Braga Netto pede ao STF acareação com Mauro Cid e mais prazo para análise de provas

Política
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A defesa do ex-ministro da Casa Civil e da Defesa Walter Braga Netto apresentou nesta segunda-feira, 16, um pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para a realização de uma acareação entre ele e Mauro Cid na ação que apura a tentativa de golpe de Estado.

 

Os advogados alegam que há contradições entre os depoimentos de ambos, especialmente sobre uma reunião que, segundo Cid, ocorreu em novembro de 2022 na casa de Braga Netto. O ex-ajudante de ordens afirmou que o encontro teria servido para discutir o chamado plano "Punhal Verde e Amarelo" e que o general lhe entregou uma quantia em dinheiro, em uma caixa de vinho, com a orientação de repassá-la a um dos militares das Forças Especiais, conhecidos como "kids pretos", para financiar ações antidemocráticas.

 

Braga Netto nega todas as acusações. Em depoimento ao STF, o ex-ministro afirmou que Cid "faltou com a verdade" ao relatar que o financiamento ao plano golpista foi tratado durante o encontro. Segundo ele, a visita foi apenas uma "cortesia", motivada por um pedido de Cid para apresentar os dois militares das Forças Especiais, que gostariam de conhecê-lo.

 

Preso preventivamente desde dezembro do ano passado por suspeita de obstrução de Justiça, Braga Netto também negou ter repassado qualquer quantia a Cid e reforçou que não tinha contato com empresários do agronegócio para esse tipo de finalidade. "Isso não corresponde à realidade", afirmou, por videoconferência, durante o interrogatório.

 

Além da acareação, a defesa pediu que o STF compartilhe oficialmente os depoimentos e demais provas que ainda serão produzidos nos processos envolvendo os outros réus da investigação. Os advogados argumentam que os fatos atribuídos a Braga Netto estão diretamente ligados aos episódios envolvendo esses acusados e que manter os casos separados por núcleos pode prejudicar o direito de defesa. Por isso, também solicitaram a suspensão do andamento da ação contra o ex-ministro até a conclusão dessa etapa nos demais processos.

 

A defesa pediu ainda ao menos mais 30 dias para analisar o material disponibilizado pela Polícia Federal, devido ao grande volume de dados. No final da peça, os defensores solicitaram que o prazo para apresentação de novas diligências só seja reaberto após esse período extra.

 

Os pedidos foram feitos no contexto da fase de diligências complementares do processo, aberta na semana passada após o encerramento da etapa de interrogatórios dos réus. As solicitações agora serão analisadas pelo relator do caso, ministro Alexandre de Moraes.

 

Defesa de Cid pede mais prazo e acesso a documentos

 

Também nesta etapa, a defesa de Mauro Cid apresentou ao STF pedidos semelhantes aos de Braga Netto. Os advogados solicitaram a prorrogação do prazo para análise das provas produzidas na investigação, alegando que, até o momento, não conseguiram acessar integralmente o material disponibilizado pela Polícia Federal. Entre as dificuldades apontadas estão o grande volume de dados e limitações técnicas para processar as informações.

 

Além de mais tempo, a defesa de Cid pediu que o STF oficie a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e a Subsecretaria de Operações Integradas do Distrito Federal (Seopi-DF) para o envio de relatórios e documentos produzidos até o dia 8 de janeiro de 2023. O objetivo, segundo os advogados, é reunir registros oficiais sobre o monitoramento dos acampamentos de manifestantes na capital federal e reforçar a tese de que os órgãos de inteligência do Estado não tinham informações concretas sobre o risco de ataques antes da invasão da Praça dos Três Poderes.

 

Como base para o pedido, a defesa citou os depoimentos já prestados por autoridades como o diretor-adjunto da Abin, Saulo Moura. Segundo os advogados, os relatos indicam que, até a véspera dos ataques, não havia nas órgãos oficiais de inteligência qualquer previsão clara de que atos violentos ocorreriam.

 

Cid também é acusado de envolvimento nos atos de 8 de Janeiro, e a defesa tenta afastar a acusação de que ele tinha conhecimento prévio ou participação na preparação dos ataques.

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