Bolsonaro se irrita com veto de Moraes a passaporte: 'Não estou indo para uma festa'

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) mostrou irritação nesta quinta-feira, 16, por ter tido o pedido de devolução de seu passaporte negado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. "Não estou indo para uma festa de batizado, da filha ou da neta de ninguém. É um evento de posse da maior democracia do mundo", disse.

 

Bolsonaro pediu o documento de volta ao ministro para viajar aos Estados Unidos e acompanhar a posse do presidente eleito, Donald Trump, no próximo dia 20, em Washington.

 

Em entrevista à Revista Oeste nesta quinta, o ex-presidente afirmou que Trump "tem um carinho" por ele e que o norte-americano "gostaria de apertar a mão" dele, ou não o teria convidado.

 

Indiciado pela Polícia Federal (PF) por tentativa de golpe de Estado, Bolsonaro ainda disse que os advogados vão recorrer da decisão, mas sabe que as chances de vitória são pequenas.

 

"Me senti como uma criança recebendo um presente", disse o ex-chefe do Executivo federal para narrar o momento em que foi convidado para a cerimônia. A comunicação foi enviada para o e-mail do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), no último dia 8, pela equipe escolhida pelo republicano para organizar o evento.

 

O fato do convite ter sido feito por um endereço eletrônico desconhecido e sem a programação do evento fez com que Moraes solicitasse mais informações à equipe de advogados de Bolsonaro.

 

A defesa do ex-presidente havia pedido a liberação de seu passaporte, alegando que Bolsonaro foi "honrado ao receber, diretamente do Comitê de Posse Presidencial, convite formal" para participar das solenidades de posse nos EUA.

 

Nesta quinta-feira, a quatro dias da cerimônia, o ministro Alexandre de Moraes negou a devolução do passaporte, apreendido desde fevereiro de 2024, quando o ex-presidente foi alvo da Operação Tempus Veritatis, deflagrada pela Polícia Federal para investigar uma tentativa de golpe de Estado em 2022.

 

A decisão do ministro segue o parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR), que não viu "interesse público" que justificasse a flexibilização da restrição imposta ao ex-chefe do Executivo.

 

Bolsonaro afirmou que a mulher dele, Michelle Bolsonaro, vai representá-lo e receberá "um tratamento bastante especial" devido à "consideração" e à "amizade construída durante dois anos" entre ele e o presidente norte-americano eleito.

Em outra categoria

O premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, adiou nesta quinta, 16, a reunião de gabinete que aprovaria a trégua na Faixa de Gaza e acusou o Hamas de descumprir o acordo. O grupo terrorista, porém, reafirmou seu compromisso com o cessar-fogo. A explicação para o imbróglio de última hora parece estar na política interna israelense. Membros radicais da coalizão ameaçaram deixar o governo se a guerra for suspensa.

Itamar Ben-Gvir, ministro da Segurança, ameaçou ontem retirar seu partido Otzma Yehudit da coalizão que sustenta Netanyahu se o gabinete aprovar o acordo. Ele disse que voltaria ao governo só se Israel retomasse a guerra contra o Hamas. Segundo Ben-Gvir, a trégua permitiria a reabilitação de grupos terroristas em Gaza.

Nos últimos dois dias, Netanyahu se reuniu seis vezes com outro extremista, o ministro das Finanças israelense, Bezalel Smotrich, líder do partido Sionismo Religioso, que também ameaça abandonar a coalizão. Smotrich defende a continuidade da guerra.

Alto risco

Mesmo que os dois votem contra o acordo, a trégua deve ser aprovada com folga pelo gabinete - a imprensa israelense estima um placar de 28 a 6. Para Netanyahu, poderia ser uma vitória de Pirro. Sem os seis deputados do Otzma Yehudit e os oito do Sionismo Religioso, o premiê perderia a maioria no Parlamento. O socorro ontem parece ter vindo do lugar mais improvável: a oposição.

Yair Lapid, desafeto do premiê e líder do partido Yesh Atid, ofereceu o voto de seus 24 deputados para que o governo não caia. "Eu digo a Netanyahu, não tenha medo ou deixe se intimidar. Você terá a rede de segurança que precisa para fazer o acordo de reféns", escreveu Lapid no X. "Isso é mais importante do que qualquer desentendimento que já tivemos."

Autoridades do governo de Israel disseram que a reunião para aprovar o acordo seria realizada hoje, para que o pacto entrasse em vigor no domingo, quando seriam libertados os primeiros reféns. Mas, segundo alguns veículos de imprensa israelenses, a votação pode ocorrer somente no sábado à noite (horário de Israel), o que significa que a trégua não entraria em vigor antes de segunda-feira.

Dia sagrado

A explicação é que, após a votação, será preciso publicar uma lista de prisioneiros palestinos a serem libertados, e quem não concordar com ela terá 48 horas para apresentar uma petição à Suprema Corte. Se a votação for realizada hoje, alegam alguns membros do governo, os que não aceitarem as libertações não teriam tempo para apresentar recursos em razão do shabat (dia de descanso para os judeus).

Ontem, o governo americano se disse surpreendido com a possibilidade de Israel atrasar a implementação do acordo em um dia. O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, no entanto, afirmou que ainda estava confiante que o acordo entraria em vigor como planejado, no domingo.

Bombardeios

Enquanto Netanyahu busca apoio interno, bombardeios israelenses mataram ontem 81 pessoas em Gaza, segundo o Ministério da Saúde, que é controlado pelo Hamas. Em guerras anteriores, segundo analistas, os dois lados só pararam com as operações militares nas horas finais antes de a trégua começar, como uma forma de projetar força. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A população da China diminuiu pelo terceiro ano consecutivo, na passagem de 2023 para 3034, informou o governo do país nesta sexta-feira. O quadro reforça os desafios demográficos para a nação mais populosa do mundo, que agora enfrenta tanto uma população envelhecida quanto uma emergente escassez de pessoas em idade ativa.

No final de 2024, a população da China somava 1,408 bilhão de pessoas, uma queda de 1,39 milhão em relação a 2023. Os números anunciados pelo governo chinês seguem tendências mundiais, mas especialmente na Ásia Oriental, Japão, Coreia do Sul, Hong Kong e outras nações viram suas taxas de natalidade despencar nos últimos anos. Fonte: Associated Press.

O primeiro-ministro israelense Binyamin Netanyahu afirmou que um acordo para devolver reféns mantidos pelo grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza foi alcançado e convocou uma reunião de seu gabinete de segurança para aprová-lo nesta sexta-feira, 17.

Embora o Catar e os Estados Unidos já tivessem anunciado na quarta-feira, 15, o acordo, o gabinete de Netanyahu indicou que os "detalhes finais" ainda estavam sendo finalizados. O governo israelense havia afirmado que "houve problemas de última hora" nas negociações.

Mesmo assim, o acordo ainda precisa ser formalmente ratificado pelo gabinete israelense. A declaração de Netanyahu pareceu abrir caminho para a aprovação do acordo, que pausaria os combates na Faixa de Gaza e veria dezenas de reféns mantidos por terroristas em Gaza libertados em troca de prisioneiros palestinos mantidos por Israel.

Também permitiria que centenas de milhares de palestinos deslocados retornassem aos restos de suas casas em Gaza.

Mais cedo nesta quinta-feira, 16, o gabinete de Netanyahu havia acusado o Hamas de renegar partes do acordo na tentativa de obter mais concessões - sem especificar quais partes.

"O Hamas está recuando dos entendimentos e criando uma crise de última hora que impede um acordo", disse o gabinete de Netanyahu.

O Hamas negou as alegações, com Izzat al-Rishq, um alto funcionário do Hamas, dizendo que o grupo militante "está comprometido com o acordo de cessar-fogo, que foi anunciado pelos mediadores".

Após adiar a votação, Netanyahu disse que reunirá seu gabinete de segurança nesta sexta-feira, 17, e depois o governo para aprovar o acordo. Ataques aéreos israelenses, enquanto isso, mataram pelo menos 72 pessoas no território devastado pela guerra.

O primeiro-ministro israelense enfrenta grande pressão interna para trazer de volta os reféns, cujas famílias imploraram a Netanyahu para priorizar a libertação de seus entes queridos.

Por outro lado, há a pressão interna de sua coalizão, com membros da extrema direita ameaçando renunciar caso o texto fosse aprovado. (Com agências internacionais).