Justiça Militar decide enviar ao STF inquérito contra coronéis de carta pró-golpe

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

A Justiça Militar decidiu enviar ao Supremo Tribunal Federal (STF) a investigação contra quatro coronéis suspeitos de elaborarem uma carta divulgada em novembro de 2022 que pressionava o então comandante do Exército, general Freire Gomes, a aderir a um golpe de Estado. A decisão é da 2ª Auditoria da 11ª Circunscrição Judiciária Militar (CJM).

O documento, intitulado de "Carta ao Comandante do Exército de Oficiais Superiores da Ativa do Exército Brasileiro", foi assinado por 37 militares e recebido pelo tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro (PL).

O texto fazia considerações sobre compromissos dos militares com a legalidade e tecia críticas à atuação do Judiciário durante o processo eleitoral. Na conclusão, os oficiais diziam que estavam "atentos a tudo que está acontecendo e que vem provocando insegurança jurídica e instabilidade política e social no País".

Uma apuração do Exército concluiu que 12 coronéis, nove tenentes-coronéis, um major, três tenentes e um sargento participaram da elaboração da carta. A redação do texto esteve a cargo de quatro coronéis, sendo dois da ativa - Alexandre Castilho Bitencourt da Silva e Anderson Lima de Moura - e dois da reserva - Carlos Giovani Delevati Pasini e José Otávio Machado Rezo Cardoso. Eles foram indiciados tanto pelo Exército quanto pela Polícia Federal (PF). O coronel da ativa Bitencourt da Silva obteve uma decisão liminar que suspende, por ora, o indiciamento do Exército. O Estadão busca contato com os citados.

De acordo com o Exército, os coronéis cometeram dois crimes previstos no Código Penal Militar: a publicação, sem licença oficial, de crítica a ato de seu susperior, e a incitação à desobediência e à indisciplina. Já a PF imputa aos oficiais os crimes de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e participação em organização criminosa.

Segundo o inquérito da Polícia Federal, o tenente-coronel Araújo Júnior, envolvido na elaboração da carta, estimava que uma eventual investigação sobre o caso ocorresse no âmbito da Justiça Militar. "Será que a Justiça Militar, os generais, vão f.... a gente? Eu acho que não", disse Araújo Júnior em mensagem de voz interceptada pela PF.

Em outra categoria

O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, rejeitou a proposta do presidente eleito EUA, Donald Trump, de usar a "força econômica" do país para absorver o Canadá.

"Não há a menor chance de o Canadá se tornar parte dos Estados Unidos", escreveu Trudeau nesta terça-feira na rede social X. "Os trabalhadores e as comunidades de ambos os países se beneficiam do fato de serem os maiores parceiros comerciais e de segurança um do outro".

Trump já disse ser a favor várias vezes de que o Canadá se tornasse "o 51º estado".

A presidente do México, Claudia Sheinbaum, lançou nesta terça-feira uma campanha nacional contra o uso de drogas, especialmente o fentanil, que visa atingir 11,8 milhões de jovens. A iniciativa surge em meio à pressão do futuro presidente americano, Donald Trump, que ameaçou impor tarifas pesadas ao México se o país não interromper o tráfico do opioide sintético para os EUA.

Ao anunciar a campanha "Fique longe das drogas, o fentanil mata", Sheinbaum disse que "o fentanil em nosso país não é realmente um problema, não há uma crise como a dos EUA", mas afirmou que "não queremos que ele venha para cá".

A presidente defendeu as ações que foram tomadas desde o início de seu governo, em outubro, para combater o tráfico de fentanil e outras drogas e declarou que "os laboratórios que foram desmantelados em nosso país são principalmente de metanfetamina ou metanfetamina cristal".

Enchentes graves inundaram partes da Inglaterra e a neve forçou três aeroportos a fecharem temporariamente nesta terça-feira, já que o clima úmido e gelado, que deveria durar até amanhã, se combinou para estender o caos de viagens que tem atormentado o Reino Unido desde o início do ano.

Desde segunda-feira, dezenas de pessoas foram resgatadas de casas inundadas e carros encalhados na região de Midlands, e centenas de escolas foram fechadas para os primeiros dias de aula de 2025 nas áreas do norte do Reino Unido.