Tarcísio e Ratinho crescem e empatam com Lula no 2° turno em 2026, diz Genial/Quaest

Política
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Os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), cresceram na pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quinta-feira, 5, e agora aparecem empatados tecnicamente em um eventual segundo turno em 2026 contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

 

Tarcísio cresceu de 37% para 40% na comparação com março, enquanto Lula oscilou no limite da margem de erro de 43% para 41%. Brancos e nulos são 14% e indecisos, 5%.

 

Ratinho também cresceu três pontos porcentuais (p.p.) e chegou a 38% contra 40% do atual presidente da República, que antes tinha 42%. No cenário com o paranaense, são 17% de brancos e nulos e 5% de indecisos.

 

Tarcísio é o nome preferido da Faria Lima e de partidos do Centrão para suceder o inelegível Jair Bolsonaro (PL) nas urnas, mas tem rechaçado as especulações e afirmado que seu objetivo é ser reeleito governador de São Paulo.

 

Ratinho, por sua vez, tenta viabilizar uma candidatura presidencial, mas enfrenta obstáculos dentro de seu próprio partido. O presidente do PSD, Gilberto Kassab, disse que a sigla não lançará candidato se Tarcísio topar a empreitada presidencial. Além disso, o paranaense enfrenta a concorrência interna do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD), recém-filiado a sigla e que também almeja o Planalto.

 

O gaúcho tem 36% das intenções de voto, empatando com Lula no limite da margem de erro de dois pontos porcentuais para mais ou para menos. Neste caso, o petista tem 40%. Brancos e nulos são 19% e indecisos, 5%. Não há série histórica da Genial/Quaest no cenário com Leite.

 

A grande incógnita no campo da centro-direita é quem Bolsonaro ungirá como seu sucessor. Nas últimas semanas a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro (PL), ganhou força, enquanto o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL) manifestou em entrevista à Veja a intenção de representar o pai na eleição presidencial.

 

Assim como Tarcísio e Ratinho, Michelle empata tecnicamente com Lula, embora não tenha registrado crescimento como os governadores. O presidente tem 43% contra 39% da ex-primeira-dama - antes ela tinha 38% e ele, 44%.

 

Contra Eduardo, Lula leva vantagem de 10 pontos porcentuais: 44% a 34%.

 

A pesquisa Genial/Quaest entrevistou presencialmente 2.004 brasileiros com 16 anos ou mais em 120 municípios entre os dias 29 de maio e 1º de junho. A margem de erro é de 2 p.p. e o nível de confiança, 95%.

 

O único a empatar numericamente com Lula é Bolsonaro. Ambos registraram 41% das intenções de voto. O ex-presidente, contudo, está inelegível e pode ser preso ainda neste ano como resultado da denúncia de que ele liderou uma tentativa de golpe de Estado em 2022.

 

Segundo o levantamento, 65% dos entrevistados consideram que Bolsonaro deveria abrir mão da candidatura agora e apoiar outro candidato. Entre os eleitores que se identificam como bolsonaristas, 38% manifestaram essa opinião.

 

No sentido contrário, 26% dos entrevistados avaliam que o melhor caminho é Bolsonaro manter a candidatura mesmo inelegível no momento. Os que não souberam ou não responderam são 9%.

 

A pesquisa também perguntou quem deveria ser o candidato da direita na ausência de Bolsonaro. As respostas se dividiram principalmente entre Tarcísio (17%), Michelle (16%) e Ratinho (11%). Eduardo registrou 4%.

 

Outros governadores de direita que preparam uma candidatura presidencial, embora tenham registrado crescimento, aparecem mais distantes de Lula neste momento. Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, perde para Lula por 42% a 33%. Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás, tem os mesmos 33% que o mineiro, mas contra 43% do atual presidente da República.

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A CEO de notícias da BBC, Deborah Turness, e o diretor-geral da emissora britânica, Tim Davie, renunciaram ao cargo neste domingo, 9. A saída acontece após o jornal The Telegraph mostrar que a BBC havia editado enganosamente um discurso do presidente dos EUA, Donald Trump, para dar a impressão de que ele havia incitado diretamente à violência nos atos de invasão ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021. A fala distorcida de Trump foi exibida no programa Panorama de 3 de novembro de 2024, a uma semana das eleições presidenciais nos Estados Unidos.

Em sua rede social, a Truth Social, Donald Trump celebrou a demissão de quem chamou de "jornalistas corruptos". "Essas são pessoas muito desonestas que tentaram manipular as eleições presidenciais. Para piorar, vêm de um país estrangeiro, um que muitos consideram nosso principal aliado. Que terrível para a democracia!", postou.

A ministra britânica da Cultura, Lisa Nandy, havia classificado horas antes como "extremamente grave" a acusação contra a BBC por apresentar declarações de Trump de maneira enganosa.

"É um dia triste para a BBC. Tim foi um excelente diretor-geral durante os últimos cinco anos", afirmou o presidente da Corporação Britânica de Radiodifusão, Samir Shah, em comunicado. Ele acrescentou que Davie enfrentava "pressão constante (...) que o levou a tomar a decisão" de renunciar.

Colagem de trechos separados levou a versão distorcida do discurso

O caso, revelado na terça-feira, 4, baseia-se em um documentário exibido uma semana antes das eleições presidenciais dos EUA de 2024. A BBC é acusada de ter montado trechos separados de um discurso de Trump de 6 de janeiro de 2021 de forma que parece indicar que ele teria dito a seus apoiadores que marchariam com ele até o Capitólio para "lutar como demônios".

Na versão completa, o então presidente republicano - já derrotado nas urnas pelo democrata Joe Biden - diz: "Vamos marchar até o Capitólio e vamos incentivar nossos valentes senadores e representantes no Congresso."

A expressão "lutar como demônios" corresponde, na verdade, a outro momento do discurso.

Em carta enviada ao conselho da BBC e publicada no site, a CEO de notícias disse que a polêmica em torno do programa Panorama sobre o presidente Trump chegou a um ponto em que está prejudicando a BBC - uma instituição que ela adora.

Já Tim Davie, diretor-geral, disse que abdicou ao cargo após intensas exigências pessoais e profissionais de gerir o posto ao longo de muitos anos nestes "tempos turbulentos".

Um dia antes do início oficial da COP30 em Belém, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, publicou em sua rede social, a Truth Social, nesta domingo, 9, uma mensagem dizendo que a Amazônia foi destruída para a construção de uma estrada.

"Eles destruíram a floresta amazônica no Brasil para a construção de uma rodovia de quatro faixas para que ambientalistas pudessem viajar", escreveu Trump na mensagem, ressaltando que o caso "se tornou um grande escândalo".

Junto com a mensagem, Trump postou um vídeo de quatro minutos da Fox News, com uma reportagem do enviado da emissora a Belém para cobrir a COP30.

Na reportagem, o editor Marc Morano diz, com uma imagem de Belém ao fundo, que mais de 100 mil árvores foram cortadas na Amazônia para construir a estrada e mostrar como o "governo brasileiro está cuidando da floresta tropical".

Ainda na reportagem postada por Trump, o jornalista destaca que pela primeira vez não há uma delegação oficial dos Estados Unidos em uma conferência das Nações Unidas sobre o clima desde 1992. Mesmo países europeus estão deixando esses compromissos de lado, ressalta o jornalista.

A reportagem fala ainda da queda das vendas de carros elétricos e de demissões em fábricas nos Estados Unidos.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse há pouco que a BBC alterou seu discurso de 6 de janeiro de 2021, dia da invasão ao Capitólio, e celebrou a demissão de "pessoas muito desonestas que tentaram influenciar uma eleição presidencial".

"As principais pessoas da BBC, incluindo TIM DAVIE, o CHEFE, estão todas se demitindo/DEMITIDAS, porque foram pegas 'alterando' meu excelente (PERFEITO!) discurso de 6 de janeiro. Além de tudo, eles são de um país estrangeiro, que muitos consideram nosso Aliado Número Um. Que coisa terrível para a Democracia!", escreveu o republicano na Truth Social.

A CEO de notícias da BBC, Deborah Turness, e o diretor-geral da emissora britânica, Tim Davie, renunciaram ao cargo nesta trade. A saída acontece após o jornal The Telegraph mostrar que a BBC havia editado enganosamente um discurso de Trump para dar a impressão de que ele havia incitado diretamente à violência nos atos de invasão ao Capitólio.