Deputado que mandou R$ 22 milhões em emendas para cidade que elegeu seu pai ganhará medalha

Política
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O deputado federal Adail Filho (Republicanos-AM), que em 2024 destinou R$ 22,2 milhões em emendas parlamentares para Coari (AM) - município onde seu pai, Adail Pinheiro, foi eleito prefeito neste ano -, será homenageado no próximo dia 12 com a Medalha do Mérito Legislativo pela Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam). No site da Aleam, a premiação é justificada como um reconhecimento a pessoas que, por meio de sua atuação profissional, contribuíram para o desenvolvimento e valorização da sociedade amazonense.

 

Procurado pelo Estadão, o parlamentar diz não acreditar que os recursos enviados por ele influenciaram as eleições na cidade. "(O valor) ainda não foi creditado nas contas da prefeitura. E mesmo se tivesse sido, seria aplicado conforme os planos de trabalho", afirma.

 

A família Pinheiro exerce forte influência política em Coari, no Amazonas, e tanto o pai quanto o filho já ocuparam a prefeitura, mas ambos foram afastados pela Justiça. A própria perpetuação no poder foi o que levou à cassação do registro de candidatura de Adail Filho pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AM) em 2020, após sua eleição como prefeito do município naquele ano.

 

O tribunal concluiu que sua vitória configurava um terceiro mandato consecutivo dentro do mesmo núcleo familiar, o que é proibido pela legislação eleitoral brasileira. Adail Filho havia sido eleito em 2016 e reeleito em 2020, enquanto seu pai, Adail Pinheiro, ocupou o cargo de prefeito em 2012. Na avaliação do TRE-AM, essa sequência representava uma continuidade indevida do poder familiar no Executivo municipal.

 

Adail Filho recorreu, argumentando que o mandato do pai foi interrompido em 2014, quando Adail Pinheiro foi preso e perdeu o cargo por exploração sexual infantil, conforme decisão do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM). Ele argumentou que essa interrupção configurava uma ruptura na continuidade administrativa do grupo familiar. Entretanto, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitou o recurso, mantendo a cassação.

 

Atualmente, o prefeito de Coari é Keitton Wyllyson Pinheiro Batista (PP), sobrinho de Adail Filho, que assumiu o cargo após vencer eleições suplementares realizadas em 2022. Agora, Adail Pinheiro reassume a função, consolidando ainda mais o domínio político da família Pinheiro na região.

 

Prefeito eleito foi alvo de outras ações na Justiça

 

Adail Pinheiro, o pai, foi condenado em 2014 a 11 anos de prisão pelo caso de exploração sexual infantil que resultou em sua cassação. Em fevereiro daquele ano, o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM) decretou sua prisão preventiva após o Ministério Público Estadual (MPE-AM) receber denúncias de crianças, com idades entre 9 e 11 anos, que teriam sido vítimas do então prefeito eleito. A sentença foi aplicada em novembro de 2014, mas ele foi solto em 2017, após receber um indulto presidencial concedido no fim daquele ano.

 

Ele também foi alvo de investigação na Câmara dos Deputados, em 2014. "De acordo com informações obtidas, Adail Pinheiro, com auxílio de servidores públicos, estruturou essa rede de exploração sexual da qual se beneficiam ele próprio e pessoas do seu círculo de amizade", aponta relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada em 2014 para apurar denúncia de turismo sexual e exploração sexual de crianças e adolescentes, publicado após a prisão.

 

Assinado pela então deputada federal Liliam Sá (PROS-RJ), o relatório indiciou Pinheiro por crimes como estupro de vulnerável, favorecimento de prostituição ou exploração sexual de vulneráveis, associação criminosa e submeter crianças ou adolescentes à exploração sexual.

 

Após ser beneficiado pelo indulto em 2017, Adail Pinheiro foi novamente condenado em 2018 a mais de 57 anos de prisão pela Justiça Federal no Amazonas, em uma ação movida pelo Ministério Público Federal (MPF). A sentença apontava seu envolvimento em um esquema de fraudes em licitações na prefeitura de Coari. Contudo, ele conseguiu liberdade no mesmo ano por decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), que considerou que Pinheiro preenchia os requisitos legais para aguardar o julgamento dos recursos em liberdade.

 

Neste ano, foi eleito prefeito e deve voltar ao comando de Coari a partir de 2025, recebendo a Prefeitura do sobrinho, Keitton Wyllyson Pinheiro Batista.

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Diversos incêndios florestais em Los Angeles saíram do controle e forçaram a retirada de mais de 80 mil moradores de suas casas. Autoridades locais informaram que cinco pessoas morreram. As previsões indicam que os focos devem piorar, alimentados por ventos de até 150 quilômetros por hora, prejudicando os esforços dos bombeiros para apagar o fogo.

Os focos de incêndio destruíram mais de 1.000 casas e arrasaram sedes de centenas de empresas, cobrindo as cidades da região e as rodovias de fumaça. O primeiro incêndio, nomeado Palisades, começou na manhã de terça-feira na zona oeste de Los Angeles e alcançou uma área de 64 quilômetros quadrados.

Ordens de retirada e avisos foram emitidos nas cidades mais populosas da Califórnia, de Malibu a Santa Mônica, mas muitas pessoas ficaram presas em congestionamentos nas rodovias atingidas pelo fogo.

Na zona leste de Los Angeles, próximo a Pasadena, outro foco de incêndio se expandiu e chegou a atingir uma área de 43 quilômetros quadrados. Mais de 100 idosos precisaram ser retirados de uma casa de repouso, alguns em cadeiras de rodas e macas.

Alto risco

De acordo com a imprensa local, alguns moradores que se preparavam para a retirada precisaram abandonar a ideia depois de o fogo se espalhar rapidamente e tornar a fuga arriscada demais.

Além dos dois focos principais, há pelo menos outros três incêndios menores. Segundo as autoridades, cerca de 28 mil propriedades estão na zona de risco, muitas já foram destruídas e 280 mil moradores ficaram sem energia, muitos por causa dos ventos fortes ou porque as concessionárias desligaram a eletricidade para evitar mais incêndios.

Escolas de pelo menos 18 distritos de Los Angeles precisaram fechar por causa dos incêndios e das condições climáticas. "Isso vai ser devastador e uma perda enorme para toda Los Angeles", disse Traci Park, conselheira municipal.

Hollywood

Os incêndios atingiram também regiões ricas, onde atores de Hollywood e atletas famosos residem. A mãe do técnico de basquete Steve Kerr, de 90 anos, foi uma das pessoas forçadas a sair de casa, disse o treinador do Golden State nas redes sociais.

O ator James Woods também teve de sair às pressas de sua mansão em Palisades. À CNN, ele contou que ainda teve tempo de salvar um vizinho que tinha problemas de locomoção.

A premiação Screen Actors Guild cancelou o anúncio presencial das indicações para seu prêmio anual, depois que pelo menos três artistas que residem em Los Angeles disseram que estavam em zonas de retirada obrigatória - os indicados foram revelados por comunicado de imprensa. O Critics Choice Awards, programado para domingo em Santa Monica, foi adiado para o dia 26.

Muitas produções de Hollywood interromperam as filmagens. Séries e programas de TV também pararam, segundo o Hollywood Reporter, incluindo Grey's Anatomy, NCIS e Jimmy Kimmel Live!.

Funcionários de órgãos de combate a incêndios de regiões próximas foram deslocados para Los Angeles, mas não conseguiram conter o fogo.

Segundo o chefe dos bombeiros da cidade, Anthony Marrone, os recursos estão no limite e ajuda de outros condados é crucial. Pelo menos um bombeiro que lutava contra o fogo ficou ferido gravemente.

Nas últimas 24 horas, os serviços de emergência da região receberam 3,6 mil chamadas de atendimento, mais do que o dobro da média diária (de 1,5 mil). Centenas de pessoas foram transportadas para hospitais, que também estão cobertos de fumaça. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O número de mortos pelos incêndios florestais na área de Los Angeles, nos Estados Unidos, aumentou para cinco, informou a porta-voz do Departamento do Xerife do Condado de Los Angeles na noite da quarta-feira, 8. Com mais de mil construções consumidas pelas chamas, o presidente dos EUA, Joe Biden, assinou um decreto que reconhece a situação a Califórnia como um desastre de grandes proporções.

Cerca de 100 mil pessoas tiveram de deixar suas casas e o fogo avança para o centro de Los Angeles.

"Minha equipe já forneceu suporte de previsão do tempo 24 horas por dia, 7 dias por semana, enviou 5 aviões-tanque e 10 helicópteros de combate a incêndios, posicionou dezenas de caminhões de bombeiros, aprovou subsídios para reembolsar custos de combate a incêndios e aprovei a solicitação do governador Newsom para uma Declaração de Grande Desastre", escreveu Biden no X.

Ele estava na área de Los Angeles para um evento na terça-feira que a Casa Branca posteriormente adiou por causa dos incêndios e depois iniciou viagem de volta para Washington.

A Casa Branca disse que o presidente e a prefeita de Los Angeles, Karen Bass, discutiram as últimas atualizações por telefone enquanto Biden voava de volta.

As fatalidades foram registradas no incêndio Eaton, em Altadena, subúrbio ao norte de Los Angeles, onde as chamas já consomem mais de 4.280 hectares.

Múltiplos incêndios foram declarados na região, assolada por ventos poderosos, nas últimas 24 horas, aumentando de tamanho à medida que as chamas ardiam sem controle, alimentadas por rajadas de vento poderosas.

Os ventos e um suprimento de água cada vez menor atrapalhavam os esforços dos bombeiros para impedir a destruição.

O primeiro deles começou na manhã de terça-feira em Pacific Palisades, um bairro luxuoso de Los Angeles onde muitos famosos vivem. Na região, as chamas consumiram mais de mil estruturas e cerca de 6.390 hectares, informaram as autoridades, tornando o incêndio o mais destrutivo da história da cidade de Los Angeles, superando o Sayre Fire, em novembro de 2008, que destruiu 604 estruturas em Sylmar, o subúrbio mais ao norte da cidade.

Moradores deixaram seus lares às pressas, devido à voracidade dos incêndios florestais. Dezenas de milhares de pessoas estão desabrigadas e 1,5 milhão de clientes estavam sem energia.

Mais de 100 mil pessoas estavam sob ordens de evacuação obrigatória na área de Los Angeles. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

Um ataque de mísseis lançado pela Rússia contra a cidade de Zaporizhia, no sul da Ucrânia, matou pelo menos 13 civis e feriu outros 30 na quarta-feira, 8. O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, publicou no Telegram imagens de civis sendo socorridos em uma rua da cidade coberta de destroços.

Minutos antes do ataque, o governador da região, Ivan Fedorov, alertou a população sobre o disparo dos mísseis, que acabaram atingindo prédios residenciais.

"Não há nada mais brutal do que o bombardeio aéreo de uma cidade, sabendo que civis comuns sofrerão", disse Zelenski.

O presidente da Ucrânia afirmou ainda que os países que desejam encerrar a guerra deveriam oferecer à Ucrânia garantias de defesa.

Kiev teme que qualquer cessar-fogo ou acordo de paz apenas dê ao Kremlin tempo para se rearmar e realizar uma nova invasão, a menos que seja dissuadido pela força militar.

"Para ser honesto, acredito que temos o direito de exigir garantias de segurança sérias dos países que visam a paz no mundo", disse Zelensky. Fonte: Associated Press.