Genial/Quaest: Haddad e Eduardo Bolsonaro lideram rejeição entre possíveis candidatos em 2026

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

A pesquisa da Genial/Quaest divulgada nesta segunda-feira, 3, mostra Fernando Haddad e Eduardo Bolsonaro como os candidatos que enfrentariam maior rejeição entre os eleitores, caso as eleições presidenciais fossem hoje. O levantamento avaliou 12 lideranças nacionais quanto ao potencial de voto, de rejeição e a serem ou não conhecidos dos entrevistados.

O atual ministro da Fazenda aparece com 56% de rejeição entre eleitores que afirmam conhecê-lo mas não consideram votar nele. O índice de Eduardo Bolsonaro é de 55%. O ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro Ciro Gomes vêm logo em seguida, ocupando, respectivamente, o terceiro e quarto lugares com 53% e 52% de rejeição.

Os outros nomes testados foram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva; o cantor Gusttavo Lima; a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro; o coach Pablo Marçal (PRTB); o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); o governador paranaense, Ratinho Júnior (PSD); o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo); e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil).

Caiado e Zema foram os possíveis candidatos com maior aceitação entre os entrevistados, com rejeição de 21% e 23%, respectivamente. No entanto, lideram como os que os eleitores mais afirmaram não conhecer (68% e 62%). Ratinho Júnior e Tarcísio aparecem empatados em rejeição, com 32%. Pablo Marçal tem 42%; o presidente Lula e Michelle Bolsonaro, 49% e, Gusttavo Lima, 50%. No ranking dos mais desconhecidos pelos entrevistados, Ratinho Júnior e Tarcísio seguem Caiado e Zema, com 51% e 45%.

Em relação às intenções de voto, o levantamento simulou diferentes cenários para as eleições de 2026, com Lula variando entre 28% quando Tarcísio está na disputa e 33% no cenário sem Tarcísio, Marçal e Eduardo Bolsonaro.

No principal cenário, Lula aparece com 30% das intenções de voto, seguido por Tarcísio de Freitas com 13%, Gusttavo Lima com 12%, Pablo Marçal com 11% e Ciro Gomes com 9%. Romeu Zema e Ronaldo Caiado registraram 3% cada - cenário considerado o mais competitivo, por incluir o maior número de nomes testados, com exceção de Eduardo Bolsonaro. Indecisos somam 5% e brancos e nulos, 14%.

A pesquisa ouviu de forma presencial 4.500 brasileiros com 16 anos ou mais entre os dias 23 e 26 de janeiro deste ano. A margem de erro é de um ponto porcentual e o índice de confiabilidade é de 95%.

Em outra categoria

O primeiro colocado para as próximas eleições alemãs disse nesta segunda-feira, 3, que o partido Alternativa para a Alemanha (AfD), de extrema direita, é seu "oponente mais importante" e que seu partido "nunca" trabalhará com ele, após uma semana em que foi acusado de quebrar um tabu ao lidar com a extrema direita.

O bloco Union, do líder da oposição de centro-direita Friedrich Merz, tem liderado as pesquisas antes da eleição de 23 de fevereiro. Mas ele foi alvo de protestos depois de apresentar uma moção ao parlamento pedindo que a Alemanha rejeitasse muito mais migrantes em suas fronteiras. A medida foi aprovada por pouco, graças ao apoio do partido de extrema direita.

Merz, determinado a provar o compromisso de seu partido com uma abordagem mais rígida em relação à migração, rejeitou as críticas. Ele afirmou que sua posição permanece inalterada e que não trabalhou e não trabalhará com a AfD, que está em segundo lugar nas pesquisas recentes.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, sinalizou uma resposta de maneira decisiva se a União Europeia for alvo de tarifas por parte do governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

"Em sendo alvo injustamente e arbitrariamente, a União Europeia responderá firmemente", disse Von der Leyen em fala após encontro informal para debate de ideias de líderes do bloco nesta segunda-feira, 3, em Bruxelas. A dirigente disse que a UE está pronta para o diálogo com os EUA.

O encontro também discutiu os preparativos para os próximos passos para tornar a Europa um ator de segurança e defesa mais resiliente e mais confiável, tornando-se assim um parceiro transatlântico mais forte, também no contexto da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

De acordo com Von der Leyen, a comissão apresentará um "white paper" em março sobre defesa. Um "white paper" equivale a um relatório para promover ou destacar os recursos de uma solução, produto ou serviço que possa ser oferecido ou planejado.

"Precisamos elevar os gastos com defesa", disse a presidente da comissão, citando ainda que a coordenação na defesa do bloco precisa ser fortalecida para ganhar escala. "Ameaças que enfrentamos na defesa são crescentes, precisamos ser mais fortes", disse.

Defesa preocupa dentro e fora da União Europeia, afirmou a dirigente, que ressaltou que o propósito da reunião é que o grupo fique preparado, já que ainda não está para lidar com os novos desafios.

O encontro contou com a presença do secretário-geral da Otan, Mark Rutte, e o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer.

Para um representante da UE, o bloco pode fazer muito em conjunto com Reino Unido para endereçar questão da defesa, enquanto o bloco pretende manter o apoio à Ucrânia.

As tarifas de 25% dos Estados Unidos sobre as importações do México anunciadas pelo presidente Donald Trump, que deveriam entrar em vigor na terça-feira, 4, serão suspensas por um mês, segundo os governos dos dois países, após um acordo negociado entre o republicano e a presidente Claudia Sheinbaum nesta segunda-feira, 3.

Em troca da pausa na aplicação de tarifas contra suas exportações aos EUA, o México reforçará a fronteira com 10 mil homens da Guarda Nacional para combater o tráfico de drogas, especialmente de fentanil, um opioide sintético responsável pela maior parte das overdoses nos EUA nos últimos anos.

Além disso, os EUA concordaram em ampliar a fiscalização de armas traficadas na direção sul da fronteira. "Nossas equipes começarão hoje a trabalhar em duas áreas: segurança e comércio", disse Sheinbaum nesta segunda-feira.

Durante essa pausa de um mês nas tarifas, haverá negociações entre os dois países sobre segurança na fronteira e comércio, e um novo acordo que evite as tarifas pode ser alcançado, segundo o presidente americano. Trump, por sua vez, chamou a conversa com a colega mexicana de muito amigável. "Nós concordamos em suspender imediatamente as tarifas previstas por um período de um mês durante o qual teremos negociações" escreveu ele na Truth Social.

No sábado, dia 1º, Trump assinou três decretos para impor tarifas de 25% sobre produtos do México e do Canadá, além de taxar em 10% as importações da China. O decreto provocou um alvoroço nos mercados. As bolsas europeias e asiáticas abriram em queda nesta segunda-feira, 3, e o dólar disparou. Com o acordo anunciado, a moeda americana voltou a cair.

No fim de semana, o governo mexicano chegou a anunciar medidas de retaliação. "Rejeitamos categoricamente a calúnia da Casa Branca de que o governo mexicano tem alianças com organizações criminosas, assim como qualquer intenção de interferir em nosso território", escreveu Sheinbaum.

Desta vez, a presidente mexicana exaltou o acordo. Apesar de a guerra comercial ter sido evitada, pelo menos por enquanto, Sheinbaum disse que pretende iniciar um projeto de substituições de importações no México, para tornar o país mais independente, sobretudo de compras vindas da China, o que também deve agradar Trump.

O drama do fentanil

A DEA, o departamento antidrogas do governo americano apreendeu no ano passado 9,9 toneladas de fentanil nas fronteiras americanas, segundo dados do próprio departamento. Pelo menos 99% dessa droga vem do México e apenas 1%, do Canadá. Os números caíram 19% na comparação com o ano anterior.

O fentanil é o principal responsável por overdoses seguidas de morte nos EUA, mas no último ano o número de mortes relacionadas ao consumo excessivo de drogas no país caíram 21% segundo o Centro para o Controle de Doenças (CDC), depois de terem chegado a um pico de 114 mil mortes em 2022.

Um dos motivos para isso, segundo analistas, é o uso de remédios que podem ajudar a prevenir overdoses, que tem se popularizado entre usuários.

Uma das principais promessas de campanha de Trump foi combater o tráfico de fentanil nas fronteiras. Ao aplicar as tarifas contra Canadá, China e México, ele citou o fluxo das drogas vindo desses três países como motivo para as punições comerciais.

Enquanto quase a totalidade da droga vem do México, o volume de fentanil traficado via Canadá é irrisório. A China é historicamente o principal fornecedor da matéria prima sintética da droga para cartéis mexicanos.

Um acordo fechado com o governo Biden em agosto do ano passado, fez com que essas substâncias químicas começassem a rarear a partir de agosto do ano passado. Como resultado, as apreensões de fentanil caíram pela metade nos últimos meses do ano.

Reação de Canadá e China

O Canadá retaliou no fim de semana ao anúncio de Trump com a aplicação de tarifas de 25% contra importações americanas. A China, por sua vez, prometeu entrar com um processo contra os Estados Unidos na Organização Mundial do Comércio e tomar "contramedidas correspondentes para salvaguardar firmemente seus direitos e interesses".

Os chineses afirmaram também que as tarifas poderiam comprometer a luta bilateral contra o narcotráfico, em um sinal de que o acordo de combate às matérias primas de fentanil poderia estar em risco.

Trump disse pela manhã que conversou com o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, sobre as tarifas e eles voltariam a conversar à tarde.

Segundo uma fonte do governo canadense, no entanto, não há otimismo quanto à possibilidade de se chegar a um acordo. (Com agências internacionais).