhões nos próximos dois anos.

Em paralelo, Haddad comentou sobre a proposta de isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil por mês - medida que deve resultar em uma renúncia de R$ 35 bilhões, pela expectativa. Foi anunciado que esse impacto fiscal seria neutralizado por uma taxação maior para quem tem rendimentos acima de R$ 50 mil mensais.

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O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Hakan Fidan, disse que o recente avanço rápido dos rebeldes na Síria mostra que o presidente do país, Bashar Al-Assad, deve se reconciliar com seu próprio povo e dialogar com a oposição.

Em entrevista coletiva nesta segunda-feira, Fidan afirmou que a Turquia e o Irã, que apoiam lados opostos na guerra civil síria, concordaram em retomar os esforços diplomáticos junto com a Rússia para restaurar a paz no local.

Ainda nesta segunda-feira, cerca de 200 milicianos do Iraque, apoiados pelo Irã, foram enviados para a Síria pela travessia estratégica de Bou Kamal, para apoiarem a contraofensiva do governo contra os rebeldes. As informações são do Observatório Sírio para os Direitos Humanos.

Aviões de guerra do governo sírio atacaram Aleppo, no noroeste da Síria, nesta segunda-feira, 2, segundo a mídia estatal e equipes de resgate, enquanto o governo do presidente Bashar Al-Assad tentava repelir os rebeldes que assumiram o controle da cidade em uma recente ofensiva relâmpago.

Os ataques aéreos também atingiram prédios residenciais na cidade de Idlib, que se tornou um refúgio para pessoas desalojadas pela guerra civil, matando pelo menos cinco civis e deixando outros 30 feridos, de acordo com os Capacetes Brancos, uma organização de resgate independente.

A ofensiva da oposição representa o desafio mais relevante para Assad em anos, onde a guerra civil entre o governo e as forças rebeldes está congelada desde 2020. Ela também representa um dilema para os EUA e as potências ocidentais em relação à sua política para a Síria.

Analistas dizem que os rebeldes decidiram avançar sobre Aleppo enquanto os aliados de Assad, incluindo o Irã e a Rússia, estão sob pressão global. A Rússia investiu recursos militares em sua invasão da Ucrânia, transferindo alguns armamentos para fora da Síria. Enquanto isso, o Irã sofreu um revés no Oriente Médio depois que Israel passou a realizar uma ofensiva contra suas milícias aliadas, incluindo o Hezbollah, o grupo libanês que também lutou por Assad na Síria.

"É claro que continuamos a apoiar Bashar Al-Assad", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, de acordo com a mídia estatal russa. Assad viajou a Moscou nos últimos dias para pedir mais apoio, informou o The Wall Street Journal.

O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, disse na rede social Truth que se os reféns em Gaza não forem libertados antes de sua posse, no dia 20 de janeiro, será "um inferno no Oriente Médio".

"Haverá todo o inferno para pagar no Oriente Médio e para os responsáveis que cometeram essas atrocidades contra a humanidade. Eles serão atingidos com mais força do que qualquer outro na longa e célebre história dos Estados Unidos da América", escreveu o republicano.