Entenda o acordo oferecido aos réus do 8 de Janeiro para ficarem fora da prisão

Política
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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, afirmou nesta segunda-feira, 3, que um acordo foi oferecido a dois terços dos golpistas de 8 de Janeiro para que não precisassem cumprir a pena na prisão. Segundo o ministro, entretanto, mais da metade recusou ou não respondeu à proposta oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

O acordo de não persecução penal foi oferecido apenas a quem participou das manifestações golpistas em frente aos quartéis, e significa que os acusados não estariam mais sujeitos a nenhuma pena de prisão, além de terem os passaportes devolvidos.

Em troca da medida alternativa, prevista no Código Penal, os condenados teriam que cumprir três condições:

- Pagar uma multa de R$ 5 mil (apenas os que pudessem);

- Não usar redes sociais por dois anos;

- Fazer um curso sobre democracia no Ministério Público.

Segundo relatório publicado pelo gabinete do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, até o momento, 898 réus foram responsabilizados criminalmente pela invasão de 8 de Janeiro, sendo 371 com penas privativas de liberdade. A outros 527 foram aplicadas penas alternativas, por aceitarem o acordo de não persecução penal.

Conforme afirmou Barroso em entrevista à GloboNews, o fato de grande parte ter recusado o acordo demonstra uma "postura de radicalidade" dos golpistas e serve para "desmistificar" a ideia de que se está lidando "com ambulantes ou com a costureira que veio a Brasília invadir".

O argumento é frequentemente utilizado por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e por ele próprio, que defendem que os responsáveis pela invasão sejam anistiados.

Os novos presidentes da Câmara e do Senado, eleitos no sábado, dia 1º, afirmam que podem pautar a discussão sobre anistia, mas ressaltam que o tema divide o Legislativo. Questionado sobre ainda ser cedo para se falar em um perdão coletivo, Barroso respondeu que "o lugar de se discutir isso é o Congresso Nacional".

O ministro afirmou que, segundo sua convicção pessoal, primeiro é preciso punir um eventual delito, para só mais tarde, se couber uma revisão da pena, ela ser realizada.

"Essas punições são feitas com devido processo legal pelo Poder Judiciário. Não tem ninguém sendo interrogado em quartel, tem foragidos, mas não tem nenhum desaparecido. Faz parte do jogo democrático. Se depois, mais adiante, se vai discutir comutação de pena, anistia, é outra discussão, mas antes de se conseguir punir minimamente, já se falar em deixar o dito pelo não dito, eu acho que fará mal ao País do ponto de vista ético, político e jurídico", disse Barroso.

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A polícia da Suécia afirmou que 10 pessoas morreram em um ataque a tiros em um centro de educação para adultos nesta terça-feira, 4, na cidade de Orebro, que fica a 200 quilômetros da capital, Estocolmo. As autoridades ainda não divulgaram o número final de mortos e feridos.

A escola, chamada Campus Risbergska, atende alunos com mais de 20 anos, segundo seu site. São oferecidos cursos de ensino primário e secundário, bem como aulas de sueco para imigrantes, formação profissional e programas para pessoas com deficiência intelectual.

Não ficou imediatamente claro se o atirador estava entre os mortos. Acredita-se que ele esteja entre os hospitalizados. A polícia disse que não havia ligações suspeitas com terrorismo neste momento.

De acordo com as autoridades, o autor do crime agiu sozinho e não era tinha ficha criminal.

Imagens do local mostram uma grande presença policial com ambulâncias e veículos de emergência.

Confinamento

Alunos de escolas próximas e da escola em questão foram confinados "por razões de segurança", disse a polícia.

"Ouvi tiros, então me escondi e estou esperando notícias. Ativamos um alarme no aplicativo de segurança e estou me comunicando com meus colegas", disse Petter Kraftling, professor de uma das escolas, ao site do sindicato de professores sueco 'Vi larare'.

De acordo com o jornal sueco Aftonbladet, houve disparos de armas automáticas e a emergência do hospital da cidade e do departamento de cuidados intensivos tiveram que se reorganizar para dar espaço aos feridos.

O primeiro-ministro da Suécia, Ulf Kristersson, afirmou em um comunicado que "hoje foi um dia muito doloroso para toda a Suécia".

"Meus pensamentos também estão com todos aqueles cujo dia escolar normal foi trocado pelo terror", disse Kristersson. "Estar confinado a uma sala de aula com medo pela sua própria vida é um pesadelo que ninguém deveria experimentar."

Embora ataques desse tipo sejam raros na Suécia, houve vários incidentes graves em escolas nos últimos anos.

Em março de 2022, um estudante de 18 anos esfaqueou até a morte dois professores em uma escola de ensino médio na cidade de Malmo, no sul do país. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou que o país está aberto e espera "com prazer" a chegada de investimentos de empresas norte-americanas. Ele alertou que, caso essa área fique sob controle da Rússia, outras nações e companhias poderão se envolver. "Tenho certeza de que entre eles estarão o Irã e a Coreia do Norte", destacou.

Zelensky também confirmou ter discutido o tema com o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. "Falei sobre isso com ele. Gostaria que os negócios americanos, que estão muito interessados em entrar no mercado ucraniano, desenvolvessem essa direção conosco", acrescentou.

Na segunda-feira, 3, Trump declarou que busca um acordo para que a Ucrânia use suas reservas de terras raras como garantia pelo apoio dos EUA.

Zelensky afirmou estar aberto à proposta e ressaltou o papel norte-americano no conflito. "Os EUA nos ajudam a proteger nossa terra e empurram o inimigo para trás com suas armas, sua presença e pacotes de sanções. E isso é absolutamente justo", afirmou.

Autoridades do Hamas afirmaram nesta terça-feira, 4, que iniciaram conversações com mediadores internacionais sobre a segunda fase do cessar-fogo em Gaza, que começou no mês passado. O acordo traçou três fases de negociações para encerrar a guerra de 15 meses. O primeiro, que começou em 19 de janeiro, interrompeu os combates, ampliou a quantidade de ajuda humanitária permitida a Gaza e trocou prisioneiros palestinos por reféns israelenses levados para Gaza durante o ataque de 7 de outubro de 2023, que desencadeou o conflito.

No entanto, os mediadores internacionais deixaram questões para negociações posteriores sobre novas libertações de reféns e prisioneiros, uma extensão indefinida da trégua e quem governará Gaza após o fim das hostilidades. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, esteve em Washington para se encontrar com o presidente dos EUA, Donald Trump, na terça-feira. O Egito, o Qatar e os Estados Unidos estão a mediar as conversações indiretas entre Israel e o Hamas.