Tarifas dos EUA sobre o Canadá são suspensas por pelo menos 30 dias, diz Trudeau

Política
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O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, declarou no início da noite desta segunda-feira, 3, que as tarifas de 25% impostas pelos Estados Unidos, sob ordem executiva de Donald Trump, serão adiadas por pelo menos 30 dias após o canadense prometer mais cooperação na fronteira.

 

Trump havia prometido que as tarifas impostas às importações canadenses entrariam em vigor a partir desta terça-feira, 4. Mas a decisão foi suspendida, segundo o Canadá, após uma ligação entre Trump e Trudeau nesta segunda-feira.

 

Em uma declaração na plataforma social X, o primeiro-ministro canadense Justin Trudeau disse que em uma ligação com Trump, ele prometeu cooperação adicional na segurança da fronteira.

 

"As tarifas propostas serão pausadas por pelo menos 30 dias enquanto trabalhamos juntos", disse Trudeau. Ele afirmou que o Canadá seguiria adiante com seu plano de reforço de fronteira de 1 bilhão de dólares canadenses (US$ 680,9 milhões), e implantaria tecnologia e equipe adicionais.

 

O premiê canadense ainda disse que o Canadá nomearia um "czar do fentanil" e iria "listar cartéis como terroristas, garantir vigilância 24 horas por dia, 7 dias por semana na fronteira, lançar uma Força de Ataque Conjunta Canadá-EUA para combater o crime organizado, o fentanil e a lavagem de dinheiro".

 

Logo após o anúncio de Trudeau, Trump confirmou no Truth Social que ele pausará a ameaça de impor tarifas "para ver se um acordo econômico final com o Canadá pode ser estruturado".

 

Acordo semelhante ao do México

 

Trump havia determinado no sábado que tarifas de 25% sobre a maioria das importações dos dois parceiros americanos - e 10% sobre produtos energéticos canadenses - entrassem em vigor à meia-noite de terça-feira. As duas nações ameaçaram retaliações próprias, aumentando as perspectivas de uma guerra comercial regional mais ampla.

 

Mais cedo Trump acusou o Canadá de tratar mal os Estados Unidos em suas relações comerciais. Ele cobrou de Trudeau que os bancos americanos tenham acesso ao mercado financeiro do país, o que hoje é vedado pela restrita legislação local.

 

Em uma conversa com jornalistas no Salão Oval da Casa Branca antes da ligação, Trump adotou uma posição agressiva e disse que os Estados Unidos não precisavam do Canadá para fabricar carros ou comprar madeira, dizendo mais uma vez que gostaria de ver o país se tornar o 51º Estado americano.

 

"Não somos bem tratados pelo Canadá. Por exemplo, os bancos não têm permissão para fazer negócios no Canadá. O Canadá é muito duro", disse Trump.

 

Questionado na entrevista se havia algo Trudeau poderia oferecer para evitar as tarifas, Trump disse que não sabia. "Temos grandes déficits com o Canadá, como temos com todos os países."

 

Trump ainda desdenhou dos produtos canadenses importados pelos EUA. "Não precisamos deles para construir nossos carros. Eu preferiria que Detroit, a Carolina do Sul ou qualquer um de nossos estados do Tennessee construíssem os carros. Eles poderiam fazer isso com muita facilidade. Não precisamos deles para os carros. Não precisamos deles para a madeira. Não precisamos deles para nada".

 

O telefonema com Trudeau - bem como as conversas que ele espera ter nas próximas 24 horas com o líder chinês Xi Jinping, cujo país também é alvo de Trump - se segue a um acordo alcançado com o México que suspendeu as tarifas em troca de uma maior vigilância militar da fronteira do lado mexicano.

 

O acordo foi firmado dois dias depois que Trump também anunciou tarifas. O presidente disse que imporia as tarifas até que os países aliviassem o fluxo de migrantes e drogas, especialmente o fentanil, para os Estados Unidos.

 

Embora Trump tenha incluído uma isenção parcial para as exportações canadenses de energia e petróleo, com tarifas de 10%, ele reconheceu no fim de semana que suas tarifas, que abrangem países que respondem por mais de um terço dos produtos trazidos para o país, poderiam causar "alguma dor" para os consumidores.

 

O Canadá já havia anunciado taxas retaliatórias de 25% sobre os produtos americano. Além disso, produtos americanos começaram a ser boicotados em lojas americanas por iniciativa de alguns canadenses críticos a Trump.

 

A China, por sua vez, prometeu entrar com um processo contra os Estados Unidos na Organização Mundial do Comércio e tomar "contramedidas correspondentes" em resposta às tarifas que poderiam aumentar o custo dos produtos on-line.

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O secretário de Estados dos EUA, Marco Rubio, disse nesta terça, 11, que a Ucrânia deu um passo positivo ao aceitar o cessar-fogo de 30 dias proposto pelos americanos e espera que os russos retribuam. "A bola agora está no campo da Rússia em relação à paz na Ucrânia".

Rubio declarou à jornalistas que o único jeito de sair da guerra é com uma negociação e que o cessar-fogo "é um início para as discussões de como acabar com a guerra de forma permanente".

Em coletivo junto ao secretário de Estado, o assessor de segurança nacional dos EUA, Mike Waltz, afirmou que irá falar com seu homólogo russo nos próximos dia.

Sobre prazos para assinatura de um acordo, Waltz e Rubio disseram que querem realizá-lo o mais cedo possível.

O Hamas anunciou nesta terça-feira, 11, o início das negociações com Israel e um representante dos Estados Unidos para a segunda fase de um cessar-fogo na Faixa de Gaza. "Esperamos que esta rodada traga avanços significativos para o início da próxima fase das negociações, pavimentando o caminho para o fim da agressão, a retirada da ocupação de Gaza e a conclusão de um acordo de troca de prisioneiros", afirmou o grupo.

O Hamas também declarou que o governo dos EUA, sob a liderança de Donald Trump, é responsável "politicamente, legalmente, humanitariamente e moralmente" pelo apoio irrestrito ao governo de ocupação extremista de Israel, que, segundo o grupo, comete crimes de assassinato e deslocamento forçado contra o povo palestino.

Em um comunicado, o movimento exigiu que a comunidade internacional, junto a organizações humanitárias e de direitos humanos, pressione Israel para interromper as "graves violações" que, segundo o Hamas, podem "ameaçar" a segurança e a estabilidade na região e no mundo.

O primeiro-ministro da província canadense de Ontário, Doug Ford, alertou nesta terça, 11, sobre uma possível "recessão Trump" e afirmou que não "hesitará" em interromper as exportações de energia elétrica para os Estados Unidos, caso o republicano continue a "prejudicar famílias canadenses".

Em entrevista à CNBC, Ford declarou: "Se entrarmos em uma recessão, ela será chamada de recessão Trump". Ao ser questionado sobre a possibilidade de paralisar as exportações de eletricidade, ele acrescentou: "Essa é a última coisa que eu quero fazer. Eu quero enviar mais eletricidade para os EUA, para nossos aliados mais próximos ou nossos melhores vizinhos do mundo. Quero enviar mais eletricidade."

No entanto, Ford destacou que a energia é uma "ferramenta em nosso arsenal" no contexto da guerra comercial promovida por Trump. "À medida que ele Trump continua prejudicando as famílias canadenses, as famílias de Ontário, eu não hesitarei em fazer isso. Essa é a última coisa que eu quero fazer", completou.

As declarações de Ford ocorreram após Trump anunciar uma tarifa adicional de 25% sobre o aço e alumínio canadenses, elevando a taxa para 50%, em resposta à sobretaxa de 25% imposta por Ontário sobre a eletricidade exportada para os EUA.