Bancada federal de Santa Catarina mandou só 1,8% de emendas para defesa civil

Política
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Nos últimos quatro anos, a bancada de Santa Catarina no Congresso Nacional destinou R$ 2,76 bilhões ao Estado em emendas parlamentares individuais e de bancada. Mas só 1,8% desse valor - R$ 48,8 milhões - foi para ações de defesa civil e prevenção de desastres naturais. Neste fim de semana dos dias 7 e 8, o Estado voltou a sofrer com chuvas intensas, que já impactaram mais de 1.300 pessoas. Os catarinenses enfrentam alagamentos, enxurradas e deslizamentos pelo segundo ano seguido: em 2023, o Estado decretou estado de alerta em função de cheias e inundações na região do Vale do Itajaí.

 

Mesmo com o histórico de problemas com as chuvas, a bancada federal de Santa Catarina só passou a alocar dinheiro de emendas para ações de defesa civil no Orçamento deste ano, votado em 2023. A maior parte dos R$ 48,8 milhões foi destinada por meio de duas emendas da bancada estadual, que somam R$ 42,1 milhões. Os recursos serão usados para obras em barragens de contenção de cheias nos municípios catarinenses de José Boiteux, Ituporanga e Taió.

 

Além das emendas de bancada, também destinaram emendas individuais para a defesa civil os deputados federais Gilson Marques (Novo) e Ana Paula Lima (PT). Todas as verbas são do Orçamento de 2024. Os recursos já foram empenhados, isto é, reservados para pagamento, mas ainda não foram pagos. Além das obras de barragens, há também recursos para construção de galerias pluviais, limpeza de rios e compra de veículos para a defesa civil de Brusque (SC).

 

Em contraste com os pouco menos de R$ 50 milhões para a defesa civil, a bancada catarinense mandou um terço de toda a verba (R$ 796,2 milhões) para as prefeituras, por meio de "emendas pix". Esse recurso pode ser usado pela prefeitura para qualquer finalidade - exceto o pagamento de pessoal - e dispensa a necessidade de apresentação de um projeto prévio para o uso do recurso. Outros R$ 1,54 bilhão foram destinados à área da saúde, por meio de várias ações orçamentárias diferentes.

 

Ao todo, pelo menos 22 cidades catarinenses registraram algum nível de dano em decorrência das fortes chuvas que atingem o Estado na última semana. De acordo com a Defesa Civil catarinense, foram registrados casos de alagamento, deslizamento de terra, quedas de muros e danos a residências, mas sem vítimas fatais até o este domingo, 8. Joinville, cidade mais populosa de Santa Catarina, localizada no Norte do Estado, está entre as localidades atingidas.

 

Mais da metade do território catarinense está em estado de atenção, e mais chuvas são esperadas para o começo desta semana. A capital, Florianópolis, ainda não foi atingida pelas chuvas até o momento. De acordo com a Defesa Civil, a grande precipitação é fruto de uma frente fria que deve permanecer estacionada no Estado até esta terça-feira, 10.

 

No começo deste mês, a região de Jaguaruna já tinha registrado um "tsunami meteorológico", que levou o nível do mar a subir em um metro em poucos minutos. O fenômeno, no entanto, não chegou a provocar danos.

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O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, e o presidente dos EUA, Donald Trump, concordaram sobre a necessidade de uma ação "urgente" para colocar fim à situação em Gaza, que "atingiu novos níveis", em comunicado publicado nesta segunda-feira, após o encontro dos dois líderes na Escócia. De acordo com o texto, os lados se comprometeram a trabalhar em conjunto "para pôr fim à miséria e à fome e a continuar a pressionar pela libertação imediata dos reféns restantes".

Segundo a nota publicada pelo governo britânico, Starmer e Trump reforçaram o apelo por um cessar-fogo imediato para abrir caminho à paz na região. O premiê britânico disse estar trabalhando com outros líderes europeus para alcançar uma "paz duradoura".

Sobre o conflito na Ucrânia, os líderes concordaram que devem "manter o ímpeto" para pôr fim à guerra com a Rússia, incluindo a pressão econômica sobre o presidente russo, Vladimir Putin, para que Moscou "sente à mesa de negociações sem mais demora".

Ainda, segundo o comunicado, Starmer e Trump conversaram sobre os benefícios do acordo para os trabalhadores do Reino Unido e dos EUA e concordaram em continuar a trabalhar juntos "para fortalecer ainda mais sua estreita e sólida relação econômica".

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira, 28, que estabeleceu um novo prazo de "10 ou 12 dias" para que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, concorde com um cessar-fogo na Ucrânia.

"Vou estabelecer um novo prazo, de cerca de 10 ou 12 dias a partir de hoje. Não há motivo para esperar. Eram 50 dias, eu quis ser generoso, mas simplesmente não vemos nenhum progresso sendo feito", disse Trump, durante uma reunião em Turnberry, na Escócia, com o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer.

No dia 14 de julho, o presidente americano havia dado um prazo de 50 dias para que Moscou e Kiev concordassem com uma trégua. Durante a coletiva de imprensa, Trump afirmou estar "decepcionado" com Putin por não ter encerrado a guerra na Ucrânia.

O republicano apontou que conversou diversas vezes com o presidente russo desde que retornou a Casa Branca em janeiro e está frustrado com os resultados das conversas. "Depois das nossas ligações o Presidente Putin sai e começa a lançar foguetes em alguma cidade como Kiev e mata muitas pessoas em um asilo ou seja lá o que for. Você tem corpos espalhados por toda a rua. E eu digo que não é assim que se faz."

Os oficiais ucranianos foram rápidos em agradecer Trump por encurtar o prazo para a Rússia terminar a guerra na Ucrânia. Andriy Yermak, chefe de gabinete do presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, disse em uma publicação nas redes sociais que os comentários do republicano demonstravam que ele estava comprometido com a "paz através da força". "Putin respeita apenas o poder - e essa mensagem é alta e clara."

A Nasa perderá cerca de 3,9 mil funcionários como parte do plano de reduzir o quadro de pessoal federal iniciado por Donald Trump, embora o presidente continue determinado a que a agência espacial americana realize missões tripuladas à Lua e a Marte.

A agência aeroespacial informou em um comunicado na última sexta-feira, 25, que cerca de 3 mil funcionários aderiram à segunda rodada do plano de demissões voluntárias. Na primeira rodada, 870 trabalhadores aceitaram deixar a Nasa.

A equipe da Nasa passou de 18 mil funcionários para pouco mais de 14 mil desde o retorno de Trump à Casa Branca, o que representa uma redução de mais de 20%. Os funcionários da agência que decidiram aderir ao programa de demissões voluntárias devem deixar os seus cargos de forma gradual.

'Segurança é prioridade'

"A segurança continua sendo uma prioridade máxima para nossa agência, enquanto equilibramos a necessidade de nos tornarmos uma organização mais ágil e eficiente e trabalhamos para garantir que continuemos plenamente capazes de buscar uma era dourada de exploração e inovação, incluindo a Lua e Marte", explicou a direção da Nasa.

O orçamento proposto pelo governo de Trump para a agência destacava o retorno do homem à Lua e a realização de uma missão tripulada a Marte pela primeira vez, ao mesmo tempo que cortava drasticamente os programas científicos e climáticos. A administração também removeu sistematicamente menções às mudanças climáticas dos sites governamentais, ao mesmo tempo que reduziu drasticamente o financiamento federal para pesquisa sobre aquecimento global.

Além disso, autoridades de Trump têm recrutado cientistas para ajudá-los a revogar a "declaração de risco" de 2009, que determinou que os gases de efeito estufa representam ameaça à saúde pública e ao bem-estar.

Corrida Espacial

A Casa Branca afirma que quer focar os recursos para "ganhar da China a corrida para voltar à Lua e levar o primeiro humano a Marte". Pequim tem como meta fazer seu primeiro pouso lunar tripulado em 2030.

A Nasa continua sendo dirigida por um administrador interino depois que a escolha inicial da administração para liderar a agência, o bilionário tecnológico Jared Isaacman, apoiado pelo ex-assessor do presidente Trump, o empresário Elon Musk, foi rejeitada pelo presidente republicano.

Trump havia anunciado ainda em dezembro, na transição presidencial, a escolha de Isaacman como o próximo administrador da Nasa. O bilionário tem sido um colaborador próximo de Musk desde que comprou seu primeiro voo fretado na SpaceX em 2021.