Dois em cada três brasileiros defendem que Lula não concorra em 2026, aponta Genial/Quaest

Política
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Dois em cada três brasileiros defendem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não deve concorrer à reeleição em 2026. Por outro lado, 32% defendem que o petista deve concorrer novamente. Os dados são da pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quinta-feira, 5. O levantamento indicou o empate entre Lula e os governadores Tarcísio de Freitas e Ratinho Júnior, que subiram no levantamento, com Eduardo Leite, testado pela primeira vez, e com Michelle Bolsonaro, que permanece estável em relação aos levantamentos anteriores.

 

Lula tem tratado recorrentemente da possibilidade de concorrer novamente em 2026. No último domingo, dia 1º, durante Congresso do PSB, o presidente afirmou que, para ser candidato, "precisa estar 100% de saúde" como está hoje. "Se eu estiver bonitão do jeito que estou, apaixonado do jeito que eu estou e motivado do jeito que eu estou, a extrema direita não volta a governar este País nunca mais", discursou.

 

O porcentual dos que defendem que Lula não concorra subiu nas duas últimas edições da pesquisa. Em dezembro de 2024, eram 52% os que pensavam assim. Em março, passaram a ser 62%, até que agora o índice subiu mais 4 pontos porcentuais e alcançou 66%. Por outro lado, se em dezembro eram 45% os que defendiam a candidatura de Lula, em março o índice passou a 35%, até chegar aos 32% da pesquisa divulgada nesta quinta-feira.

 

Mesmo entre eleitores que se consideram "lulistas ou petistas", há quem pregue que Lula não deve concorrer. São 15% deste grupo. Além disso, entre os eleitores que se consideram mais à esquerda, mas não lulistas ou petistas, hoje 37% defendem que Lula não concorra.

 

Naturalmente, os índices são bem maiores entre os eleitores de centro ou de direita. Entre aqueles que dizem não ter posicionamento político, 73% acham que Lula não deve concorrer, enquanto 22% dizem que ele deve ir às urnas. Entre aqueles que se consideram mais à direita, mas não são bolsonaristas, o índice dos refratários a uma candidatura de Lula chega a 95%, mesmo índice atingido entre aqueles que se dizem bolsonaristas.

 

A pesquisa Genial/Quaest foi realizada com 2.004 entrevistas presenciais em 120 municípios do país. A margem de erro é de dois pontos porcentuais e o nível de confiança é de 95%.

 

Na quarta-feira, 4, outros recortes da pesquisa foram divulgados, mostrando que a desaprovação de Lula entre os eleitores chega a 57% e bateu um recorde após o escândalo dos descontos ilegais de aposentados do INSS anular uma melhora na percepção econômica dos brasileiros.

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A CEO de notícias da BBC, Deborah Turness, e o diretor-geral da emissora britânica, Tim Davie, renunciaram ao cargo neste domingo, 9. A saída acontece após o jornal The Telegraph mostrar que a BBC havia editado enganosamente um discurso do presidente dos EUA, Donald Trump, para dar a impressão de que ele havia incitado diretamente à violência nos atos de invasão ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021. A fala distorcida de Trump foi exibida no programa Panorama de 3 de novembro de 2024, a uma semana das eleições presidenciais nos Estados Unidos.

Em sua rede social, a Truth Social, Donald Trump celebrou a demissão de quem chamou de "jornalistas corruptos". "Essas são pessoas muito desonestas que tentaram manipular as eleições presidenciais. Para piorar, vêm de um país estrangeiro, um que muitos consideram nosso principal aliado. Que terrível para a democracia!", postou.

A ministra britânica da Cultura, Lisa Nandy, havia classificado horas antes como "extremamente grave" a acusação contra a BBC por apresentar declarações de Trump de maneira enganosa.

"É um dia triste para a BBC. Tim foi um excelente diretor-geral durante os últimos cinco anos", afirmou o presidente da Corporação Britânica de Radiodifusão, Samir Shah, em comunicado. Ele acrescentou que Davie enfrentava "pressão constante (...) que o levou a tomar a decisão" de renunciar.

Colagem de trechos separados levou a versão distorcida do discurso

O caso, revelado na terça-feira, 4, baseia-se em um documentário exibido uma semana antes das eleições presidenciais dos EUA de 2024. A BBC é acusada de ter montado trechos separados de um discurso de Trump de 6 de janeiro de 2021 de forma que parece indicar que ele teria dito a seus apoiadores que marchariam com ele até o Capitólio para "lutar como demônios".

Na versão completa, o então presidente republicano - já derrotado nas urnas pelo democrata Joe Biden - diz: "Vamos marchar até o Capitólio e vamos incentivar nossos valentes senadores e representantes no Congresso."

A expressão "lutar como demônios" corresponde, na verdade, a outro momento do discurso.

Em carta enviada ao conselho da BBC e publicada no site, a CEO de notícias disse que a polêmica em torno do programa Panorama sobre o presidente Trump chegou a um ponto em que está prejudicando a BBC - uma instituição que ela adora.

Já Tim Davie, diretor-geral, disse que abdicou ao cargo após intensas exigências pessoais e profissionais de gerir o posto ao longo de muitos anos nestes "tempos turbulentos".

Um dia antes do início oficial da COP30 em Belém, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, publicou em sua rede social, a Truth Social, nesta domingo, 9, uma mensagem dizendo que a Amazônia foi destruída para a construção de uma estrada.

"Eles destruíram a floresta amazônica no Brasil para a construção de uma rodovia de quatro faixas para que ambientalistas pudessem viajar", escreveu Trump na mensagem, ressaltando que o caso "se tornou um grande escândalo".

Junto com a mensagem, Trump postou um vídeo de quatro minutos da Fox News, com uma reportagem do enviado da emissora a Belém para cobrir a COP30.

Na reportagem, o editor Marc Morano diz, com uma imagem de Belém ao fundo, que mais de 100 mil árvores foram cortadas na Amazônia para construir a estrada e mostrar como o "governo brasileiro está cuidando da floresta tropical".

Ainda na reportagem postada por Trump, o jornalista destaca que pela primeira vez não há uma delegação oficial dos Estados Unidos em uma conferência das Nações Unidas sobre o clima desde 1992. Mesmo países europeus estão deixando esses compromissos de lado, ressalta o jornalista.

A reportagem fala ainda da queda das vendas de carros elétricos e de demissões em fábricas nos Estados Unidos.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse há pouco que a BBC alterou seu discurso de 6 de janeiro de 2021, dia da invasão ao Capitólio, e celebrou a demissão de "pessoas muito desonestas que tentaram influenciar uma eleição presidencial".

"As principais pessoas da BBC, incluindo TIM DAVIE, o CHEFE, estão todas se demitindo/DEMITIDAS, porque foram pegas 'alterando' meu excelente (PERFEITO!) discurso de 6 de janeiro. Além de tudo, eles são de um país estrangeiro, que muitos consideram nosso Aliado Número Um. Que coisa terrível para a Democracia!", escreveu o republicano na Truth Social.

A CEO de notícias da BBC, Deborah Turness, e o diretor-geral da emissora britânica, Tim Davie, renunciaram ao cargo nesta trade. A saída acontece após o jornal The Telegraph mostrar que a BBC havia editado enganosamente um discurso de Trump para dar a impressão de que ele havia incitado diretamente à violência nos atos de invasão ao Capitólio.