Congresso tem 56 vetos para votar em 2025; veja quais

Política
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O Congresso Nacional terá a missão neste ano de votar uma série de vetos presidenciais, além de analisar duas leis orçamentárias - a de 2025, que não foi votada no ano passado, e a de 2026. O presidente Luiz Inácio da Silva, nas últimas semanas, decidiu sobre propostas relevantes, como a regulamentação da reforma tributária e benefícios para empresas do setor automobilístico.

 

Na última quinta-feira, 23, por exemplo, Lula vetou um trecho da lei do Programa de Aceleração da Transição Energética (Paten) que beneficiaria montadoras de carros elétricos, como a chinesa BYD. Além disso, o presidente ainda barrou alguns dispositivos na regulamentação da reforma tributária que devem levar a um movimento para derrubá-los. Também há na pauta vetos mais antigos - o mais velho deles ainda do governo de Jair Bolsonaro que barrou o despacho gratuito de bagagens nos voos.

 

O Estadão/Broadcast Político compilou os vetos que precisam ser analisados pelo Congresso e os dividiu em duas listas. Ao todo, são 56 vetos. Na primeira lista, os mais recentes assinados pelo presidente Lula, entre eles o da regulamentação da tributária e o da renegociação das dívidas dos Estados. Na segunda relação, um resumo dos mais importantes entre os mais antigos, que já estão trancando a pauta e que, portanto, têm mais urgência para serem votados.

 

A seguir, a lista dos principais vetos que já estão trancando a pauta de votações no Congresso Nacional:

 

- Programa Acredita: Lula vetou uma série de dispositivos, alegando que eles criariam despesas ou abririam mão de receitas sem uma contrapartida ou estimativa. Entre os trechos vetados, por exemplo, está o que previa a quitação de dívidas contraídas por mini e pequenos produtores rurais e agricultores familiares. Também foram barrados dispositivos que davam desconto no âmbito do Fundo de Terras e da Reforma Agrária e em operações de crédito rural vencidas ou a vencer destinadas à atividade cacaueira contratadas há mais de sete anos.

 

- Combustível do Futuro: O presidente vetou três trechos do projeto do Combustível do Futuro, entre eles o que tratava da forma de tributação do Certificado de Garantia de Origem de Biometano (CGOB). Também foi barrado o trecho que definia diretrizes para a aquisição de biometano por comercializadores e importadores de gás natural.

 

- Atualização da Lei Geral do Turismo: O presidente barrou vários trechos da nova lei, entre eles a flexibilização de regras para hospedagem de crianças e adolescentes em hotéis e a exceção ao uso de responsabilidade solidária nos casos de falência e recuperação de empresas do setor.

 

- Desenrola Agência Reguladoras: Lula vetou parte do programa Desenrola Agências Reguladoras, incluído no projeto de lei da desoneração da folha de pagamentos, entre eles a criação de Centrais de Cobrança e Negociação de Créditos que seriam administradas pelo Poder Executivo por meio da Advocacia-Geral da União. Também foi vetado o trecho que previa a destinação de recursos prioritários para o desenvolvimento de sistemas de cobrança e de soluções negociáveis de conflitos à AGU e ao Ministério da Fazenda.

 

- Incentivos à indústria de semicondutores: Lula vetou a prorrogação até 2073 dos incentivos tributários, alegando que a Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2024 permite a prorrogação por no máximo cinco anos.

 

- Estatuto da segurança privada: O presidente barrou o trecho que previa que empresas privadas contratadas para fazer monitoramento de sistemas eletrônicos fizessem monitoramento de presos. Também retirou do texto a obrigatoriedade de pagamento de contribuição sindical patronal e laboral e a fixação de um prazo para a regulamentação da nova lei.

 

- Hidrogênio verde: Lula vetou o trecho do projeto que previa a concessão de créditos fiscais de mais de R$ 18 bilhões e a criação de um Programa de Desenvolvimento do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono (PHBC). Houve acordo no Congresso para que esse dispositivo fosse encaminhado em um novo projeto.

 

- Criação do Fundo de Investimento em Infraestrutura Social: O presidente vetou o trecho que definia os investimentos em infraestrutura social como investimentos em equipamentos e serviços públicos.

 

- Novo Ensino Médio: O presidente vetou a exigência de que vestibulares e o Enem incluíssem conteúdos dos chamados itinerários formativos em suas provas, além das disciplinas básicas já exigidas. Lula também barrou o trecho que estabelecia que as mudanças entrassem em vigor somente em 2027, o que faz com que, na prática, as regras sejam aplicadas já a partir de 2025.

 

- Mover: Lula barrou o trecho que possibilitava que veículos e autopeças fossem importados por pessoas físicas ou jurídicas de forma direta ou por um intermediário com o regime de incentivos tributários. Outro trecho vetado foi o benefício a caminhoneiros com caminhões que tenham motor que utilize gás natural.

 

- Marco dos Jogos Eletrônicos: Lula vetou o trecho que permitia que contribuintes abatessem 70% do Imposto de Renda que incidissem sobre as remessas ao exterior de remunerações por causa dos jogos ou de licenciamentos de jogos.

 

- Nova Lei de Licitações: O presidente vetou, em 2023, nove dispositivos da nova Lei de Licitações, entre eles um que determina que licitações de serviços especiais de engenharia com valor superior a R$ 1,5 milhão devem sempre ocorrer no modo de disputa fechado. Outro trecho barrado foi o que permitia que um terceiro se beneficiasse de um eventual saldo a liquidar inscrito em despesas empenhadas, caso a empresa vencedora da licitação tivesse seu contrato rescindido.

 

- Despacho gratuito de bagagem: Mais antigo veto em pauta no Congresso, trata-se de uma decisão do ex-presidente Jair Bolsonaro em 2022, que barrou o despacho gratuito de bagagens, uma demanda das empresas aéreas. O então presidente argumentou, à época, que essa medida "aumentaria os custos dos serviços aéreos" e "teria o efeito contrário ao desejado pelo legislador".

 

A seguir, os vetos mais recentes de Lula:

 

- Paten: Lula vetou um trecho do projeto que beneficiaria montadoras de carros elétricos, como a chinesa BYD. O dispositivo acrescentado pelo Congresso durante a tramitação incluía no Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores os "acumuladores elétricos e seus separadores, mesmo de forma quadrada ou retangular". Outro trecho vetado foi o que permitia que projetos rodoviários e de maquinários agrícolas tivessem acesso ao Fundo Clima.

 

- Regulamentação da tributária: Lula vetou uma série de trechos da lei complementar de regulamentação da reforma tributária, entre eles um que tratava da incidência do IBS e CBS sobre serviços financeiros considerados importados e outro com regras sobre o crédito presumido de IBS relativo a importação de bem para revenda na Zona Franca de Manaus.

 

- Criação de cargos e funções na Susep: O presidente vetou um trecho do Marco Legal dos Seguros que criava 16 novos cargos na Superintendência de Seguros Privados (Susep), a pedido dos ministérios da Fazenda, da Gestão e da Advocacia-Geral da União.

 

- Dívida dos Estados: Lula vetou o uso de recursos da exploração de recursos naturais para abater os juros da dívida dos Estados. Outro dispositivo que não foi sancionado pelo presidente é o que permitia que os repasses do Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional (FNDR), criado com a reforma tributária, fossem usados para abater os juros. Lula também não permitiu que os Estados reduzam seus débitos caso executem despesas do governo federal.

 

- Diabetes Tipo 1: Lula vetou integralmente o projeto que equiparava o diabetes tipo 1 a uma deficiência. De acordo com a justificativa dada pelo presidente, a proposta viola a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, que estabelece que a "deficiência resulta da interação entre a pessoa e as barreiras sociais, e não de uma condição médica específica". Além disso, a proposta também traria um impacto fiscal que não foi apresentado - outro motivo para o veto.

 

- Eólicas offshore: O presidente vetou "jabutis" incluídos no projeto das eólicas offshore. Um deles prorrogava contratos de usinas térmicas até 2050 e estabelecia a contratação obrigatória de quase 5 mil MW de pequenas centrais hidrelétricas. O projeto aprovado na Câmara tinha um impacto de 11% de aumento na conta de luz, pelos cálculos da consultoria PSR, feitas no início da tramitação, em 2023. Com a retirada de um "jabuti", o porcentual caiu para 9%.

 

- Indenização e pensão para vítimas do zika vírus: Lula vetou o projeto que concedia uma pensão mensal indenizatória a crianças vítimas do zika vírus. O texto estabelecia uma indenização de R$ 50 mil e uma pensão vitalícia de cerca de R$ 7.700 por mês. Em compensação, o presidente editou uma medida provisória repassando um pagamento único de R$ 60 mil às famílias das crianças vítimas da doença.

 

- Praia do Futuro (CE) como patrimônio cultural: Lula vetou um trecho do projeto de lei que reconhece as barracas de praia da Praia do Futuro (CE) como patrimônio cultural. O presidente considerou não ser necessário obrigar que as autoridades adotem medidas para garantir a manutenção da estrutura das barracas existentes.

 

- Produtores independentes no RenovaBio: O presidente vetou um trecho da proposta que permitia a tomada de créditos e contribuições tributárias pelas distribuidoras na aquisição dos créditos de descarbonização (CBios). O veto foi pedido pelos ministérios da Fazenda e do Planejamento, que argumentaram que o texto equiparava os créditos de descarbonização a insumos. Lula também vetou um dispositivo que equiparava os CBios aos demais valores mobiliários.

 

- Ajustes no Minha Casa Minha Vida: Lula vetou trechos do projeto que fazia ajustes no programa de habitação popular. O presidente vetou trechos que ampliavam os objetivos do Programa Nacional de Habitação Urbana (PNHU) para incluir entre suas funções a regularização fundiária.

 

- Emendas parlamentares: O presidente vetou a proibição ao bloqueio de emendas parlamentares impositivas. O dispositivo havia sido incluído pelos deputados e senadores como forma de blindar essas emendas de possíveis bloqueios realizados pelo Executivo.

 

- LDO 2025: Lula vetou uma série de dispositivos da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2025. Os principais se referem à blindagem dada às emendas parlamentares (impedindo o bloqueio delas, por exemplo) e ao crescimento do fundo partidário no mesmo ritmo da arrecadação federal - o que o governo considerou como incompatível com um regime fiscal "sustentável".

 

- Profissão de geofísico: O presidente vetou trechos do projeto que regula a profissão de geofísico, principalmente os que permitiam o exercício da profissão de pessoas formadas em instituições estrangeiras e os que aplicavam regras de outras profissões aos geofísicos.

 

- Pena para facilitação do turismo sexual: O presidente vetou o trecho que previa pena para aqueles que intermediarem ou facilitarem o transporte de pessoa que se prostitua.

 

- Condição de segurado especial dos associados em cooperativas: Lula sancionou a lei que estabelece que trabalhadores rurais associados a uma cooperativa mantêm a condição de segurados especiais da Previdência. O presidente, porém, vetou a possibilidade de associação ou exercício de atividade remunerada em quaisquer tipos de cooperativas.

 

- Atualizações no Mover: Lula vetou mudanças no Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), como a criação do Conselho Diretor do Fundo Nacional de Desenvolvimento Industrial e Tecnológico (FNDIT) no âmbito do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

 

- Regime disciplinar da Polícia Federal e da Polícia Civil do DF: O presidente vetou um trecho da lei que caracterizava como uma infração o ato de "praticar, incitar ou induzir ato que importe discriminação com base em raça, cor, etnia, religião, procedência nacional ou deficiência".

 

- Cadastro Nacional de Animais Domésticos: Lula vetou um dispositivo que classificava animais como "de estimação" ou "de entretenimento".

 

- Lei Pelé: Lula vetou a revogação de alguns dispositivos da Lei Pelé, como a regulamentação do Sistema Nacional de Desporto, e as regras para repasse de recursos públicos a entidades ligadas ao sistema, como o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).

 

- Dispensa da reavaliação periódica para aposentados por incapacidade permanente: O presidente vetou integralmente o projeto que pretendia dispensar da reavaliação periódica os aposentados com incapacidade permanente. O veto ocorreu em meio a um esforço do governo com um pente-fino em programas sociais e medidas de contenção de gastos, entre elas novos limites para a concessão do BPC (Benefício de Prestação Continuada).

 

- Cadastro Nacional de Pedófilos e Predadores Sexuais: Lula vetou o trecho que determinava que as informações no Cadastro Nacional de Pedófilos e Predadores Sexuais ficassem disponíveis para consulta pública pelo prazo de dez anos após o cumprimento integral da pena, salvo em caso de reabilitação.

 

- Participação da União no Fundo Garantidor de Operações (FGO): Lula vetou o trecho que estabelecia que a integralização de cotas pela União no FGO seria condicionada à dotação orçamentária específica. A lei sancionada pelo presidente aumentou em R$ 500 milhões a participação da União no FGO.

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Mais de 10 pessoas morreram nesta terça-feira, 29, após confrontos em um subúrbio da capital da Síria entre combatentes drusos e grupos pró-governo, disseram um monitor de guerra e um grupo ativista. Os dados de vítimas, no entanto, ainda são imprecisos.

Homens armados drusos sírios entraram em confronto nas últimas semanas com forças de segurança do governo e homens armados pró-governo no subúrbio de Jaramana, no sul de Damasco.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, sediado no Reino Unido, afirmou que pelo menos 10 pessoas foram mortas, quatro delas agressores e seis moradores de Jaramana. O coletivo de mídia ativista Suwayda24 afirmou que 11 pessoas foram mortas e 12 ficaram feridas. Outros relatos indicam até 14 mortos.

Os confrontos começaram por volta da meia-noite de segunda-feira, 28, depois que uma mensagem de áudio circulou nas redes sociais em que um homem estaria criticando o profeta Maomé.

O áudio foi atribuído ao clérigo druso Marwan Kiwan. Mas ele afirmou em um vídeo postado nas redes sociais que não era responsável pelo áudio, o que irritou muitos muçulmanos sunitas.

"Nego categoricamente que o áudio tenha sido feito por mim", disse Kiwan. "Eu não disse isso, e quem o fez é um homem perverso que quer incitar conflitos entre partes do povo sírio."

Na terça-feira à noite do horário local, representantes do governo e autoridades de Jaramana chegaram a um acordo para encerrar os conflitos, indenizar as famílias das vítimas e trabalhar para levar os perpetradores à justiça, de acordo com uma cópia do acordo que circulou em Jaramana e foi vista pela Associated Press.

Não ficou imediatamente claro se a trégua será mantida por muito tempo, já que acordos semelhantes no passado fracassaram posteriormente.

O Ministério do Interior afirmou em comunicado que estava investigando o áudio, acrescentando que a investigação inicial demonstrou que o clérigo não era responsável. O ministério pediu à população que cumpra a lei e não aja de forma a comprometer a segurança.

A liderança religiosa drusa em Jaramana condenou o áudio, mas criticou duramente o "ataque armado injustificado" no subúrbio. Instou o Estado a esclarecer publicamente o ocorrido.

"Por que isso continua acontecendo de tempos em tempos? É como se não houvesse um Estado ou governo no comando. Eles precisam estabelecer postos de controle de segurança, especialmente em áreas onde há tensões", disse Abu Tarek Zaaour, morador de Jaramana.

No final de fevereiro, um membro das forças de segurança entrou no subúrbio e começou a atirar para o alto, o que levou a uma troca de tiros com homens armados locais, resultando na sua morte. Um dia depois, homens armados vieram do subúrbio de Mleiha, em Damasco, para Jaramana, onde entraram em confronto com homens armados drusos, resultando na morte de um combatente druso e no ferimento de outras nove pessoas.

Em 1º de março, o Ministério da Defesa de Israel disse que os militares foram instruídos a se preparar para defender Jaramana, afirmando que a minoria que prometeu proteger estava "sob ataque" pelas forças sírias.

Os drusos são um grupo minoritário que surgiu como um desdobramento do ismaelismo, um ramo do islamismo xiita, no século X. Mais da metade dos cerca de 1 milhão de drusos em todo o mundo vive na Síria. A maioria dos outros drusos vive no Líbano e em Israel, incluindo as Colinas de Golã, que Israel conquistou da Síria na Guerra do Oriente Médio de 1967 e anexou em 1981.

Desde janeiro de 2025, o poder na Síria está nas mãos de um governo de transição liderado pelo presidente interino Ahmed al-Sharaa, líder da coalizão islamista que em janeiro derrubou o regime do presidente Bashar al-Assad, agora no exílio. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou nesta terça-feira, 29, que seu governo está se preparando para conversas com os Estados Unidos sobre novas sanções à Rússia, afirmando que é importante continuar a exercer pressão sobre as redes de influência de Moscou, bem como sobre todas as suas operações de fabricação e comércio.

"Estamos identificando exatamente os pontos de pressão que empurrarão Moscou de forma mais eficaz para a diplomacia. Eles precisam tomar medidas claras para acabar com a guerra, e insistimos que um cessar-fogo incondicional e total deve ser o primeiro passo. A Rússia precisa dar esse passo", escreveu o canal oficial de Zelensky no Telegram.

Além disso, o líder ucraniano enfatizou que o país está se esforçando para sincronizar suas sanções da forma mais completa possível com todas as da Europa.

Divergências apresentadas pelo Egito e pela Etiópia à reforma do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas impediram a divulgação de um comunicado conjunto após a reunião de ministros das Relações Exteriores do Brics. Em vez disso, foi divulgada nesta terça-feira, 29, uma declaração da presidência do grupo de ministros, ocupada atualmente pelo Brasil. Houve consenso nos demais temas debatidos.

O texto diz que os ministros presentes à reunião, que ocorreu nesta segunda e terça-feira no Palácio do Itamaraty, na região central do Rio de Janeiro, "apoiaram uma reforma abrangente das Nações Unidas, incluindo seu Conselho de Segurança, com vistas a torná-lo mais democrático, representativo, eficaz e eficiente, e a aumentar a representação de países em desenvolvimento nos quadros de membros do Conselho".

As mudanças teriam como objetivo uma resposta adequada "aos desafios globais prevalecentes" e apoiar "as aspirações legítimas dos países emergentes e em desenvolvimento da África, Ásia e América Latina, incluindo Brasil e Índia, de desempenhar um papel mais relevante nos assuntos internacionais, em particular nas Nações Unidas, incluindo seu Conselho de Segurança".

"Reconheceram também as aspirações legítimas dos países africanos, refletidas no Consenso de Ezulwini e na Declaração de Sirte", acrescenta o texto, que trouxe uma observação mencionando ter havido objeções dos representantes do Egito e Etiópia ao comunicado.

Ambos os países se opõem à eleição da África do Sul como país representante do continente africano. Em coletiva de imprensa, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, negou que tenha havido desacordo ou discordância.

"Não houve nenhum desacordo entre os países com relação às questões do Conselho de Segurança. O que acontece é que cada país tem posições e compromissos assumidos", argumentou Vieira a jornalistas, quando questionado sobre o impacto das divergências regionais no documento final. "Não houve nenhuma discordância, apenas cada país e países membros de grupos regionais, alguns africanos no grupo, apenas declararam suas posições e nós estamos trabalhando para compatibilizar todas as necessidades de cada um desses grupos para a declaração dos chefes de Estado."