Câmara vive semana de aprovação de projetos polêmicos, como o de mudança no desarmamento

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

Com o pacote fiscal prestes a entrar na pauta do Congresso, a Câmara dos Deputados aprovou nesta semana uma sequência de projeto polêmicos. Passaram pelo crivo dos deputados mudanças no Estatuto do Desarmamento que, além de flexibilizarem o acesso a armas, anistiam condenados por porte ilegal.

 

Nos últimos dias, os deputados federais também aprovaram medidas que enrijecem o Código Penal, como a castração química para condenados por pedofilia e a ampliação do período de internação compulsória para condenados diagnosticados com algum transtorno mental.

 

Nesta quinta-feira, 12, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-PI), anunciou que, na próxima semana, serão suspensas as reuniões em comissões permanentes na Casa. O objetivo é priorizar a discussão e aprovação de projetos no plenário, como o pacote fiscal e a regulamentação da reforma tributária. Lira destacou a "proximidade do encerramento" do ano legislativo, marcado para 22 de dezembro. As sessões serão retomadas em 2 de fevereiro, quando haverá uma eleição para a sucessão do comando da Casa.

 

O projeto que altera o Estatuto do Desarmamento foi manobrado pela "bancada da bala", como é conhecido um bloco informal de parlamentares de perfis armamentista. O texto flexibiliza a posse de arma. Hoje, quem responde a um inquérito policial ou a um processo criminal é impedido de emitir a posse legal. Com a mudança, somente condenados com trânsito em julgado serão impedidos de portarem armas.

 

A alteração, na prática, passa a permitir que um condenado em primeira ou segunda instância que ainda recorre da sentença na Justiça mantenha o acesso a uma arma de fogo.

 

O projeto aprovado também anistia quem tem armas ilegais desde 2008 e dispensa a exigência de atestados de aptidão técnica, aptidão psicológica, comprovações de idoneidade e antecedentes criminais para regularizar a arma. O texto também prevê um novo prazo para a regularização de armas ilegais.

 

Nesta quinta-feira, 12, em sessão tumultuada, a Câmara aprovou a castração química em condenados por pedofilia. A medida, de autoria de uma emenda do ex-ministro Ricardo Salles (Novo-SP), contou com 267 votos favoráveis e 85 contrários, além de 14 abstenções. A base de apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) votou contra a proposta. A emenda de Salles foi adicionada a um projeto que prevê a criação de um cadastro público de condenados por crimes sexuais.

 

Na mesma sessão, a Câmara aprovou um projeto que amplia o prazo para internação compulsória de condenados diagnosticados com transtorno mental. A legislação brasileira define como inimputáveis os menores de 18 anos e os que, em razão de transtorno mental, não possuam "discernimento sobre atos ilícitos". Nos casos em que o diagnosticado representa um risco à coletividade, cabe o pedido de internação compulsória, que requer um laudo médico e a autorização de um juiz.

 

O prazo mínimo para a internação compulsória, hoje, é de 1 a 3 anos. O projeto aprovado na Câmara, de autoria do deputado federal Delegado Waldir (União Brasil-GO), amplia o período mínimo para de 3 a 20 anos.

Em outra categoria

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, disse estar pronto para um cessar-fogo com a Rússia a partir deste sábado, 3, caso o país rival aceite uma trégua de, pelo menos, 30 dias. "Esse é um prazo razoável para preparar os próximos passos. A Rússia precisa parar a guerra - cessar seus ataques e bombardeios", escreveu Zelenski em seu perfil da rede social X.

Na mesma publicação, o mandatário ucraniano disse estar se preparando para importantes reuniões e negociações de política externa. "A questão fundamental é se nossos parceiros conseguirão influenciar a Rússia a aderir a um cessar-fogo total - um silêncio duradouro que nos permitiria buscar uma saída para esta guerra. No momento, ninguém vê tal prontidão por parte da Rússia. Pelo contrário, sua retórica interna é cada vez mais mobilizadora", completou, pedindo sanções à energia e aos bancos russos para pressionar o país a parar os ataques.

Mais cedo neste sábado, 3, Zelenski negou a proposta de uma trégua de 72 horas proposta pela Rússia em virtude das comemorações do Dia da Vitória na Segunda Guerra Mundial, em 9 de maio. Os ucranianos também se negaram a garantir a segurança das autoridades que forem a território russo para as celebrações.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve desembarcar em Moscou no próximo dia 8 para participar do evento. A primeira-dama do Brasil, Janja Lula da Silva, já está em solo russo.

Na preparação para a eleição parlamentar nacional, o governo interino de Portugal anunciou que planeja expulsar cerca de 18 mil estrangeiros que vivem no país sem autorização.

O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, disse, neste sábado, 3, que o governo de centro-direita emitirá aproximadamente 18 mil notificações para que as pessoas que estão no país de maneira ilegal saiam.

O ministro afirmou que, na próxima semana, as autoridades começarão a emitir os pedidos para que cerca de 4,5 mil estrangeiros nesta situação saiam voluntariamente dentro de 20 dias.

A medida foi anunciada às vésperas das eleições parlamentares. O endurecimento das regras de imigração tornou-se uma das principais bandeiras de campanha do governo de centro-direita da Aliança Democrática, que busca a reeleição.

Portugal realizará uma eleição geral antecipada em 18 de maio. O primeiro-ministro, Luis Montenegro, convocou a votação antecipada em março, depois que seu governo minoritário, liderado pelo Partido Social Democrata, conservador, perdeu o voto de confiança no Parlamento e renunciou.

Portugal foi pego pela onda crescente de populismo na Europa, com o partido de extrema-direita na terceira posição nas eleições do ano passado.

O departamento eleitoral de Cingapura anunciou neste sábado (3) que o Partido Ação Popular (PAP), do primeiro-ministro Lawrence Wong, ganhou as eleições gerais ao conquistar 82 cadeiras parlamentares. O resultado oficial, após término da contagem de votos, veio em linha com o que a contagem de uma amostra dos votos indicava mais cedo.

O PAP já tinha cinco assentos no Parlamento. Com a contagem de votos deste sábado, o partido passa a deter 87 cadeiras, de um total de 97. O Partido dos Trabalhadores, da oposição, manteve seus 10 assentos.

Assim, o governo do PAP - ininterrupto há 66 anos - foi prorrogado, dando um grande impulso a Wong, que assumiu como primeiro-ministro há um ano.

"Estamos gratos novamente pela sua forte confiança. Honraremos a confiança que nos deram trabalhando ainda mais por todos vocês", disse Wong em um discurso antes de o resultado oficial ser divulgado. (Fonte: Associated Press)