Gleisi: Gritaria contra redução de imposto de importação de alimentos é oposição em campanha

Política
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A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disse que as críticas de representantes do setor agropecuário à ideia de diminuir os impostos de importação sobre alimentos, mencionada pelo ministro Rui Costa (Casa Civil), são motivadas por uma campanha antecipada dos opositores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A dirigente petista se manifestou em seu perfil no X, antigo Twitter, neste sábado, 25.

"A bancada agropecuarista já começou a espalhar mentiras sobre a decisão do presidente Lula de trabalhar para reduzir o preço dos alimentos. Ao contrário do que dizem seus representantes, Lula não está culpando nem agindo contra o agronegócio na questão do custo dos alimentos", afirmou a presidente do PT.

"O presidente mandou avaliar medidas, que nem foram anunciadas ainda, para garantir comida na mesa do povo. Alguém pode ser contra uma orientação voltada para o bem da população? Só mesmo a motivação política e eleitoreira pode explicar a gritaria contra um governo que financiou o setor com o maior Plano Safra da história do país. De fato, a oposição já está em campanha para 2026", disse.

A inflação dos alimentos foi o principal assunto na cúpula do governo nos últimos dias. Lula mencionou o tema publicamente, e passou a cobrar de seus ministros propostas sobre o tema. Depois de reunião na última sexta-feira, 24, Rui Costa disse que o governo estudaria reduzir impostos de importação de produtos alimentícios cujos preços estiverem maiores no mercado interno do que no exterior - o que poderia aumentar a concorrência com produtores nacionais de alguns tipos de alimento, ainda não divulgados pelo Executivo.

Também na sexta, o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, deputado Pedro Lupion (PP-PR), distribuiu a jornalistas um texto em que criticava as medidas. "A ideia de diminuir tarifas de importação de gêneros alimentícios é mais uma medida desesperada e mal pensada do governo, que insiste em ignorar os problemas macroeconômicos, o controle inflacionário, câmbio descontrolado e gasto público exorbitante", disse ele.

"Os preços dos produtos agropecuários brasileiros seguem os padrões mundiais, anunciar que vai abrir importações é simplesmente jogo de cena demagógico para induzir a população a achar que estão fazendo algo prático para baixar preços", afirmou o deputado. Para ele, a possibilidade de reduzir o imposto de importação é uma "desastrada tentativa, meramente política, de enganar a população".

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O Itamaraty publicou uma nota neste domingo, 26, sobre a situação dos brasileiros deportados vindos dos Estados Unidos que chegaram ao País na última sexta-feira, 24. No documento, a pasta afirma que o uso indiscriminado de algemas e correntes viola os termos do acordo com os EUA, "que prevê o tratamento digno, respeitoso e humano dos repatriados".

O Itamaraty reiterou que o governo brasileiro reuniu informações detalhadas sobre o "tratamento degradante" dado aos brasileiros algemados, nos pés e mãos, no voo de repatriação do Serviço de Imigração e Controle de Aduanas dos EUA (ICE). O avião, cujo destino final seria em Belo Horizonte (MG), fez um pouso inesperado em Manaus (AM) - foi quando o governo detectou que as pessoas estavam algemadas e acorrentadas por determinação dos americanos.

"O governo brasileiro considera inaceitável que as condições acordadas com o governo norte-americano não sejam respeitadas. O Brasil concordou com a realização de voos de repatriação, a partir de 2018, para abreviar o tempo de permanência desses nacionais em centros de detenção norte-americanos, por imigração irregular e já sem possibilidade de recurso", diz a nota do Itamaraty.

O Ministério das Relações Exteriores informou ainda que vai encaminhar ao governo norte-americano um pedido de esclarecimento e disse seguir atento "às mudanças nas políticas migratórias naquele país, de modo a garantir a proteção, segurança e dignidade dos brasileiros ali residentes".

A deportação em massa de imigrantes ilegais foi uma das principais promessas de campanha de Donald Trump. O novo presidente dos Estados Unidos tomou posse na segunda-feira, 20. O voo de deportação para o Brasil com 158 pessoas, sendo 88 brasileiros, embora seja o primeiro desde que Donald Trump assumiu impondo políticas mais rígidas contra imigração, é parte de um processo que vinha correndo antes da posse do republicano, durante a administração Joe Biden.

O bilionário Elon Musk participou do comício do partido de extrema direita alemão Alternativa para a Alemanha (AfD) no sábado, 25, por videoconferência. Musk afirmou que a Alemanha precisa resgatar o "orgulho e a cultura" do país. Ele tem apoiado diversos grupos de extrema direita na Europa, especificamente o AfD e também o Reform UK, no Reino Unido.

"É bom ter orgulho de ser alemão. Lutem por um futuro brilhante para a Alemanha", afirmou o homem mais rico do mundo para, segundo dados do AfD, cerca de 4.500 apoiadores reunidos na Feira de Halle, no leste do país. Musk reiterou seu apoio ao partido que é, segundo ele, a "melhor esperança para a Alemanha".

O empresário afirmou que a "nação alemã" tem "milhares de anos" e disse que o imperador romano Júlio César já havia ficado "impressionado" com a vontade de combate das tribos germânicas. Segundo Musk, o governo do chanceler Olaf Scholz "reprime agressivamente a liberdade de expressão".

Apoio

Musk afirmou que o AfD deve lutar por mais "autodeterminação para Alemanha e menos Bruxelas", em referência à sede administrativa da União Europeia (UE). Nas últimas semanas, o empresário tem se envolvido com frequência na política interna da Alemanha e de outros países europeus, criticando o governo de Olaf Scholz em seu perfil na rede social X. Musk já chamou o chanceler social-democrata Olaf Scholz de "louco" e "imbecil incompetente" e o presidente Frank-Walter Steinmeier de "tirano".

O partido que o empresário apoia, o AfD, é considerado de extrema direita e é contra a imigração. A legenda ocupa o segundo lugar nas pesquisas para as eleições legislativas, que serão realizadas no dia 23 de fevereiro. A coalizão da CDU/CSU, de centro-direita, deve ganhar o pleito.

Polêmicas

O discurso de Musk ocorre em um momento em que o empresário é alvo de críticas por realizar um gesto associado a uma saudação nazista durante a posse de Donald Trump. Durante o comício da AfD, Musk afirmou que a uma multidão entusiasmada que "os alemães não devem se sentir culpados pelos pecados de seus pais, muito menos de seus bisavós", em uma referencia a Alemanha nazista.

O partido já foi forçado a expulsar membros após denúncias de racismo e antissemitismo, além do uso de slogans da Alemanha nazista. A legenda é investigada pelo serviço de segurança da Alemanha por conta da retórica extremista.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse neste domingo, 26, acompanhar com preocupação o tratamento dispensado pelas autoridades norte-americanas a brasileiros deportados. Segundo ele, a decisão por um novo procedimento na política de imigração "não pode vendar nossos olhos diante de situações degradantes e denúncias de agressões e maus-tratos".

"Acompanho com preocupação o tratamento dispensado pelas autoridades norte-americanas a brasileiros deportados. A decisão por um novo procedimento na política de imigração, que é um direito assegurado a todos os países, não pode vendar nossos olhos diante de situações degradantes e denúncias de agressões e maus-tratos. O respeito à dignidade humana é um conceito consagrado em um mundo civilizado e democrático", afirma Pacheco em nota.

Como mostrou o Estadão, brasileiros deportados dos EUA com correntes e algemas durante o voo chegaram a Belo Horizonte às 21h05 deste sábado, 25. No aeroporto, eles relataram aos jornalistas maus-tratos de agentes americanos durante o voo entre os EUA e Manaus (AM), onde a aeronave fez um pouso inesperado por problemas técnicos. Entre os relatos estão denúncias de agressão física, calor e más condições do avião. Procurada durante a noite de sábado e na manhã deste domingo, a Embaixada dos EUA não respondeu.

A deportação em massa de imigrantes ilegais foi uma das principais promessas de campanha de Donald Trump. O novo presidente dos Estados Unidos tomou posse na segunda-feira, 20. O voo de deportação para o Brasil com 158 pessoas, sendo 88 brasileiros, embora seja o primeiro desde que Donald Trump assumiu, impondo políticas mais rígidas contra imigração, é parte de um processo que vinha correndo antes da posse do republicano, durante a administração Joe Biden.