União Brasil adia definição de líder na Câmara: 'Não podemos voltar a virar piadinha'

Política
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Sem um consenso em quem sucederá Elmar Nascimento (BA) na liderança do União Brasil na Câmara dos Deputados, integrantes decidiram adiar a definição para fevereiro de 2025. O partido vive uma crise de identidade - se terá maior inclinação ao governo ou se poderá adotar uma linha mais oposicionista.

 

Aliado a isso cresce o sentimento de desunião da legenda, com parlamentares até cogitando a possibilidade de uma debandada, em um ano que a sigla já teve que lidar com uma briga pela presidência do União.

 

Até este momento, sem consenso, congressistas acreditam que a decisão será levada a voto, que será secreto e poderá levar a articulações e conchavos dentro do próprio União.

 

Neste momento, a disputa está entre Pedro Lucas Fernandes (MA) - tido como nome mais de centro que, segundo integrantes do União, tem a preferência de Rueda - Damião Feliciano (PB), mais governista, e Mendonça Filho (PE), de oposição.

 

Segundo deputados ouvidos reservadamente pela reportagem, se a votação fosse hoje, dizem, poderia haver vitória de Damião Feliciano. Nessa leitura, ele se aproveitaria da divisão entre Pedro Lucas e Mendonça e deveria chegar ao segundo turno com mais força.

 

A reunião que chegou ao consenso do adiamento durou mais de quatro horas e teve a participação do presidente do União, Antonio Rueda, dos ministros Celso Sabino (Turismo) e Juscelino Filho (Comunicação), além de demais deputados.

 

Sabino chegou a manifestar a apoio a Pedro Lucas Fernandes para assessores. Ele apontou para o braço de uma policial legislativa federal que protegia a entrada de pessoas na sala, que ostenta a sigla "PLF". "Aqui, ó, Pedro Lucas Fernandes", brincando que a sigla seria um acrônimo do deputado maranhense.

 

Durante a conversa, parlamentares manifestaram duras opiniões, e preocupações. E houve ânimos acalorados. Leur Lomanto Júnior (União-BA) até falou que espera que isso levaria o partido a voltar a ser "piadinha". "Qualquer decisão que esse bancada tome vai significar a divisão do União Brasil. Não é isso que nos queremos. Não queremos voltar a piadinha dos deputados, quando éramos chamados de 'Desunião Brasil'", disse.

 

Leur lembrou ainda que o partido vive uma segunda "turbulência". "Nós estamos vivenciando, depois ter passado por uma turbulência que foi a questão da presidência da legenda, e agora vivenciar mais uma turbulência como essa", disse.

 

Em fevereiro desse ano, o partido se dividiu após o então presidente do União Brasil, Luciano Bivar (PE) disputar e perder a presidência contra Rueda. Bivar chegou a tentar "virar a mesa", mas a tentativa acabou fracassada.

 

O ápice do conflito foi o incêndio supostamente criminoso de casas de Rueda, que alega ter sido ameaçado por Bivar quando se colocou como candidato à presidência do União. O parlamentar nega participação no ato contra os imóveis do adversário político.

 

Leur apelou para um clima mais pacífico entre os deputados. "Vamos diminuir a temperatura. Faço um apelo a todos os deputados", afirmou.

 

Sabino também tentou apaziguar os ânimos durante a discussão. "Eu peço a todos que se desarmem. Porque o próximo líder vai ser o líder de toda bancada. Ele precisa defender a bancada, advogar pra cada deputado", disse Sabino. Ele inclusive pediu para que os deputados de primeiro mandato presentes se tranquilizassem com o cenário.

 

O comentário do ministro veio pouco após a fala de Danilo Forte (União-CE) que o ano estava sendo "melancólico" para o União e que, se continuar nesse rumo, a sigla pode perder parlamentares no próximo ano. "Hoje o partido pode ter 60 deputados, mas no próximo ano pode ficar 25 ou 30. Todo mundo aqui vai procurar um partido", afirma. Ele defende um alinhamento mais liberal para o União. A bancada da legenda hoje tem 59 deputados.

 

A sigla na Câmara tem posição heterogênea e abriga de governistas alinhados ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva até ferrenhos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

 

Na reunião, Rueda pediu pelo adiamento e trabalha nos bastidores para que o União chegue a um consenso. Ao Estadão, ele diz que ainda dá para se chegar a um consenso. Para isso, diz ele, falta diálogo e tempo. Aos deputados, ele tentou colocar panos quentes. "A disputa engrandece o partido", falou Rueda. "O partido precisa de um consenso."

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O primeiro-ministro da província canadense de Ontário, Doug Ford, alertou nesta terça, 11, sobre uma possível "recessão Trump" e afirmou que não "hesitará" em interromper as exportações de energia elétrica para os Estados Unidos, caso o republicano continue a "prejudicar famílias canadenses".

Em entrevista à CNBC, Ford declarou: "Se entrarmos em uma recessão, ela será chamada de recessão Trump". Ao ser questionado sobre a possibilidade de paralisar as exportações de eletricidade, ele acrescentou: "Essa é a última coisa que eu quero fazer. Eu quero enviar mais eletricidade para os EUA, para nossos aliados mais próximos ou nossos melhores vizinhos do mundo. Quero enviar mais eletricidade."

No entanto, Ford destacou que a energia é uma "ferramenta em nosso arsenal" no contexto da guerra comercial promovida por Trump. "À medida que ele Trump continua prejudicando as famílias canadenses, as famílias de Ontário, eu não hesitarei em fazer isso. Essa é a última coisa que eu quero fazer", completou.

As declarações de Ford ocorreram após Trump anunciar uma tarifa adicional de 25% sobre o aço e alumínio canadenses, elevando a taxa para 50%, em resposta à sobretaxa de 25% imposta por Ontário sobre a eletricidade exportada para os EUA.

A Ucrânia aceitou a proposta dos Estados Unidos para um cessar-fogo provisório imediato de 30 dias, que ainda está condicionado à aceitação da Rússia para ter validade. O país também concordou em concluir "o mais rápido possível" um acordo para o desenvolvimento dos recursos minerais críticos da Ucrânia, conforme comunicado divulgado após a reunião entre as delegações de ambos os países na Arábia Saudita.

"Ambas as delegações concordaram em iniciar imediatamente as negociações para uma paz duradoura que garanta a segurança de longo prazo da Ucrânia. Os EUA se comprometeram a discutir essas propostas específicas com representantes da Rússia. A delegação ucraniana reiterou que os parceiros europeus devem ser envolvidos no processo de paz", afirmou a nota conjunta.

O comunicado também destacou que o acordo sobre a exploração dos minerais será essencial para expandir a economia ucraniana, "compensar o custo da assistência americana e garantir a prosperidade e segurança de longo prazo" no país. Além disso, os Estados Unidos informarão à Rússia que "a reciprocidade russa é a chave para alcançar a paz".

Os EUA se comprometeram, ainda, a encerrar "imediatamente" a pausa na troca de informações de inteligência e a retomar a assistência à segurança para a Ucrânia. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, expressou sua gratidão pelo apoio de Donald Trump e destacou o compromisso dos Estados Unidos com a retomada da "ajuda de defesa à Ucrânia e troca de dados de inteligência".

De acordo com Zelensky, o cessar-fogo proposto pela delegação americana não se limita a mísseis, drones e bombas, nem ao Mar Negro, mas abrange toda a linha de frente do conflito. "A Ucrânia aceita essa proposta, e os EUA devem convencer a Rússia a fazer o mesmo. Se os russos concordarem, o silêncio começará a funcionar", acrescentou.

Os republicanos enfrentarão um teste crucial de coesão quando o projeto de lei de gastos, que evitaria uma paralisação parcial do governo e garantiria o financiamento das agências federais até setembro, for votado. O presidente da Câmara, Mike Johnson, espera que a votação ocorra ainda nesta terça-feira, 11, apesar da falta de apoio dos democratas, desafiando-os a se opor e arriscar uma paralisação que começaria no sábado, 15, caso os parlamentares não ajam.

Para garantir que o projeto chegue à mesa do presidente Donald Trump, os republicanos precisarão de amplo apoio de seus membros em ambas as esferas legislativas, além de alguma colaboração dos democratas no Senado. Este é um dos maiores desafios legislativos do segundo mandato de Trump, o que levou o vice-presidente JD Vance a visitar o Capitólio nesta manhã para tentar angariar apoio.

"Temos que manter o governo em operação", disse Johnson ao sair de uma reunião com republicanos da Câmara. "É uma responsabilidade fundamental nossa." O vice-presidente compartilhou esse sentimento. "Foi muito bem recebido e bem transmitido. Acho que os resistentes são apenas um ou dois."

A estratégia conta com o apoio de Trump, que está pedindo aos republicanos para "permanecerem UNIDOS - SEM DISSIDÊNCIA - Lutar por outro dia, quando o momento for certo." Os republicanos da Câmara afirmaram que o projeto reduziria US$ 13 bilhões em gastos não relacionados à defesa em comparação com o orçamento de 2024, além de aumentar os gastos com defesa em US$ 6 bilhões. Essas mudanças são modestas em relação ao total de quase US$ 1,7 trilhão em gastos discricionários. O projeto, no entanto, não cobre a maior parte dos gastos do governo, como Seguridade Social e Medicare, cujos financiamentos são automáticos e não passam por revisão regular no Congresso.

Os democratas, por sua vez, estão preocupados com o poder discricionário que o projeto dá ao governo Trump nas decisões de gastos. Já alarmados com os esforços da administração para realizar cortes significativos por meio do Departamento de Eficiência do Governo (Doge), liderado por Elon Musk, eles temem que o projeto de lei de gastos impulsione essas iniciativas.