Wajngarten tinha procuração de Bolsonaro para recuperar joias colocadas à venda nos EUA, diz PF

Política
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A Polícia Federal (PF) enviou nesta segunda-feira, 27, ao Supremo Tribunal Federal (STF) um relatório complementar sobre a participação do advogado Fábio Wajngarten, secretário de comunicação do governo Jair Bolsonaro (PL), no caso das joias. Os investigadores afirmam ter encontrado novas provas do envolvimento dele em uma operação para resgatar um conjunto de ouro rosé que, segundo a PF, havia sido colocado à venda nos Estados Unidos.

 

Procurado pelo Estadão, Wajngarten afirmou que a "espetacularização de atos formais e naturais nada mais é do que atestar a inocência de todos os envolvidos diante da tentativa vazia de buscar culpados onde sequer existam ilegalidades".

 

"Em nenhuma hipótese há qualquer envolvimento de minha parte além do assessoramento técnico que desde o primeiro momento foi de depositar tudo junto ao TCU cumprindo à determinação da época, bem como responder às questões de mídia e comunicação", disse.

 

Os policiais federais acharam uma procuração do ex-presidente Jair Bolsonaro para Fábio Wajngarten "retirar e transportar, por quaisquer meios e por quaisquer rotas (inclusive internacionais)" o chamado "Kit Ouro Rosé" - uma caneta, um anel, um par de abotoaduras, um rosário árabe e um relógio da marca suíça Chopard.

 

O arquivo - PROCURAÇÃO PARA TRANSPORTE DE BENS (1).pdf - foi encontrado no celular de Marcelo Câmara, ex-assessor de Bolsonaro. Em outro aparelho, também do ex-assessor, a PF localizou uma foto da mesma procuração assinada "possivelmente" com a rubrica de Bolsonaro.

 

Para os investigadores, a menção às "rotas internacionais" indica que as joias estavam no exterior e não na fazenda do ex-piloto de Fórmula 1 Nelson Piquet, em Brasília, como alegou Wajngarten.

 

"Fábio Wajngarten aderiu ao esquema criminoso, praticando atos executórios, dentro da divisão de tarefas estabelecidas pelos investigados, para recuperar as joias do denominado 'kit ouro rose', com a finalidade de trazê-las para o Brasil, ocultando a localização e movimentação das joias, assim como, escamotear os proventos auferidos por Jair Bolsonaro com a negociação dos demais itens desviados do acervo público", diz um trecho do documento.

 

A Polícia Federal indiciou, em julho do ano passado, o ex-presidente e mais 11 pessoas no inquérito das joias, incluindo Fábio Wajngarten, acusado de lavagem de dinheiro e associação criminosa. Os investigadores afirmam que Bolsonaro e seus aliados desviaram itens de alto valor do acervo da União.

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O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, brincou sobre a conversa que teve com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e disse que "não pintou química, pintou uma indústria petroquímica". A brincadeira tirou risos das pessoas que acompanhavam o discurso do presidente durante cerimônia de comemoração do dia dos professores, no Rio de Janeiro.

"Quando fui falar com o (Donald) Trump, não conhecia ele, a gente estava de mal. Tinha gerado uma química na ONU, 29 segundos, sabe. Então ele me ligou e eu disse que queria estabelecer uma conversa sem liturgia", contou o presidente, em tom de brincadeira. "Não pintou química, pintou uma indústria petroquímica. Amanhã ainda vamos ter uma conversa de negociação."

Lula não deu detalhes sobre essa conversa e com quem seria, mas a referência deve ser à reunião que o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, terá com o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, na quinta-feira.

Como mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), as equipes técnicas dos dois países já se reúnem nesta quarta-feira, em uma conversa preliminar que será o primeiro filtro das negociações em torno do tarifaço dos Estados Unidos para o Brasil.

A grande questão do momento é saber que pontos os EUA colocarão sobre a mesa: se apenas itens econômicos, ligados à taxação determinada pelo presidente Donald Trump e de futuras trocas de bens e serviços entre os dois países, ou também assuntos ligados a sanções a autoridades domésticas.

O presidente brasileiro também criticou, sem citar nominalmente, o deputado Eduardo Bolsonaro. "Chega de cidadãos indo para os EUA tentar inflar os americanos contra nós", afirmou.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deixou sérias dúvidas na terça-feira, 14, sobre o que pode acontecer com o apoio prometido à Argentina, caso o governo do presidente argentino, Javier Milei, sofra uma derrota nas eleições legislativas de 26 de outubro.

"Achamos que Milei vai ganhar as eleições, ele merece", pontuou Trump ao receber o presidente da Argentina na Casa Branca.

E destacou: "Se ele vencer seremos muito prestativos à Argentina, mas, se não, não vamos perder nosso tempo."

O republicano ainda comentou que Milei está perto de um "tremendo sucesso econômico".

Israel devolveu nesta quarta-feira, 15, a Gaza os restos mortais de 45 palestinos, elevando o número total entregue para 90 pessoas, informou o Ministério da Saúde deste território controlado pelo grupo terrorista Hamas. Em virtude do acordo de cessar-fogo impulsionado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Israel deve entregar os corpos de 15 palestinos para cada israelense falecido que o Hamas lhe entregar.

Na segunda-feira, 13, o grupo terrorista Hamas entregou os restos mortais de três reféns israelenses e um nepalês para ser repatriado, e na terça-feira, 14, outros três israelenses e um corpo ainda não identificado que, segundo o Exército informou nesta quarta, não era de nenhuma das pessoas que constavam na lista de reféns mortos. Ainda na segunda-feira, os últimos 20 reféns israelenses vivos dos ataques terroristas do Hamas em 7 de outubro de 2023 foram libertados.

O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, exigiu que o Hamas cumpra os requisitos estabelecidos no acordo de cessar-fogo sobre a devolução dos corpos dos reféns. "Não faremos concessões nisso e não interromperemos nossos esforços até devolvermos o último refém falecido", disse ele. (Com informações de agências internacionais)