Kassab afirma que Lula Não seria eleito hoje e chama Haddad de 'fraco'

Política
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Em tom de forte crítica ao governo Lula, o presidente do PSD, Gilberto Kassab - partido que integra a base aliada -, afirmou que, embora considere o presidente Luiz Inácio Lula da Silva um candidato forte, ele não seria reeleito se o pleito fosse hoje. A declaração foi feita durante painel da Latin America Investment Conference, evento realizado pelo UBS e o UBS BB nesta quarta, 29, no hotel Hyatt, em São Paulo. Kassab ainda chamou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de "fraco".

 

"Se fosse hoje, o PT não estaria na condição de favorito. Eles perderiam a eleição", declarou o dirigente. "Os partidos de centro estão criando uma alternativa para 2026."

 

O presidente do PSD criticou os rumos da economia e Haddad. "Não vejo articulação para reverter piora no cenário. Não vejo hoje nenhuma marca boa, como teve FHC (Fernando Henrique Cardoso) e Lula nos primeiros mandatos", afirmou Kassab.

 

"O sucesso da economia precisa de ministros da Economia fortes. Já tivemos FHC, Henrique Meirelles, Paulo Guedes. Eles comandavam. Hoje existe uma dificuldade do ministro Haddad de comandar", declarou Kassab, que também é secretário de Governo e Relações Institucionais do Estado de São Paulo. No governo Lula, o PSD ocupa três ministérios. "Haddad não consegue se impor no governo. Um ministro da Economia fraco é sempre um péssimo indicativo", complementou.

 

Em pleno debate em torno da reforma ministerial, Kassab deixou clara sua insatisfação e elogiou o governador paulista, Tarcísio de Freitas (Republicanos), a quem classificou como "candidato forte" no ano que vem. O teor das declarações do presidente do PSD diverge bastante do tom adotado em outubro passado, quando afirmou que "enfrentar Lula nunca é fácil" e que, em sua avaliação, o petista seria candidato em 2026.

 

Governadores

 

Ao citar Tarcísio, Kassab disse que o governador tem preferência por buscar a reeleição em São Paulo, mas destacou que os governadores do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), e do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), devem ter a prioridade do PSD na definição dos rumos da legenda para o pleito de 2026.

 

Ao mercado financeiro, Kassab recomendou que os investidores fiquem atentos a alguns nomes que, segundo ele, formam uma boa "nova safra" de políticos: Tarcísio, Leite, o prefeito do Recife, João Campos (PSB), o prefeito de Florianópolis, Topazio Neto (PSD), e o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD).

 

Como mostrou a Coluna do Estadão na terça-feira, 28, com o Congresso prestes a voltar do recesso e sob novo comando (as eleições na Câmara e no Senado ocorrem neste sábado), há um clima de desconfiança entre aliados de Lula em relação ao PSD de Kassab e ao União Brasil, que estariam se distanciando da pauta governista. Os dois casos envolvem as articulações das legendas para as eleições de 2026, e interlocutores de Lula ouvidos pela Coluna avaliaram que o governo já deve apostar em um novo "núcleo duro" na Câmara, formado por Republicanos, PP e MDB.

 

Kassab, por sua vez, não esconde o desejo de ser governador de São Paulo em um futuro próximo. O caminho que hoje se mostra mais viável é compor a chapa de Tarcísio à reeleição. Mas o próprio governador tem confidenciado a aliados que essa não será uma tarefa simples.

 

A começar pela resistência dos bolsonaristas a Kassab. Para interlocutores de Jair Bolsonaro (PL), o dirigente se tornou um desafeto do ex-presidente ainda durante seu mandato, quando nomes do PSD, como o senador Omar Aziz (AM), assumiram protagonismo na CPI da Covid, que representou enorme desgaste para a gestão Jair Bolsonaro.

 

O "jogo duplo" de Kassab, como costumam dizer bolsonaristas, com um pé no governo Lula e outro no de Tarcísio, está longe de ser o principal incômodo. Afinal, o próprio partido do governador também integra o primeiro escalão do governo federal.

 

'Autonomia'

 

Ao Estadão, Kassab afirmou que as bancadas do PSD na Câmara e no Senado discutem a composição do governo com "autonomia". "Aqui, em São Paulo, o PSD vai apoiar o Tarcísio e ele vai liderar o processo (de escolha da chapa em 2026)", disse.

 

Kassab já declarou, em entrevista ao portal UOL, que Bolsonaro foi o pior presidente com quem conviveu. Em 2022, seu partido escolheu a neutralidade na corrida ao Planalto. Mas o que realmente azeda a relação com o bolsonarismo hoje - e isso inclui o próprio ex-presidente - é a falta de um posicionamento do cacique em relação à inelegibilidade de Bolsonaro e à anistia dos envolvidos nos atos golpistas do 8 de Janeiro.

 

Interlocutores de Bolsonaro afirmam que, se Kassab mantiver a postura, o ex-presidente deverá vetar seu nome para compor a chapa de Tarcísio. Eles reconhecem, no entanto, que a relação já foi mais tensa e que, atualmente, há espaço para diálogo. A participação no governo Lula, segundo aliados, torna o acerto mais complexo, mas não inviável. O que se espera é que Kassab faça acenos ao grupo, por exemplo, se posicionando a favor da anistia ou contra a "perseguição" a Bolsonaro.

 

O posicionamento do PSD na eleição de 2026 também entra na conta para uma possível conciliação entre Kassab e Bolsonaro. Um interlocutor do ex-presidente afirmou que, para ser vice de Tarcísio em São Paulo, Kassab terá, no mínimo, de não apoiar a reeleição de Lula.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos Jr., ofereceu nesta quinta-feira, 29, a remoção de um sistema de mísseis de médio alcance dos Estados Unidos no país se a China interromper o que ele classificou como "comportamento agressivo e coercitivo" no Mar da China Meridional.

Anteriormente, os chineses exigiram que as Filipinas removessem o sistema americano, instalado no ano passado, dizendo que estava "incitando o confronto geopolítico e uma corrida armamentista".

Hoje, no entanto, o líder filipino afirmou que não entendia a posição da China, que possui sistemas "mil vezes mais poderosos".

"Vamos fazer um acordo com a China: parem de reivindicar nosso território, parem de assediar nossos pescadores e deixem que eles tenham uma vida, parem de abalroar nossos barcos, parem de atirar canhões de água em nosso povo, parem de disparar lasers contra nós e parem com seu comportamento agressivo e coercitivo, e devolveremos os mísseis Typhoon", disse em coletiva com jornalistas.

O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que não houve sobreviventes do acidente de avião em Washington, que ocorreu na noite desta quarta-feira, 29. Em coletiva de imprensa na tarde desta quinta, 30, o republicano culpou, sem provas, as políticas de diversidade pelo acidente, mas também disse estranhar a falta de movimentação do helicóptero militar poucos segundos antes da colisão.

"Falo com vocês hoje em angústia. Estamos todos de coração partido pelas vidas perdidas nesta noite trágica", disse Trump, ao iniciar a coletiva. "Ainda não sabemos exatamente o que levou ao acidente, mas temos teorias e uma boa ideia do que aconteceu."

O presidente americano disse que o Departamento de Transportes, Administração Federal de Aviação (FAA) e o exército militar dos EUA estão conduzindo investigações. Trump nomeou Chris Rocheleau, um executivo de alto nível do ramo da aviação, para conduzir o cargo de presidente interino da FAA. Até a nomeação de Rocheleau, a agência federal americana enfrentava a crise provocada pelo acidente sem uma liderança, após Michael Whitaker sair do cargo em 20 de janeiro, dia da posse do republicano, na esteira de rusgas com o bilionário e dono da Space X, Elon Musk.

Segundo Trump, a culpa do acidente está no rebaixamento do nível de qualidade das contratações durante a gestão de Joe Biden. Sem evidências, o presidente americano culpou as políticas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) pelo acidente e disse que suas ordens executivas para reformular o quadro de funcionários federais deve "resolver este problema".

Trump repetiu diversas vezes que apenas pessoas "sãs e com inteligência superior", sem condições psiquiátricas e deficiências, devem operar o tráfego aéreo. Ao mesmo tempo, lançou dúvidas sobre a postura do piloto do helicóptero, evitando dar detalhes sobre suas conclusões. "Não está claro se ele é o culpado, mas em algum momento começamos a nos questionar porque ele não tentou se mover e mudar de rota", disse.

Sobre as vítimas, Trump afirmou que ainda não tem os nomes dos passageiros que estavam no avião, contudo, revelou que haviam cidadãos de outros países além dos dois patinadores artísticos da Rússia já identificados.

O grupo terrorista Hamas libertou oito reféns nesta quinta-feira, 30, na terceira semana do cessar-fogo com Israel na Faixa de Gaza. Os israelenses Gadi Moses, Agam Berger e Arbel Yehud saíram do cativeiro junto com cinco tailandeses. Todos já estão em Israel.

A primeira refém, a soldado israelense Agam Berger, foi libertada no norte de Gaza, pelo Hamas. Ela foi capturada em uma base militar perto da fronteira com o enclave palestino junto de outras quatro militares que foram libertadas no sábado passado, 25.

Agam, de 20 anos, teve que acenar e subir em um palco em frente de uma multidão de palestinos no campo de refugiados de Jabália.

O governo israelense divulgou fotos e vídeos do reencontro da ex-refém com sua família.

Cenas caóticas

Horas depois, o grupo terrorista Jihad Islâmica libertou o restante dos reféns na cidade de Khan Yunis, em frente a casa destruída do ex-líder do Hamas em Gaza, Yahya Sinwar, que foi morto pelas forças israelenses em outubro do ano passado.

A libertação destes sequestrados foi adiada por conta da imensa multidão que cercava os carros onde estavam os reféns e os veículos da Cruz Vermelha.

Durante a entrega dos reféns, Arbel Yehud, de 29 anos, parecia atordoada enquanto era escoltada por terroristas da Jihad Islâmica até a Cruz Vermelha.

Os veículos da organização transportaram os reféns para as forças israelenses dentro de Gaza e todos já estão em território israelense.

O governo de Israel indicou que Thenna Pongsak, Sathian Suwannakham, Sriaoun Watchara, Seathao Bannawat e Rumnao Surasak são os nomes dos sequestrados tailandeses que foram libertados, segundo o gabinete do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu.

O governo israelense estima que oito cidadãos do país asiático seguem em cativeiro e dois deles são considerados mortos.

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, celebrou a volta dos reféns, mas condenou a entrega caótica dos sequestrados. Ele apelou aos mediadores internacionais do cessar-fogo para que eventos semelhantes sejam evitados.

Prisioneiros palestinos

Israel deve libertar 110 prisioneiros palestinos nesta quinta-feira, mas de acordo com o Canal 12 de Israel, Netanyahu suspendeu a liberação dos prisioneiros como forma de protesto pela maneira que os reféns israelenses foram entregues à Cruz Vermelha.

Cerca de 30 dos prisioneiros que serão soltos estão servindo penas de prisão perpétua em Israel por ataques terroristas contra israelenses. Zakaria Zubeidi, um terrorista que chegou a fugir da prisão em 2021, está entre os que serão soltos.

Os reféns e os prisioneiros deveriam ser libertados no final de semana, mas Israel demandou a libertação de Arbel Yehud nesta quinta-feira porque o acordo de trégua previa que todos os civis deveriam ser libertados antes dos militares. Tel-Aviv chegou a proibir a passagem de palestinos para o norte de Gaza por conta da questão, mas recebeu uma prova de vida da refém e permitiu a passagem.

No próximo sábado, 1º de fevereiro, três reféns devem ser libertados. Dessa vez, todos serão homens. Fonte: Associated Press.