Eduardo Bolsonaro acusa Van Hattem de 'dividir' direita na eleição da Câmara: 'Não tem moral'

Política
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O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) rebateu neste domingo, 2, uma publicação compartilhada por Marcel van Hattem (Novo-RS), após o parlamentar comemorar os 31 votos que recebeu na eleição para a presidência da Câmara, realizada no sábado, 1º.

O PL, maior partido da oposição, e outros partidos de direita, como o Republicanos, haviam fechado apoio a Hugo Motta (Republicanos-PB), enquanto Van Hattem se lançou como alternativa nesse campo, provocando críticas de parte do bolsonarismo.

"'Ainda reduzida', mas que vai explodir em 2026. Sem contar nas nossas candidaturas ao Senado. Bora!!!", escreveu Marcel van Hattem no X, ao compartilhar uma publicação do também deputado federal Ricardo Salles (Novo-SP), que o parabenizou pelo desempenho na eleição para presidência da Câmara.

Em resposta, Eduardo Bolsonaro afirmou que o desempenho de Van Hattem se deve ao crescimento da bancada do PL e que o deputado recebeu mais votos de parlamentares do PL do que do partido dele, o Novo, que conta com apenas quatro deputados na Casa.

"A sua votação para presidente da Câmara aumentou porque o partido de Bolsonaro passou de 36 deputados (foi o que ele levou para o PL em 2021) para cerca de 100 após a eleição de 2022. Você sabe que teve mais votos de deputados do PL do que do seu partido, o Novo", escreveu Eduardo Bolsonaro.

Eduardo Bolsonaro também acusou Marcel van Hattem de se beneficiar da popularidade da onda bolsonarista em 2022, quando se elegeu deputado federal, enquanto adota uma postura contrária à orientação de Jair Bolsonaro (PL). O ex-presidente havia orientado os deputados do PL e de outros partidos de direita a votarem em Motta, que foi eleito com 444 votos.

"Um político que se elegeu em 2022 fazendo vídeo com Bolsonaro - e vai buscar fazer de novo em 2026 - mas que atua na política divergindo da orientação de Bolsonaro, não tem moral para falar dos outros. Aí está a verdadeira divisão da direita. E a troco de que? De dar palanque para vocês tentarem se turbinar para as próximas eleições? Os números da sua própria eleição mostram que não é por aí", completou Eduardo.

Como mostrou o Estadão, a postura de Marcel van Hattem criou desconforto e incertezas dentro do PL momentos antes da eleição, devido ao risco de que o deputado atraísse votos de parlamentares mais radicais do partido.

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O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, disse neste domingo, 2, ao presidente do Panamá, José Raúl Mulino, que o país deve reduzir a presença chinesa na região do Canal do Panamá ou poderá enfrentar retaliações do governo de Donald Trump, segundo comunicado do Departamento de Estado americano.

A Casa Branca considera que a atuação de empresas chinesas nos portos que cercam o canal compromete a neutralidade da via, transferida ao Panamá em 1999. Durante a reunião em Cidade do Panamá, Rubio afirmou que o presidente dos EUA já fez uma "determinação preliminar" de que a influência chinesa viola o tratado que rege a administração do canal. "O secretário Rubio deixou claro que esse status quo é inaceitável e que, sem mudanças imediatas, os Estados Unidos terão de tomar medidas para proteger seus direitos sob o tratado", afirmou o Departamento de Estado.

O governo panamenho minimizou o risco de um impasse com Washington. "Não vejo uma ameaça real ao tratado e sua validade", disse Mulino, após o encontro. Ele reconheceu que a presença da China nos portos que dão acesso ao canal preocupa os EUA, mas destacou que a concessão da empresa Hutchison Ports, responsável pela operação, está sendo auditada e pode ser revisada. Mulino também anunciou que o Panamá não renovará sua adesão à Iniciativa do Cinturão e Rota da China, acordo que busca expandir a influência econômica de Pequim pelo mundo por meio de investimentos em infraestrutura.

A visita de Rubio ocorre em meio a uma escalada na política externa de Trump na América Latina, com aumento da pressão sobre aliados regionais. No sábado (1º), os EUA impuseram tarifas de 25% sobre importações do México e do Canadá e elevaram em 10% os impostos sobre produtos chineses, provocando retaliações imediatas.

Rubio também cobrou do Panamá maior cooperação no controle da imigração e no combate ao tráfico de drogas, agradecendo Mulino pelo compromisso de reforçar as deportações de migrantes. Segundo o Departamento de Estado, os EUA estudam rever a suspensão de programas de assistência externa na América Central, mas detalhes sobre eventuais exceções ainda não foram divulgados.

O encontro gerou protestos em Cidade do Panamá, onde cerca de 200 manifestantes carregaram bandeiras panamenhas e cartazes contra a presença de Rubio. Alguns participantes queimaram um banner com imagens do secretário de Estado e de Trump, antes de serem bloqueados por forças de segurança no caminho para o Palácio Presidencial. Rubio seguirá viagem para El Salvador, Costa Rica, Guatemala e República Dominicana nos próximos dias.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou neste domingo que o Canadá deveria se tornar o "precioso 51º Estado" de seu país.

Como argumento, Trump diz que os EUA pagam "centenas de bilhões de dólares para subsidiar o Canadá" e que, "sem esse subsídio massivo, o Canadá deixa de existir como um país viável".

O presidente disse ainda que os EUA não precisam de nada que o Canadá tenha. "Temos energia ilimitada, deveríamos fazer nossos próprios carros, e temos mais madeira do que jamais poderemos usar", afirmou, em rede Truth Social, neste domingo, 2.

"Portanto, o Canadá deveria se tornar nosso precioso 51º Estado. Muito menos impostos, e proteção militar muito melhor para o povo do Canadá - e sem tarifas!"

Tarifas

Os Estados Unidos anunciou tarifas de 25% sobre importações do Canadá a partir de terça-feira, 4, com exceção dos recursos energéticos (petróleo, gás natural e eletricidade), que terão tarifa de 10%.

O país também anunciou tarifa de 25% sobre produtos do México e uma tarifa adicional de 10% sobre produtos da China.

Em retaliação, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, anunciou taxas de 25% sobre até US$ 155 bilhões (R$ 903 bilhões) em importações dos EUA.

O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, afirmou neste domingo que o presidente russo, Vladimir Putin, "teme negociações diretas com a Ucrânia" e, por isso, "sinaliza desesperadamente que quer conversar - não conosco, mas com (o presidente dos EUA, Donald) Trump, com a América".

"Em sua mente, isso (negociar diretamente com a Ucrânia) significaria derrota e fraqueza. Em vez disso, ele insiste na velha narrativa de que esta é uma guerra entre o Ocidente e a Rússia - porque admitir que está perdendo para a Ucrânia é insuportável para ele", escreveu na rede social X.

Segundo Zelenski, conversas entre Rússia e Trump, sem a Ucrânia, "não levarão a resultados". O presidente ucraniano acrescenta que "se o presidente Trump e eu discutirmos etapas concretas para terminar esta guerra, e definirmos claramente o caminho a seguir - então, talvez depois disso, ele possa conversar com os russos".

Zelenski defende que "quaisquer conversas entre EUA e Rússia sobre a Ucrânia sem a Ucrânia são perigosas", argumentando que se o mundo fizer concessões a Putin e permanecer impune diante da guerra, uma mensagem perigosa seria enviada: a de que agressão funciona. "Outros líderes autoritários verão que ele destruiu a soberania da Ucrânia e saiu impune."